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3.

Famílias com Filhos Pequenos

Espaço adequado
Ambiente que a Nenhum espaço
criança nasce
Vácuo para ela preencher

Morte dos pais, falta de


intimidade conjugal, não
participação na vida fora
do lar, ...

Movimento para fora do lar Diminuição do


(ex.trabalho) tempo com os filhos
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▪ Mudanças profundas e desafiantes para a família nuclear e
família ampliada.
▪ Reequilíbrio entre trabalho, amigos, irmãos, pais.
▪ As relações domésticas organizadas em eixo vertical (avós-
pais-filho) e em dois eixos horizontais (dos irmãos e amigos
antes do casamento, e o do cônjuge e amigos após o
casamento).
▪ Sistema conjugal precisa ser ajustado para criar espaços
para os filhos.
▪ Colisão de paradigmas, entre crenças e atitudes adotadas
por homens e mulheres (igualdade sexual, casamento
igualitário, normas e atitudes culturais, políticas nacionais,
equilíbrio vida profissional X vida doméstica).
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▪ Depois do nascimento, os primeiros meses podem ser
considerados como parte da gravidez.
▪ A qualidade conjugal declina modestamente, mas
seguramente, desde o período anterior até o posterior ao
nascimento do primeiro filho.
▪ Um casamento que desenvolveu intimidade é um casamento
mais capaz de responder ao desafio da
peternidade/maternidade.

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▪ Sexualidade: declínio importante, porém, caberá aos
cônjuges criar espaço para intimidade.
▪ Atenção: envolvimento do bebê no processo proximidade-
distância.
▪ Para os casais cujo vínculo era mais de fusão do que de
intimidade, a chegada de um filho pode acionar
“triângulos” da família de origem.

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▪ Família ampliada – recursos ativos nas necessidades dos
pais.
▪ Com a chegada de um bebê todos os membros da família
avançam um grau no sistema de relacionamentos.
▪ Tornar-se avós faz lembrar a realidade finita da vida e
coloca-os em um papel secundário.
▪ Principais funções parentais:

AFETO LIMITES

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ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS

Dois aspectos fundamentais:


1) APOIO e AFETO = conduta através da qual os pais
mostram ao filho aceitação e compreensão
2) CONTROLE = conduta através da qual os pais
exercem sua influência sobre a conduta dos filhos.

Combinação de diferentes dimensões educativas


=
Padrões educativos
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ESTILO PARENTAL

AUTORITÁRIO: obediência, punição, imposição. Limitação da


autonomia da criança.
PERMISSIVO: postura de aceitação. Criança capacidade auto-
atualizante.
• Indulgente: responde as demandas emocionais mas não
estabelece limites
• Negligente: pais se esquivam de inconveniências
AUTORIZANTE/ AUTORITATIVO: cuidador não precisa
decidir entre uma disciplina autoritária ou permissiva. Valoriza
atitudes autônomas e disciplinadas. Equilíbrio entre controle e
afeto.
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Dimensões Muito Afeto Pouco Afeto

Muito Autorizante ou
Controle Autoritativo Autoritário

Pouco Permissivo Permissivo


Controle indulgente negligente

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4. Famílias com Filhos Adolescentes
• Objetivos: ensaio separação / independência;

• Tarefas individuais do adolescente: aceleração dos movimentos que


buscam solidificar a identidade e estabelecimento da autonomia em
relação à família (processo para toda a vida)

• Tarefas familiares:
– Os adolescente trazem componentes externos de forma intensa
para a família.
– Aumento da flexibilidade das fronteiras familiares e
modulação da autoridade parental permitem maior
independência e desenvolvimento ao adolescente.
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• A autoridade e o controle parental precisam diferenciar-
se de forma significativa da infância.

• Ajustes especiais para aceitar o estabelecimento dos


relacionamentos independente da família.

• Mobilização de 3 gerações: na tentativa de diminuição


dos conflitos entre adolescente e o(s) pai(s), é comum a
repetição de padrões antigos da família de origem dos
pais (nesta fase de forma mais forte tendo em vista a
intensidade do conflito de separação/individuação).

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⚫ Novo status uns em relação aos outros membros familiares.
Dificuldade parental em ver que os filhos não são mais
crianças.
⚫ Renegociação do casamento dos pais.
⚫ Sexualidade do(s) filho(s) – mobilização nos pais.

“Que eu tenha a capacidade de aceitar as coisas que não posso


mudar, a força para mudar as coisas que posso, e a sabedoria
para perceber a diferença”.
(grupo AA citado por Carter e McGoldrick,2001).

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5. Lançando os filhos e seguindo em frente: fase
do “ninho vazio”

• Objetivo: aceitação da flutuação de entradas e saídas no sistema


familiar; reajustamentos no subsistema conjugal;

• Tarefas: renegociar o sistema conjugal como díade; negociar


relacionamento com os filhos como adultos; expandir os
relacionamentos familiares para incluir parentes por afinidades e
netos; rever as oportunidades do mundo externo fora da família
(tempo, espaço, dinheiro) e resolver relacionamentos com pais que
estão envelhecendo.
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• A família nuclear deve, gradativamente, ir deixando para
trás o controle e o poder.

• Os pais continuam capazes de orientar os filhos, embora


numa situação menos protetora e de maior distância.

• Relação pais e filhos mais igualitária na medida em que


estes já adquiriram status de adulto.

• Manejo adequado do sustento financeiro: diferenciar


presentes e empréstimos.

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Variações no ciclo de vida familiar

• Divórcio e Recasamento
• Doença crônica e morte
• Alcoolismo
• Famílias com etnias diversas ou economicamente
desfavorecidas
• “Ninho cheio”

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Fase do “Ninho Cheio”
• Variação da fase anterior, já que os filhos estão
permanecendo mais tempo na casa dos pais;
• Fenômeno de caráter mundial (EUA, Itália, Brasil);
• Rituais de inserção no mundo adulto estão confusos;
• Fenômeno típico da classe média;
• Causas explicativas: sociais e psicológicas:
– Sociais: dificuldade dos jovens para entrar no mercado de
trabalho; desemprego;
• Realidade brasileira: preocupação econômica da família
intensificada;
• Prolongamento da vida estudantil.
– Psicológicas: dinâmica da relação familiar (depressão,
alcoolismo, desajustes conjugais).
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Crise de emancipação do adulto jovem:
Três síndromes

1. a crise do ninho acolhedor: o adulto jovem permanece


no lar, sem emancipar-se, e seus pais se sentem
cômodos com isso;
2. o ninho abarrotado: o adulto jovem fica em casa sem
emancipar-se porém, seus pais se sentem incomodados;
3. os “vôos fatais”: o adulto jovem faz de sua
emancipação um desastre mas, não quer voltar ao lar.
(Pittman, 1990)

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Padrões Intergeracionais: emaranhamento,
rompimento e triangulação.

– Emaranhamento: superenvolvimento emocional


entre o adulto jovem e sua família de origem
prejudicando sua emancipação.
– Rompimento: extremo desligamento e distância a
ponto de não haver nenhum envolvimento.
– Triangulação: se dá quando dois membros do
sistema familiar são excessivamente próximos e
um terceiro é extremamente distante
(Carter e McGoldrick, 2001)

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• Pseudolançamento: jovens que obtém independência física de
seus pais sem, contudo, adquirir autonomia emocional.
Exemplos: jovens que fogem de casa, casamentos precipitados,
gravidez antes do casamento.

• Efeito bumerangue: retorno dos filhos para o lar parental.


Principais causas: casamento desfeito, situações de desemprego e
impossibilidade de sustento do novo lar.

“A saída do lar é parte do projeto do ciclo vital,


enquanto que o retorno ao lar, ao contrário, não é uma
transição esperada, não sendo percebido pelos jovens como
um evento previsto ao longo do desenvolvimento do
indivíduo” (Settersten, 1998).
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6. Familias no estágio tardio da vida.
• Questões culturais acerca do envelhecimento.
• Diferenças de gênero: mulheres e homens envelhecem
de forma diferenciada.
• Visões pessimistas. Alguns mitos:
– Isolamento, ausência de família
– Idosos são doentes, senis e frágeis –
institucionalização.

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• Tarefas:
– Flexibilidade.
– Ajustamentos à aposentadoria.
• Esvaziamento natural.
• Tensão especial no casamento, o qual até então
estava equilibrado em esferas diferentes.
– Insegurança, medo (ou realidade) da
dependência financeira.

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– Perda de amigos e parentes. Perda do cônjuge:
especialmente difícil.
– Noção da finitude da própria vida.
– Condição de avós: interesse pela vida,
relacionamento intenso sem o compromisso com
a paternidade/meternidade.
– Dificuldades de alguns em modificar o status
dentro e fora da família.
– Importante: Auxiliar no reconhecimento das
mudanças de status e valorização desta nova
etapa.
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Referências

Carter, B.; McGoldrick, M. (2001). As Mudanças no ciclo de vida familiar. 2


ed. Porto Alegre: Artmed.
Cerveny, C. M. O., Berthoud, C. M. E. e cols. (1997). Família e ciclo vital:
Nossa realidade em pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Eizirik, C. L.; Kapczinski, F.; Bassols, A. M. S. (2001). O ciclo da vida
humana: uma perspectiva dinâmica.Porto Alegre: Artmed.
González, J. A. R. (1994). Manual de orientación y terapia familiar. Madrid:
Fundación Instituto de Ciencias del Hombre.
Pittman, F. (1990). Momentos decisivos: Tratamiento de familias em
situaciones de crisis. Buenos Aires: Paidos.
Settersten, R. A. (1998). A time to leave home and a time never to return?
Age constraints um the living arrangementes of Young adults. Social Forces,
76, (4), p. 1373-1400.
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