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FAMÍLIA CO-DEPENDENTE

Mirian A. Tonini
O sujeito
O que é sujeito?

O sujeito faz referência ao indivíduo este repleto de


relações sociais, os vínculos afetivos e familiares com o outro.
A relação do sujeito com seu próprio corpo que tem uma
base dimensão biológica dada mas que se organiza pelos
diferentes sistemas de relações.
A relação corpo e mente que constroem a sua condição
existencial.
A subjetividade
O subjetividade caracteriza-se pelas possibilidades do
sujeito, através das varias formas de expressão, experiências
vividas, seus significados e sentidos, definidos dentro o espaço
psicossocial em que esta inserido.
Nas relações interpessoais do sujeito ele vai traçando sua
historia e paralelamente a dos outros em seu contexto .
Projeto de vida
Traçando o projeto de vida: é um fenômeno psicológico mediado pelas
relações pessoais significativas; seus aspectos constituintes emergem de 3
dimensões:
a) sociocognitiva: é a produção de ideias sobre si mesmo na relação
com o mundo exterior, processo simbólico das coisas, pessoas e
situações.
b) socioafetivo: definição da ação humana enquanto capacidade de
ser afetada pelos outros, resultando na constituição dos afetos, das
paixões, sofrimento/felicidade, do prazer/desprazer.
c) Espaço-temporal: o cotidiano e a interface entre o passado,
presente e futuro na esfera publica e intima. O passado se refere a
historia e a memória; o presente ordem de experiência pela
superação do passado sendo mediado pelo presente e o futuro
como projeto de vida.
Família
• O termo ‘família’ é derivado do latim ‘famulus’, que significa “escravo
doméstico”. Esse termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo
social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas na agricultura e
também na escravidão legalizada. Latim famulus = que serve, lugar em função
de. Latim fa-ama = casa; famulo = do verbo facere, a indicar que faz, que serve.

• A família é composta de indivíduos que estabelecem relações entre si,


compartilhando a mesma cultura, as mesmas crenças, onde cada um exerce uma
função distinta e complementar. É a primeira referência da pessoa. Mediadora
entre o sujeito e a sociedade, é onde aprendemos a perceber o mundo e a nos
situarmos nele. É um dos grupos responsáveis por nossa formação pessoal.

• A partir da década de 1960, a família sofreu muitas modificações segue algumas


delas:
Classificação familiar
TIPO DE FAMILIAS CARACTERISTICAS
FAMILIA NUCLEAR Pai e mãe estão presentes, morando na
mesma casa, e todas as
crianças são filhos deste casal.
FAMILIA MONOPARENTAL Apenas a mãe (ou o pai) está presente,
vivendo com seus filhos e,
eventualmente, com outros menores de
idade sob sua responsabilidade,
sem nenhuma pessoa maior de 18 anos,
que não seja filho,
morando na casa.
FAMILIA RECASADA Pai e/ou mãe vivendo em nova união, legal
ou consensualmente,
e podem ter seus filhos vivendo ou não
juntos na mesma casa,
sejam deles próprios, sejam de
casamentos anteriores.
FAMILIA NÃO CONVENCIONAL Grupo mais amplo que consiste na família
nuclear (pai, mãe,
filhos) mais os parentes diretos de ambos
os lados, existindo uma
extensão das relações entre pais e filhos
para pais, avós e netos.

FAMILIA HOMOAFETIVA Casais do mesmo sexo adotam filhos ou


um deles faz inseminação
artificial ou via barriga de aluguel.

FAMILIA DE PAIS SEPARADOS Família dissolvida, porém os ex-cônjuges


ficam com a guarda
compartilhada dos filhos.
FAMILIA DE FILHOS ADOTIVOS Devido a algum problema de infertilidade,
o casal adota filhos ou,
além de terem filhos biológicos, optam
pela adoção também.
FAMILIA UNIPARENTAL É assim definida quando o ônus da criação
do filho é de apenas do
marido ou da mulher, seja por viuvez, seja
por maus tratos, etc.
FAMILIAS SEM FILHOS Resulta da combinação de mudanças na
maternidade (muitos casais
esperam mais tempo para ter filhos ou
excluem a gestação de
seus planos) ou, na evolução da educação
e da renda, permitem
que os filhos saiam de casa para estudar e
trabalhar.
Abordagem sistêmica de relações
• Sistemas de relacionamentos breve ver pag 58.
• O uso problemático de álcool e outras drogas, por exemplo, exerce
uma importante função na família, que se organiza de modo a
atingir um equilíbrio dentro do sistema, mesmo que para isso inclua
a codependência em seu funcionamento.

• A família desempenha papel fundamental não só na relação com


seus membros, mas também na relação com o Estado, na
perspectiva de instituição social decisiva ao desenvolvimento do
processo de integração/inclusão social de seus membros.
A FAMILIA CO-DEPENDENTE
• CO-DEPENDÊNCIA

Caracteriza-se por um distúrbio mental juntamente com ansiedade,


angústia e compulsividade obsessiva em relação a tudo o que envolve
a vida de um dependente químico.
• O co-dependente deixa de viver a sua própria vida, para se dedicar
totalmente a tudo que acontece na vida do dependente.
• Os co-dependentes são pessoas que nunca sabem o que vai
acontecer, são sempre bombardeados por problemas, perdas e
mudanças.
-É escravo do dependente químico;
-É afetado por tudo que o dependente faz de errado;
-Fica constantemente ansioso e angustiado, com sentimentos
de culpa e raiva;
-Sofre junto com o dependente, porém sem o prazer efêmero
da droga;
-Enquanto o dependente é viciado na droga, o co-dependente é
viciado nos problemas do dependente.

Podemos resumir esse impacto através de quatro estágios pelos
quais a família progressivamente passa sob a influência das drogas
e do álcool.

1. Na primeira etapa, é preponderantemente o mecanismo de


negação. Ocorre tensão e desentendimento, e as pessoas
deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem.
2. Em um segundo momento, a família demonstra muita
preocupação com essa questão, tentando controlar o uso da
substância, bem como as suas consequências físicas,
emocionais, no campo do trabalho e no convívio social.
Mentiras e cumplicidades relativas ao uso problemático de
álcool e outras drogas instauram um clima de segredo familiar.
A regra é não falar do assunto, mantendo a ilusão de que as
drogas e o álcool não estão causando problemas na família.
• 3. Na terceira fase, a desorganização da família começa a ocorrer.
Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis. As famílias
assumem responsabilidades de atos que não são seus. Assim, o
usuário problemático perde a oportunidade, muitas vezes, de
perceber as consequências do abuso de álcool e de outras drogas. É
comum ocorrer uma inversão de papéis e funções; por exemplo, a
esposa que passa a assumir todas as responsabilidades da casa em
decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha passa a
cuidar dos irmãos em consequência do uso de álcool e outras drogas
por parte da mãe.
4- O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional,
podendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em
de seus membros. A situação fica insustentável, levando ao
afastamento dos membros e gerando rupturas familiares. Dados
esses processos, é fundamental que as famílias sejam incluídas
Filhos de Dependentes químicos
Filhos de dependentes químicos apresentam risco aumentado
para transtornos psiquiátricos, desenvolvimento de problemas físico-
emocionais e dificuldades escolares. Dentre os transtornos
psiquiátricos, apresentam um risco aumentado para o consumo de
substâncias psicoativas, quando comparados com filhos de não-
dependentes químicos, sendo que filhos de alcoolistas têm um risco
aumentado em quatro vezes para o desenvolvimento do alcoolismo
(West, 1987; Merikangas et al., 1985; Cotton, 1979).
No entanto, também é um grupo com maior chance para o
desenvolvimento de depressão, ansiedade, transtorno de conduta e
fobia social.
• O desenvolvimento de problemas físico-emocionais, são
predominantes: baixa auto-estima, dificuldade de
relacionamento, ferimentos acidentais físico e sexual.

• O desenvolvimento cognitivo: empobrecimento cognitivo em geral


se dá pela falta de estimulação no lar, gerando dificuldades em
conceitos abstratos, exigindo que essas crianças tenham
explicações concretas e instruções específicas para acompanhar o
andamento da sala de aula.

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