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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

ÁREA DO CONHECIMENTO DE HUMANIDADES


CURSO DE PSICOLOGIA

ENTREVISTA COM A FAMÍLIA: RELATÓRIO

Joziane Dias da Costa Ramallo, Pâmela Ágatha Lianni, Sarah Pulsz, Sofia Leticia
Bonfanti, Vicenzo Amaral Dill Goi, Victoria Cristofoli dos Santos

Caxias do Sul, 2023


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SUMÁRIO
Página
INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
METODOLOGIA..................................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................7
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................8
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INTRODUÇÃO

O conceito de família é complexo e varia de acordo com diferentes culturas,


sociedades e contextos históricos. Geralmente, a família é considerada um grupo de
pessoas que possuem vínculos afetivos, parentesco e que vivem juntas em uma unidade
doméstica . Tradicionalmente, a família é composta por um pai, uma mãe e seus filhos,
formando a chamada família nuclear. No entanto, as estruturas familiares têm evoluído ao
longo do tempo e podem incluir diversas configurações, como famílias monoparentais,
famílias reconstituídas (com membros de casamentos ou relacionamentos anteriores),
famílias adotivas, famílias homoafetivas, entre outras.
O papel da família vai além da simples coabitação. Ela desempenha importantes
funções sociais, emocionais e econômicas, como o cuidado e a educação dos filhos, a
transmissão de valores, a socialização, o apoio mútuo, entre outras. A família também pode
ser considerada uma unidade de apoio e proteção, fornecendo suporte emocional e material
aos seus membros.
É importante ressaltar que o conceito de família é fluido e está em constante
transformação. Diferentes culturas e sociedades têm suas próprias definições e
entendimentos do que constitui uma família. O reconhecimento e o respeito pela
diversidade de estruturas familiares são fundamentais para uma sociedade inclusiva e
plural.
O presente trabalho foi realizado através de uma entrevista com uma família
formada por mãe, três filhos, uma nora e uma neta.
No decorrer desta entrevista é possível entender como a família se formou, as
transformações que ocorreram durante a vida, como eles entendem o relacionamento entre
o grupo e por fim relacionar com o que já foi estudado até o momento.
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METODOLOGIA

Foi realizada uma entrevista semiestruturada com horário marcado com duas
integrantes da família, mãe e filha. Após isso, foi realizada uma revisão de literatura, para
relacionar as respostas com o que foi orientado em sala de aula. O estudo sobre a família é
considerado como um sistema composto por membros que desempenham naturalmente
diferentes papéis, mostrando desempenho da parentalidade que está inerente ao conceito de
família, no entanto, nem sempre as estratégias familiares utilizadas são as mais adequadas
ao desenvolvimento parental.
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DESENVOLVIMENTO: ORIGEM DA FAMÍLIA

A origem da família como relata a Filha 2 foi “ após o matrimônio da mãe com o
pai”, dando origem assim a uma família tradicional, ou como podemos também chamar ,
família nuclear composta por pai, mãe e filhos. De acordo com a mãe, a estrutura familiar
foi estabelecida de forma patriarcal.
O ciclo vital desta família teve mudanças significativas ao decorrer do tempo, o
processo inicial da união após o nascimento dos filhos necessitava que fossem realizadas
novas decisões, para que os filhos tivessem melhores condições de vida e possibilidade de
melhores escolas, conforme relato feito pela mãe ela descreve este contexto: “ saímos da
chácara (interior da cidade) e fomos morar na cidade de Bagé para que os filhos pudessem
estudar.”
Com passar do tempo a constituição da família teve uma nova transição na
composição familiar, devido a conduta inapropriada do Genitor , que era considerado
ausente no núcleo familiar, e sem afeto com os filhos, onde sua função principal era
prover a vida financeira adequada, deixando as funções do cuidado domiciliar e a educação
e o cuidados dos filhos somente com a mãe , tendo como consequência a sobrecarga de
tarefas e a insatisfação dos filhos com a atitude do mesmo. Portanto as atitudes junto com
os conflitos o casal decide se separar. A separação torna a família monoparental com as
tomadas de decisões e o comando da casa passou a ser tarefa da matriarca da família, com
a confirmação nas palavras da Filha 2: “A autoridade da casa é a mãe, ela é quem manda e
para a mãe ficava todo o trabalho de casa e mais cuidar dos filhos”, no mesma contexto a
matriarca afirma o motivo da separação: “o marido só trabalhava e esquecia da família, não
ajudava em casa e não conversava com os filhos mas tinha tempo para o futebol e o celular
…”.
O formato coparental estabelecido pelo casal, após a separação fica caracterizado,
que os cuidados dos filhos passariam a ser dever somente da mãe , não havendo muitas
contestações entre o casal, repercutindo na vinda da família para nova cidade de Flores da
Cunha iniciando um formato de parentalidade. No entanto, o convívio entre o ex-casal com
o passar do tempo manteve-se saudável, assim ocorreu um novo casamento por parte do
pai.
A vida parental procede aos direitos, deveres e obrigações da função parental, a
qual a família entrevistada já possui, garantindo a sobrevivência e entre si, sempre
preservando os vínculos afetivos entre os irmãos com os pais, apesar do desenvolvimento
na parentalidade. A família de origem foi se reconstruindo e se modificando, hoje se
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reconstitui uma família extensa, onde mora a mãe, filhos, nora e neta, todos convivem na
mesma casa partilhando em família.
A família tornou-se extensa e necessitava que houvesse uma configuração única,
padronizando o funcionamento que cada indivíduo dentro do núcleo familiar, assim
formando demarcações de fronteiras nítidas, assim como,suas hierarquias. Na nova
configuração familiar, foram estipuladas que os subsistemas familiares, onde, o
primogênito dos filhos tem a como responsabilidade de manter as condições financeiras
adequadas para a matriarca, sendo que as outras filhas também possuem funções
estipuladas como, contribuição financeira para: água, luz, alimentação, vestimenta, e para
que não haja conflitos, a matriarca é responsável pelo cuidado integral da sua neta e dos
dilemas/conflito diários que são advindos do cotidiano; tem-se como regra da família
entrar em um comum acordo na base da conversa, até que, haja uma solução cabível e
favorável para todos os envolvidos.
A matriarca passou pelo divórcio com seu companheiro e também por algumas
perdas desta forma, juntos, a família como um todo conseguiu superar essas
perdas/separações de forma unida.
A família passou por alguns processos de resiliência, como o exemplo dito pela
Mãe: "Quando saíram da chacara e fomos morar na cidade para os filhos poderem
estudar”, a família precisou se adaptar a uma nova realidade, visto que, era necessário
passar por uma mudança, para que, os filhos pudessem ter mais oportunidades de estudos e
futuramente, oportunidades de emprego.
Ao decorrer do tempo, a família passou por novas mudanças em sua estrutura pela
separação do casal, trazendo uma reorganização do convívio e modificando a logística da
família. Tendo em vista futuras crises, hoje, eles possuem formas organizadas para
enfrentarem diversas situação , para que, todos possam chegar ao melhor equilíbrio na
tomada de decisões, desta forma
Quando a família entrevistada se formou, fez-se necessário realizar um casamento
para a união formal do casal. Um ritual religioso, que idealiza o matrimônio como uma
“nova fase” ou o início de um “novo ciclo” para o casal.
Essa tensão causada pelo divórcio resultou em um afastamento do pai para com
seus filhos e acabou influenciando no mito de madrastas. A matriarca da família hoje
realiza tentativas de aproximação dos filhos com o pai e a madrasta, para que, possam
voltar a conviver socialmente e com se encontrarem com mais frequência.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho de entrevista a uma família foi possível notar, em um ambiente
real, os aprendizados que tivemos em sala de aula. A família entrevistada não é uma
família considerada tradicional, e por este motivo, foi possível constatar diversos pontos na
convivência, funcionamento e que não são vistos em outros lares tradicionais, como por
exemplo, a mãe ser a chefe da casa.
As adversidades enfrentadas pela família entrevistada foram muitas desde sua
formação. A separação dos genitores e a necessidade de mudar de cidade para uma melhor
oportunidade aos filhos nem sempre são fáceis, e neste caso, a matriarca da família soube
administrar as mudanças e necessidades de todos os filhos, tendo ainda hoje, um bom
convívio com todos os integrantes.
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REFERÊNCIAS

Froma, W. [tradução Magda França Lopes; Revisão científica Claudia Bruscagin].


Fortalecendo a Resiliência Familiar - São Paulo: Roca, 2005. . Acesso em:
12/06/2022.
Rodriguez, B. C., & Gomes, I. C. (2012). Novas formas de parentalidade: do
modelo tradicional à homoparentalidade. Boletim de psicologia, 62(136),
29-36. Acesso em: 13/06/22. 7
Osorio, L., C., Família Hoje - Porto Alegre, Artes Médicas, 1996. Acesso em: 10/06/2022.

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