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Projeção e Introjeção
Processos opostos, mas que se completam, tanto Ferenczi quanto Klein entendem que
no desenvolvimento da criança ambos os processos ocorrem, a projeção consiste na
expulsão de si e localização no outro diversos aspectos, entre eles qualidades, afetos e
traços de personalidade, os quais são do próprio indivíduo, porém que ele deseja
esquecer (consiste na retirada daquilo que não se aceita ou não se conhece em si
mesmo), trata-se de uma defesa arcaica do psiquismo que atua para que o indivíduo não
entre em contato com aquilo que se encontra no seu inconsciente (unidade de “medida”
de testes projetivos). O processo projetivo pode ser evidenciado nas relações
incestuosas, nas quais o plano de fundo seria a onipotência do indivíduo que se vê
confrontada pelo outro e, partindo disso, o indivíduo projeta naquele que desafia sua
onipotência suas próprias angústias e características que busca esquecer, realizando uma
prática violenta contra esse outro. Uma vez que a projeção se estabelece e os atos do
indivíduo são orientados a partir dela, um movimento oposto ocorre, aquilo que é
projetado pelo indivíduo retorna a ele como forma de culpa (exceto em crianças
pequenas, nas quais o psiquismo não se desenvolveu o suficiente para esse sentimento
surgir) e pode chegar a evoluir para uma paranoia. A introjeção, por sua vez seria o
mecanismo oposto ao da projeção, pelo qual as diversas características e aspectos do
outro são absorvidos pelo indivíduo, o mecanismo que permite essa tomada dos traços
externos se define na transferência, processo que, por meio de uma relação simbólica
com os objetos de desejo inconsciente, permite que estes sejam refletidos no outro e
absorvidos desse para que seu próprio narcisismo seja formado. É por meio da
transferência que os indivíduos neuróticos se permitem investir libidinalmente sobre o
outro e absorver deste os restos desse investimento (processo denominado de
identificação).