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As causas dessas disputas tem em grande parte, como apontado pela pesquisa, o conflito
entre os grandes fazendeiros contra o Movimento Sem Terra (MST) e os povos
indígenas. Muitos proprietários de terras, para tentar acabar com a resistência, usam de
milícias locais e até mesmo de jagunços. Esses meios de contenção geraram atos de
extrema violência, como o fatídico dia do Massacre de Eldorado do Carajás.
Outra ação cruel que marcou o cenário brasileiro foi a morte do sindicalista Chico
Mendes. O homem, antigo trabalhador como seringueiro, defendia os direitos da
profissão e lutava a favor da preservação da Amazônia. Entretanto, suas ações em prol
da sustentabilidade irritaram fazendeiros próximos, e em especial o ruralista Darly
Alves, que já possuía histórico de agressões no passado. Resultou que, em 1988, o
senhor Mendes foi assassinado pelo filho deste, a seu comando. Os dois foram levados a
júri popular e condenados a 19 anos de prisão. Ela só foi possível, pois um menino de
13 anos que trabalhava para os dois tomou nota da preparação para o assassinato.
Mais recentemente, em 2005, mais uma lutadora a favor da preservação e dos direitos
humanos teve sua vida ceifada. Dorothy Stang era uma Norte-Americana naturalizada
brasileira, que devido costumes religiosos, se interessou pela defesa da Amazônia e a
população pobre. Ela era membra da CPT e já havia relatado as ameaças de morte que
havia sofrida. Em uma coluna feita por Frei Beto para o GLOBO, sua frase acerca das
ameaças foi evidenciada: “Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que
estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor
numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devasta”. Foi então que
aos 73 anos de idade, em uma estrada de terra de difícil acesso, foi alvejada com seis
tiros, sendo que um atingiu sua cabeça.
Em relação ao caso de Dorothy, os acusados quase não tiveram os fins que mereceram,
visto que seus processos penais foram complicados. A cobertura da prisão pelo O
GLOBO mostrou que os principais acusados, os ruralistas Vitalmira Moura e Regivaldo
Pereira Galvão, tiveram respectivamente, um juramento no qual foi absolvido e uma
prisão tardia (apenas em 2019)