Filosofia e Metodologia da Ciência: -------- Ciência da Computação:

Camilo Lelis Jota Pereira: ----------- 07/12/2023:

Seção

Thomas Kuhn concept of scientific paradigms

O conceito de paradigmas científicos por Thomas Kuhn

Paulo Eduardo Souza de MelosI

I
Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG, Brasil

RESUMO

O trabalho aborda os pensamentos de Thomas Kuhn acerca dos paradigmas científicos. Thomas Kuhn
foi físico, filósofo e historiador, que defendia a ênfase dada ao caráter revolucionário do progresso
científico, além de defender que a evolução da ciência torna-se mais estruturada quando seguida de
um único paradigma, sendo um conjunto de crenças e métricas bem definidas. Segundo Kuhn, os que
praticam e seguem um paradigma, resolvendo problemas dentro desse escopo, como a óptica de
ondas ou química analítica, por exemplo, praticam aquilo que ele chama de ciência normal. Além disso,
Kuhn afirma que quando um paradigma se torna inconsistente, uma “crise” ocorre, ocasionando a
substituição do antigo paradigma por um novo. Tal substituição é conhecida como revolução científica.
O tema central do texto é o pensamento filosófico de Thomas Kuhn acerca das revoluções científicas,
dos paradigmas e da importância dos fatores sociológicos nas comunidades científicas.

Palavras-chave: Paradigmas Científicos; Ciência Normal; Revoluções Científicas

ABSTRACT

The work addresses Thomas Kuhn's thoughts about scientific paradigms. Thomas Kuhn was a physicist,
philosopher and historian, who defended the emphasis given to the revolutionary character of
scientific progress, in addition to arguing that the evolution of science becomes more structured when
followed by a single paradigm, being a set of well-defined beliefs and metrics . According to Kuhn, those
who practice and follow a paradigm, solving problems within that scope, such as wave optics or
analytical chemistry, for example, practice what he calls normal science. Furthermore, Kuhn states that
when a paradigm becomes inconsistent, a “crisis” occurs, causing the replacement of the old paradigm

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Kuhn.
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by a new one. Such a replacement is known as the scientific revolution. The central theme of the text is
Thomas Kuhn's philosophical thoughts about scientific revolutions, paradigms and the importance of
sociological factors in scientific communities.
Keywords: Scientific Paradigms; Normal Science; Scientific Revolutions

1 INTRODUÇÃO

A compreensão da natureza da ciência e do seu desenvolvimento ao longo do

tempo tem sido uma questão central na filosofia e na história da ciência. Dentre as

diversas abordagens teóricas, destaca-se a perspectiva de Thomas Kuhn, cujo

trabalho seminal, "A Estrutura das Revoluções Científicas", propõe uma visão

inovadora sobre o progresso científico. Este artigo busca explorar e analisar

criticamente os conceitos fundamentais apresentados por Kuhn, especialmente no

que se refere aos paradigmas científicos, à ciência normal e às revoluções científicas.

O problema que motivou esta investigação por parte do autor reside na

compreensão da dinâmica subjacente ao desenvolvimento científico, questionando se

os modelos tradicionais de progresso linear e cumulativo são suficientes para explicar

a complexidade observada nas mudanças paradigmáticas. Diante disso, surge a

necessidade de avaliar a proposta de Kuhn em sua capacidade de oferecer uma

compreensão mais abrangente e contextualizada do processo científico.

Os objetivos deste artigo são expor os conceitos defendidos por Kuhn, discutir

as implicações de suas ideias para a filosofia da ciência e examinar criticamente como

sua teoria influenciou a compreensão contemporânea do desenvolvimento científico.

Além disso, pretende-se explorar as relações entre ciência normal e revoluções

científicas, evidenciando como esses momentos críticos impactam a evolução do

conhecimento científico.

1.1 Desvendando o conceito de paradigmas

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Seguindo o texto de Kuhn acerca da teoria dos paradigmas, delineada de

maneira seminal em "A Estrutura das Revoluções Científicas", oferece uma

perspectiva intrigante sobre como a ciência progride, ou melhor, revoluciona-se ao

descartar ou aceitar um determinado paradigma. Desafiar as concepções tradicionais

sobre a ciência foi uma característica marcante da abordagem de Kuhn. Enquanto a

visão indutivista buscava uma acumulação gradual de conhecimento e a

falsificacionista se concentrava na refutação como motor do progresso, Kuhn propôs

uma dinâmica mais tumultuada. Ele argumentou que a ciência normal, operando

dentro de paradigmas estabelecidos, só pode ser compreendida quando

contextualizada nas imprevisíveis e disruptivas revoluções científicas.

Ainda nessa mesma lógica, Kuhn afirma que os cientistas trabalham dentro

desses paradigmas, que são conjuntos de ideias aceitas que moldam a pesquisa e a

compreensão. Ele argumenta que a ciência não avança de maneira constante, mas

passa por momentos de "crise" e "revolução". Isso ocorre quando um paradigma

existente não consegue explicar algumas coisas e é substituído por um novo,

incompatível. O ponto crucial é que a ciência não avança apenas acumulando mais

fatos, mas através dessas mudanças fundamentais em como vemos o mundo. Essas

mudanças são chamadas de "revoluções científicas". Portanto, Kuhn destaca a

importância não apenas dos dados observacionais, mas também das estruturas

conceituais e das comunidades científicas na construção do conhecimento científico.

Essa abordagem oferece uma visão mais realista e complexa de como a ciência

progride.

2 DESENVOLVIMENTO DAS PERSPECTIVAS EVOLUTIVAS

A perspectiva de Thomas Kuhn sobre a evolução da ciência, destacando a

natureza revolucionária das mudanças de paradigmas, oferece uma visão valiosa e

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realista do processo científico. Ao invés de conceber a ciência como uma acumulação

linear e contínua de conhecimento, Kuhn nos desafia a considerar a ciência como

uma atividade mais complexa e dinâmica, caracterizada por momentos de desafio e

transformação.

A analogia de Kuhn de paradigmas como estruturas de pensamento que

moldam a compreensão científica é intrigante. Isso implica que os cientistas não são

meros observadores neutros, mas estão profundamente imersos em frameworks

conceituais que influenciam a forma como interpretam dados e constroem teorias.

Esses paradigmas fornecem uma espécie de "filtro" que molda a percepção dos

cientistas sobre o mundo ao seu redor.

Conforme afirma Kuhn(1979, p. 27), “Uma ciência madura é governada por

apenas um paradigma". Isso demonstra que, dentro de um campo científico

consolidado, a presença de um paradigma dominante é crucial para proporcionar um

quadro conceitual unificado. Tal paradigma serve como alicerce teórico que orienta a

pesquisa, a interpretação de dados e a resolução de problemas específicos.

Ao adotar um único paradigma, os cientistas normais dentro de uma

comunidade científica conseguem coordenar seus esforços de maneira mais eficaz.

Esse alinhamento permite uma abordagem coesa na resolução de enigmas e na

expansão do conhecimento dentro dos limites estabelecidos pelo paradigma.

Contudo, essa concentração na ciência normal não significa que o paradigma seja

infalível ou que não haja espaço para a evolução do entendimento científico.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O texto de Kuhn nos convida a refletir como as comunidades científicas

funcionam, como os cientistas respondem ao surgimento de anomalias e como

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ocorre a transição de um paradigma falha para outro com mais sentido. Isso tem

implicações profundas para a compreensão da dinâmica da ciência e como as

mudanças no pensamento científico ocorrem.

A analogia de Kuhn de paradigmas como estruturas de pensamento que

moldam a compreensão científica é intrigante. Isso implica que os cientistas não são

meros observadores neutros, mas estão profundamente imersos em frameworks

conceituais que influenciam a forma como interpretam dados e constroem teorias.

Esses paradigmas fornecem uma espécie de "filtro" que molda a percepção dos

cientistas sobre o mundo ao seu redor.

Em resumo, a perspectiva de Kuhn nos convida a repensar a maneira como

entendemos o progresso científico. Aceitar a ideia de revoluções científicas e a

influência profunda dos paradigmas pode enriquecer nossa compreensão da ciência

como uma atividade humana complexa, sujeita a mudanças paradigmáticas que

impulsiona avanços significativos em nosso entendimento do mundo.

REFERÊNCIAS

CHALMERS, A.F. O que é ciência afinal ? 5ª edição. São Paulo: Editora Brasiliense, 1993.

KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. 11º edição. São Paulo:
Perspectiva, 2016.

Santos, W.J.P. Thomas Kuhn: a ciência historicamente orientada. Mundo Educação.

Disponível em:
[https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/thomas-kuhn-ciencia-historicamente-orientada.
htm]. Acesso em 06 de dezembro de 2023.

Pereira, W. J. A noção de paradigma pensada por Thomas Kuhn. Brasil Escola.

Disponível

Filosofia e Metodologia da Ciência, 2023, O conceito de paradigmas científicos por Thomas Kuhn.
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em:[https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-nocao-paradigma-pensada-por-thomas-
kuhn.htm]. Acesso em 06 de dezembro de 2023.

Filosofia e Metodologia da Ciência, 2023, O conceito de paradigmas científicos por Thomas Kuhn.