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Formação

Constelação
Sistêmica
Familiar
MODULO IV
Família e transições no ciclo de vida

O conceito do ciclo de vida familiar foi retirado da sociologia e envolve a noção de que, ao longo do
tempo, a família deve atravessar uma série de estágios previstos, separados por transições previsíveis. Cada
estágio será marcado por alguma mudança em algum membro da família, por exemplo: nascimento, morte,
saída de casa, etc.

A família é a única forma de organização que incorpora novos membros apenas pelo nascimento,
adoção ou casamento, e os membros só deixam de existir para esta organização através da morte de algum
de seus membros, mesmo assim existirá na lembrança, na história da família.

Apesar das famílias possuírem papéis e funções diferentes, consideramos como seu principal valor os
relacionamentos, que são insubstituíveis. Se um dos progenitores for embora ou morrer, uma outra pessoa
poderá preencher uma função paterna/materna, mas jamais substituíra o progenitor em seus aspectos
emocionais.

O desenvolvimento familiar

As famílias desenvolvem-se de muitas maneiras, mas é importante lembrar que seus membros
individuais estão também constantemente se desenvolvendo biológica e psicologicamente, e essas áreas de
desenvolvimento são afetadas e afetam o desenvolvimento da família.

O desenvolvimento adequado em todos os níveis é definido por valores e crenças sociais, que
proporcionam as normas por meio das quais as famílias criam os filhos. Os indivíduos desenvolvem-se e os
relacionamentos florescem. Podemos começar a falar que os padrões do ciclo de vida familiar sofreram
mudanças bastantes drásticas em relação as gerações passadas.

Observamos um índice de natalidade menor, uma expectativa de vida mais longa, mudança do papel
feminino e do crescente índice de divórcio e recasamento.

Antigamente a criação dos filhos ocupava os adultos por todo o seu período de vida ativa. Atualmente
ocupa menos da metade do período de vida adulta que antecede a terceira idade. A mudança do papel
feminino nas famílias é central nas modificações dos padrões de ciclo de vida familiar.
A identidade feminina era determinada primariamente por suas funções familiares como mãe e
esposa. As fases no ciclo de vida estavam ligadas quase que exclusivamente aos seus estágios nas atividades
de criação dos filhos. Por outro lado, o estágio do ciclo de vida dos homens era quase que determinado pela
única variável – sua idade cronológica.

A face do tradicional ciclo de vida familiar que existiu e persistiu durante séculos, não serve mais, pois
não corresponde à realidade. A presente geração de mulheres jovens é a primeira na história em insistir em
seu direito à primeira fase do ciclo de vida familiar – a fase em que o jovem adulto deixa a casa dos pais
estabelece objetivos de vida pessoal e começa uma carreira.

Afastamo-nos de uma descrição tradicional do ciclo de vida familiar como começando no namoro ou
no casamento e terminando na morte de um dos cônjuges.

Os seis os estágios de ciclo de vida familiar

Podemos considerar como, seis os estágios de ciclo de vida familiar. O primeiro é o “lançamento do
jovem adulto solteiro”. A fase do jovem adulto é um marco, que requer que o jovem adulto se separe da
família de origem sem romper relações ou fugir reativamente para um refúgio emocional substituto.

Quanto mais satisfatoriamente puderem se diferenciar emocionalmente da família de origem


melhores serão as chances de enfrentarem os ciclos de vida em sua nova família. É a chance de escolherem
emocionalmente aquilo que levarão da família de origem, aquilo que deixarão para trás e aquilo que irão
construir sozinhos.

O segundo é a “união das famílias no casamento: o casal “. Na mudança de nossa cultura atual; onde
o papel feminino mudou, é frequente o casamento de parceiros de meios culturais diferentes. As grandes
distâncias físicas entre os membros da família acabam colocando uma carga maior nos casais – no sentido de
definirem seu próprio relacionamento.

O casamento tende a ser erroneamente compreendido como uma união de dois indivíduos – o que
realmente ocorre é a modificação de duas famílias e o desenvolvimento de uma terceira. Neste momento é
importante que fronteiras sejam definidas para proteger este casal, ajudando-os a estabelecer novos padrões
de comunicação com as famílias de origem.
O terceiro é “tornando-se pais: Famílias com filhos pequenos”. É neste estágio que os jovens adultos,
de maneira definitiva, assumirão o compromisso de aprender a ser pai ou mãe, pois é mitológico pensar que

se sabe ser mãe ou pai a partir do nascimento da “cria”. Quando estes adultos não conseguem sair do
papel de filhos, problemas podem surgir, tais como: brigas entre o casal em assumir responsabilidades,
recusa/incapacidade de comportar-se como pais – na medida que não conseguem exercer autoridade e
colocar limites, ou ainda não conseguem a paciência necessária para permitir que seus filhos se expressem
adequadamente.

Quando os dois pais trabalham, a briga muitas vezes centraliza-se quanto à disposição das
responsabilidades; cuidados com a criança, a divisão com as tarefas domésticas, etc. Nesta fase é frequente
queixas de disfunção sexual e depressão. Esta é a fase do ciclo de vida familiar que possuí o índice mais
elevado de divórcio .

No quarto estágio, temos “a transformação do sistema familiar na adolescência “, tanto os papéis


dos pais como dos filhos sofrerão mudanças. As famílias neste momento necessitam estabelecer fronteiras
qualitativamente diferentes das famílias com filhos mais jovens. Os pais não podem e nem conseguirão impor
uma autoridade completa; os adolescentes trazem para dentro da família todo um cortejo de amigos, novos
valores – começam estabelecer seus próprios relacionamentos, há uma identificação com seus pares.

O grupo permite ao adolescente se reconhecer como tal e estabelecer sua identidade nesta fase. É
importante ajustes especiais entre pais, filhos e avós para permitir e estimular esses novos relacionamentos.
Na vida conjugal é o momento para a “crise do meio da vida”, de um ou de ambos os cônjuges, questões
existenciais emergem com bastante força – as satisfações e insatisfações pessoais, profissionais e conjugais. É
o momento do casal renegociar o casamento, e não é raro chegar ao divórcio.

O quinto estágio encontra as famílias no meio da vida, Lançando os filhos e seguindo em frente .
Tradicionalmente a maioria das famílias ficava ocupada com a criação dos filhos durante toda a sua vida
adulta até a velhice, porém na atualidade, os pais lançam seus filhos quase vinte anos antes de se aposentar,
devendo então encontrar outras atividades na vida além da paternidade/maternidade.

É um momento de grande desafio, os pais não apenas precisam lidar com a mudança de seu status,
conforme vai nascendo uma nova geração e vão se tornando avós, como também precisam aprender a lidar
com os próprios pais que estão envelhecendo e muitas vezes ficando dependentes, dando especialmente às
mulheres, consideráveis responsabilidades.
Enfim, este momento dependerá da fluidez e flexibilidade que a família vem se desenvolvendo em
outros estágios, para alguns será um momento de expansão para a exploração de novos papéis, enquanto
outros poderão viver como algo devastador, de rompimento, ao sentimento de vazio, depressão e
desintegração.

O sexto é “A Família no estágio tardio da vida “. Aqui deverão ocorrer ajustamentos à aposentadoria,
que muitas vezes além do óbvio vazio para o aposentado, poderá trazer uma tensão especial a um casamento
que até então foi considerado equilibrado em esferas diferentes.

A insegurança e a dependência financeira são dificuldades, especialmente àqueles que dão valor a
administrar as coisas sozinhos. Nesta fase perdas são previsíveis, porém a perda de um cônjuge é o
ajustamento mais difícil, reorganizar toda uma vida sozinho, e ainda, ter menos relacionamentos para ajudar a
substituir o que foi perdido.

Infelizmente a velhice é totalmente desvalorizada em nossa cultura, assim fica difícil para todos este
momento, os membros da geração do meio muitas vezes não sabem como fazer a modificação adequada no
status relacional com seus pais.

O importante é perceber que qual seja o estágio em que a família se encontre, seus membros sempre
serão desafiados quanto a flexibilidade para novos ajustes e adaptações, que permitam a família percorrer o
ciclo de forma mais adequada e saudável para todos.

O ciclo de vida e os estressores

Ao longo de seu ciclo de vida, as famílias vivem eventos que podem funcionar como estressores. Os
estressores verticais são os “padrões de relacionamento e funcionamento que são transmitidos para as
gerações seguintes de uma família. São as atitudes, tabus, expectativas, rótulos e questões opressivas
familiares com as quais nós crescemos e convivemos (Bowen in Carter & McGoldrick, 1995). Podemos
também considerar como estressores verticais a história de cada família, seus mitos e medos, seus rituais e
seus padrões de comportamento, que são transmitidos através de gerações de forma explicita ou não.

Dentro os chamados estressores horizontais, temos as passagens de uma fase do ciclo de vida para
outra, são eventos previsíveis denominados de desenvolvimentais. Há outros eventos que podem afetar o
caminhar da família, trazendo desestabilizações, como doenças crônicas, acidentes, desemprego, mortes
prematuras, entre outros.
Os períodos de aproximação em relação à família de origem – movimento centrípeto - assim como os
períodos de afastamento – movimento centrifugo - ao longo do ciclo de vida familiar, são conceitos uteis para
integrar o desenvolvimento do individuo, da família e eventos estressores. Nos períodos de movimento
centrípeto, a vida interna familiar é enfatizada. As fronteiras da família em relação ao mundo externo são
estreitadas e as questões pessoais ficam em um segundo plano. Já nos períodos de movimento centrifugo, as
fronteira externas à família são afrouxadas, permitindo uma maior troca com o ambiente externo,
aumentando a distancia em relação à família de origem. A predominância dos movimentos centrípetos e
centrífugos varia ao longo das fases do ciclo de vida familiar. Quanto mais abertura a família tiver para realizar
as mudanças necessárias para a passagem de uma fase a outra, maior a qualidade de vida do sistema familiar.

Fases e mudanças necessárias


TABELA 1-2 OS ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA FAMILIAR DE Carter & McGoldrick, p.17

TABELA 3-OS ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA FAMILIAR DE Carter & McGoldrick, p.17
Os Cinco Círculos do Amor - Bert Hellinger
Sobre pais, puberdade, relação conjugal e a arte de tomar

Em seu livro "Um Lugar para os Excluídos", Bert Hellinger descreve aquilo que chamou de Cinco
Círculos do Amor, por meio dos quais fazemos nossa caminhada na vida para encontrar nosso lugar de
pertencimento: na família, na sociedade, na cultura, na vida.
1- Os pais

O primeiro círculo do amor começa com o amor recíproco de nossos pais, como um casal. Foi desse
amor que nascemos. Eles nos nutriram, abrigaram e protegeram por muitos anos.

Faz parte desse amor que amemos também os antepassados de nossos pais, também eles, através de
seus pais e avós, vincularam-se a um destino especial, assim como nós nos vinculamos ao seu destino.

A esse destino nós também assentimos com amor. Então olhamos para nossos pais e nossos
antepassados e dizemos amorosamente a eles: “Gratidão”. Este é o primeiro círculo do amor.

Meditação sobre o primeiro círculo do amor:

Fecho os olhos e volto à minha infância. Contemplo o início de minha vida. O início foi o amor de meus pais. como homem e mulher. Eles
foram atraídos um pelo outro por um forte instinto, por algo poderoso que atuou por trás deles. Contemplo essa força que os uniu e me curvo
diante dela. Contemplo como meus pais se uniram e como resultei de sua união, com gratidão e amor. Depois meus pais me aguardaram, com
esperança e também com receio, esperando que tudo corresse bem. Minha mãe me deu à luz, com dores. Meus pais se contemplaram e se
admiraram: “É essa a nossa criança?" Então disseram: “Sim, você é a nossa criança, e nós somos seus pais”. Eles me deram um nome, deram-me
seu sobrenome e disseram por toda parte: “Este é o nosso filho". Desde então pertenço a essa família. Eu tomo minha vida como membro dessa
família. A despeito de todas as dificuldades que ocorreram, sobretudo em minha infância, a vida em si não sofreu dano. Essas dificuldades podem
exigir muito de mim. Quando, porém, contemplo tudo o que pesou - por exemplo, ter sido entregue a outras pessoas ou não ter conhecido o meu
pai - eu digo sim a isso, da maneira como aconteceu, e com isso recebo uma força especial. Então encaro meus pais e digo: “O essencial eu recebi
de vocês. Eu reconheço tudo o mais que vocês fizeram, seja o que for, mesmo que tenha envolvido alguma culpa. Eu reconheço qu e isso também
pertence à minha vida e concordo com isso”. Sinto, em meu interior, que sou os meus pais, que os conheço por dentro. Posso me imaginar, por
exemplo: onde em mim eu sinto a minha, mãe? Onde em mim eu sinto o meu pai? Dos dois, quem está mais em evidência e quem está mais
escondido? Permito que ambos fiquem em evidência, encontremse e se juntem em mim, como meu pai e minha mãe. Em mim eles permanecerão
sempre juntos. Posso alegrar-me com isso. Eu os tenho realmente em mim. Seja o que for que tenha acontecido em minha infância, digo sim a isso.
Afinal, tudo se ajeitou. Isso me fez crescer. Além de meus pais, muitas pessoas me ajudaram. Quando meus pais não estavam disponíveis, de
repente havia um professor ou uma tia em seu lugar. Ou então alguém na rua me perguntou: “O que há com você, criança?” Essa pessoa cuidou de
mim, levou-me talvez de volta para casa. Eu tomo todas essas pessoas, junto com meus pais, em meu coração e em minha alma. De repente, sinto
em mim uma grande plenitude. Quando tomo tudo isso com amor, sinto-me inteiro e em harmonia. Esse amor está em mim e se desenvolve em
mim.
2- Infância e Puberdade

O segundo círculo do amor é a infância e puberdade. Tudo que os pais me deram, os cuidados que
tiveram por mim, dia e noite perguntando-se: “Do que essa criança está precisando?”, tudo isso eu recebo
deles com amor.

Os pais sabem o que isso lhes custou e o que significa para eles. Tudo que aconteceu na minha infância
eu aceito agora – inclusive que meus pais não tenham visto alguma coisa, que tenham cometido erros ou que
algo de insano tenha acontecido.

A criança procura evitar, às vezes, tomar e agradecer, tornando-se ela própria uma doadora. Porém,
muitas vezes, ela dá algo errado ou dá em excesso: por exemplo, quando pretende assumir por seus pais algo
que não lhe compete como criança. A criança tem, às vezes, dificuldade em receber, porque o que vem dos
pais é tão grande que a criança não pode retribuir na mesma medida. Então ela prefere tomar menos, para
que não tenha de retribuir tanto. Um Lugar para os Excluídos – Bert Hellinger 38

Os filhos não podem suportar o desnível que sentem em relação ao seus pais, principalmente quando
não sabem que a verdadeira compensação do que receberam dos pais consiste em transmitir isso a outros –
especialmente mais tarde seus próprios filhos.

Quando os filhos percebem que é possível compensar tudo que receberam de seus pais transmitindo
aos outros o que receberam, aprendem a lidar com que receberam e aprendem o que fazer com isso. A
vantagem dessa atitude é que não precisam negar nada que receberam dos pais. Podem tomar tudo, porque
sabem que o repassarão.

Meditação sobre o segundo círculo do amor:

Fecho os olhos e me recolho. Passo a passo, como se desce os degraus de uma escada, retorno à minha infância. Passo a passo. Talvez eu encontre
situações onde sinto uma dor ou fico intranquilo. Espero nesse ponto, até que surja uma imagem do que aconteceu nessa época. Muitos traumas da primeira infância
estão associados a situações em que fomos deixados sós ou não conseguimos chegar aonde queríamos ou precisávamos. Agora imagi no essa criança, que sou eu
mesmo, e olho para minha mãe. Sinto meu amor por ela e o impulso de aproximar-me dela. Olho em seus olhos e lhe digo simplesmente: “Eu lhe peço!”. Algo se
movimenta na fantasia interior, tanto na mãe quanto em mim mesmo. Talvez ela dê um passo em minha direção, e eu ouse dar um p asso para perto dela. Entro nessa
vivência, até que interiormente chego a meu objetivo e relaxo nos braços de minha m~e. Ent~o olho para ela e digo: “Agradeço! ” Isto e um processo interno, porém
não se deve fazer muito de uma só vez. Já na primeira vez algo se solta na alma. No dia seguinte posso repetir o processo. De novo desço as escadas, de volta à
infância, e chego talvez a uma situação ainda mais antiga. Experimento, talvez, de novo o movimento em direção à minha mãe. Depois de alguns dias, repito o
processo - até que, por assim dizer, esteja totalmente com minha mãe.
3- Dar e tomar

Na terminologia de Hellinger, “tomar” (nehmen) significa não receber passivamente, mas aceitar,
assumir e incorporar o que se recebe. Nesse sentido, a criança “toma” os pais e o que deles recebe.

O adulto consegue igualmente dar e tomar, é mais fácil dar do que tomar porque eu me sinto superior.
O verdadeiro tomar não comporta exigências.

Tomar o amor, como uma pessoa entre outras, tem grandeza. Quando posso tomar dessa forma
também posso dar, o dar começa com o correto tomar. Uma arte elevada, trata-se de tomar valorizando o
que se toma.

Nas relações adultas é importante que cada pessoa possa, de algum modo tomar a outra. Essa é a
compensação mais importante. Não é preciso que ambas deem na mesma medida, mas que tomem para sim
na mesma medida. O ato de tomar reciprocamente é o mais difícil, ele une mais profundamente pois ambos
estão na posição de quem necessita.

Quando um casal toma totalmente seus pais, eles deixam fluir aquilo que veio de seus pais e então se
dão reciprocamente, a partir dessa plenitude.Como pessoas adultas devemos dar sem esperar receber do
outro algo que ele não pode dar-nos. Essa atitude nos dá força para nos tornarmos pais ou mães. Nela, o
tomar se completa e começa a transmissão, o intercâmbio de gerações. Este é o terceiro círculo.

Meditação sobre o terceiro círculo do amor

Coloco-me diante de meu parceiro e olho primeiro para a direita, para os meus pais. Vivencio, mais uma vez, o processo de tomar o amor de meus pais.
Meu parceiro está diante de mim. Por sua vez, ele também olha primeiro para a direita, para seus pais, c vivência de novo o p rocesso de tomar o amor de seus pais.
Depois de olhar para meus pais e também para meus ancestrais, olho para os pais do parceiro e para os seus ancestrais. Vejo tudo o que eles lhe deram, e como ele se
enriqueceu com isso. De repente, algo muda em nossa relação, pois meu parceiro me aparece de uma outra maneira, e o amor de seus pais também se manifesta
nele. Ao mesmo tempo, vejo também o lado difícil que lhe pesou, o que lhe aconteceu. Vejo isso como algo que ele toma para si , como uma força, e o que parecia tão
pesado permanece fora. O mesmo faço com o que é pesado para mim. Então nos olhamos de novo nos olhos. Eu lhe digo: sim. E ele me diz: sim. Ambos nos dizemos
mutuamente que agora estamos prontos um para o outro. Segunda meditação sobre o terceiro círculo do amor Mais tarde o casal recebe uma criança. A mulher
recebe a criança do marido, e o marido recebe a criança da mulher. Ambos dizem: “Nossa criança”. Eles se veem nela como partes de um todo maior. Eles são sempre
apenas uma parte da criança e se exercitam para ver em tudo também o parceiro, e para aceitá-lo em tudo. Olho para essa criança, a nossa criança. Atrás dela vejo
meu parceiro c tudo o que há de especial na família dele. Vejo tudo o que nela é diferente de minha família e o tomo, como igualmente válido, em meu coração. Nesse
momento a criança tem o mesmo valor para ambos e pode unir-se da mesma forma a ambos os pais. Cada parceiro diz ao outro: “Esta é a nossa criança: tem a sua
parte, como pai (mãe), e a minha parte como mãe (pai). Assim se enriquece a criança e a relação.
4- Concordar com todos os seres humanos

O quarto círculo do amor ultrapassa os limites da consciência, nele eu concordo com todas as pessoas
da minha família como são, inclusive os excluídos e difamados. Aqui se trata da plenitude interna, isto é todos
os que pertencem a minha família ganham um lugar em minha alma.

Somente quando incluo em minha alma e em meu amor é que me sinto pleno e inteiro. O mesmo
movimento em que incluo em meu amor o que até agora foi excluído ou temido, eu estendo em seguida, a
todos os seres humanos.

5- Concordar com o Mundo

O quinto círculo do amor se dirige a humanidade, ao mundo enquanto tal. Aqui se trata de concordar
com o mundo como ele é. Isso diz respeito a capacidade de reconciliação entre os povos, por exemplo.

Este é o amor universal, que sabe que somos movidos por poderes superiores, ultrapasso a estreiteza
e atinjo um nível espiritual.

Que imagem do ser humano está por trás desses círculos do amor? Para mim, todos os seres humanos
são bons. Cada um é apenas da maneira como pode ser. Ninguém pode ser diferente do que é, em sua
situação. Por isso, trato a todos com o mesmo respeito. Essa atitude, esse modo de proceder é uma realização
da própria alma.

Ninguém pode dispensar o outro dessa realização. Muitos que buscam ajuda querem tê-la sem
realização pessoal, mas quando sentem quanta alegria essa realização lhes proporciona, essa compreensão
lhes abre novas possibilidades de se moverem na vida. Isso sempre passa por uma compreensão. A emoção
do amor tem pouca compreensão. Quando fico estacionado nessa emoção, pouca coisa acontece, fico
amarrado. No quarto e no quinto círculos do amor ultrapasso essa estreiteza e atinjo um nível espiritual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hellinger, Bert. Um lugar para os excluídos: conversas sobre os caminhos de uma vida / Bert Hellinger,
Gabrielle Tem Hõvel; tradução de Newton A. Queiroz. - Patos de Minas: Atman, 2006.

Carter,Betty ; McGoldrick Monica & Colaboradores .As Mudanças no Ciclo de Vida Familiar.Porto Alegre:
Editora Artes Médicas,1995.

Breunlin C.Douglas;Schwartz C. Richard ;Mac Kune-Karrer Betty. Metaconceitos Transcendendo os modelos de


terapia familiar. Porto Alegre Artmed, 2000.

• mais Quem olha para você?


• Para quem você olha?
• Você olha para seus objetivos?
• Esses objetivos são seus ou de outra pessoa?
• Quem está mais próximo da vida/futuro ou da morte/passado?
• Quem está excluído do sistema?
• Quem cuida de quem?
• Quem é a pessoa mais importante para você?
• Você está Adulto ou Infantil?
• Você olha para a Família de Origem ou para a Atual?
• De quem você está mais próximo?
• O que precisa mudar para você alcançar seus objetivos?
• O que seria o ideal para você?
• O que você Sente, Pensa e o que dá vontade de Fazer?
LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDI MENTO SISTÊMICO LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDIN LEIDIANE NOGUEIRA - GUIA DE ATENDIMENTO SISTÊMICO METO - 14 -

É PROIBIDA REPODUÇÃO DESTE CONTEÚDO SEM


AUTORIZAÇÃO PRÉVIA
LEIDIANE NOGUEIRA
PROFESSORA E CONSTELADORA FAMILIAR
@dadorproamor

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