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OS PROBLEMAS DA EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA E DA

OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO


A PERSPETIVA DE POPPER SOBRE A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
Popper defende que as teorias científicas nunca poderão ser verdadeiras, mas apenas corrobadas.
É a possibilidade de as teorias científicas serem falsificadas, que permite à ciência avançar
progressivamente, detetando erros ou falhas e propondo novas teorias. Os erros constituem
oportunidades de aprendizagem e, à medida que vamos aprendendo com eles, o nosso conhecimento
aumenta.
* Falsificacionismo - Popper pensa que a ciência, na verdade, procura falsificar as teorias que propõe. O
cientista é aquele que propõe hipóteses e as testa para saber se são falsas.
A nova teoria – preserva alguns dos melhores aspetos da teoria anterior e, ao mesmo tempo, desfaz-
se dos defeitos. Mas isto só é possível porque se procuram ativamente os erros.
Popper acreditava que a ciência evolui progressivamente de modo irregular- por afastamento
sucessivo do erro (através da refutação de conjeturas) em direção a uma compreensão mais
aproximada da realidade tal como objetivamente ela é.
Segundo Popper, nunca podemos afirmar que uma teoria científica é verdadeira. Mesmo no caso das
teorias corroboradas, há sempre a hipótese de virem a ser refutadas no futuro.
A PERSPETIVA DE THOMAS KUHN SOBRE A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
Thomas S. Kuhn rejeita a ideia, defendida por Popper, de que a ciência evolui ou progride em direção
à verdade.
Kuhn considera que o desenvolvimento científico consiste numa sucessão descontinuada e não
cumulativa de períodos de relativa estabilidade e de consenso alargado, interrompidos por processos
revolucionários.
Por um lado, a sua análise do problema da evolução da ciência é histórica, pois valoriza o contributo
da história da ciência, tal como a evolução da ciência é histórica, pois valoriza o contributo da história, e
por outro lado é sociológica, pois procura compreender o contexto em que a ciência se faz.
1 - Os paradigmas científicos são influenciados por fatores históricos, sociológicos, psicológicos e estéticos.
Os paradigmas sendo um conjunto de crenças, técnicas e valores compartilhados por uma
comunidade que serve de modelo para a abordagem e soluções de problemas.
É o paradigma que fornece as regras, os objetivos, os métodos, os princípios teóricos e práticos.
É dentro do paradigma que se faz ciência e é de acordo com o paradigma que a atividade científica
se organiza. Sem paradigma não haveria ciência, no sentido habitual deste termo.
Esta mudança radical, leva Kuhn a defender a tese da incomensurabilidade dos paradigmas, ou seja,
a perspetiva segundo a qual não existem, entre os paradigmas, pontos comuns a partir dos quais eles
possam ser objetivamente comparados.
No fundo, não é possível afirmar a superioridade de um paradigma relativamente a outros. A
verdade das teorias científicas estará sempre dependente do paradigma em que elas se inserem.
A tese da incomensurabilidade
A incomensurabilidade dos paradigmas é a impossibilidade de compará-los objetivamente de
maneira a concluir que um é superior ao outro.
Para Thomas Kuhn, a ciência não é inteiramente objetiva porque é influenciada por elementos
irracionais e subjetivos. Defende que a mudança de paradigmas não é um processo racional:
• Um paradigma não é melhor do que o seu anterior então também não se pode dizer que a ciência
evolui para melhor quando muda o paradigma.
• O novo paradigma não descreve melhor a realidade. A ciência não evolui de um modo contínuo e
cumulativo. As mudanças de paradigma não implicam uma aproximação à verdade.
a) Um outro argumento é o de que se a realidade da pesquisa científica é determinada pelos
paradigmas, então cada teoria científica descreverá uma realidade diferente.
Se a tese da incomensurabilidade for correta, então o paradigma em vigor não está mais próximo da
verdade do que o paradigma que ele substituiu.
Assim, Kuhn considera que, sendo os paradigmas incomensuráveis, é impossível determinar se a
ciência progride em direção à verdade e qual dos paradigmas é mais verdadeiro. A verdade existe
apenas no âmbito de cada paradigma.

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