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Família e transições no ciclo de vida


 Maria Ignez Vianello de Mello  fevereiro 26, 2021  8:00 pm  Família

família, Orientação Psicológica, psicologia das emoções, Psicologia Viva, relacio, relacionamento, terapia

familiar


Família e transições no ciclo de vida

O conceito do ciclo de vida familiar

O conceito do ciclo de vida familiar foi retirado da sociologia e envolve a noção de que,
ao longo do tempo, a família deve atravessar uma série de estágios previstos,
separados por transições previsíveis. Cada estágio será marcado por alguma
mudança em algum membro da família, por exemplo: nascimento, morte, saída de
casa, etc.

A família é a única forma de organização que incorpora novos membros apenas pelo
nascimento, adoção ou casamento, e os membros só deixam de existir para esta


organização através da morte de algum de seus membros, mesmo assim existirá na
lembrança, na história da família .
Apesar das famílias possuírem papéis e funções diferentes, consideramos como seu
principal valor os relacionamentos, que são insubstituíveis. Se um dos progenitores for
embora ou morrer, uma outra pessoa poderá preencher uma função paterna/materna,
mas jamais substituíra o progenitor em seus aspectos emocionais.

O desenvolvimento familiar

As famílias desenvolvem-se de muitas maneiras, mas é importante lembrar que seus


membros individuais estão também constantemente se desenvolvendo biológica e
psicologicamente, e essas áreas de desenvolvimento são afetadas e afetam o
desenvolvimento da família .

O desenvolvimento adequado em todos os níveis é definido por valores e crenças


sociais, que proporcionam as normas por meio das quais as famílias criam os filhos. Os
indivíduos desenvolvem-se e os relacionamentos florescem. Podemos começar a falar
que os padrões do ciclo de vida familiar sofreram mudanças bastantes drásticas em
relação as gerações passadas.

Observamos um índice de natalidade menor, uma expectativa de vida mais longa,


mudança do papel feminino e do crescente índice de divórcio e recasamento.

Antigamente a criação dos filhos ocupava os adultos por todo o seu período de vida
ativa. Atualmente ocupa menos da metade do período de vida adulta que antecede a
terceira idade. A mudança do papel feminino nas famílias é central nas modificações
dos padrões de ciclo de vida familiar.

A identidade feminina era determinada primariamente por suas funções familiares


como mãe e esposa. As fases no ciclo de vida estavam ligadas quase que
exclusivamente aos seus estágios nas atividades de criação dos filhos. Por outro lado,
o estágio do ciclo de vida dos homens era quase que determinado pela única variável
– sua idade cronológica.

A face do tradicional ciclo de vida familiar que existiu e persistiu durante séculos, não
serve mais, pois não corresponde à realidade. A presente geração de mulheres jovens


é a primeira na história em insistir em seu direito à primeira fase do ciclo de vida
familiar – a fase em que o jovem adulto deixa a casa dos pais, estabelece objetivos de
vida pessoal e começa uma carreira.
Afastamo-nos de uma descrição tradicional do ciclo de vida familiar como começando
no namoro ou no casamento e terminando na morte de um dos cônjuges.

Os seis os estágios de ciclo de vida


familiar

Podemos considerar como, seis os estágios de ciclo de vida familiar. O primeiro é o


“lançamento do jovem adulto solteiro”. A fase do jovem adulto é um marco, que
requer que o jovem adulto se separe da família de origem sem romper relações ou
fugir reativamente para um refúgio emocional substituto.

Quanto mais satisfatoriamente puderem se diferenciar emocionalmente da família de


origem melhores serão as chances de enfrentarem os ciclos de vida em sua nova
família. É a chance de escolherem emocionalmente aquilo que levarão da família de
origem, aquilo que deixarão para trás e aquilo que irão construir sozinhos .

O segundo é a “união das famílias no casamento: o casal “. Na mudança de nossa


cultura atual; onde o papel feminino mudou, é frequente o casamento de parceiros de
meios culturais diferentes. As grandes distâncias físicas entre os membros da família
acabam colocando uma carga maior nos casais – no sentido de definirem seu próprio
relacionamento.

O casamento tende a ser erroneamente compreendido como uma união de dois


indivíduos – o que realmente ocorre é a modificação de duas famílias e o
desenvolvimento de uma terceira. Neste momento é importante que fronteiras sejam
definidas para proteger este casal, ajudando-os a estabelecer novos padrões de
comunicação com as famílias de origem.

O terceiro é “tornando-se pais: Famílias com filhos pequenos”. É neste estágio que
os jovens adultos, de maneira definitiva, assumirão o compromisso de aprender a ser
pai ou mãe, pois é mitológico pensar que se sabe ser mãe ou pai a partir do
nascimento da “cria”. Quando estes adultos não conseguem sair do papel de filhos,
problemas podem surgir, tais como: brigas entre o casal em assumir
responsabilidades, recusa/incapacidade de comportar-se como pais – na medida que
não conseguem exercer autoridade e colocar limites, ou ainda não conseguem a
paciência necessária para permitir que seus filhos se expressem adequadamente.

Quando os dois pais trabalham, a briga muitas vezes centraliza-se quanto à disposição
das responsabilidades; cuidados com a criança, a divisão com as tarefas domésticas,
etc. Nesta fase é frequente queixas de disfunção sexual e depressão. Esta é a fase do
ciclo de vida familiar que possuí o índice mais elevado de divórcio .

No quarto estágio, temos “a transformação do sistema familiar na adolescência “,


tanto os papéis dos pais como dos filhos sofrerão mudanças. As famílias neste
momento necessitam estabelecer fronteiras qualitativamente diferentes das famílias
com filhos mais jovens. Os pais não podem e nem conseguirão impor uma autoridade
completa; os adolescentes trazem para dentro da família todo um cortejo de amigos,
novos valores – começam estabelecer seus próprios relacionamentos, há uma
identificação com seus pares.

O grupo permite ao adolescente se reconhecer como tal e estabelecer sua identidade


nesta fase. É importante ajustes especiais entre pais, filhos e avós para permitir e
estimular esses novos relacionamentos.
Na vida conjugal é o momento para a “crise do meio da vida”, de um ou de ambos os
cônjuges, questões existenciais emergem com bastante força – as satisfações e
insatisfações pessoais, profissionais e conjugais. É o momento do casal renegociar o
casamento, e não é raro chegar ao divórcio.

O quinto estágio encontra as famílias no meio da vida, ” Lançando os filhos e


seguindo em frente “. Tradicionalmente a maioria das famílias ficava ocupada com a
criação dos filhos durante toda a sua vida adulta até a velhice, porém na atualidade, os
pais lançam seus filhos quase vinte anos antes de se aposentar, devendo então
encontrar outras atividades na vida além da paternidade/maternidade.

É um momento de grande desafio, os pais não apenas precisam lidar com a mudança
de seu status, conforme vai nascendo uma nova geração e vão se tornando avós,
como também precisam aprender a lidar com os próprios pais que estão
envelhecendo e muitas vezes ficando dependentes, dando especialmente às
mulheres, consideráveis responsabilidades.

Novamente o casal deverá se reestruturar e maneiras adequadas deverão ser


encontradas, afinal pode ser um momento de liberação.
As responsabilidades financeiras poderão estar mais leves e objetivos novos poderão
ser visualizados, como novas carreiras, viagens, etc.

Enfim, este momento dependerá da fluidez e flexibilidade que a família vem se
desenvolvendo em outros estágios, para alguns será um momento de expansão para a
exploração de novos papéis, enquanto outros poderão viver como algo devastador, de
rompimento, ao sentimento de vazio, depressão e desintegração.

O sexto é “A Família no estágio tardio da vida “. Aqui deverão ocorrer ajustamentos à


aposentadoria, que muitas vezes além do óbvio vazio para o aposentado, poderá
trazer uma tensão especial a um casamento que até então foi considerado equilibrado
em esferas diferentes.

A insegurança e a dependência financeira são dificuldades, especialmente àqueles


que dão valor a administrar as coisas sozinhos. Nesta fase perdas são previsíveis,
porém a perda de um cônjuge é o ajustamento mais difícil, reorganizar toda uma vida
sozinho, e ainda, ter menos relacionamentos para ajudar a substituir o que foi perdido.

Infelizmente a velhice é totalmente desvalorizada em nossa cultura, assim fica difícil


para todos este momento, os membros da geração do meio muitas vezes não sabem
como fazer a modificação adequada no status relacional com seus pais.

Apresentamos os diferentes estágios do ciclo de vida familiar, sem a pretensão de que


o assunto tenha sido explorado em sua totalidade. Este artigo deve ser lido e
compreendido como apenas um dos muitos enfoques que a complexa organização
familiar pode ser refletida.

O importante é perceber que qual seja o estágio em que a família se encontre, seus
membros sempre serão desafiados quanto a flexibilidade para novos ajustes e
adaptações, que permitam a família percorrer o ciclo de forma mais adequada e
saudável para todos.

Maria Ignez Vianello de Mello

Referências:

Carter,Betty ; McGoldrick Monica & Colaboradores .As Mudanças no Ciclo de Vida


Familiar.

Porto Alegre: Editora Artes Médicas,1995.
Breunlin C.Douglas;Schwartz C. Richard ;Mac Kune-Karrer Betty. Metaconceitos
Transcendendo os modelos de terapia familiar. Porto Alegre Artmed, 2000.

Maria Ignez Vianello De Mello


Olá , meu nome é Maria Ignez, sou psicóloga há 30 anos e adoro o que faço. O
psicólogo acima de tudo é um curioso, um investigador. Ao longo da nossa
vida , alguns nós, acontecem em nossa vida sem que percebamos assim com
há muitos que conhecemos claramente . Todos estes nós costumam atrapalhar
bastante a nossa vida e paz de espirito. Então é aí que o psicólogo entra ; como
investigador ele vai procurar junto com o paciente aonde e quando
aconteceram estes nós. E juntos , paciente e psicólogo vão desata-los para que
a vida do paciente possa transcorrer de forma mais harmoniosa. Há muitos
anos atrás havia o tabu de quem fazia terapia era louco ...problemático etc
assim como tomar leite e comer manga a pessoa morreria . Por sorte hoje
podemos viver sem tantas crendices que não ajudam . Fazer psicoterapia é um
processo rápido ??? Não, mas depende de cada um ....da coragem para se
conhecer ...de quantos nós tem ....; enfim uma coisa é certa depende muito do
paciente e da confiança no profissional . Afinal é sua vida!!!! Estudei muito e
continuo a estudar, não dá para parar, dê uma olhada no meu currículo . E
tenho bastante experiência e maturidade de vida o que muitas vezes pode
ajudar no meu trabalho . Trabalho com Abordagem Sistêmica e Construtivista ,
no entanto , para chegar aí estudei muito psicanalise , neuropsicologia ,
psicossomática, família e casal , avaliação psicológica e não paro de estudar.
Terei muito prazer em conhece-lo(a)e ajuda-lo !!! E juntos desatarmos nós !!!

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