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Poligamia

casamento com mais de um cônjuge

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Saiba mais

Poligamia é a união reprodutiva entre


três ou mais indivíduos de uma espécie.

   Poligamia humana legalizada em legislação;


   Poligamia não regulada: nem reconhecida, nem criminalizada;
   Poligamia humana criminalizada em legislação;
Outros: 1Índia, Filipinas, Singapura, Malasia e Sri Lanka: legal só para Muçulmanos.

2Eritrea: Só os muçulmanos podem legalmente contrair casamentos poligâmicos em certos países e regiões sob
2Eritrea: Só os muçulmanos podem legalmente contrair casamentos poligâmicos em certos países e regiões sob
a lei da xaria que o permita.

3República da Maurícia: uniões polígamas não são legalmente reconhecidas. Os homens muçulmanos podem

"se casar" com quatro mulheres, que, no entanto, não gozam do estatuto legal de esposas..

No reino animal, a poligamia se refere à


relação onde os animais mantém mais
de um vínculo sexual no período de
reprodução. Nos humanos, a poligamia
é o casamento ou a união conjugal
entre três ou mais pessoas. Os casos
mais típicos são a poliginia, em que um
homem é casado com duas ou mais
mulheres, e a poliandria, em que uma
mulher vive casada com dois ou mais
homens. Mas também existem casos de
poliginandria, em que dois ou mais
homens se unem a duas ou mais
mulheres. Não deve confundir-se com o
amantismo, que é também comum nas
sociedades humanas, mas em que o
laço com um parceiro sexual para além
do casamento não é, nem aceite pela
lei, nem na maior parte das vezes, de
conhecimento público.[1]

Em 2009, a poligamia era legal ou


considerada aceitável por grande parte
da população em 33 países, 25 deles
em África e 7 na Ásia.[2] A prática
cultural da poligamia ao redor do mundo
é menos comum que a prática da
monogamia.[3] Em culturas que
praticam a poligamia, sua prevalência
entre a população está frequentemente
ligada à classe e ao status
socioeconômico.[4]

De um ponto de vista legal, em muitos


países, embora o casamento seja
legalmente monogâmico (uma pessoa
só pode ter um cônjuge e a bigamia é
ilegal), o adultério não é ilegal, levando a
uma situação de poligamia de fato
permitida, embora sem reconhecimento
de "cônjuges" não oficiais.

História
Na África, nas Américas e no Sudeste
Asiático na Era Pré-moderna, cerca de
1600 a.C. a 600 a.C.; Tanto a
monogamia quanto a poligamia
ocorriam. A poligamia ocorria mesmo
em áreas onde a monogamia era
prevalente. A riqueza desempenhava
um papel fundamental no
desenvolvimento da vida familiar
durante esses tempos. Riqueza
significava que os homens mais
poderosos tinham uma esposa principal
e várias esposas secundárias, o que era
conhecido como poliginia de recursos.
Os governantes locais das aldeias
geralmente tinham a maioria das
esposas como sinal de poder e status.
Os conquistadores das aldeias
frequentemente se casariam com as
filhas dos ex-líderes como símbolo da
conquista. A prática da poliginia de
recursos continuou com a disseminação
e expansão do islamismo na África e no
Sudeste Asiático. As crianças
nascidas nessas famílias foram
consideradas livres. As crianças
nascidas de concubinas livres ou
escravas eram livres, mas tinham menor
status do que aquelas nascidos das
esposas. Os arranjamentos variaram
entre as áreas. Na África, cada esposa
geralmente tinha sua própria casa, bem
como propriedade e animais. A ideia de
que toda propriedade era de
propriedade do marido originou-se no
antigo oriente próximo e não foi
reconhecida na África. Em muitas outras
partes do mundo, as esposas viviam
juntas em reclusão, sob uma casa. Um
harém (também conhecido como uma
área proibida) era uma parte especial da
casa para as esposas.[5]

Laura Betzig argumenta que, nos seis


grandes civilizações altamente
estratificadas, os plebeus eram
geralmente monogâmicos, mas que as
elites praticavam a poliginia de fato.
Esses estados incluíram Mesopotâmia,
Antigo Egito, Império Asteca, Império
Inca, Índia Antiga e China Antiga.[6]

A questão sempre esteve também no


centro do debate religioso. O Velho
Testamento fala de um personagem
como Jacó, que teve duas mulheres,
duas servas e doze filhos (vários deles
com as servas). Essa prole viria a dar
origem às doze tribos de Israel. No
Judaísmo, a poliginia foi proibida pelos
rabinos, não por Deus. O rabino
Gershom ben Judah recebeu o crédito
da proibição da poligamia, que ocorreu
somente no século XI d.C. Já os cristãos
reduziram o número de famílias onde
ocorria a poliginia gradativamente após
intervenções dos romanos na Igreja
Católica, já que estes, diferente dos
antigos hebreus, possuíam hábitos
monógamos.

No Islão, por outro lado, ela tem sido


praticada desde os tempos pré
islâmicos (o próprio profeta Maomé teve
9 ou 11 casamentos simultâneos[7][8][9]).
[carece de fontes

] mas as mulheres muçulmanas não


podem se casar mais de uma vez em
qualquer situação. Segundo os crentes,
a razão para não permitir que as
mulheres muçulmanas tenham mais do
que um marido é que o Islã tornou o
homem o chefe da família, e isso iria
contra o conceito de família que o Islã
quer promover.[carece de fontes

] O Alcorão sugere a poligamia como


uma alternativa ao homem para que
tenha muitos matrimônios. indicando
que este deve tomar duas, três ou
quatro esposas, porém se não for capaz
de lidar justamente com elas, deve se
restringir a apenas uma esposa.[10]
Hoje, continua a ser adotado em alguns
países muçulmanos e em processo de
adoção em outros, o costume é
regulamentado pelo Alcorão que tolera
a poligamia e permite um máximo de 4
esposas.[11]

Entre os hindus, o Rig Veda menciona


que durante a civilização védica da Índia
Antiga, um homem poderia ter mais de
uma esposa.[12] A prática é atestada em
épicos como Ramayana e Mahabharata.
Os Dharmashastras permitem que um
homem se case com mulheres de
castas inferiores desde que a primeira
esposa seja de casta igual a sua.
Apesar de sua existência, era mais
comumente praticado por homens de
castas mais altas e com status mais
elevado. As pessoas comuns só tiveram
permissão para um segundo casamento
se a primeira esposa não pudesse ter
um filho.[13]

Na Índia o número de esposas está


ligado ao sistema de castas: um
Brâmane (clero hindu) poderia ter
quatro esposas na ordem direta das
(quatro) castas; Um Xátria (nobreza),
três; Um Vaixá (comerciantes), duas;
Um Sudra (servos), uma só.[14] Em 1955
o Parlamento indiano, como parte de
políticas de combate a discriminação
com base na casta, tornou a poligamia
ilegal para todos na Índia, exceto para
os muçulmanos. Antes de 1955, a
poligamia era permitida para os hindus.
A Constituição Indiana rejeita a
discriminação com base na casta, em
consonância com os princípios
democráticos e seculares que fundaram
a nação. As leis de casamento na Índia
dependem da religião das partes em
questão.

Já na China Antiga, os imperadores


poderiam e muitas vezes tinham
centenas de milhares de concubinas.
Funcionários ricos e comerciantes da
elite também tinham concubinas além
das esposas legais. A poligamia foi de
fato amplamente praticada na República
da China de 1911 a 1949, antes que o
Kuomintang fosse derrotado na Guerra
Civil e forçado a recuar para Taiwan. No
entanto, a revolução comunista na
China mudou essas ideias, já que os
revolucionários comunistas na China
consideravam a monogamia como meio
de dar às mulheres e aos homens
direitos iguais em casamento. O
governo comunista recém formado
estabeleceu a monogamia como a
única forma jurídica de casamento.[15]
Causas
A poligamia faz parte da cultura de
várias sociedades humanas, mas tem
geralmente causas econômicas.[carece de
fontes

] Como consequência das guerras, em


que muitos povos estiveram envolvidos
e em que participavam principalmente
os homens, muitas mulheres (e seus
filhos) ficavam viúvas (e órfãos) e uma
forma de prestar assistência a essas
pessoas sem meios de subsistência, era
o casamento. Outras causas incluem o
êxodo rural, em que muitos homens
trocam o campo pela cidade, ou
migram para outros países, em busca
de emprego, deixando um "excesso" de
mulheres nas aldeias.[1]

Por região

África

A poligamia é uma prática frequente na


África, e no Médio Oriente , uma vez
que a segunda religião em África mais
praticada é a muçulmana, sendo esta
religião forte propagadora da prática,
devido o livro sagrado dessa fé, o
Alcorão, prever que um homem pode
possuir até quatro mulheres,[16]
contando que ele consiga dar atenção e
boas condições a cada uma delas; a
religião entende ser melhor a
sinceridade com as parceiras do que a
mentira na relação. “A poliginia é a
regra da cultura africana”, diz o
antropólogo congolês Kabengele
Munanga, da USP. Embora a poliginia
seja mais comum, a poliandria também
existe. Estas práticas não estão
associadas ao patriarcado ou à
sociedade matriarcal, ainda existentes
em África, mas às condições de vida na
zona rural e principalmente a cultura
muçulmana lá existente, embora
possam verificar-se casos isolados na
zona urbana.[1] Em 2013, a antiga
oposição líbia aboliu obrigatoriedade da
monogamia argumentando que a lei de
Muammar al-Gaddafi violava a xaria.[17]

Ásia

Na República da Chechênia, a poligamia


foi tornada uma forma legal de
casamento. Por outro lado, no norte da
Índia e no Uzbequistão, foram
registados casos de poliandria, que
também poderiam ser consideradas
uniões múltiplas entre membros de duas
famílias.[1]

Brasil

No Brasil a poligamia é considerada


crime pelo Código Penal Brasileiro,com
pena máxima de 3 anos (para quem
compartilha o cônjuge) a 6 anos (para
quem tem vários cônjuges)[18] e o
casamento poligâmico não é válido para
o nosso Direito de Família, sendo esta
escritura nula, nos termos do artigo 166,
por motivo evidentemente ilícito (contra
o direito) e por fraudar norma imperativa
que proíbe uniões formais ou informais
poligâmicas.[19]

Em recentes casos o judiciário brasileiro


reconheceu a união estável de mais de
duas pessoas, embora a bigamia seja
proibida por lei.[20]

No território onde hoje chamam de


Brasil, existem povos em que não é
incomum a prática da poligamia. No
modelo de poliginia (um homem com
duas ou mais mulheres), é conhecido
que ocorre atualmente entre os povos
indígenas Xavante, Nambikuára e
Tenetehára.[21] Também já foi comum
entre os antigos Tupinambás.[21] Já
entre os Xókleng, os modelos de
poliandria (uma mulher com dois ou
mais homens) ou de poliginandria (duas
ou mais mulheres com dois ou mais
homens) são comuns. [21]

Ver também
Poliamor
Amor Livre
Adultério
Sologamia
Não-monogamia
Relacionamento aberto
Casamento Aberto
Situação legal da poligamia no mundo
(Wikipédia em inglês)
Monogamia
Poliginia
Poliandria
Poliginandria
Bigamia
Hipergamia
Exogamia

Referências
1. "Poligamia não deve constituir
preocupação social em Angola" (htt
p://www.angonoticias.com/Artigos/
item/17798/poligamia-nao-deve-co
nstituir-preocupacao-social-em-an
gola-paulo-de-carvalho) ,
Semanário Angolense, Ango
Notícias
2. Departamento de Assuntos
Económicos e Sociais (2011).
World Marriage Patterns (https://w
ww.un.org/en/development/desa/p
opulation/publications/pdf/popfact
s/PopFacts_2011-1.pdf) (PDF).
[S.l.]: Nações Unidas. p. 4
3. Low, B. (1988). «Measures of
polygyny in humans». Curr
Anthropol. 29: 189–194.
doi:10.1086/203627 (https://dx.doi.
org/10.1086%2F203627)
4. Golomski, Casey (6 de janeiro de
2016). Wiley Blackwell
Encyclopedia of Gender and
Sexuality Studies (https://www.rese
archgate.net/publication/3032525
77) . [S.l.: s.n.] – via ResearchGate
5. Wiesner-Hanks, Merry E. Gender in
History: Global Perspectives. 2nd
ed., Wiley-Blackwell, 2011. (Page
34)
6. Betzig, Laura (1993). «Sex,
succession, and stratification in the
first six civilizations: How powerful
men reproduced, passed power on
to their sons, and used power to
defend their wealth, women, and
children». In: Lee, Ellis. Social
Stratification and socioeconomic
inequality Vol. 1. Westport CT:
Praeger. pp. 37–74
7. «Sahih al-Bukhari Book 5 Hadith
268» (https://muflihun.com/bukhar
i/5/268) . Muflihun.com.
Consultado em 9 de Janeiro de
2018
8. Delcambre, Anne-Marie (Maio de
2002). «Mahomet et les femmes»
(https://www.clio.fr/BIBLIOTHEQU
E/pdf/pdf_mahomet_et_les_femme
s.pdf) (PDF). Clio Voyages Culturels
9. al -Tabari, Muḥammad ibn Jarīr
(1990). The History of Al-Tabari -
Vol.IX -The Last Years of the
Prophet (trad, em lingua inglesa).
Albany: The State University of New
York Press. pp. 126/141
10. Alcorão, Sura IV: As Mulheres, 3
[em linha] (http://www.sacred-text
s.com/isl/yaq/yaq004.htm)
11. Sobre o casamento Islâmico (http://
miguelpimentadealmeida.pt/wp-co
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MENTO-JUR%C3%8DDICO-PORT
UGU%C3%8AS-E-NOS-PA%C3%8
DSES-ISL%C3%82MICOS.pdf) O
instituto do casamento no
ordenamento jurídico português e
nos países islâmicos - pág. 15 a
20. Miguel Pimenta de Almeida.
Visitado em 13 de agosto de 2015.''
12. Vedic Index of Names and
Subjects, Volume 1; Volume 5 (http
s://books.google.com/books?id=t6
TVLlPvuMAC&pg=PA478) . [S.l.:
s.n.] p. 478
13. «The Illustrated Encyclopedia of
Hinduism: N–Z» (https://books.goo
gle.com/books?id=g6FsB3psOTIC&
pg=PA514) . p. 514
14. «XXIV.» (http://www.sacred-texts.c
om/hin/sbe07/sbe07026.htm) .
www.sacred-texts.com
15. Cheng, C. (1991). A speculative
analysis of socio-economic
influences on the fertility transition
in China. Asia-Pacific Population
Journal, 6, 3-24.
16. «Onde ainda se pratica poligamia
no mundo? | Mundo Estranho» (htt
p://mundoestranho.abril.com.br/cul
tura/onde-ainda-se-pratica-poliga
mia-no-mundo/) . Mundo Estranho.
7 de junho de 2010
17. Women face setbacks in new Libya
(https://www.al-monitor.com/pulse/
originals/2015/03/libya-women-mu
rder-situation-gaddafi-regime-militi
as.html)
18. «Poligamia dá cadeia? |
Superinteressante» (http://super.ab
ril.com.br/cultura/poligamia-da-ca
deia/) . Superinteressante. 31 de
agosto de 2006
19. «Sobre poligamia e escritura
pública, doutrina que afaga é a
mesma que apedreja» (http://www.
conjur.com.br/2015-out-25/proces
so-familiar-poligamia-escritura-pub
lica-doutrina-afaga-mesma-apedr
eja) . Consultor Jurídico
20. «Primeiro a ter união estável com 2
mulheres no Rio fala sobre a
relação» (http://g1.globo.com/rio-d
e-janeiro/noticia/2016/04/primeiro-
ter-uniao-estavel-com-2-mulheres
-no-rio-fala-sobre-relacao.html) .
Rio de Janeiro. 5 de abril de 2016
21. MELLATI. «Amor e Casamento» (htt
p://tupi.fflch.usp.br/sites/tupi.fflch.u
sp.br/files/Mellati%20amor%20e%2
0casamento.pdf) (PDF)

Ligações externas
«The Four Major Periods of Mormon
Polygamy» (http://signaturebookslibrar
y.org/?p=425) . , essay by Todd M.
Compton, hosted by Signature Books
Polygamy in Africa (http://www.african
marriage.info#polygamy)
History of Polygamy in Judaism (http
s://web.archive.org/web/2015052719
5949/http://www.shamash.org/lists/sc
j-faq/HTML/faq/08-06.html)
LIFE With Polygamists, 1944 (http://w
ww.life.com/image/first/in-gallery/495
51/rare-life-with-polygamists-1944) -
slideshow by LIFE (revista)
Liberal Feminism and the Ethics of
Polygamy, by Simon May, Department
of Philosophy, Virginia Tech,
Blacksburg, Virginia, US (https://web.a
rchive.org/web/20140429045521/htt
p://www.simonmay.net/LFEP.pdf)

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Poligamia&oldid=64936891"
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