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FILOSOFIA

CIÊNCIA
A CIÊNCIA
A ciência busca compreender a realidade de maneira racional,
descobrindo relações universais e necessárias entre os fenômenos, o
que permite prever acontecimentos e, consequentemente, tambem
agir sobre a natureza.
A ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhecimento
sistemático, preciso e objetivo.
SENSO COMUM E A CIÊNCIA
É o conhecimento que ajuda a nos situarmos no cotidiano, para
compreende-lo e agir sobre ele.

Se trata de um conjunto de crenças, já que esse conhecimento quase


sempre recebemos pela tradição oral, de modo espontâneo e não
crítico.
DIFERENÇA ENTRE SENSO COMUM E
CIÊNCIA
A ciência é objetiva (baseia-se em fatos, e é reversível), é racional.

O senso comum satisfaz-se com o imediato e o aparente e submete o


conhecimento adquirido (através da observação ocasional) a
superstições, fé, dogmas, não recorrendo assim à lógica/razão.
O MÉTODO CIENTÍFICO
O método científico pode ser
definido como a maneira ou o
conjunto de regras básicas
empregadas em uma
investigação científica com o
intuito de obter resultados o
mais confiáveis quanto for
possível.
OS MITOS DA CIÊNCIA
O MITO DO CIENTIFICISMO: modo
de pensar no século XIX
À confiança total na ciência
valoriza apenas a racionalidade
científica, como se ela fosse a
única forma de resposta às
perguntas que o homem faz e a
única capaz de resolver os
problemas humanos.
O MITO DA NEUTRALDADE CIENTÍFICA

A ciência é um saber que pretende superar a subjetividade do próprio cientista e


os preconceitos do senso comum.
A FUNÇÃO DA FILOSOFIA
Analisar os fundamentos da ciência.
É a filosofia que, diante do saber e do poder, avalia se eles estão a
serviço do homem ou contra ele, isto é se servem para seu crescimento
espiritual ou se o degradam, se contribuem para a liberdade ou para
dominação.
O papel da filosofia consiste em analisar as condições em que se
realizaram as pesquisas científicas.
A ciência e a técnica
são apenas meios que
devem estar a serviço da
humanidade.
Karl Popper
Karl Popper se dedicou ao pensamento do racionalismo crítico. Ao
buscar responder ao que é ciência, formulou o Método Hipotético
Dedutivo e se tornou um dos maiores pensadores da filosofia
contemporânea.

Karl Popper fez críticas à indução. O princípio indutivo do método


científico buscava comprovar teorias mediante a experiência decorrente
da observação cuidadosa de uma série de eventos.
Isso fazia do método indutivo um método conjectural. Conjectural porque os
eventos poderiam acontecer mediante várias situações e condições diferentes,
o que fazia com que a conclusão nunca fosse absoluta.

Popper baseou essa ideia no filósofo David Hume. Hulme diz que não é pelo
fato de alguém ter visto apenas cisnes brancos que pode afirmar que somente
existem cisnes brancos.
Para Popper o processo de pesquisa apresenta três
momentos: problema, conjecturas e falseamento.

Problema: pensar em um conflito


que precisa ser resolvido.

Conjecturas: comprovar
experimentalmente.

Falseamento: provar que a teoria


é científica pelo fato de ela poder
ser falsa.
Falseabilidade
Consiste em duvidar dos pressupostos de determinada teoria, o que
consiste na essência da natureza científica.
Se for possível provar que uma teoria pode ser falsa, então ela é
científica.
A falseabilidade obedece o princípio de que devem serem recolhidos
elementos capazes de falsificar uma teoria.
Foi, por exemplo, o que aconteceu quando Einstein provou que havia
falhas na teoria Newtoniana.
Desta forma, a teoria de Popper testa o grau de confiança das teorias
existentes. Isso quer dizer que quanto mais uma teoria resiste aos erros,
mais consistente ela é.
Thomas Kuhn
A principal ideia de Thomas Kuhn é a oscilação da ciência ao longo da
história. Para ele, ora o período é de normalidade, ora é de crise. Veja a
seguir os principais conceitos abordados por Kuhn.
Paradigma: a princípio, paradigma significa um exemplar ou um modelo.
Para Kuhn, a noção de paradigma tem uma base historicista, ou seja, a
ciência deixa de ser vista de forma ampla e generalizada pela comunidade
científica (um conjunto de cientistas que partilham de um mesmo paradigma)
e passa a depender de um período datado na história. Para Kuhn, o conceito
de paradigma pode ser usado tanto de forma geral quanto de forma restrita.
Quando usado de modo geral, abarca a noção de matriz disciplinar (conjunto
de compromissos de pesquisa de uma comunidade científica). Quando
utilizado de maneira restrita, diz respeito aos paradigmas exemplares, a base
da formação científica.
Ciência Normal: é o período em que se
desenvolve uma atividade científica
fundamentada em um determinado
paradigma. Essa fase é o processo
rotineiro em que os cientistas não
questionam (ao contrário, colocam à
prova a estrutura paradigmática e
corroboram) o paradigma em uso, por
isso, acaba ocupando a maior parte da
comunidade científica. De acordo com
Kuhn, existem três classificações para a
constituição da ciência
normal: determinação do fato
significativo (ou seja, os constructos
teóricos e práticos a respeito de leis da
natureza), articulação da
teoria (momento em que se resolve as
ambiguidades e os problemas) e
a harmonização dos fatos com a teoria.
Crise: diferentemente do período da Ciência Normal, o período de
Crise é quando o atual paradigma não é capaz de resolver todos os
problemas (esses problemas podem levar anos ou até mesmo
séculos para serem resolvidos). Quando isso acontece, o
paradigma é questionado – ou seja – a comunidade científica
começa a debater se esse paradigma precisa ser reformulado ou
abandonado. Esse momento é chamado de Crise. Dá-se o nome
de anomalias para os objetos estudados ao longo desse processo.
Ciência Extraordinária: é quando novos paradigmas são criados
e eles começam a competir entre si, de modo a impor o mais
adequado à resolução do problema.
Revolução científica: momento no qual um dos novos
paradigmas substitui o paradigma anterior, tradicional. Cada
revolução alimenta o ciclo de quebra e instituição de novo
paradigma.
Estabelecimento de um novo paradigma: o novo paradigma é
aquele que ganhou a disputa e assumiu o status da Ciência
Normal. No entanto, a teoria de Kuhn – por considerar o
fenômeno histórico – demonstra que as escolhas paradigmáticas
não são puramente científicas e objetivas, haja vista que a ciência
não é um campo isolado da realidade.
Epistemologia de Feyerabend
Paul Feyerabend nasceu em Viena, em 1924, viveu nos Estados
Unidos e na Europa. Em 1943 serviu o exército alemão, onde
acabou ferido, o que o obrigou a utilizar muletas desde então.
Após a guerra do Vietnã graduou-se em Física. Foi orientado de
Popper (Ver Epistemologia de Popper) na Escola de Economia de
Londres. Sua principal obra chama-se “Contra o Método”, e seus
principais conceitos são o anarquismo epistemológico, o
pluralismo metodológico, contra-regra, contra-indução e o tudo-
vale.
De acordo com o seu pensamento, não existe um método científico universal a -
histórico. Ele critica abertamente o método científico.
De acordo com a sua epistemologia, a ciência é uma empresa anárquica.
Rejeita a existência de regras universais, defende a violação dessas regras
metodológicas.
Na verdade, afirma que o avanço da ciência se dá ao se violar as regras
metodológicas impostas.
Se opõe a um princípio científico único, absoluto, a uma ordem inevitável, ou seja,
à unicidade.
O anarquismo epistemológico, assim ficou estabelecido esse seu conceito, deve ser
entendido como uma defesa a um pluralismo epistemológico, ou seja, contra um
método único de se fazer ciência.
Defende um “tudo-vale”, ou seja, um radical pluralismo metodológico.
De acordo com Feyerabend, a única regra é a violação de todas as regras.
Fora declarado o inimigo número um da ciência, mas muitas universidades da época
o queriam em seu corpo docente.
Sua epistemologia afirma que nenhuma teoria interessante pode ser consistente com
todos os fatos.
Mostrou que o progresso da ciência é desigual.
Não pode existir um conjunto de regras que
conduzirão ao progresso científico.
Seu conceito de tudo-vale não deve ser visto
como um princípio destrutivo da ciência, mas
como um meta-princípio, ou princípio de
ordem superior sob o qual haveria um inferior,
que seria o “nem tudo vale”.
Feyerabend defende abertamente a contra-
regra, ou seja, se a regra é a indução, deve-se
usar a contra-indução, a qual incide na
aceitação de hipóteses alternativas.
Deve-se introduzir hipóteses, mesmo quando
essas não se ajustam aos fatos considerados
consolidados.
Se opõe fervorosamente às regras: (só aceitar
hipóteses que se ajustem a teorias confirmadas;
descartar hipóteses que não se ajustem aos
fatos bem estabelecidos).
De acordo com a visão de Feyerabend, todas as
teorias são falíveis por natureza.
Propõe as seguintes contra-regras: (a) introduzir hipóteses que conflitem com as
observações; (b) introduzir hipóteses que não se ajustem às teorias estabelecidas.
Estabelece uma incoerência de Popper: se uma experimentação não é suficiente
para confirmar uma teoria, como pode ser para refutar uma teoria?
Sempre há discordâncias entre teorias, de natureza numérica ou então qualitativa.
Teorias devem sempre ser vistas como aproximações, e jamais como definições.
Não se pode atingir a verdade, mas apenas se aproximar dela.
Incomensurabilidade: para Kuhn significa incompatibilidade entre teorias, para
Feyerabend representa apenas uma linguagem diferente.
Progresso: trata-se de uma competição entre teorias, ou seja, um pluralismo
teórico.
A ciência, de acordo com a abordagem fundamental de Feyerabend, é um modo de
dar sentido a uma unidade desconhecida que é o mundo.
Chegou a propor um controle democrático da ciência, onde todos os cidadãos
deveriam opinar sobre ela, de modo a ditarem os seus rumos de investigação.

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