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FICHA RESUMO
CHALMERS, Alan. O que é ciência afinal? 1. ed. 7 tir. São Paulo: Brasiliense,
2009, capítulos VIII e XII
Capítulo VIII
Apresenta-se o esquema de Kuhn sobre como opera a ciência, de modo que este se
organiza assim: pré-ciência, ciência normal, crise-revolução, nova ciência normal,
nova crise. A partir do momento em que a comunidade científica se pauta em um único
paradigma, tem-se uma atividade estruturada que se diferencia daquela existente
antes da formação da ciência.
falsidade do paradigma, de modo que Kuhn reconhece que paradigmas sempre irão
conter certas anomalias, sendo que estas não implicam necessariamente em
falsificação do paradigma. Logo, um cientista normal não deve criticar o paradigma
que orienta seu trabalho, pois isso atrapalharia seu desempenho e, também, porque
esse ímpeto divergente é o que diferencia ciência normal e madura da pré-ciência
imatura – que se caracteriza pelo questionamento sobre os fundamentos.
Kuhn também constata que não é possível clarear absolutamente um paradigma, pois,
ao tentar fazer isso, sempre é obtida a impressão de que algo interno ao paradigma
viola sua caracterização. Mas há o conceito de paradigma e, apesar de não haver tal
clareamento conceitual evidente, os cientistas obtêm conhecimento de um paradigma
por meio de sua educação científica. Então, trata-se de treino prático – como
experiências e pesquisas – para que se obtenha o conhecimento, sendo que,
posteriormente, serão adquiridas noções teóricas sobre o paradigma.
Chalmers, então, afirma ser um erro julgar a contribuição de Kuhn apenas descritiva,
pois este inclui explicações sobre a função dos componentes em sua teoria. A etapa
de ciência normal possibilita aos cientistas o estudo sobre os detalhes minuciosos de
uma teoria, as revoluções devem romper um paradigma para outro melhor e os
paradigmas podem ser aplicados e interpretados de formas diferentes por variados
grupos de cientistas, o que tende a multiplicar o número de estratégias possíveis.
Capítulo XII
Chalmers explica certas ideias de Feyerabend para iniciar sua exposição, destacando-
se a afirmativa de que nenhuma das metodologias das ciências até então propostas
foram bem-sucedidas. Feyerabend afirma que tais metodologias têm insucesso ao
fornecer regras para guiar as práticas dos cientistas, sendo implausível cogitar que a
ciência possa ser explicada com base em algumas regras metodológicas elementares.
Logo, toda metodologia tem limitação e a única que regra que vale é a do “vale tudo”.
Porém, esse “vale tudo” não deve ser interpretado de forma demasiadamente ampla.
Disso decorre a distinção, segundo Feyerabend, entre o cientista razoável e o
charlatão, a qual se localiza na pesquisa efetuada, após a determinação de um ponto
de vista. O charlatão não se preocupa em ir além, pois contenta-se na defesa do ponto
de vista na forma não desenvolvida, de modo que, às vezes, nem admite a existência
de um problema; enquanto o cientista tem ciência das dificuldades e objeções.
Chalmers sintetiza tais ideias ao afirmar que, na ciência, o vale tudo não se dá sem
nenhum limite, de forma que não é necessário conhecimento sobre as metodologias,
mas a ciência dos aspectos sobre assunto investigado é imprescindível.
teórico. Em certos casos, duas teorias rivais possuem princípios básicos tão distintos
que nem é possível compará-las; configurando-se, então, como incomensuráveis.
Entretanto, Chalmers discorda de Feyerabend em certo aspecto, pois este não foca
em obstáculos sociais imediatos, mas confronta ciência, vodu, astrologia e coisas
semelhantes; elementos cujos estudos específicos Chalmers – denominando isso um
preconceito – desacredita terem objetos bem definidos e modos de alcançá-los, e
afirma não serem problemas imediatos no meio social vigente.
O autor também pontua que, para Feyerabend, a ciência não deve ter preferência
sobre outros modos de conhecimento e o Estado, na sociedade ideal, deve ser neutro,
de forma que o indivíduo tenha liberdade para decidir conforme suas próprias
concepções. Sobre isso, Chalmers afirma que a liberdade individual está submetida à
posição que o indivíduo ocupa na organização social, sendo que as ações e vontades
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individuais estão relacionadas aos meios que estão à sua disposição. Logo, conclui-
se que todos os indivíduos devem seguir suas inclinações e fazer aquilo que desejam.
CONSIDERAÇÕES PESSOAIS
*BATESON, Gregory. Mente e Natureza. 1. Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1986.