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Sociologia

1. Apresentar o conceito de família.


A família é uma instituição social que diverge consoante as culturas: cada cultura
tem a sua conceção de família e, mesmo na cultura ocidental, ela pode variar
bastante.
Dentro da mesma cultura, não existe um modelo familiar único ou universal, daí
alguns autores sugerirem que se aborde o conceito no plural – famílias.
Uma família é um grupo de pessoas que estão unidas por relações de parentesco
resultantes de casamentos ou de laços de sangue e em que os adultos assumem a
responsabilidade de cuidar das crianças.

2. Esclarecer a noção de relação de parentesco.


As relações de parentesco abrangem as relações constituídas por casamentos ou
linhas de descendência (netos, pais, etc.) e, nalguns casos, pela adoção. Esta
noção engloba também as famílias dos noivos.
As relações de parentesco sempre foram muito importantes na entreajuda
familiar, quer para cuidar dos mais novos ou dos mais velhos quer para apoiar os
jovens adultos na constituição das suas novas famílias.

3. Explicitar a noção de casamento.


O casamento é um contrato celebrado entre dois indivíduos adultos que traduz
uma união sexual reconhecida e aceite pela sociedade. Está geralmente associado
à monogamia, dado que, na maioria das sociedades, um homem ou uma mulher,
num dado momento, só pode ser casado com outro indivíduo. No entanto, a
poligamia - casamento em que um homem pode ter várias mulheres - é permitida
em algumas sociedades como a muçulmana.

4. Referir indicadores demográficos sobre a família.


5. Verificar a evolução desses indicadores em Portugal e os respetivos fatores
explicativos
Indicadores demograficos:
Nupcidade
 Diminuição do numero de casamentos;
 Aumento da união de facto(coabitação);
 Diminuição dos matrimónios pela igreja católica;
 Aumento da idade em que se casam;
 Aumneto do numero de recasamentos(2ºs casamentos);

Divorsio
 Aumento significativo do numero de divorsios ( a partir de 1974 pois era
proibido em Portugal durante o estado novo)
 Opeção real devido a crescente associação entre casamento, felicidade e
afetividade;
Fecundidade
 Diminuição do numero do numero de filhos por mulher;
 Aumento da idade em que se é mãe pela 1ª vez;
 Prolongameneto da carreira escolar e académica;
 Dificuldades financeiras;
 Instabilidade do emprego;
 Politicas de apoio à maternidade e paternidade insuficientes;

6. Explicar a evolução da família.


Antes da Revolução Industrial – família tradicional

Estrutura: n.º elevado de filhos; coexistência de várias famílias nucleares de 2


ou 3 gerações (pais, filhos solteiros, filhos casados e respetivos cônjuges e
filhos); residência comum ou próxima; atividades comuns e relações frequentes.

Funções: a família detinha funções económicas (todos trabalhavam para um


património comum), de segurança (apoio na velhice, doença ou cuidado das
crianças), educativas (responsável pelas socializações primária e secundária) e
religiosas (a religião sacralizava os principais momentos familiares).

Hierarquia: rígida, baseada nas diferenças sexuais, de idade e de geração:


mulheres subordinadas aos homens (em solteira, em relação ao pais, quando
casada, em relação aos maridos e, no caso de ser viúva, em relação ao filho mais
velho), jovens aos mais velhos e o elemento com mais autoridade era o homem
mais velho – o patriarca.

Após a Revolução Industrial – família conjugal ou nuclear

- Na escolha do cônjuge, dominam as preferências pessoais (e não patrimoniais);


- O casamento obedece a um critério de escolha pessoal, concretizado por razões
afetivas e em que é valorizada a sexualidade.

Século XX (após a Segunda Guerra Mundial)

- A importância da autoridade paterna diminui à medida que se impõe a


afetividade como valor essencial;
- O emprego das mães retira-lhes tempo para dedicar à família;
- Os homens assumem também tarefas domésticas, cooperando nos cuidados
prestados aos bebés;
- A função da socialização é compartilhada por vários agentes, incluindo a escola,
pré-escola e creches.
7. Distinguir os vários tipos de família.
Família nuclear: é constituída por dois adultos vivendo juntos com filhos biológicos
e/ou adotados. Dominantes nos meios urbanos.

Família extensa: estende-se para além da família nuclear e é composta pelo casal,
seus filhos, pais, tias, tios e primos. Um exemplo é o de um casal que vive com os
pais do marido ou da esposa. Ainda se encontra este tipo de famílias em Portugal,
nomeadamente no mundo rural.

Famílias monoparentais: são constituídas por apenas um adulto e seu(s) filho(s).


Na grande maioria dos casos, o adulto destas famílias é uma mulher. Existem
diversas situações que originam a monoparentalidade: a geração por parte de
uma mulher solteira, a separação, o divórcio e a viuvez. Estas famílias foram,
durante muito tempo, alvo da discriminação social, nomeadamente as mães
solteiras e as divorciadas, embora esses preconceitos tenham já praticamente
desaparecido.

Famílias recompostas: são resultantes da constituição de novos casais depois de


um divórcio ou uma viuvez. Geralmente, um dos adultos já tem filhos de
casamentos anteriores, podendo vir a existir ainda filhos desta nova união
matrimonial. O aumento da taxa de divórcio está na origem do aumento das
famílias recompostas. Assim, há autores que referem as estas famílias como
famílias binucleares, porque, geralmente, quando há crianças do primeiro
casamento, continuam a existir os laços relativos ao primeiro núcleo familiar.

União de facto: situação cada vez mais comum na sociedade ocidental que ocorre
quando um casal decide viver maritalmente na mesma casa sem haver
casamento. Nem sempre esta situação é temporária, isto é, uma experiência que
antecede o casamento; com efeito, cada vez mais existem casais que vivem em
uniões de facto que perduram até muitos anos após o nascimento dos filhos.

Famílias unipessoais: são resultantes do facto de as pessoas se casarem menos e


cada vez mais tarde, o que faz aumentar o número de pessoas a viverem sozinhas.
Estas famílias não são apenas constituídas por solteiros, homens e mulheres que
optaram por se dedicar primeiro a uma carreira profissional e só depois constituir
família, mas também por muitos viúvos, na maioria viúvas, visto as mulheres
portuguesas terem uma esperança média de vida superior.

Casais homossexuais: nas sociedades modernas, muitos homens e mulheres


homossexuais vivem relações estáveis que se baseiam num compromisso
pessoal, constituindo casais. Embora o casamento entre pessoas do mesmo sexo
não seja permitido em muitas sociedades (ao contrário da sociedade
portuguesa), esta hipótese está cada vez mais a ser considerada num grande
número de países.
8. Explicitar a evolução dos papéis familiares.
Mulher: durante muito tempo desempenhou o papel de dona de casa,
responsável pelas tarefas domésticas e pelo cuidado dos filhos e do marido, passa
a trabalhar fora de casa, tal como o homem, e acumular o emprego com o
trabalho doméstico. Assim, diminuiu a exclusividade do papel expressivo
associado à mulher.

Homem: durante muito tempo desempenhou, em exclusivo, o papel instrumental


– garantia o sustento da economia doméstica.

Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, criam-se famílias de dupla


carreira: a mulher e o homem desempenham, em simultâneo, os papéis
expressivo e instrumental. À medida que o casamento deixa de fundar-se em
critérios económicos, o amor romântico ganha terreno como fator de seleção dos
cônjuges e a satisfação sexual é trazida para dentro do casamento. Valoriza-se a
intimidade emocional e sexual do casal.

Mais recentemente, as mulheres têm reivindicado a igualdade de direitos e


deveres no casamento, exigindo ao homem a partilha das tarefas domésticas e do
cuidado dos filhos. Embora esta reivindicação possa ser aceite pelos homens, a
situação de ajuda ainda é a mais comum (quando existe), pelo que as grandes
responsabilidades domésticas continuam a recair sobre a mulher.

9. Demonstrar a importância da escola, ao nível da socialização formal e da


socialização informal.
Em termos da socialização formal, a escola desempenha o importante papel de
transmitir conhecimentos e capacidades específicas através de disciplinas e
currículos escolares.

Ao nível da socialização informal, a escola proporciona oportunidades para que


os alunos interajam com colegas e professores. Com tais interações, os alunos
desenvolvem competências sociais e emocionais fundamentais, tais como a
empatia, a cooperação e a resolução de conflitos.

10. Explicita as atitudes e expectativas das famílias face à escola, tendo em conta a
sua posição na estrutura social de classes
Topo: desconfiança relativamente às escolas publicas e tem preferência pelas
instituições de ensino privadas
Meio: a escola permite alcançar um futuro melhor; é encarada como uma forma de
ascender socialmente;
Base: desinvestimento na escolarização dos filhos o que conduz ao abondono escolar
precoce, porque não encaram a escola como uma forma de melhorar a posição
social
11. Esclarecer em que medida a escola tende a reproduzir as desigualdades sociais.
A maioria dos casos de insucesso escolar concentra-se nas crianças oriundas
de famílias das classes mais baixas e de grupos desfavorecidos (por ex.,
minorias étnicas), que dispõem de menores recursos económicos, culturais e
sociais. Estas famílias, apesar de darem importância à escola, não conseguem
ajudar os seus filhos da forma mais eficaz pois os pais tiveram também percursos
escolares curtos ou difíceis e desconhecem ou conhecem mal as lógicas da
instituição. Estes alunos partem, assim, para a sua viagem escolar em
desvantagem face aos restantes, o que acabará por se refletir negativamente
nos resultados da sua aprendizagem.
Pelo contrário, a socialização proporcionada pelas famílias das classes
médias é mais favorável à escolarização, quer de forma direta (através do
discurso da valorização do papel da escola, do apoio nos trabalhos de casa, do
recurso a explicações, entre outros), quer de forma indireta (proporcionando aos
filhos o contacto com experiências e conhecimentos informais concordantes com
as aprendizagens formais da escola, como livros, viagens, atividades culturais,
entre outros).
As desigualdades escolares não se devem, portanto, à falta de inteligência ou
preguiça dos alunos, mas à sua origem social.
Estas desigualdades acabam por se manifestar em classificações desiguais, o que
depois se traduzirá em oportunidades profissionais também desiguais.
Ainda que cada vez mais inclusiva, a escola seleciona alunos. Os que melhor
dominam as lógicas escolares e correspondem às suas expectativas do que deve
ser um “bom aluno” (disciplinado, metódico, interessado, culto) são os que
obtêm maior sucesso escolar.

12. Reconhecer a escola como instituição multicultural.


13. Refletir acerca do papel da escola face à diversidade cultural.

Devido à imigração, as escolas tornaram-se instituições multiculturais. Para além


da etnia cigana (presente no nosso país desde há muito tempo e enfrentando
dificuldades de integração social e escolar), registou-se uma forte corrente
imigratória oriunda dos PALOP e também, mais recentemente, dos países do leste
europeu e do Brasil.
Numa época em que o convívio e/ou confronto entre indivíduos pertencentes a
grupos culturais, étnicos e religiosos distintos, a escola vê-se na necessidade de
gerir a sua diversidade cultural interna, preocupando-se, simultaneamente, em
educar os jovens para uma cidadania plena.
Nesse sentido, a escola deve:
 Reconhecer e valorizar a diversidade cultural dos seus alunos e comunidades,
respeitando as suas tradições, costumes, crenças e línguas maternas
 Promover a inclusão de todos os alunos, independentemente da sua origem
cultural, garantindo que todos se sintam integrados na comunidade escolar.
 Fornecer formação aos professores para que possam lidar com a diversidade
cultural e criar um ambiente de aprendizagem inclusivo. Devem estar preparados
para lidar com diferenças culturais, linguísticas e religiosas, e para adaptar o
ensino de acordo com as necessidades e características dos alunos.
 Oferecer materiais e recursos diversificados que reflitam a diversidade cultural
dos seus alunos, tais como livros, filmes, músicas, e atividades que abordem temas
relacionados com diferentes culturas.
 Promover a interação entre alunos de diferentes culturas, incentivando-os a
trabalhar em conjunto, a partilhar experiências e a aprender uns com os outros.

14. Esclarecer a importância da educação ao longo da vida.


A sociedade atual é caracterizada por uma constante mudança e evolução,
impulsionada pela rápida evolução tecnológica, globalização e necessidade de
adaptação a novos contextos. Isso tem levado a uma demanda cada vez maior por
profissionais qualificados e com habilidades diversas.
Nesse contexto, a formação ao longo da vida é essencial para o sucesso pessoal e
profissional. A educação e a formação contínua são essenciais para a atualização
das capacidades e conhecimentos e para a adaptação às mudanças e às novas
exigências do mercado de trabalho.
A educação contínua permite que os indivíduos se mantenham atualizados e
preparados para enfrentar desafios, aproveitar oportunidades e contribuir para a
sociedade.

Numa sociedade onde o acesso à informação adquiriu um papel central,


multiplicaram-se as fontes e as formas de obter conhecimento. Entre estas,
salientam-se os novos modelos de educação e formação dirigidos,
especificamente, a adultos pouco qualificados, como é o caso dos sistemas de
reconhecimento, valorização e certificação de competências de adultos lançados
em Portugal nos finais da década de 1990. Milhares de adultos, que abandonaram
cedo a escola, decidiram voltar a estudar.
Os estudos que procuram compreender as mudanças positivas que ocorreram na
vida destes adultos pouco escolarizados que regressaram à escola realçam a
aquisição de cultura geral, vontade de continuar a estudar, sentimento de maior
segurança perante a vida, melhoria das relações conjugais, da parentalidade e da
cidadania. Além disso, destacam também o sentimento de maior competência
enquanto pais em apoiar os filhos nas suas tarefas escolares.

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