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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I. P.

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO

Curso: Técnico/a de Ação Educativa


Formadora: Luísa Monteiro
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Objetivos:

• Identificar as mudanças na sociedade portuguesa que levam à


necessidade de criar espaços socioeducativos.
• Distinguir espaço pedagógico de espaço socioeducativo.
• Organizar um espaço socioeducativo de acordo com as características do
grupo e do contexto e normas de segurança aplicáveis.
• Reconhecer a organização do ambiente educativo como suporte do
desenvolvimento curricular.
• Identificar as normas de instalações e de equipamento e material dos
espaços socioeducativos.

Conteúdos

➢ Alterações na sociedade portuguesa


➢ Alteração na composição dos sectores produtivos e na distribuição da
população ativa
➢ Crescente feminização do trabalho por razões económicas e sociais
➢ Crescente independência da mulher do ponto de vista económico e
afetivo
➢ Novas formas de família
➢ Conceito de espaço educativo
➢ Conceito de espaço socioeducativo
➢ Conceito de animação socioeducativa
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➢ Abordagem às características das crianças e dos jovens em função da
faixa etária, para garantir espaços seguros e promotores de bem-estar
➢ Organização do ambiente educativo
➢ Organização do/s grupo/s,
➢ Organização do espaço
➢ Funcionalidade e adequação do espaço interior e exterior
➢ Área totalmente aberta
➢ Áreas acolhedoras e reservadas
➢ Ateliers
➢ Espaço exterior
➢ Adequação às necessidades e evolução do grupo
➢ Organização do tempo
➢ Critérios para a escolha de equipamento adequado
➢ Seguro
➢ Funcional
➢ Qualidade estética
➢ Adequação ao nível etário
➢ Resistência
➢ Multiplicidade de utilizações
➢ Valorização de materiais naturais
➢ Utilização de materiais recicláveis
➢ Critérios para a escolha de materiais
➢ Funcionalidade
➢ Versatilidade
➢ Durabilidade
➢ Segurança
➢ Valor estético
➢ Igualdade de género
➢ Fácil conservação e limpeza
➢ Normas de segurança
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➢ Rico e variado
➢ Polivalente
➢ Resistente
➢ Estimulante e agradável à vista e ao tato
➢ Acessível
➢ Manufaturado e/ ou feito pelas crianças ou jovens
➢ Material educativo

Alterações na sociedade Portuguesa


A família é, nos primeiros anos de vida das crianças, o seu primeiro e principal grupo
de referência, logo tem um importante papel no processo de desenvolvimento e
socialização das crianças.
A família e os seus membros não só servem como modelo de comportamento como
também são os que marcam os padrões de relação que configuram a primeira visão do
mundo da criança.

Alteração na composição dos sectores produtivos e na distribuição da


população ativa
Os setores produtivos como a agricultura, o comércio e a indústria, sofreram
alterações ao longo do tempo.
A agricultura perdeu importância porque as pessoas começaram a procurar nas
cidades melhores condições de vida. Assim, começaram a trabalhar e a ganhar o seu
sustento através do comércio e da indústria.
As mulheres entraram no mercado de trabalho e tiveram de começar a deixar as suas
crianças nos infantários.
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Principais setores de atividade


Os principais setores de atividade exercidos pela população com o intuito de
produzirem bens e serviços era:
1. Setor primário: Pesca, pecuária e agricultura;
2. Setor secundário: Indústria, construção civil e obras públicas;
3. Setor terciário: Comércio, transportes e educação.

Crescente feminização do trabalho por razões económicas e sociais


A entrada da mulher no mercado de trabalho foi, em grande parte, possibilitada pela
sua árdua luta através de movimentos feministas em prol desse direito.
Por outro lado, o aumento do custo de vida e a crescente monetarização da economia
que acompanhou o fenómeno urbano em expansão ao longo do tempo, levou a que
houvesse a necessidade de as mulheres começarem a contribuir para o rendimento
familiar, não apenas através da reposição da força de trabalho, mas também do seu
salário.

Crescente independência da mulher do ponto de vista económico e


afetivo
A mulher começou a ser mais independente do ponto de vista económico, pois com a
sua entrada no mercado de trabalho, começou a ganhar o seu próprio salário, deixado,
deste modo, de depender do marido.
Do ponto de vista afetivo, antigamente, o casamento era a única forma de as mulheres
conseguirem conquistar uma certa autonomia, pois geralmente, só abandonavam a
casa dos progenitores após o casamento ou para integrar um convento.
Com o passar do tempo e com as mudanças na sociedade, a atividade profissional
começa a ser valorizada pelas mulheres por várias razões:
1. O maior poder que lhes é atribuído na relação conjugal perante o marido;
2. O reconhecimento de competências que antes eram desvalorizadas;
3. Desenvolver relações sociais.
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Antigamente:
Somente o homem contribuía monetariamente para a casa.
A mulher cuidava exclusivamente dos filhos.
A mulher não participava na vida da comunidade (não votava, não usufruía de
eventos culturais, entre outros.
O divórcio e o sexo eram um assunto tabu para as mulheres.

Atualmente:
Ambos contribuem para as despesas da casa.
A mulher entra no mercado de trabalho e as crianças começam a frequentar
em maior número os infantários.
A mulher começa a ter voz, tanto no trabalho como no casamento.

Instabilidade das relações matrimoniais, aumento da taxa de divórcio e erosão


da unidade familiar

A família começou a perder o seu valor funcional. Com a entrada da mulher no


mercado de trabalho deu-se uma alteração na relação matrimonial.
O casamento deixou de ser visto como um contrato, com objetivo último de
assegurar a transmissão de vida, dos bens e dos nomes e passou a ser a
expressão do sentimento, ao invés do património.
Após o 25 de Abril de 1974, as mulheres conquistaram não só o direito à
igualdade, como também a permissão ao divórcio, quer de casamentos civis,
quer de casamentos católicos.
As mulheres começaram a dedicar-se cada vez mais às suas carreiras
profissionais, constituindo família cada vez mais tarde, e/ou até optando por
não constituir família e ter filhos.
Todas estas alterações contribuíram para que:
a) Houvesse um aumento de famílias nucleares;
b) Diminuição do número de filhos por agregado familiar.

Novas formas de família


Família nuclear ou simples: Uma só união entre adultos, e um só nível de
descendência. Família constituída por pais- mãe e pai- e filho/a(s).
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Família alargada ou extensa: Coabitam ascendentes, descendentes e/ou colaterais por
consanguinidade ou não, para além dos progenitores e/ou filhos. Família constituída
por, p.e., pais, filhos, avós, etc.
Família reconstruída, combinada ou recombinada: Família em que existe uma nova
união conjugal, com ou sem descendentes de relações anteriores, de um ou dois
cônjuges.
Família monoparental: Família constituída por um progenitor que coabita com o/a (s)
seu (s) descendentes.
Família homossexual: Família em que existe uma união conjugal entre duas pessoas
do mesmo sexo, independentemente da restante estrutura.

Conceitos
Espaço Educativo
O espaço educativo é o local onde se desenvolve a educação do ser humano.
Tanto o ato de ensinar, como o ato de aprender exige condições propícias ao bem-estar.
A família é o primeiro espaço educativo onde cada criança se insere, e o qual ajuda na
promoção do ser enquanto pessoa.
É neste contexto que a criança terá consciência do seu papel primário e onde se inicia o
processo de socialização primária que a levará à interação com a comunidade.
O espaço educativo seguinte é a escola, onde receberá a noção de educação
sistematizada.
Espaço socioeducativo
O espaço socioeducativo destina-se essencialmente a complementar a aprendizagem
do jardim de infância (pré-escolar), e está dividido em três momentos:

• Acolhimento: à medida que as crianças chegam, tomam o lanche da manhã.


Deve apostar-se num ambiente acolhedor onde as crianças possam conversar e
brincar enquanto esperam a chegada da Educadora.
• Almoço: Este é o segundo momento do espaço socioeducativo, onde são
criadas as condições para ser um momento de prazer. Tem como principal
objetivo criar nas crianças hábitos de conduta adequados.
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• Prolongamento: Neste espaço procura-se uma área o mais parecido possível
com a família, tendo como principal objetivo a segurança e bem-estar da
criança, privilegiando-se a livre escolha e a brincadeira espontânea. Pretende
desenvolver-se as atividades de animação socioeducativas que têm como
grande objetivo envolver as crianças, valorizando o prazer de conviver em vez
da preocupação das aprendizagens, contribuindo assim para um maior e mais
saudável desenvolvimento global da criança.
Dependendo das necessidades apresentadas pela família.

Animação socioeducativa
A animação socioeducativa surge como uma estratégia complementar do sistema
educativo, com base na educação não formal.
Intervém essencialmente como uma ação educativa que tem como objetivos básicos,
privilegiar o prazer de estar e conviver, a disponibilidade, a compreensão, a
afetividade, a satisfação e o bem-estar.
Implica o envolvimento da criança com o desenvolvimento da imaginação, da
criatividade e da curiosidade, facilitando deste modo as abordagens às áreas da
formação pessoal, social e do conhecimento do Mundo.
A animação socioeducativa possui várias modalidades: a educativa, a social e a
cultural. Em todas elas o animador desempenha o papel de educador, baseando-se na
animação socioeducativa através de programas e atividades extracurriculares.

Abordagem às principais características


das crianças e dos jovens em função da
faixa etária
O espaço físico deve ser acolhedor, seguro e deve promover o bem-estar das crianças,
onde elas podem brincar, criar e recriar brincadeiras, sentindo-se estimuladas e
independentes.
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O espaço físico deve ser acessível à criança e deve estar organizado de acordo com a sua
faixa etária, propondo desafios cognitivos e motores, desenvolvendo as suas
potencialidades e necessidades, como a autonomia e socialização.
Assim, em cada faixa etária, a criança desenvolve-se em vários níveis e características
diferentes.

0-6 meses
Nesta fase ocorre o fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso da
criança. Quando a criança atingir os 4 meses terá o completo controlo da cabeça. É
também nesta fase que ocorre o desenvolvimento da visão.
6-12 meses
Esta fase é marcada pelo desenvolvimento dos músculos e do controlo motor, podendo
assim a criança conseguir sentar-se sozinha e aventurar-se a ficar em pé utilizando como
apoio os móveis e os objetos que estejam à sua volta.
Ao atingir os 8 meses, a criança já é capaz de se locomover sozinha.
Em relação à coordenação, a criança já é capaz de segurar os objetos com mais firmeza
do que no início, e consegue manipulá-los de uma mão para a outra.
1-2 anos
Quando a criança atinge o primeiro ano já é capaz de dominar o seu corpo e equilíbrio,
subindo e descendo escadas, móveis, etc.
A motricidade fina está totalmente controlada e quanto mais estimulada for, melhor é
a sua capacidade.
Quando já está mais próximo de completar os 2 anos já é capaz de andar e segurar um
objeto ao mesmo tempo.
2-3 anos
A criança ao completar 2 anos de idade já possui equilíbrio e a sua capacidade de
coordenação é elevada e já consegue saltar enquanto corre.
A motricidade fina está ainda mais desenvolvida. A criança já consegue segurar um lápis
fino para desenhar, e comer sozinho com o auxílio de uma colher.
Dos 2 aos 3 anos a criança já começa a controlar os esfíncteres.
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3-4 anos
Desenvolvimento físico:
Corre, salta, pode começar a andar de triciclo e tem um grande desejo de experimental
tudo.
É cada vez mais independente ao nível da sua higiene e já capaz de controlar os
esfíncteres, principalmente durante o dia.
Desenvolvimento moral:
Começar a distinguir o certo do errado.
Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva.
Desenvolvimento intelectual:
Utiliza bastante a imaginação, início dos jogos de faz de conta e dos jogos de papéis.
É bastante curiosa e investigadoras.
Desenvolvimento emocional:
É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo.
Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança.
Imita os adultos.
Desenvolvimento social:
Tem dificuldade em cooperar e partilhar.
Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividade de grupo com
outras crianças.
4-5 anos
Desenvolvimento físico:
Grande atividade motora, com maior controlo dos movimentos.
Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com ajuda.
Desenvolvimento moral:
Tem maior consciência do certo e do errado, preocupando-se geralmente em fazer o
que está certo.
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Pode culpar os outros pelos seus erros (dificuldade em assumir a culpa pelos seus
comportamentos).
Desenvolvimento intelectual:
Articula bem consoantes e vogais, e constrói frases bem estruturadas.
Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios,
animais, etc.
Desenvolvimento emocional:
Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar.
Tem uma confiança crescente em si própria e no Mundo.
Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros.
Desenvolvimento social:
Gosta de brincar com outras crianças.
Gosta de imitar as atividades dos adultos.
Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro.

5-6 anos
Desenvolvimento físico:
É capaz de se vestir e despir sozinha.
Assegura a sua higiene com autonomia.
Desenvolvimento moral:
Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem, e em agradar, poderá por
vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis.
Desenvolvimento intelectual:
Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais.
É capaz de agrupar e ordenar os objetos tendo em conta o tamanho (do menor para o
maior,p.e.)
Segue as instruções e aceita supervisão.
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Desenvolvimento emocional:
Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães, de se magoar. Começa a ter
uma maior noção do perigo.
Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros.
Envergonha-se facilmente.
Desenvolvimento social:
Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros.
É capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças do mesmo
sexo.
Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e a partilhar.
Começa a interessar-se por temas mais elaborados.

Organização do ambiente educativo


A organização do espaço e do ambiente educativo deve ser pensado de forma a
proporcionar um lugar acolhedor e prazeroso para a criança, onde ela possa brincar,
criar e recriar as suas brincadeiras, sentindo-se assim estimulada e independentes.

Organização dos grupos


Tal como exploramos anteriormente, à medida que as crianças se desenvolvem, as
suas competências e necessidades também se vão desenvolvendo, logo, é
fundamental que tanto a organização do espaço, como do ambiente e do grupo seja
pensado e estruturado de acordo com a sua faixa etária, propondo desafios cognitivos
e motores variados que contribuam para o desenvolvimento das suas necessidades
(p.e. autonomia e socialização).
Assim, as atividades devem ser pensadas e organizadas no que se refere ao risco e
benefício que oferecem no processo de ensino, crescimento e desenvolvimento
integral, saúde e bem estar da criança.

Organização do Espaço
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Os ambientes devem ser planeados e adequados para promover aprendizagens
significativas, alegria, o gosto de estar no jardim, e que potenciam o desenvolvimento
integrado das crianças.
A sala deve ser segura e bem conservada.
Os materiais devem ser ordenados e etiquetados. Devem também ser suficientes para
várias crianças trabalharem em simultâneo.
A existência de materiais diversificados e ao alcance das crianças, dá-lhes
oportunidade de trabalhar ao nível da linguagem, representação, numeração, tempo,
movimentação e desenvolvimento socio emocional.
1. Ateliers
Principais objetivos: Participar em diferentes atividades, experimentar diferente
materiais e técnicas de artes plásticas. Desenvolver a motricidade fina, o sentido
estético, a concentração e a atenção e promover uma maior independência e auto-
estima.
Expressão plástica: desenhar, colar, modelar, pintar e construir.
Atelier de leitura: ouvir e contar histórias.
Atelier de música: Cantar e tocar instrumentos.

2. Espaço exterior
Nesta área a criança pode brincar livremente, realizar atividades, explorar o espaço
e interagir com os pares.
Este espaço deverá ser: amplo, ter áreas que estejam ao sol e outras à sombra e
ter objetos de jogo simbólico.
Ao brincar no exterior as crianças integram-se com os elementos da natureza. Isso
faz com que a criança desenvolva as suas aptidões motoras, cognitivas e torna-a
mais criativa e curiosa, com vontade de explorar as coisas à sua volta.

3. Adequação às necessidades do grupo


O grupo deve ser constituído tendo em conta todos os aspetos mencionados em
tópicos anteriores (idade,p.e.).
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Devem ser traçados objetivos individuais e de grupo a nível pedagógico, motor,
intelectual, etc.
Trimestralmente deve ser feita uma avaliação com o intuito de avaliar o cumprimento
dos objetivos.
Se necessário, as estratégias deverão ser definidas e adequadas ao grupo com o qual
estão a trabalhar.
4. Organização do tempo
Devem ser estabelecidas rotinas diárias com as crianças que permitam fomentar a
segurança, estabilidade emocional e restante desenvolvimento global da criança.
As rotinas devem conter momentos de:
Higiene
Alimentação
Sono
Brincadeira livre
Aprendizagem

5. Funcionalidades e adequação ao espaço exterior e interior


Espaço interior:
Deve ser acolhedor e amplo;
Deve promover aprendizagens significativas;
Tem de dar possibilidade de a criança brincar, criar e recriar atividades e brincadeiras;
Deve ser um espaço onde a criança possa interagir com os seus pares.

Espaço exterior:
Deve ser mais amplo que o espaço interior para dar liberdade à criança;
Tem que ser um espaço seguro, sem perigos para a criança;
O espaço deverá conter uma área coberta.
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6. Área totalmente aberta


Nesta área a criança aprende com liberdade, autonomia e espontaneidade.
Aqui, a criança deve:
Poder andar, descer, saltar.
Deve possuir uma zona coberta para os dias de sol ou chuva.
Os baloiços, escorregas, etc, devem estar bem conservados e concebidos, assim como
toda a área envolvente.
Deve existir uma maior vigilância por parte dos auxiliares e educadores, de forma a
que as crianças brinquem em segurança.

7. Áreas acolhedoras e reservadas


As áreas acolhedoras devem promover o bem estar da criança através de:

• Espaços alegres;
• Espaços organizados;
• Espaços coloridos;
• Espaços seguros;
• Espaços confortáveis;
• Espaços que cumpram com as normas de segurança adequadas;
• Várias salas, com diferentes e diversas texturas, atrativas e apropriadas a cada
atividade;
As Salas
As salas devem ser organizadas de forma a permitir às crianças a realização de
diferentes atividades. Devem, também, existir momentos de trabalho individual e em
grupo.
Na organização do espaço da sala de atividades deve considerar-se aquilo que existe
maioritariamente em sala: o mobiliário e os matérias didáticos. Deve também ser um
espaço dividido em várias áreas ou espaços com mobiliário adequado de modo a
proporcionar às crianças diferentes dinâmicas de trabalho.
É importante que o ambiente estimule os sentidos das crianças através de elementos
exteriores (cheiro a flores, a brisa do vento, o calor do sol, o som da chuva, p.e.).
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O espaço deve, também, possuir diferentes e diversas texturas (liso, rugoso, duro,
mole, quente, frio..)

Áreas reservadas devem proporcionar:

• Tranquilidade;
• Descanso;
• Bem estar.

Tipos de equipamentos

As prioridades de aquisição de equipamento, tendo em conta as necessidades e


interesses do grupo de crianças, deve satisfazer uma série de requisitos de
qualidade, nomeadamente:
• Qualidade estética;
• Adequação ao nível etário;
• Resistência adequada;
• Normas de segurança;
• Multiplicidade de utilizações;
• Valorização de materiais naturais;
• Utilização de materiais recicláveis.
Distinguem-se 3 tipos de equipamentos:

• Mobiliário;
• Material didático de consumo e de apoio;
• Material de exterior.

Mobiliário
As suas características fundamentais deverão ser: mobilidade, polivalência e
compatibilidade.
De modo a permitir a diversificação de ambientes em que se desenvolvam diferentes
atividades.
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O mobiliário deverá ter uma função formativa junto dos seus utilizadores
As suas funções características fundamentais deverão ser:

• Mobilidade;
• Polivalência;
• Compatibilidade;
Deverá permitir a diversificação de ambientes em que se desenvolvam diferentes
atividades. Ao mesmo tempo, na seleção de todo o mobiliário, devemos ter em conta
características como:

• Solidez;
• Estabilidade;
• Fácil limpeza e conservação.

Material
Na seleção do material deverão ser adotados critérios que permitam ao mesmo ser:

• Rico e variado;
• Polivalente (servindo mais do que um objetivo)
• Resistente;
• Estimulante e agradável à vista e ao tato;
• Multigraduado (permitindo a utilização de vários níveis de dificuldade)
• Acessível (tanto pela forma como se arruma, quanto pela forma que pode ser
utilizado)
• Manufaturado e/ou feito pelas crianças.

O material a utilizar deve ainda privilegiar os seguintes objetivos:

• Favorecer a fantasia e o jogo simbólico;


• Favorecer a criatividade;
• Estimular o exercício físico;
• Estimular o desenvolvimento cognitivo.
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Existem vários tipos de material que se poderão utilizar e adquirir.


Material didático: Denomina-se material didático ao conjunto de instrumentos que
facilitem a aprendizagem cuja durabilidade, embora variável, seja uma característica
inerente.
Material de apoio: Compreende todo o equipamento designadamente audiovisual, de
reprografia, de secretária e de informática, facilitados pelos estabelecimentos de
educação pré-escolar.
Exemplos de materiais de apoio:

• Gravador áudio;
• Cassetes/DVD’s;
• Máquina fotográfica;
• CD’s de música.

Material de consumo: Todo o material de desgaste, utilizado no estabelecimento de


educação.
Exemplos:

• Colas, papéis de diferentes tamanhos e texturas;


• Pigmentos de cor, pinceis de vários tamanhos;
• Barro;
• Plasticina;
• Trinchas, tecidos, lãs;
• Lápis de cera, marcadores, lápis de cor;
• Aventais;
• Tesouras.

Material de exterior: O conjunto de equipamentos colocados no exterior do


estabelecimento que deve proporcionar resposta às necessidades de movimentos,
descoberta, exploração e descontração.
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A importância da segurança: O material de exterior deverá permitir à criança uma livre
expansão das energias acumuladas, possibilitando desenvolver e testar as suas
características físicas. Aqui, um aspeto fundamental a ter em conta na escolha do
material é a segurança.

Segurança
Esta deve ser garantida a todos os níveis. Desde a seleção dos materiais, à sua utilização
final, devendo ser respeitadas as normas legais em vigor, neste domínio:

• A marca “CE” deve figurar em todos os brinquedos e material didático, de forma


legível e visível;
• Os compradores devem verificar se o nome e endereço do fabricante, do
representante legal ou do importador vêm identificados no brinquedo ou na
embalagem;
• Os utilizadores devem seguir as instruções do fabricante e respeitar a idade
mínima aconselhada;
• Os brinquedos, e cada uma das peças que o compõem, devem ser
suficientemente sólidas e estáveis para resistirem a tensões e pressões sem se
partirem ou danificarem facilmente;
• Na aquisição do mobiliário devem ser considerados os danos ergonómicos e
antropométricos para que se estimulem as posturas corretas, e as características
como a solidez, a estabilidade, a fácil conservação e limpeza são também fatores
a ter em consideração no design de todo o material;
• Os materiais de desgaste não devem ser tóxicos, contundentes ou inflamáveis;
• As embalagens vazias e os desperdícios devem ser utilizados pela criança, sem
riscos de estrangulamento ou sufocação.
Existem inúmeros materiais educativos que se podem utilizar:
Livros e revistas: Os livros e revistas devem ser adequados à faixa etária dos elementos
do grupo. Estes materiais vão proporcionar momentos de partilha individual ou em
grupo, e estimular o gosto pela leitura e pelas diferentes formas de comunicação.
Jogos: O jogo é o exercício mais completo de todos, e é através do mesmo que
agregamos valores e virtudes à nossa vida. É através dos jogos que as crianças ampliam
os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e sobre tudo aquilo que está ao seu redor.
Como tal, os jogos devem ser adequados à idade, seguros e divertidos. Os seus objetivos
são:

• Desenvolver a imaginação e a criatividade;


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• Desenvolver a coordenação;
• Desenvolver a motricidade fina;
• A criança exercita as suas potencialidades, o que provoca o funcionamento do
pensamento e adquire conhecimento social e emocional.
A psicomotricidade desenvolve a interdependência entre o desenvolvimento motor,
afetivo e intelectual.
Exemplos:

• Colocar roupa em bonecos e despi-los;


• Desenhar;
• Movimentar o corpo ao som da música;
• Verem-se ao espelho;
• Entre outros.

Brinquedos
Através do brincar a criança desenvolve elementos fundamentais na formação da
personalidade visto que aprende, experimenta situações, organiza as suas emoções,
processa informações e constrói autonomia de ação.
Cuidados a ter:

• Devem ser adequados para a idade;


• Não devem ser feitos de materiais tóxicos;
• A criança deve aprender a arrumar os seus brinquedos, aprender a respeitá-los
e não a destruí-los;
• Devem ser higienizados diariamente.

Bricolage
A bricolage tem como principais objetivos:

• Estimular o sentido da curiosidade e a necessidade de experimentação da


criança;
• Desenvolver a destreza manual e a motricidade fina;
• Desenvolver o sentido estético.
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Materiais didáticos que deverão existir:

• Jogos de manipulação/coordenação motora;


• Jogos de encaixe e construção;
• Puzzles;
• Jogos de regras, dominós, loto;
• Jogos de classificação lógica;
• Material de contagem;
• Material de carpintaria;
• Material de música (pandeireta, xilofone,etc);
• Acessórios de culinária;
• Letras móveis;
• Enciclopédias e livros infantis;
• Postais e imagens;
• Jogos simbólicos (p.e. mobiliário e equipamento da casa de bonecas, vestuário,
bonecas, cozinha);
• Fantoches;
• Veículos.

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