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Unidade letiva 7
7.1. Família
DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA
Família → conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco resultante de casamento, de consanguinidade ou, menos
frequentemente, de adoção e no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças.
LAÇOS DE PARENTESCO X
Os laços de parentesco abrangem as relações constituídas por casamentos ou linhas de descendência consanguíneas e,
nalguns casos, pela adoção.
As relações de parentesco são muito importantes na mobilização de redes de entreajuda familiar, para cuidar dos mais novos e
dos mais velhos, na inserção no mercado de trabalho dos jovens adultos e no apoio à constituição de novas famílias.
DEFINIÇÃO DE CASAMENTO X
Casamento → contrato celebrado entre dois indivíduos adultos que traduz uma união sexual reconhecida sexualmente,
estando geralmente associada à monogamia – um homem ou uma mulher só pode ser casado com um e só um indivíduo –,
embora a poligamia – um homem ou uma mulher pode estar casada com mais de um indivíduo – também possa estar ligada ao
casamento.
TIPOS DE FAMÍLIAS
Nucleares [dominantes nos meios urbanos] – constituídas por dois adultos vivendo juntos com filhos biológicos ou
adotados.
Extensas [existem principalmente nos meios rurais]– situação em que outros parentes, de gerações diferentes,
coabitam ou vivem muito próximo do casal e filhos.
Monoparentais – constituída por apenas um adulto e respetivo(s) progenitor(es). Esta situação pode ser causada pelo
divórcio ou separação dos pais, pela morte de um dos elementos da família ou pelas «mães solteiras».
Recompostas – famílias resultantes da constituição de laços conjugais depois do divórcio, sendo que pelo menos um
dos adultos tenha filhos de casamentos anteriores e existindo um progenitor biológico que vive fora da casa de família.
Os seus elementos não estão forçosamente ligados por laços de parentesco e consanguinidade. Estas surgem com
novos tipos de relações, uma vez que agregam filhos provenientes de lares diferentes, o que pode gerar confrontos de
hábitos e perspetivas.
Uniões de facto [situação cada vez mais comum na sociedade ocidental] – constituída por um casal que decide viver
junto e ter relações sexuais sem haver casamento. Nem sempre esta situação é temporária, isto é, uma experiência
que antecede o casamento; existem, cada vez mais, uniões de facto que perduram e que, com base em compromissos
livremente aceites, decidem criar os seus filhos.
Unipessoais – constituída por apenas uma pessoa a viver sozinha.
Homossexuais – constituída por homens ou mulheres homossexuais que vivem como casais cujas relações se
baseiam num compromisso pessoal.
As famílias deixaram de ser unidades de produção económica. Embora a lógica económica continue a estar presente
nas famílias, agora é na gestão dos rendimentos de que dispõem e não na lógica da produção;
O papel da mulher na família alterou-se profundamente, tanto a nível económico – autonomia financeira feminina –
como jurídica – deixou de existir o chefe da família –, resultando numa democratização das relações conjugais, sendo
que tanto o homem com a mulher são responsáveis pela educação dos filhos. Estas mudanças explicam-se com a
generalização da atividade feminina no mercado de trabalho e com o contributo da mulher para os rendimentos da
família de forma igual à do homem.
As práticas familiares nem sempre coincidem com os princípios estabelecidos, nomeadamente no que se refere à
partilha das tarefas domésticas, em que a sobrecarga de trabalho para as mulheres é ainda muito grande.
A introdução de contracetivos leva ao controlo da natalidade, estando na origem da distinção entre procriação e
sexualidade e permitindo o planeamento da vida familiar. Assim, a vivência plena da sexualidade e a realização
pessoal do indivíduo passam a fazer parte dominante da conjugalidade.
A família moderna investe grandemente na socialização escolar dos filhos para poderem adquirir diplomas que
permitam a mobilidade social. Com isto, a entrada no mercado de trabalho verifica-se cada vez mais tarde,
prolongando-se a dependência material e afetiva entre pais e filhos.
Passa-se de uma relação democrática entre pais e filho em detrimento do dever de obediência cega dos filhos
relativamente ao pai (enquanto chefe de família) para aos pais, tanto o pai como a mãe (depois do desaparecimento da
figura do chefe de família).
Atualmente, as relações entre pais e filhos são baseadas sobretudo na negociação e no diálogo , embora ainda haja
desigualdade relativamente às classes sociais. As classes mais favorecidas utilizam a negociação e o diálogo,
transmitindo-lhes valores de autonomia e sensibilidade que promovam o desenvolvimento das suas potencialidades. As
classes mais desfavorecidas geralmente têm atitudes constrangedoras e de algum autoritarismo, chegando a utilizar o
medo e a violência com o fim de condicionar as crianças, transmitindo-lhes valores como a acomodação e a obediência
às regras.
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR
7.2. Escola
NOÇÃO E DESENVOLVIMENTO EM PORTUGAL
A escola corresponde à instituição onde se passa a infância e a grande parte da juventude, numa preparação, mais ou menos
intensa, para a entrada na vida adulta.
Foi com o advento do capitalismo e com a revolução liberal que a escola se democratizou, passando o Estado a assumir um
papel fundamental na criação de escolas públicas, o que permitiu a todos o acesso a uma escolaridade obrigatória mínima.
Contudo, o processo de escolarização da população portuguesa foi lento e difícil: fomos dos primeiros países a instituir
legalmente a escolaridade obrigatória (1835), embora seja só após a Revolução do 25 de Abril de 1974 que a taxa de
analfabetismo se reduz consideravelmente.
É então que se regista uma rápida universalização do ensino com a expansão e melhoria do nível académico dos portugueses
através do alargamento da escolaridade obrigatória de seis para nove anos (1986), do aumento do número de jovens a
frequentar o ensino superior e também da criação do ensino pré-primário público (a partir dos 5 anos).
Deste modo, a escola desenvolve várias funções sociais, das quais se destacam:
Socialização, já que contribui para a interiorização de valores e para a aprendizagem de normas que padronizam atitudes
e comportamentos, cujo objetivo básico é a integração social dos indivíduos;
Qualificação, pois também vai habilitar os alunos com um conhecimento específico e/ou um saber prático, com vista a
uma entrada qualificada no mercado de trabalho;
Reprodução social, já que, ao transmitir os padrões culturais próprios de cada sociedade, contribui para a reprodução
cultural e social.
Contudo, essa igualdade na entrada não se consubstanciou numa verdadeira igualdade de oportunidades , continuando a
escola a ter um papel fulcral ao nível da reprodução social. De maneira geral, os jovens que prolongam a sua escolaridade até
níveis mais elevados são oriundos de famílias com maior capital cultural e económico.
Assim, o sistema escolar, que à partida oferece as mesmas oportunidades a todos, segrega no seu seio mecanismos que
transformam as desigualdades sociais em desigualdades escolares, que por sua vez ajudam a perpetuar as desigualdades sociais.
Este fenómeno tem inúmeras consequências, implicando modificações de grande alcance e, em última instância, uma
reconversão do funcionamento da instituição escolar.
Assim, pode-se falar de um novo paradigma educativo identificado pela expressão aprendizagem ao longo da vida (lifelong
learning) – toda e qualquer atividade de aprendizagem, empreendida numa base contínua que vida melhorar conhecimentos,
aptidões e competências do cidadão.
O governo português, neste espíritos de aprendizagem ao longo da vida, desenvolveu um programa a que chamou Novas
Oportunidades para que os jovens e a população adulta possam elevar os seus níveis de qualificação académica e profissional.