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Epistemologia da Educação I - Turma C

Síntese: a estrutura das revoluções científicas


Eglem das Neves Bergantin
E-mail para contato: eglembergantin@estudante.ufscar.br

A Estrutura das Revoluções Científicas (1962) é uma obra de Thomas Kuhn (1922 –
1996), físico, historiador e filósofo estadunidense. Neste ensaio, Thomas Kuhn, `a
luz da filosofia, discorreu sobre o seu conceito de revolução científica.
No início do livro, Thomas Kuhn apresentou o que chamou de ciência normal, isto é,
a ciência construída de forma linear, cumulativa, alicerçada em nomes aceitos por
todos os membros de uma comunidade científica. Para Thomas Kuhn, neste livro, a
ciência normal se desenvolve e se inova através de novas descobertas, mas, essas
descobertas sempre partem de descobertas anteriores. Aqui, o cientista normal
somente desvela o mundo natural e, portanto, suas descobertas não são passíveis de
crítica, pois a sua descoberta está embasada em um paradigma de ciência, um modelo
exemplar fortalecido por toda uma comunidade científica e também pela sociedade
que, pelo senso comum, também o defende.
Nos capítulos de 5 a 7, Thomas Khun, trazendo a sua análise histórica de como
ocorrem as descobertas científicas, começa então a questionar o paradigma nas
ciências. Sua primeira crítica é de que a ciência normal, muito ocupada em
solucionar quebra-cabeças, não se propõe a descobrir novidades nos campos dos
fatos e teorias, mesmo assim, periodicamente surgem fenômenos novos e
insuspeitados descobertos pela ciência (Khun, 1962, pg. 77). Essas novas descobertas
científicas não previstas pelo modelo paradigmático são chamadas por Thomas Khun
de anomalias. As anomalias podem desaparecer por si mesmas ou crescer ao ponto
de gerar crises e impactos nos paradigmas. Assim, pode se haver um processo em
que parcialmente crenças e procedimentos são trocados por outros, ou então, até
mesmo se ter uma transição para um novo paradigma. Novas descobertas geram
novas teorias e novas teorias geram novos paradigmas. Ao surgimento de um novo
paradigma, seja pela sua alteração parcial ou total, Thomas Khun chama de
revolução científica. Para embasar suas ideias, Khun cita nomes considerados
importantes nas ciências:
[...] momentos decisivos essenciais do desenvolvimento cientifico associado
aos nomes de Copérnico, Newton, Lavoisier e Einstein. Mais claramente
que muitos outros, esses episódios exibem aquilo que constitui todas as
revoluções científicas, pelo menos no que concerne à história das ciências
físicas. Cada um deles forçou a comunidade a rejeitar a teoria científica
anteriormente aceita em favor de uma outra incompatível com aquela.
(KUHN, 1998, pg. 25).

Nos capítulos 8 e 9, Thomas Khun explica o porquê do termo revolução, o


paralelismo do seu conceito com a política e a importância da existência das
revoluções científicas.

A metáfora do termo se dá da seguinte forma: assim como as revoluções políticas se


iniciam através de um sentimento crescente, geralmente atrelado a um segmento da
sociedade, de que uma instituição vigente está respondendo de forma defeituosa aos
problemas que deveriam resolver, na ciência ocorre o mesmo, uma pequena parcela
da comunidade científica tem o sentimento crescente de que o paradigma deixou de
funcionar. Assim, em ambos os casos, o sentimento crescente pode gerar uma crise,
uma disputa em relação a qual modelo deveria estar no poder e, assim, se ter uma
revolução em relação ao estado anterior.

A mudança de paradigma transforma o olhar do cientista, mesmo que um método


permaneça nesse novo paradigma, a interpretação do cientista levará a outras
descobertas.

Concluindo, para Thomas Khun a ciência não é cumulativa, todos os processos que
envolvem as descobertas científicas são complexos, compostos por paradigmas,
anomalias e revoluções. O cientista está sempre permeado por uma filosofia que guia
o seu olhar, a ciência, portanto, é um campo de disputa.

Referências

KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. 5. ed. São Paulo:


Editora Perspectiva S.A, 1998.

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