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Educação e interdisciplinaridade: teoria e prática

Diagramação: Natália Sandrini de Azevedo


Correção: Flávia Roberta Barão
Indexação: Gabriel Motomu Teshima
Revisão: Os autores
Organizadoras: Anaisa Alves de Moura
Márcia Cristiane Ferreira Mendes

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

E24 Educação e interdisciplinaridade: teoria e prática /


Organizadoras Anaisa Alves de Moura, Márcia Cristiane
Ferreira Mendes. – Ponta Grossa - PR: Atena, 2021.

Formato: PDF
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5983-480-8
DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.808210809

1. Educação. 2. Interdisciplinaridade. I. Moura, Anaisa


Alves de (Organizadora). II. Mendes, Márcia Cristiane
Ferreira (Organizadora). III. Título.
CDD 370
Elaborado por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166

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obtenção do Qualis livro; 5. Não cede, comercializa ou autoriza a utilização dos nomes e e-
mails dos autores, bem como nenhum outro dado dos mesmos, para qualquer finalidade que
não o escopo da divulgação desta obra.
PREFÁCIO

Esta é uma obra que, por certo, contribuirá no cotidiano educacional dos professores,
e trará a consciência a realidade das diversas modalidades de ensino que permeiam
o itinerário de formação de professor, e das fragilidades da experiência tradicional.
Portanto, nesta obra você, leitor, vislumbrará estratégias didáticas, críticas, experiências
e propositivas que indicam caminhos diversos no campo educacional. É uma obra ousada
em saberes profissionais, saberes científicos e saberes pessoais.
É possível entender o ensino-aprendizagem de maneira interdisciplinar? É possível
realizar projetos que envolvam a escola, a instituição como um todo? Que limites podem ser
explorados a partir das experiências que você vislumbrará nesta obra? Estes são alguns
dos questionamentos que os pesquisadores construtores desse material tentarão impactar,
com reflexões do cotidiano de cada leitor, de forma simples, visualizando os diversos olhares
sem perder os detalhes que os singularizam e espelham em suas vivências profissionais.
É necessário se afastar de modelos tradicionais que privilegiem exclusivamente o
modelo disciplinar, como as abstrações teóricas que se afastam da realidade dos alunos,
ou seja, é preciso uma proposta de caráter mais pragmático, mas não apenas isso. A
teoria científica deve ser vinculada ao contexto de aplicação e vice-versa, promovendo a
autonomia dos estudantes e a visão crítica que vem da reflexão sobre a prática.
Sabemos das dificuldades que as tarefas cotidianas impõem ao trabalho docente;
entretanto, indicamos que o processo de mudança comece com um primeiro passo, com o
convencimento para o fazer interdisciplinar, com o compartilhamento das atribuições e dos
saberes. Alguns erros serão cometidos, mas o mais importante depois desse primeiro passo
é a direção que a sua prática pedagógica poderá tomar; a formação mais crítica e humana
que você poderá proporcionar a seus estudantes; a sua satisfação em corresponder aos
anseios de sua profissão.
Como dizem Freire (1996) e Fals Borda (2008), é impossível ensinar ou aprender
sem a coragem de ter sentimentos e de agir em função da transformação do mundo e
dos homens. Sentir e agir são tão importantes quanto o pensar, e não trazem a este uma
“acientificidade” ou uma “pieguice”, que alguns professores possuem bastante receio de
ter. Para os autores, os sentimentos, as emoções, os desejos, os medos, as dúvidas, a
paixão e outros são componentes essenciais para a aprendizagem, não apenas a razão
crítica – “conhecemos com o corpo inteiro”.
Falamos um pouco do que você encontrará nesta obra “EDUCAÇÃO E
INTERDISCIPLINARIDADE: TEORIA E PRÁTICA”, como ensinamento, aprendizagem,
interdisciplinaridade, impactos e muitas reflexões, portanto, agora é o momento de você
aprofundar mais o seu conhecimento vislumbrando os vários contextos educacionais que
esta obra lhe proporcionará.

Uma excelente leitura a todos (as)!

Às organizadoras!
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1................................................................................................................13
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ENTRE OS
DOCENTES DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO
Adriana Pinto Martins
Evaneide Dourado Martins
Márvilla Pinto Martins
Francisca Neide Camelo Martins
Lara Martins Rodrigues

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108092

CAPÍTULO 2................................................................................................................26
RELAÇÃO ENTRE PERCENTUAIS DE REPROVAÇÕES E UTILIZAÇÃO DE
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR PRIVADA
Rômulo Carlos de Aguiar
Ildiana de Azevedo Pereira

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108093

CAPÍTULO 3................................................................................................................41
EDUCAÇÃO SEXUAL: ATUAÇÃO DOS PROFESSORES DO CENTRO DE EDUCAÇÃO
INFANTIL JACYRA PIMENTEL GOMES
Pamela Lima Nogueira Ximenes
Maria da Paz Arruda Aragão

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108094

CAPÍTULO 4................................................................................................................50
EDUCAÇÃO E TRABALHO PARA PESSOAS COM AUTISMO: DIÁLOGO
INTERDISCIPLINAR ENTRE O BIOLÓGICO E O SOCIAL
Marcelo Franco e Souza
Roberto Kennedy Gomes Franco
Maria Aparecida de Paulo Gomes
Sílvia de Sousa Azevedo

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108095

CAPÍTULO 5................................................................................................................63
SAÚDE MENTAL NA UNIVERSIDADE: EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO DE APOIO
PSICOLÓGICO AO ESTUDANTE DO UNINTA (NAPSI)
Jeciane Lima da Silva
Marcelo Franco e Souza
Denise da Silva Araújo
Maria Edileuda Liberato Portella
Germana Albuquerque Torres

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108096

SUMÁRIO
CAPÍTULO 6................................................................................................................76
TRABALHO E PRÁTICAS EDUCATIVAS DOS POLICIAIS MILITARES EM MEIO À
PANDEMIA DE COVID-19: UMA ANÁLISE REALIZADA NO MUNICÍPIO DE SOBRAL (CE)
Flávio Pimentel Cavalcante
Anderson Duarte Barboza
Heloísia Carneiro de Souza

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108097

CAPÍTULO 7................................................................................................................88
TECNOLOGIAS DIGITAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA
Evaneide Dourado Martins
Bruna Dourado Martins
Adriana Pinto Martins
Sabrina Barros de Sousa
Cleyton Gomes Carneiro

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108098

CAPÍTULO 8..............................................................................................................102
A IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE E O SOFRIMENTO MATERNO: CONTRIBUIÇÕES
DA PSICOLOGIA PERINATAL
Germana Albuquerque Torres
Ana Ramyres Andrade de Araújo

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108099

CAPÍTULO 9.............................................................................................................. 116


OS NOVOS ARRANJOS FAMILIARES: A RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS HOMOPARENTAIS
E A INSTITUIÇÃO ESCOLA
Amanda Kelly Viana Cezário
Cellyneude de Souza Fernandes
Geórgia Bezerra Gomes

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080910

CAPÍTULO 10............................................................................................................129
A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA A DISTÂNCIA
Juliana Magalhães Linhares
Luciane Azevedo Chaves
Michelle Ferreira Maia

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080911

CAPÍTULO 11............................................................................................................142
APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES: IMPLICAÇÕES NA DISCIPLINA DE
ENFERMAGEM EM CLÍNICA I POR MEIO DO ENSINO REMOTO SÍNCRONO
Keila Maria Carvalho Martins
Hermínia Maria Sousa da Ponte

SUMÁRIO
Perpétua Alexsandra Araújo

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080912

CAPÍTULO 12............................................................................................................152
UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS NA DiSCIPLINA DE FISIOLOGIA HUMANA EM
CURSOS DE GRADUAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE
Vanessa Mesquita Ramos
Adílio Moreira de Moraes
Berla Moreira de Moraes
Betânea Moreira de Moraes

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080913

CAPÍTULO 13............................................................................................................164
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE
Marina da Silva Belarmino

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080914

CAPÍTULO 14............................................................................................................177
“MEU QUINTAL É MAIOR QUE O MUNDO”: QUESTÕES INVESTIGATIVAS EVIDENCIADAS
PELAS CRIANÇAS NOS ESPAÇOS E TEMPOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Fernanda Mendes Cabral
Ludmila Lessa Lorenzoni Vaccari
Maria Aparecida Rodrigues da Costa Santos

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080915

CAPÍTULO 15............................................................................................................192
EDUCAÇÃO SEXUAL NA ADOLESCÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM AS INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Márvilla Pinto Martins
Francisca Irvna Mesquita Cisne
Dayse Rodrigues Ponte Gomes
Carolina Costa Parente
Iara Silvia Aguiar Rodrigues

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080916

CAPÍTULO 16............................................................................................................202
O ENSINO REMOTO NA PANDEMIA DE COVID-19 NA PERCEPÇÃO DE PROFESSORAS
DO ENSINO MÉDIO
Francinalda Machado Stascxak
Limária Araújo Mouta
Maria Aparecida Alves da Costa
Maria Julieta Fai Serpa e Sales
Roberta Kelly Santos Maia Pontes

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080917

SUMÁRIO
CAPÍTULO 17............................................................................................................213
PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA: DIÁLOGOS E AFETAÇÕES COM
ADOLESCENTES ESCOLARES
Viviane Oliveira Mendes Cavalcante
Kássia Valéria de Sousa Duarte
Ana Hirley Rodrigues Magalhães
Francisco Freitas Gurgel Júnior
Ana Suelen Pedroza Cavalcante
Rejanio Aguiar Aragão

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080918

CAPÍTULO 18............................................................................................................222
O DESAFIO DO ENSINO REMOTO E A SUA RELAÇÃO COM A INTERDISCIPLINARIDADE
Tatiana de Medeiros Santos
Ascenilma Alencar Cardoso Marinho
Maria do Socorro Crispim Araújo Furtado Wanderley
Francineide Rodrigues Passos Rocha
Fabiana de Medeiros Santos

https://doi.org/10.22533/at.ed.8082108091900

CAPÍTULO 19............................................................................................................237
TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SALA DE AULA:
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS À DOCÊNCIA
Wagner da Silva Santos
Giovanna Barroca de Moura
Ércules Laurentino Diniz
Carlos da Silva Cirino
Amanda Berto Ribeiro de Oliveira
llani Marques Souto Araújo

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080920

CAPÍTULO 20............................................................................................................252
A PEDAGOGIA DO CORPO COMO CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Michele Christiane Alves de Brito
Giovanna Barroca de Moura

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080921

CAPÍTULO 21............................................................................................................266
ÉTICA APLICADA A GESTÃO ORGANIZACIONAL: ANÁLISE DOS FATORES CULTURAIS
Filipe Leão Ferro
Samylle Barbosa Veras Ferro
Luciana de Moura Ferreira

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080922

SUMÁRIO
CAPÍTULO 22............................................................................................................279
PROJETO DE EXTENSÃO CONHECENDO O CORPO HUMANO: O USO DE SOFTWARES
PARA O ENSINO ONLINE DE ANATOMIA HUMANA
Karlla da Conceição Bezerra Brito Veras
Raiara Bezerra da Silva
Francisco José da Silva
José Otacílio Silveira Neto
Milena Araújo Fernandes

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080923

CAPÍTULO 23............................................................................................................293
GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA NA ESCOLA MUNICIPAL ALEXANDRINO
MOUSINHO (GUADALUPE-PI): SABERES, ESCOLHAS E DESAFIOS
Alessandra Silva Noleto
Célia Camelo de Sousa
Charmênia Freitas de Sátiro
Edmilsa Santana Araújo

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080924

CAPÍTULO 24............................................................................................................306
GESTÃO ESCOLAR E AS COMPETIÇÕES EXTERNAS: OLIMPÍADA INTERNACIONAL
DE MATEMÁTICA (IMO)
Joelma Alves Rodrigues
Márcia Cristiane Ferreira Mendes
Graça Maria de Morais Aguiar e Silva
Anaísa Alves de Moura

https://doi.org/10.22533/at.ed.80821080925

SOBRE AS ORGANIZADORAS...............................................................................317

SUMÁRIO
CAPÍTULO 21
ÉTICA APLICADA A GESTÃO ORGANIZACIONAL:
ANÁLISE DOS FATORES CULTURAIS

Data de aceite: 02/08/2021 1993)


Com o advento do capitalismo, emergiram
Filipe Leão Ferro regras e modelos de conduta a serem seguidos
Faculdade Uninta, Itapipoca, CE, Brasil pela nascente sociedade industrial, iniciava-
http://lattes.cnpq.br/2390237695336662 se assim o processo de normatização do
Samylle Barbosa Veras Ferro comportamento dos indivíduos. A sociedade
Faculdade Uninta, Itapipoca, CE, Brasil industrial exigia padrões de comportamentos
http://lattes.cnpq.br/4957825491340308
sociais que foram ditados por meio de manuais
Luciana de Moura Ferreira e regras de etiqueta, essas mudanças
Faculdade Uninta, Itapipoca, CE, Brasil
levaram o indivíduo a abandonar a conduta de
http://lattes.cnpq.br/0402458837479508
transcendência ética e virtudes, para adotar as
normas ético morais exigidas pela sociedade
nascente. Tais modelos comportamentais
foram inseridos no cotidiano das organizações,
1 | INTRODUÇÃO através da elaboração de códigos de ética,
A sociedade moderna, nas últimas que tinham por finalidade regular e controlar os
décadas tem debatido com veemência a questão comportamentos e relações tanto dentro quanto
da ética, apesar desse tema estar presente na fora das organizações. (BOFF, 2003)
composição das relações humanas desde os Ao longo do século XX, com o avanço
tempos do nascimento da filosofia na Grécia da tecnologia, a maior exploração dos recursos
antiga. No entanto basta uma rápida olhada nos e as relações pessoais, a relação entre as
telejornais, ou mesmo nas redes sociais, que nos organizações e a sociedade, foram ganhando
deparamos com uma ampla gama de notícias força e tornaram-se problemáticas vigorosas
e publicações que conclamam essa discussão que emergiram na primeira década do século
como urgente em todos os âmbitos da sociedade. XXI. Essas reflexões, não ficaram restritas as
A essência da ética, por via de regra, discussões organizacionais, elas logos tomaram
é associada as regras morais praticadas por força e vieram à tona sob a forma de pesquisas e
uma sociedade e os valores significativamente estudos científicos, que trouxeram para o centro
aceitáveis pela mesma, sendo eles reconhecidos das investigações cientificas questionamentos
como a base constitutiva dos princípios que sobre posicionamentos éticos, valores e atitudes
orientam e conduzem a ação humana. (VALLS, éticas no âmbito da gestão e das organizações.

Capítulo 21 266
A eclosão de estudos e pesquisa fez com que os debates acerca do exercício da ética
ganhassem força e passassem a ser uma situação real na prática e cotidiano das
organizações.
Diante dessas reflexões, o presente artigo tem como objetivo analisar a gestão
organizacional a partir dos fatores culturais e ética. A relevância desse estudo é contribuir
para a discussão sobre a ética na gestão organizacional, destacando o papel da direção
organizacional no delineamento de estratégias de responsabilidade social.
De acordo com Behring (2013), o número de debates e estudos voltados para
a discussão da questão ética estão cada vez mais atuais, além de estarem ganhando
importância no âmbito empresarial, político e social. No cenário nacional, Castro e Ávila,
(2013) apontam que as notícias sobre corrupção, escândalos, desvios financeiros, dentre
outros comportamentos inadequados tem-se tornado uma realidade presente tanto nas
organizações públicas quanto nas privadas.

2 | METODOLOGIA
A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de revisão bibliográfica,
descritiva e de cunho exploratório e qualitativo. Para Gil (2009), a realização da pesquisa
bibliográfica desenvolve-se a partir de material já produzido, constituído especialmente de
livro e artigos científicos.
Quanto a pesquisa exploratória, Cooper e Schindler, (2003), apontam que estudos
exploratórios contrastam com os descritivos, ao possibilitarem a descrição de fenômenos
ou características associadas com o público-alvo, além de permitirem a associação entre
diferentes vaiáveis e mensuração das relações de causa e efeito.
O desenvolvimento dessa pesquisa realizou-se a partir da base de dados do Scielo
– Scientific Eletronic Library Online. A amostragem dos artigos utilizados nessa pesquisa,
foi realizada pelos descritores “Responsabilidade social das empresas” e “ética e gestão
corporativa”.
Como critérios de inclusão dos artigos selecionados, foram: artigos em português
e disponíveis na integra; o conteúdo do artigo deveria apresentar as discussões sobre
história da ética ou gestão corporativa. Para análise das variáveis, definimos os objetivos
e finalidade dos artigos.

3 | REATUALIZANDO O DISCURSO DA ÉTICA


Os conceitos de ética e moral foram compreendidos, pela sociedade, ao longo de
seu desenvolvimento como a tessitura essencial para a manutenção das relações humanas,
essa compreensão não possui demarcação temporal adequado, pois ambos os conceitos

Capítulo 21 267
foram sendo apresentados em alguns momentos como o ideal de comportamentos bons ou
maus, em outros momentos foram utilizados como sinônimos e até mesmo compreendidos
com significados diferentes.
Para Chauí (2004, p. 370) “Ética na sua etimologia grega é originário das palavras
“éthos”, que significa “o caráter de alguém”, e “êthos” que significa o conjunto de costumes
instituídos por uma sociedade para formar, regular e controlar a conduta de seus membros.”
Enquanto o conceito de moral, tem origem latinas e refere-se a “costume” que pode
ser entendido como “regras, leis, normas, valores e motivações que governam o agir e
a conduta humana” e que regula os comportamentos sociais em determinado contexto
histórico. (VALLS, 2013)
Destacamos que apesar de na contemporaneidade esses conceitos se diferenciarem,
a filosofia antiga os compreendia como complementares, tanto que era usual o termo
“filosofia moral” como sinônimo de ética, afinal ética e moral, são preocupações constantes
ao longo do desenvolvimento da sociedade, pois estas querem constantemente aperfeiçoar/
controlar o comportamento dos indivíduos.
A questão da ética na filosofia tem como seu percursor o filosofo Sócrates, pois ele
é responsável pela introdução da discussão ética e política na sociedade grega. Conhecido
por andar pela pólis dialogando e questionando com os cidadãos atenienses, Sócrates, a
partir do método da maiêutica levava os cidadãos a refletir sobre suas crenças e certezas.
Pois como afirma Chauí (2004, p.311) “as questões socráticas inauguram a ética ou a
filosofia moral porque definem o campo no qual valores e obrigações morais podem ser
estabelecidos pela determinação do seu ponto de partida: a consciência do agente moral”
A filosofia de Sócrates é conhecida a partir das obras de seu discípulo Platão o
qual transcreveu em sua obra os diálogos de Sócrates, dessa maneira, a sua concepção
de ética ficou conhecida a partir de seus ensinamentos os quais eram sempre apoiados
nos conceitos de justiça, virtude e principalmente na máxima “conhece a ti mesmo”, pois
o referido filosofo acreditava que a virtude era fruto do conhecimento e da “educação”,
elementos essenciais para que as pessoas agissem de acordo com a moral. (CHALITA,
2001)
Como sistematizador do pensamento do seu mestre, Sócrates, Platão, foi um
filosofo influente na questão da moral, tema recorrente em seus diálogos, pois em sua
obra é premente a questão da preocupação com a vida em sociedade. Ele acreditava na
preexistência da alma e devido a isso pregava a vida ascética, livre dos exageros e voltada
para o cultivo das virtudes. Segundo Valls (1994, p. 25) “Os homens deveriam procurar,
então, durante esta vida, a contemplação das ideias, e principalmente da ideia mais
importante, a ideia do bem. Platão descreve, de uma maneira literalmente muito sedutora,
como a uma de “Eros filosófico” que atrai o homem para este exercício de contemplação.”

Capítulo 21 268
Analisando a concepção de ética proposta por Platão concluímos que para ele o
bem é o caminho da ética e da moral, portanto, uma vida ética é aquela em que o indivíduo
busca o conhecimento para assim entender a natureza das coisas e de sua existência.
Essa reflexão sobre a ética na Grécia antiga, não pode deixar de mencionar
Aristóteles e sua concepção de homem como um animal naturalmente político, afinal, ele
associava ética ao caráter e ao modo de vida dos indivíduos, sendo a política a base de
sustentação da existência do homem em sociedade, pois “ética e política são inseparáveis.”
(VÁZQUEZ, 2008)
A partir do exposto, somos levados a concluir que de um lado Sócrates, Platão
e Aristóteles propunha uma ideia de ética universal, portanto viver com ética, seria um
constante e intenso embate ente os desejos e a razão. (CHAUÍ, 2004)
A modernidade tem início com o período conhecido como iluminismo, momento
do avanço do capitalismo e da ideia de progresso, nesse período a burguesia começou
a crescer e impor-se, situação que acentuou o debate sobre a ética e aspectos antes
não considerados, tais como a liberdade pessoal, nesse contexto teve destaque o filosofo
Kant. O pensamento de Kant, propiciou discussões sobre o racionalismo e o homem,
abandonando as explicações metafisicas sobre ética e moral na conduta dos indivíduos,
sendo, portanto, conhecidas como ética utilitarista ou filosofia moral.
Segundo Valls (1994, p. 45) “Kant, identificou, o ideal ético com o ideal da autonomia
individual. O homem racional, autônomo, autodeterminado, aquele que age segundo a
razão e a liberdade, eis o critério de moralidade”
Analisando a concepção iluminista de ética e liberdade, destacamos a necessidade
do indivíduo reconhecer a diferença entre o certo e o errado, entre a lei e o fora da lei, daí
Kant acreditar que a consciência moral é capaz de julgar o valor dos atos e das condutas,
para assim agir em conformidade com os valores morais, sendo portanto responsável por
suas ações e consequências. Nessa perspectiva, Kant vai contra os conceitos de ética
que predominavam na filosofia grega e na filosofia cristã, os quais compreendiam que o
comportamento moral do indivíduo se guiava por felicidade ou por desejos. Pois para Kant,
o comportamento moral era baseado, ou deveria ser, na razão.
Os filósofos do existencialismo no século XX, defenderam a preponderância da
liberdade na questão da moral e da ética, ressaltando que a liberdade era um ideal ético,
a medida que privilegiava os aspectos individuais da ética, tais como autenticidade, opção
e resolutividade.
Segundo Valls (1994), Sartre, um dos principais nomes da filosofia existencialista,
destacava que a moral é algo concreto, portanto, imprevisível, e que essa se constitui a
partir da liberdade. A filosofia existencialista, no entanto, apresenta dificuldades quanto
ao estabelecimento de critérios para a fundamentação da moral, pois apesar de prometer,

Capítulo 21 269
Sartre não conseguiu elaborar uma ética que resistisse ao individualismo crescente, já que
segundo ele “cada homem é responsável por toda a humanidade.”
Para Barroco, (2001, p.43)

A moral interfere nos “papéis” sociais, donde sua caracterização como um


modo de ser, um ethos que expressa a identidade cultural de uma sociedade,
de uma classe, de um estrato social, num determinado momento histórico.
Por sua perspectiva consciente, ou seja, pelo fato de o indivíduo aceitar
intimamente os valores, passa a fazer parte do seu “caráter”; por sua função
integradora, estabelecendo vínculos sociais, está presente em todas as
atividades humanas

Compreendendo moral como um conjunto de normas passíveis de modificações,


pode-se deduzir que essas transformações são viabilizadas por meio da reflexão ou ação,
desencadeadas por meio da ética.
Em suma, as discussões abertas entre liberdade, ética e moral na modernidade,
provocaram uma crise na contemporaneidade no que concerne a ética e a moral, afinal,
de um lado dessa disputa conceitual se encontra a racionalidade como instrumento de
controle dos indivíduos e do outro a subjetividade da liberdade e dos indivíduos que pautam
sua vida pelos desejos e emoções.

3.1 Ética e Moral na Contemporaneidade


A ideia de progresso propagada pelo capitalismo, e a contemporaneidade traz à
tona uma série de problemáticas que entre outros valores coloca em análise os conceitos
de ética e moral, conceitos que foram na atualidade reduzidos ao espaço do privado.
A ética na contemporaneidade foi reduzida a condição de código capaz de
enunciar as condutas possíveis para promover a convivência dentro dos diversos grupos
socioculturais. Trata-se de um projeto ambicioso na visão de Bauman. Mais afinal o que é
ética na contemporaneidade?
Segundo Bauman (2011, p. 54), o conceito de ética “designa o esforço da Idade
Moderna em antever e prescrever, com maior grau de certeza, a ocorrência de determinados
fenômenos e diminuir, ou eliminar, as alternativas de resolução para essas dificuldades” a
grande questão da ética segundo a concepção apresentada por Bauman é sobre o que o
Estado define como verdade. E isso gera uma questão urgente a ser debatida afinal hoje
os indivíduos são levados a colocar para o estado e os poderes estabelecidos a decidirem
sobre suas escolhas e decisões. O que gera nos indivíduos pós-modernos o sentimento de
que seus comportamentos são decisões a serem tomadas pelo outro e não por si, à medida
que segundo Bauman (2011, p. 23): “Os códigos de éticas nem sempre são lembrados
porque a maioria comporta-se (e decide) segundo o hábito e a rotina, desde que nenhuma
pessoa dificulte (ou impeça) de se fazer o “usual”.

Capítulo 21 270
A questão levantada a partir de Bauman é: seremos capazes de julgar nossos
comportamentos sozinhos quando a lei e o sistema não foram capazes? Afinal quando
passamos ao outro a responsabilidade por nossas escolhas e ações, estamos confiando
que o outro a nossa liberdade de escolha, dando ao estado e aos poderes estabelecidos
o direito de decidir sobre nossa existência. Olhando racionalmente para essa constatação
somos levados a considerar que esse é o início da fragmentação das relações humanas, o
cultivo da indiferença para com o humano.
Olhando a ética sobre a perspectiva de Bauman (2001), podemos concluir que a
Modernidade “derreteu” as certezas e as estruturas do mundo pré-capitalismo, instituindo
um modelo de sociedade que não valorizava os valores éticos e subjetivos dos indivíduos.
Enquanto no século XXI, a vida humana passa a ser considerada em diversas vertentes,
especialmente devido ao impacto do capital sobre as formas de organização e da vida
da sociedade, ou seja, a pós-modernidade reformulou a compreensão da organização
social a partir da aplicação de conceitos como pluralidade, circularidade e multiplicidade.
Partindo do exposto podemos concluir que a ética na contemporaneidade inaugurou novos
modos de controlar o indivíduo e sua subjetividade, as quais foram aclamadas durante o
nascimento e fortalecimento do ideal de mundo moderno.

3.2 A relação entre ética e administração


A relação entre ética e administração não deve ser considerada um fenômeno
exclusivo das empresas, pois devido as contradições criadas pelo sistema de produção
capitalista essa temática tornou-se central em toda discussão sobre a contribuição da ética
no desenvolvimento da administração e gestão das organizações.
Segundo Ramos, (1989), ao iniciarmos uma reflexão sobre ética e administração,
não podemos deixar de discutir a relação entre ética e responsabilidade social nas
empresas, relação essa que perpassa desde a criação dos códigos de ética até a regulação
da responsabilidade da empresa para com o meio ambiente.
Os primeiros estudos sobre reponsabilidade social das empresas, foram publicadas
no século XX, tendo como marco teórico e histórico o livro de Howard Bowen (1953),
“Social Responsibilities of the Businessman. O livro de Bowen, foi responsável por difundir
a ideia do poder de influência das empresas na organização e no desenvolvimento das
sociedades, portanto isso gerava um aumento da responsabilidade das empresas para
com a sociedade em que estavam inseridas. (SANTOS, PRADO, PEREIRA, 2016)
A adoção da Responsabilidade social das empresas, é um comportamento das
empresas que buscam valorizar e incentivar o bem-estar social dos seus diversos setores,
através da adoção de medidas e critérios éticos rigorosos para lidar com os desafios do
cotidiano e promover uma boa relação com a sociedade.
Para Ferrell, Fraedrich e Ferrell, (2001, p.8) “ética empresarial diz respeito a regras

Capítulo 21 271
e princípios que pautam decisões de indivíduos e grupos de trabalho; a responsabilidade
social refere-se ao efeito das decisões de empresas sobre a sociedade”.
Segundo Almeida (2007), o poder de influência das empresas na organização
da sociedade não veio acompanhado do aumento da responsabilidade das empresas
para com a sociedade, porém desde a segunda metade do século XX, os debates
sobre a responsabilidade social das empresas foram fortalecidos e ampliados, e como
consequência, gerou um maior envolvimento dos empresários na adoção de políticas e
programas de responsabilidade social comprometidos com o desenvolvimento social.
Nessa perspectiva a empresa ética é aquela que detém o respeito e a confiança
dos seus funcionários, clientes, parceiros comerciais, investidores e da sociedade, sem
perder o equilíbrio entre os seus interesses econômicos e os interesses de todas as partes
envolvidas. Finalmente, uma empresa ética promove o diálogo com os seus stakholders,
e conduz suas ações a partir de princípios éticos definidos para assim minimizar os riscos
de posturas inadequadas.

4 | RESULTADOS E DISCUSSÕES
É crescente o espaço conquistado pelos debates sobre a questão da ética e
da responsabilidade social das empresas na sociedade. Para além dos desafios da
produtividade e crescimento dos negócios, as questões sobre éticas também se mostram
em um nível relevante a ser discutido e analisado para poder harmonizar os interesses
sociais, organizacionais e individuais (BONDARIK et al., 2006).
Segundo Kotler (2000) “a empresa está primordialmente interessada em maximizar
o lucro”, porém para atingir esse objetivo, é necessário que as organizações desenvolvam
alguns pré-requisitos, tais como conquistar uma clientela fiel, credibilidade social a partir
do prestígio conquistado por sua marca. O reconhecimento da sociedade é conquistado,
pela adoção de programas de sustentabilidade e responsabilidade com o meio ambiente e
a sociedade onde a empresa atua, pois, esses comportamentos transmitem uma imagem
da empresa como preocupada com o meio ambiente e com seus interlocutores.
Dessa maneira, a relação entre a organização e a sociedade tem como elemento
primordial a presença da ética, que deve estar presente nas bases das atividades
econômicas e empresariais das organizações (BATISTA; MALDONADO, 2008). Pois a
adoção de um comportamento ético nas empresas deve ser franco, natural e não somente
resultante de um requerimento do mercado (BONDARIK et al., 2006).
No momento em que a ética é priorizada dentro de uma organização, a mesma
é reconhecida como justa, democrática e honesta. Este modelo de gestão gera
reconhecimento, o reconhecimento gera sucesso, contribuindo para o crescimento de uma
empresa dentro do mercado (PASSOS, 2007).

Capítulo 21 272
Individualmente as ações éticas podem ser seguidas por dois tipos de ética: a ética
das convicções e a ética das responsabilidades. Na ética das convicções a consciência se
liga fortemente a normas e valores que assumem como universais e válidos em contextos
diferentes, não importando cultura, sociedade e organização (CHANLAT, 1992).
Enquanto na ética das responsabilidades a empresa foca não em seu próprio
comportamento, mas nas consequências da ação refletindo assim nos resultados de
cada ação e não exigindo os padrões rígidos de conduta exigidos pela regência da ética
(ASHLEY, 2005).
De forma espontânea a ética dentro das organizações é uma poderosa ferramenta
de gestão e não pode ser tratada de forma secundária, devendo levar a discussões dentro
das empresas para disseminar comportamentos e valores entre seus colaboradores,
potencializando as boas ações e fixando de forma intrínseca na cultura organizacional os
preceitos éticos.
Apesar das cobranças sociais, algumas empresas ainda não adotaram a ética como
base da sua organização e atuação social, isso inviabiliza o desenvolvimento de ações da
responsabilidade da empresa com a comunidade e mesmo o crescimento e reconhecimento
da empresa na sociedade. (SCHROEDER; SCHROEDER, 2004) assim, as empresas que
buscam desenvolver um comportamento ético em suas relações com a sociedade e seus
consumidores, reconhecem a responsabilidade social como essencial para seu crescimento
e desenvolvimento, buscando formas de conciliar e manter o equilíbrio entre comportamento
ético e lucro, evitando assim prejuízos econômicos e sociais, no entanto ainda existem
empresas que resistem a adoção de ações de responsabilidade social, apesar de hoje
essas serem consideradas essenciais para seu crescimento e fortalecimento na sociedade.

4.1 Falhas de conduta e seus prejuízos nas organizações coorporativas


As empresas que desenvolvem ações de responsabilidade social, podem ser
compreendidas no âmbito econômico tradicional, como não estando comprometidas com a
maximização dos lucros, nesse caso essas empresas devem estar conscientes de que nem
todas as empresas atuam conforme os mesmos princípios éticos.
Afinal, um número significativo de empresas atua de forma desleal, com números
agressivos, prazos enxutos, comportamento que resulta em uma luta pela sobrevivência
da organização, ou seja, atingir seus objetivos a qualquer custo. Nesse nível de conflito é
frequente atitudes que desviam dos padrões éticos que são conhecidos.
Segundo Godoy, Mascarenhas & Pinto, (2007), organizações coorporativas são
compostas por várias pessoas, cada qual com seu próprio código de convicções e valores,
que dificilmente chegam em um denominador comum sobre as questões éticas e situações
que sofrem influência de seus próprios interesses.
Bedani (2008) acredita que os desvios éticos nas empresas estão relacionados aos

Capítulo 21 273
valores priorizados por uma cultura institucional interna de cada organização, porque são
esses que direcionam os comportamentos, atitudes e decisões no contexto e ambiente
organizacional.
Com objetivo de compreender as premissas de desvios de conduta, Srour (2003)
excedeu as fronteiras organizacionais, foi buscar na cultura brasileira, uma resposta para os
comportamentos questionáveis dentro das empresas nacionais e em nossas organizações
em geral. Os resultados do estudo de Srour (2003), apontaram que devido a influência
da cultura nacional, os desvios de conduta são reproduzidos nas organizações, porém as
empresas seguem normas éticas, tais como; transparência, profissionalismo, credibilidade
e imparcialidade, ao mesmo tempo, que agem com oportunismo, buscando privilegiar seus
interesses.
Estudos apontam que o desvio de conduta ética causa prejuízos difíceis de
ser mensurado. No ano de 2004, foi realizado uma pesquisa pela consultoria KPMG -
Transaction and Forensic Services Ltda., junto a 1.000 empresas, o resultado dessa
pesquisa apresentou que 69% das empresas, participantes da pesquisa, já tiveram
problemas devido a desvios de conduta ética. Essa mesma pesquisa, apontou que em 83%
dos casos, as empresas tiveram prejuízos de até um milhão de reais, e em 49% desses
casos as perdas não puderam ser revertidas. (ZANETTI, 2008).
No ano de 2008, o Bureau International du Travail, realizou uma pesquisa que
apontou os prejuízos anuais de empresas norte americanas em cerca de 4 bilhões de
dólares, esses prejuízos foram decorrentes de comportamentos que feriam os padrões
éticos dos profissionais dentro das organizações. (ZANETTI, 2008).
A partir das pesquisas acima apresentadas, percebe-se que existe uma relação
entre os comportamentos de desvio de conduta ética e perdas financeiras nas empresas,
a percepção dessa relação propiciou que as organizações investissem na valorização e
respeito aos princípios éticos na gestão das organizações. Afinal, cabe as organizações
evitar os desvios éticos no âmbito organizacional.
Nessa perspectiva, cabe destacar que a importância de construção de ambientes
saudáveis dentro das instituições para prevenir os desvios éticos, assim como o respeito e
a dignidade com o próximo sejam estimulados através de uma administração transparente
voltado para ética. Pois, o combate e a prevenção dos desvios de conduta só se tornam
efetivo a partir do momento em que a política organizacional passa a respeitar os princípios
ético e a propagá-los entre os seus stakeholders. (HIRIGOYEN, 2005)

4.2 Ética e bem-estar e qualidade no trabalho


A relação entre bem-estar e a ética coorporativa é discutida por Ferrell, Fraedrich e
Ferrell (2001), segundo os autores a ética na corporação é um conjunto de ações e regras
visando o bem-estar dos colaboradores e da sociedade em geral que estão inseridos.

Capítulo 21 274
Essa compreensão da ética destaca a importância do bem-estar da empresa em prol da
sociedade e como resultado obtém-se o aumento da produtividade, melhor gerenciamento
dos ativos intangíveis, por fim, melhor capacidade de negócios e mais resultados.
Ampliando essa discussão para além da compreensão de ética torna-se possível
ultrapassar os limites da organização, vinculando ética a responsabilidade social, para
assim disseminar a prática da ética no cotidiano organizacional, a partir da declaração dos
princípios e valores empresariais nas ações e relacionamentos com a sociedade.
Segundo Sirgy (2001), a qualidade de vida desenvolve-se a partir da satisfação das
necessidades, dentre essas a satisfação com o ambiente de trabalho revela-se como uma
das principais, apesar de não ser a única, pois existem outras variáveis que são essenciais
para a manutenção da qualidade de vida do indivíduo.
O crescimento da complexidade das organizações atuais ocorre pela integração
entre as competências coletivas, individuais e as necessidades da empresa, essa integração
tem como objetivo a valorização do que vai além de máquinas e materiais, chegamos nos
ativos intangíveis, os quais envolvem a gestão e valorização de pessoas (ANTÃO, 2009).
A gestão e valorização do trabalhador ao ser adotado pelas organizações, apresenta
como resultados aumento do seu desempenho profissional e reflete diretamente no
resultado obtido pela empresa, afinal a proatividade do colaborador, é essencial para a
realização de atividades, tarefas e execução operacional do trabalho. (SONNENTAG &
FRESE, 2002)
O desempenho profissional é influenciado pelo contexto no qual ele está inserido,
nesse sentido, podemos apontar o clima de trabalho como fator influenciador nos
comportamentos e atitudes de quem está dentro deste meio e em consequência afeta o
clima organizacional (MARTINS, 2008; SILVA, 2015). Portanto, um ambiente de trabalho
organizado a partir de relações éticas fortalece as relações internas, as hierarquias e
proporciona a melhoria ambiente no geral, pois essas concepções e responsabilidades
da cultura organizacional impactam diretamente a forma, a qualidade e a dedicação dos
colaboradores no trabalho (GLISSON, 2007; SOUSA & GARCIA, 2011).

5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse artigo, abordamos a relação entre a ética e a gestão organizacional,
buscando compreender como a adoção de condutas éticas e de ações de responsabilidade
social pelas empresas possibilita o crescimento econômico e o reconhecimento dessa
empresa pela sociedade. Afinal a ética e a responsabilidade social são as tendências mais
importantes e influentes no âmbito da administração no século XXI.
As reflexões sobre ética e gestão organizacional são antigos, mas vem recebendo
destaque devido a questões como corrupção, relação empresa/sociedade, as questões de

Capítulo 21 275
sustentabilidade e de responsabilidade social interna e externa.
Esse artigo buscou analisar como a gestão ética contribui para a operacionalização
dos comportamentos éticos nas empresas, visando a construção de um ambiente
organizacional ético, que desenvolva ações de responsabilidade para com seus funcionários
sem deixar de priorizar o crescimento e o fortalecimento da empresa. A adoção de uma
gestão baseada na responsabilidade social e na ética modela os costumes internos da
empresa, e torna possível solucionar outros desafios internos de forma eficiente ou evitar o
surgimento de potenciais problemas internos.
Por fim, esse artigo busca fomentar a discussão sobre a ética e a gestão
organizacional, visto que a ética em si e a gestão da ética são habilidades, que podem
ser aprendidas e desenvolvidas através de conhecimento e da prática. Afinal, agir de
forma ética, desenvolver essa cultura, fazer esse tipo de gestão e superar esses desafios
observados não é tarefa simples, mas pode ser estudada, aprendida e desenvolvida.
Devido ao incipiente número de estudos e pesquisas sobre esta problemática,
acreditamos ser relevante esse estudo por ressaltar a importância do aprofundamento
e o desenvolvimento de novas pesquisas acerca dessa temática, acreditamos que a
ampliação de pesquisas e publicações ajudariam a nortear ações e dariam uma maior
compreensão da gestão da ética aplicada à gestão da qualidade das organizações, através
de relacionamentos mais saudáveis alicerçados em um conceito sólido, estruturado e
responsável.

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