Você está na página 1de 18

TERAPIA CONJUGAL E

FAMILIAR- ÊNFASE II

Prof. Adneides Lucas Nogueira


TERAPIA E CONFIGURAÇÕES
FAMILIARES
• Uma fábula:
• Se você sobrevoar um bando de pinguins, poderá imaginar que
é uma convenção de mordomos;
• É sempre um erro, advertiu Sherlock Holmes, teorizar além do
que permitem os dados;
• Planejar o tratamento é uma atividade que pode ser
empreendida somente com uma consciência das suas
limitações, como na fábula;
• Terapeutas de família aprendem a teorizar além das
informações sobre a família, sempre com a consciência de que
a estrutura familiar nunca é imediatamente manifestada.
Planejamento
*Uma hipótese inicial pode ser de valor inestimável para um
terapeuta;
*Famílias vêm com diferentes configurações e estruturas, a forma
afetará a função, elas responderão a tensões segundo modalidades
que são impostas por sua configuração;
• Indicará áreas funcionais e elos frágeis no seu arranjo estrutural;
• O terapeuta forma uma ideia da família como um todo, depois de
um primeiro exame de certos aspectos básicos;
• Num telefonema marcando a primeira consulta;
• Ex: Quantos são os membros e onde moram? Idade?
• Pontos que criam dificuldades a toda família? Áreas de possível
força ou fraqueza?
• O sinal mais imediato é a composição da família;
• Certas combinações indicam áreas para exploração.
FAMÍLIAS TAX DE DEUX
* Família de duas pessoas: mãe e filho, a criança passa muito tempo
com adultos,
*Poderá ter habilidade verbal avançada, alta porcentagem de interação
com adultos, e temas de adultos antes de seus companheiros e parecerá
com adultos;
* Passará menos tempo com crianças de sua idade, menos coisas em
comum com estas e talvez esteja em desvantagem nos jogos fisicos.;
• A mãe é livre, se ela escolhe dar mais atenção individual a criança,
do que seria possível, se estivesse ocupada com um marido e outros
filhos;
• Como resultado: ser sagaz para interpretar o talento do filho,
satisfazer e responder suas necessidades e perguntas
• Estilo de vinculação intenso que alimenta ao mesmo tempo a mútua
dependência e ressentimento.
*Outro exemplo: Casal mais velho cujos filhos já deixaram o lar.
Síndrome do ninho vazio;
• Pai e seu filho único adulto, que tenham vivido juntos toda a infância
deste;
• Qualquer estrutura familiar, tem possíveis dificuldades ou elos fracos
na corrente;
• A estrutura de duas pessoas tem a possibilidade de uma formação de
líquen na qual os indivíduos tornam-se simbioticamente dependentes
um do outro;
• Possibilidade que o terapeuta vai pesquisar:
• União excessiva cerceando o potencial de cada membro?
• Intervenções para delinear a fronteira entre os membros?
• Abrirá as fronteiras que mantém indivíduos isolados de outras
relações?
• Fontes de apoio extrafamiliares, desafiar concepção de que “somos
uma ilha”
FAMILIAS DE TRÊS GERAÇÕES/EXTENSA
• Várias gerações que vivem em íntima relação:
• Configuração familiar mais típica do mundo; importância de trabalhar
com três gerações independente de distâncias geográficas;
• Classe média baixa, o terapeuta tenderá a olhar em termos de
deficiência em lugar de força adaptativa;
• Esse tipo de organização requer um contexto, família e o meio
extrafamiliar são contínuos e harmoniosos, precisa de um contexto que
complemente suas operações;
• Terapeuta deve se guardar contra sua tendência a separação, querer
delinear as fronteiras da família nuclear;
• Mãe avó e a criança: Quem se encarrega de criar a criança?
• Estratégias do terapeuta para que a “mãe real” assuma e avó retroceda;
• É importante descobrir o arranjo idiossincrático para esta família em
particular.
FAMÍLIA EXTENSA
• Avó viva com a filha e o neto
• Avó seja a cabeça da casa e a mãe e a criança funcionem sob seus
cuidados;
• Estão os adultos cooperando ou se degladiando por posições de
primazia?
• Criança em coalisão com uma mulher contra a outra?
• Necessário o terapeuta descobrir quantos membros a compõem e qual
seu nível de contato com a rede extensa, nunca deverá ser subestimada;
• Possível elo de fragilidade é a organização hierárquica;
• Portador do sintoma, coalizões transgeracionais/bode expiatório;
• Desorganizadas, adultos podem funcionar de modo centrífugo,
desapegado, criação das crianças podem ficar mal definidas “e cair nas
rachaduras da estrutura”
• Familias pobres/carga excessiva trabalho/ esclarecer fronteiras.
FAMÍLIAS COM SUPORTE
• Familia ampla não é tão comum como já o foi nessa cultura;
• Ter muitos filhos era a norma, as crianças eram consideradas um
bem da família;
• Os tempos mudaram, porém a relação estrutural encontrada em
várias famílias amplas não mudou;
• Qdo aumentam de tamanho, a autoridade deve ser delegada,
geralmente uma ou várias das crianças mais velhas são dadas
responsabilidades parentais, tomam sobre si funções de criações dos
demais como representante dos pais;
• Arranjo funciona bem enquanto as responsabilidades do filho
parental são claramente definidas pelos pais e adequadas à sua
capacidade e nível de maturidade;
• O filho parental é excluído do subsistema fraterno e o eleva até o
subsistema parental, tem aspectos atrativos, desde que tenha acesso
direto aos pais, e poderá incrementar suas habilidades executivas.
FAMÍLIAS COM SUPORTE
• Esse modo de relação funcionou bem por milênios. Muitos
terapeutas são ex-filhos parentais;
• Pode quebrar-se e o filho tornar-se sintomático, quando recebem
responsabilidades com as quais não consegue lidar e não recebem
autoridade para levar a cabo suas responsabilidades;
• São por definição cortados ao meio: excluído do contexto dos
irmãos e não aceito realmente pelo holon parental;
• Dificuldades para participar do contexto de socialização e pode
bloquear o exercícios dos cuidados ternos que os menores
necessitam;
• Na terapia, empregar técnicas de fixação de fronteiras que
reorganizam o subsistema parental e conduzir sessões com os
irmãos sozinhos;
• Responsabilidade distribuída mais equitativamente entre os irmãos.
FAMILIAS ACORDEÃO
• Um dos progenitores longe de casa por longos períodos de tempo;
• Ex: militares, caminhoneiros...
• O cônjuge que permanece tem que assumir funções adicionais de
cuidados com as crianças, executivas e de guia;
• As crianças podem funcionar para suplementar a separação dos
pais, mesmo para cristalizá-los nos papéis de “bom pai e mãe
desertora e má”;
• Terapia se o trabalho do progenitor muda e se torna permanente
na organização familiar, é preciso uma modificação como a
família organiza suas funções que incluam o cônjuge ausente;
• Nessa transição, a terapia incluirá não somente manobras de
reestruturação, mas também educacionais;
• A família deverá entender que, de fato são uma “nova família”.
FAMÍLIAS FLUTUANTES
• Famílias mudam constantemente de domicilio:
• Famílias de gueto que se muda quando o aluguel aumenta;
• Executivos de grandes empresas que são transferidos pela matriz
• Em outras famílias é a composição que flutua: progenitores muda
de companheiro várias vezes;
• A função do terapeuta será então ajudar a família a definir
claramente sua estrutura organizacional, ter em mente que quando
a família perde seu contexto por mudança de domicílio, seus
membros entrarão em crise e funcionar em nível de competência
menor;
• É essencial não presumir que a crise é um produto da patologia da
família;
• O holon familiar é sempre um contexto mais amplo e
desmembrada vai evidenciar rupturas.
FAMÍILIAS HÓSPEDES
• Uma criança hóspede é por definição um membro familiar temporário;
• Assistentes sociais deixam claro que a família hóspede não deve se apegar à
criança, uma relação pai-filho muitas vezes são estabelecidos, somente
quebrados quando a criança se muda para uma nova família, ou volta para a
origem;
• Um problema potencial nesta configuração é que a família se organiza como
se não fora hóspede, é incorporada nos sistema familiar;
• Se desenvolve sintomas, terapeuta e família podem presumir que os
sintomas da criança são produtos de suas experiências anteriores, ou da
patologia internalizada;
• É preciso avaliar a relação do sintoma à organização familiar, sintomatologia
é crise de transição, ou se obedecem a organização desta e se relacionam
com as tensões que outros membros da família manifestam de outros modos;
• Agências de famílias hóspede, podem operar de modo que impede a
acomodação entre a criança e a família.
FAMÍLIAS COM PADRASTO OU MADRASTA

• Quando um padrasto ou madrasta são incluídos numa unidade


familiar, esta deve passar por um processo de integração, que
pode ter mais ou menos sucesso;
• Pode não se entregar como um compromisso pleno ou a unidade
mantê-lo periférico;
• As crianças poderão aumentar suas demandas no progenitor
natural, exacerbando seu problema com lealdades divididas;
• Casos que as crianças viviam longe progenitor natural, devem
acomodar-se a ambos. Crises são vistas como normais;
• A cultura ocidental postula a formação instantânea da família,
podem ser ritual, legal ou não;
• Todavia, o tempo ainda não lhes deu legitimidade funcional;
• É possível que o terapeuta tenha que ajudar a família,
introduzindo esquemas para uma evolução gradual.
FAMÍLIAS COM UM FANTASMA
• Família que experienciou morte ou deserção, pode ter problemas
para redistribuir as tarefas do membro ausente;
• Atitude que, se a mãe ainda vivesse, ela saberia o que fazer e
assumir as funções da mãe torna-se um ato de deslealdade;
• Velhas coalizões devem ser respeitadas como se a mãe ainda fosse
viva, questões de luto incompleto;
• Do ponto de vista terapêutico, esta é uma família em transição;
• Terapeuta reconhece configuração básica, religião, posição
econômica ou origem étnica, o quadro conterá o problema;
• Se um bebê não prospera, eventuais disfunções, interação mãe-
filho, se “não aceita ordens”, aliança dentro da hierarquia familiar
que está dando apoio adulto para desobedecer;
• Certos sintomas são um indício claro de determinados arranjos
estruturais familiares; formação de hipóteses pelo terapeuta.
FAMÍLIAS DESCONTROLADAS
• Famílias com problema de controle, o terapeuta supõe problemas
em determinadas áreas:
• Organização hierárquica da família, implementação de funções
executivas no subsistema parental e proximidade dos membros;
• Famílias com crianças pequenas, clinica e escola, descrita pelos
pais como um “monstro” que não obedece regra;
• Quando um tirano de vinte cinco quilos aterroriza uma família
inteira, deve-se supor que tem um cúmplice, é preciso que tenha
subido no ombro de um adulto;
• O terapeuta pode supor que os cônjuges se desqualificam um ao
outro, o que deixa o tirano numa posição de poder;
• O objetivo terapêutico é a reorganização da família, com os pais
cooperando entre si e a criança apropriadamente rebaixada de
posto, desenvolvimento de uma hierarquia clara, pais tem controle.
FAMÍLIAS COM ADOLESCENTES
• As questões de controle podem ser relacionadas á inabilidade dos
pais para passar do estágio de pais solícitos de crianças pequenas
ao de pais respeitosos de jovens adolescentes;
• Pode ocorrer, que entre um adolescente e um pai super protetor
exista uma relação tão excessiva que nenhuma ação do filho passe
inadvertida. Bloquear pode aumentar os choques;
• O melhor caminho para o terapeuta é caminhar no meio da
estrada, apoiará os direitos dos pais de fazer demandas e requerer
respeito e também as demandas de mudança do adolescente;
• Em famílias com crianças delinquentes, o controle dos pais
depende da sua presença, autoridade existe somente quando os
pais estão lá para implementá-la;
• A criança aprende que há regras e estas não operam em outros, os
pais tendem a emitir um alto numero de respostas controladoras ,
que muitas vezes são ineficazes/ comunicação caótica
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS MALTRATADAS
• Respostas destrutivas dos pais para com os filhos, os pais carecem
de sistemas de apoio;
• Respondem as crianças como se fossem uma continuação de si
mesmos, a ação das crianças é sentida como se fosse pessoal;
• Pais nesta situação não tem seu próprio contexto adulto na qual são
competentes, a família é o único campo onde expressa poder e
competência, que emerge como agressão;
• Díade demasiado unida, um dos pais e uma criança/aliança
inimiga, os maus tratos entre os pais transbordam para o filho;
• Bebê que não se desenvolve/ efeito por a criança em perigo;
• Fobias escolares: Em um grupo, a fobia é manifestação de uma
organização delinquente;
• No outro, há união excessiva entre a criança e algum membro da
família que prende a criança em casa e a faz permanecer
companheira.
FAMÍLIAS PSICOSSOMÁTICAS
• A estrutura inclui uma excessiva ênfase nos papéis de cuidados;
• A família parece funcionar melhor quando alguém está doente,
incluem superproteção, fuga ou união excessiva entre os membros;
• Inabilidade para resolver conflitos, enorme preocupação para
manter a paz, evitar conflito e extrema rigidez;
• Não é a rigidez do desafio, senão a rigidez da água;
• Parecem inteiramente normais, família típica, bons vizinhos, não
brigam, leais e protetores, família ideal;
• Apresentam ao terapeuta, justamente seu caráter agradável,
ansiosos por responder, que pode sentir que estão cooperando com
ele, somente para sentir-se frustrado: repetidamente pelos
problemas destas famílias, assim como pela facilidade com que o
absorvem na doçura de sua atitude de paz a qualquer preço.

Você também pode gostar