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Curso de Preparação para o Exame da OCC

Módulo do IVA
Bloco Formativo II

Carlos Pimenta
Ordem de Trabalhos
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Isenções

Renúncia à isenção

Valor tributável

Taxas
Isenções
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Três grupos:
Isenções simples (não conferem o direito à dedução):
- Todas as previstas no artigo 9º sendo possível renunciar a algumas delas.

Isenções completas (conferem o direito à dedução):


- As previstas no artigo 14º do CIVA (exportações)
- Transportes internacionais e transportes de, e para, as Regiões Autónomas
- As previstas no artigo 14º do RITI (transmissões intracomunitárias de bens)
- As previstas nas alíneas b), c), d) e e) do nº1 e nos nºs 8 e 10 do art. 15º do
CIVA (regime de suspensão e certas transmissões gratuitas)

Outras isenções (irrelevantes para efeitos do direito à dedução)


- As previstas no artigo 13º do CIVA, alínea a) do nº1 do art. 15º do CIVA e artigo
15º do RITI (determinadas importações e aquisições intracomunitárias de bens)
Isenções sem direito à dedução
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Operações Internas (artigo 9º)


 Saúde (n.os 1, 2, 3, 4 e 5);
 Assistência social (n.os 6 e 7);
 Ensino e formação profissional (n.os 9, 10 e 11);
 Arte, cultura e desporto (n.os 8, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 19 e 35);
 Operações bancárias e seguros (n.os 27 e 28);
 Atividade imobiliária (n.os 29 e 30);
 Prestações de serviços das cooperativas aos associados (n.o 34);
 Associações sem finalidade lucrativa (n.os 8, 12, 13 e 19);
 Transmissões de bens afetos exclusivamente a atividade isenta
ou a aquisição tenha sido feita com exclusão de dedução (nº 32).
Renúncia à Isenção
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Situações em que é possível a renúncia:

Situação Modo Consequências

- SP referidos no nº2 do artº 9 que não


sejam pessoas coletivas de direito
público relativamente a PS médicos e
sanitários que não decorram de
acordos com o Estado; Apresentação de declaração Permanência no regime por
- PS referidas nos nº 10 (formação de início ou de alterações. que se optou durante 5 anos
profissional) e nº 36 (alimentação e
bebidas fornecida a funcionários);
- PS das cooperativas aos seus
associados referidas no nº 34.
- Arrendamento/transmissão de bens Apresentação de declaração A renúncia é efetuada caso a
imóveis ou partes autónomas destes a de renúncia, por transmissão caso e depende de emissão
outros sujeitos passivos (nºs 29 e 30) eletrónica de dados de um certificado pelo SF
Renúncia à Isenção - Condições
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Condições para renúncia: de acordo com o regime de renúncia à


isenção nas operações relativas a bens imóveis – DL nº 21/2007

 Locação (incluindo a financeira)/transmissão de prédios urbanos (inclui a transmissão


de terrenos para construção mas os prédios rústicos estão excluídos, está tb excluída a sublocação);

 Os respetivos locatários ou adquirentes sejam SP que utilizem os imóveis total


ou predominantemente (> 80% do total do VN) em atividades que conferem direito à
dedução (exceção para as atividades de construção, reconstrução ou aquisição de imóveis para venda ou
locação);

 Não estejam enquadrados no regime especial dos pequenos retalhistas do artigo


60º ou no regime especial de isenção do artigo 53º do CIVA;

 Disponham de contabilidade organizada para efeitos de IRS ou de IRC;

 Não efetuem exclusivamente operações isentas previstas no artigo 9º (expecto as


atividades de construção, reconstrução ou aquisição de imóveis para venda ou locação).
Renúncia à Isenção - Condições
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 Nos casos de compropriedade todos os titulares dos direitos a transmitir ou a


adquirir devem preencher os requisitos exigidos para o direito da renúncia;

 O imóvel tem que se encontrar inscrito na matriz em nome do titular, ou tenha


sido pedida a sua inscrição, e não se destine a habitação;

 A transmissão do direito de propriedade do imóvel ou sua locação envolva a


totalidade do prédio ou fração autónoma (mero direito de superfície encontra-se excluído);

 No caso de locação, o valor da renda anual seja igual ou superior a 1/25 avos
da valor de aquisição ou de construção do imóvel;

 Primeira transmissão ou locação ocorrida após a construção (ou obras que tenham
resultado na alteração > 30% VPT), quando tenha sido deduzido ou ainda seja possível
deduzir no todo ou em parte o IVA suportado (prazo 4 anos ou 8 se construção exceder o
prazo de 4 anos).
Renúncia à Isenção - Condições
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 Quando se trate de transmissão ou locação subsequente a uma


operação efetuada com renúncia à isenção, e esteja a decorrer o
prazo de regularização de 20 anos previsto no nº2 do artigo 24º do
CIVA.

Notas:

O certificado de renúncia tem a validade de seis meses, a contar da data em que


fica disponível para o sujeito passivo, findos os quais caduca;

Se os elementos que serviram de base à emissão do certificado de renúncia


sofrerem alteração antes da celebração do contrato de locação ou de compra e
venda, o certificado perde a sua validade;

A renúncia à isenção apenas produz efeitos no momento em que for celebrado


o contrato de compra e venda ou de locação do imóvel.
Renúncia à Isenção
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Obrigações de liquidação:
 Na transmissão de imóveis cabe ao adquirente proceder à liquidação do
imposto (aplica-se a regra de inversão do sujeito passivo);

 Na locação de bens imóveis o IVA continua a ser liquidado pelo locador.

Valor tributável/relações especiais (nos termos do nº4 do art. 63º do CIRC)


 Valor tributável será o valor normal (determinado nos termos do nº4 do art.16º) se a
contraprestação for inferior ao valor normal e o destinatário da operação não
tenha direito à dedução integral do IVA;

 Valor tributável será o valor normal se a contraprestação for superior ao valor


normal e o vendedor ou o locador do bem imóvel não tenha direito à dedução
integral do IVA (valor normal tem que ser igual ou superior ao VPT).
Renúncia à Isenção
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Direito à dedução:
 Obrigatoriedade da utilização do método de afetação real

Regularizações:
 Pela afetação a fins alheios à atividade exercida (desde que a mesma
não confira o direito à dedução ou deixe de ser efetivamente utilizado na realização de
operações tributáveis por um período superior a 5 anos).
Notas:
O imposto inicialmente deduzido deve ser regularizado de uma só vez nos termos do nº5 do
artigo 24º do CIVA (última declaração do ano).
A regularização efetuada em virtude da não utilização do imóvel na realização de operações
tributadas por um período superior a cinco anos não prejudica o dever de proceder às
regularizações anuais previstas no nº1 do artigo 26º do CIVA, até ao decurso do prazo de
cinco anos, correspondentes a 1/20 avos da dedução inicialmente efetuada por cada ano de
não utilização de não utilização em fins da empresa.
Valor Tributável
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Operações Internas:
Regra Geral:
- valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente seja em dinheiro ou
em espécie.

Regras Específicas:
- No caso das mercadorias enviadas à consignação e não devolvidas no prazo de
um ano, o valor tributável será o valor à data do envio das mercadorias à
consignação;
- No caso da afetação permanente de bens da empresa, cujo IVA tenha sido total
ou parcialmente deduzido, a uso próprio do seu titular, do pessoal ou a fins
alheios à mesma, bem como os casos de transmissão gratuita ou afetação a
setores de atividade isentos (alíneas f ) e g) do nº3 do artigo 3º), o valor
tributável será o preço de aquisição/custo dos bens reportados à data da
realização das operações;
Valor Tributável
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Regras Específicas:
- No caso de afetação temporária o valor tributável será o valor normal do serviço tal
como se encontra definido no nº4 do artigo 16º;
- No caso de operações resultantes de atos de autoridades públicas o valor tributável será a
indemnização ou qualquer forma de compensação;
- Nos casos das transmissões de bens entre comitente e comissário (ou entre o consignante e
consignatário) o valor tributável será o preço de venda acordado com o comissário
(consignatário), diminuído da comissão (no caso da comissão de venda e da consignação), ou o preço de
compra acordado pelo comissário aumentado da comissão (no caso da comissão de compra);
- No das transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou
antiguidades (regime particular do IVA), o valor tributável será a diferença entre o preço
de venda e o preço de compra (DL nº 199/96, de 18 de Outubro);
- Nos casos de contratos de locação financeira o valor tributável será o valor da renda
(capital + juros) recebida ou a receber do locatário (alínea h) do nº2 do artigo 16º);
- Aplicação do valor normal nas situações do nº10 do artigo 16º, regra das relações
especiais pode ser afastada ser for feita prova de que diferença se justifica. Na falta de um
bem ou serviço similar o valor normal não pode ser inferior ao preço custo/aquisição.
Valor Tributável
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Regras Específicas:
- Valor tributável deve incluir os impostos (ISV e IEC), direitos, taxas, excluindo o próprio
IVA;
- As despesas acessórias debitadas ao cliente, tais como comissões, embalagens,
transportes, seguros e publicidade efetuadas em nome próprio embora por conta do
cliente;
- As subvenções obtidas em função do número de unidades transmitidas ou do volume de
serviços prestados, quando fixadas antes da realização da operação e que estejam
diretamente relacionadas com o preço da operação;
- Não fazem parte do valor tributável os juros, as indemnizações declaradas judicialmente
por incumprimento total ou parcial de obrigações, os descontos, abatimentos e bónus
concedidos, as quantias pagas em nome e por conta de terceiros e embalagens retornáveis;
- Talões de desconto e descontos de cartão de cliente, tornam-se efetivos aquando da
utilização do referido desconto numa determinada compra o qual deve ser excluído do
valor tributável dos artigos vendidos;
- Se os talões de desconto ou descontos de cartão foram utilizados em compras efetuadas
junto de sujeito passivo diferente do que concedeu os descontos o IVA deve ser liquidado
pela totalidade da venda (a utilização do desconto é um mero movimento financeiro).
Valor Tributável
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Regras Específicas:
- Vales (vouchers) que conferem um direito a receber um bem ou serviço de
finalidade única ou de finalidade múltipla (ofício circulado nº 30.028, de 2019.01.04)

- Nos vales de finalidade única o imposto é devido e torna-se exigível no


momento em que ocorre cada cessão;

- Nos vales de finalidade múltipla o imposto é devido e torna-se exigível nas


transmissões de bens, no momento em que os bens são postos à disposição do
adquirente, e nas prestações de serviços, no momento da sua realização.
Taxas
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Artigo 18º do CIVA:


- Taxas no Continente (6%, 13% e 23%)
- Taxas na Região Autónoma dos Açores (4%, 9% e 18%)
- Taxas na Região Autónoma da Madeira (5%, 12% e 22%)

Regras Específicas:
- Num cabaz de compras em que as mercadorias não sofrem alterações aplica-se a taxa
mais elevada;
- Nas prestações de serviços relativas a contratos de locação financeira aplica-se a taxa
que corresponderia à transmissão de bens dados em locação;
- Na entrega dos bens móveis produzidos ou montados sob encomenda com materiais que
o dono da obra tenha fornecido para o efeito aplica-se ao serviço a taxa que corresponderia
à transmissão dos bens, ou seja, como se os materiais tivessem sido fornecidos na sua
totalidade pelo empreiteiro.

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