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Amazônia- Mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

E M 5 D E J U N H O D E 2 0 2 2 , O I N D I G E N I S TA B R A S I L E I R O B R U N O P E R E I R A E O
J O R N A L I S TA B R I T Â N I C O D O M P H I L L I P S F O R A M A S S A S S I N A D O S D U R A N T E
U M A V I A G E M P E L O VA L E D O J AVA R I , S E G U N D A M A I O R T E R R A I N D Í G E N A D O
BRASIL, NO EXTREMO-OESTE DO AMAZONAS.

B R U N O E D O M V I S I TA R A M O L A G O D O J A B U R U , U M A L O C A L I D A D E P R Ó X I M A
DA BASE DE VIGILÂNCIA DA FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI) NO RIO
I T U Í , PA R A E N T R E V I S TA R I N D Í G E N A S E R I B E I R I N H O S PA R A U M L I V R O S O B R E
A A M A Z Ô N I A . M A I S TA R D E , C O M A E X P E D I Ç Ã O P R AT I C A M E N T E C O N C L U Í D A ,
E L E S S E D E S L O C A R A M PA R A A C O M U N I D A D E S Ã O R A FA E L , O N D E FA R I A M
UMA REUNIÃO COM UM PESCADOR LOCAL. O CRIME OCORREU NO TRAJETO
E N T R E A C O M U N I D A D E E O M U N I C Í P I O D E ATA L A I A D O N O RT E
Desaparecimento, buscas e morte
Após 10 dias de buscas, um dos suspeitos, Amarildo da Costa, conhecido como
Pelado foi preso pela Polícia Federal (PF) confessou o envolvimento nos
assassinatos e indicou a localização dos corpos. Os restos mortais encontrados
foram levados a Brasília, periciados e confirmados como pertencentes a Bruno
Pereira e Dom Phillips.
O crime gerou repercussão na imprensa internacional e críticas ao
enfraquecimento de instituições ambientais e o fato do governo brasileiro reagir
tarde ao desaparecimento e não adotar medidas de buscas suficientes.
O contexto

Bruno Pereira e Dom Phillips se encontraram em Atalaia do Norte. Em 3 de junho de 2022,


eles visitaram o Lago do Jaburu, uma localidade próxima da Base de Vigilância da Funai, para
que o jornalista fizesse entrevistas com indígenas. Dois dias depois, deslocaram-se para a
comunidade São Rafael, onde fariam uma reunião com um pescador local apelidado de
"Churrasco". O objetivo do encontro era discutir trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e
indígenas na vigilância do Vale do Javari, território bastante afetado por invasões e atividades
criminosas. No entanto, o morador não se encontrava na comunidade e os dois conversaram
com a esposa dele. Bruno e Dom foram assassinados enquanto viajavam para o município de
Atalaia do Norte.
Quem era Bruno Pereira
• Bruno Pereira nasceu na cidade de Recife, em
Pernambuco, no dia 15 de agosto de 1980. Foi
um indigenista e servidor de carreira da Funai,
tendo sido considerado um dos maiores
especialistas em indígenas isolados ou de
recente contato do país. Em 2019, ele liderou a
maior expedição para contato com índios
isolados dos últimos 20 anos. Entretanto, depois
de uma operação contra garimpos ilegais em
terras indígenas após pressão de setores
ruralistas, foi exonerado do cargo em outubro
daquele ano pelo então secretário executivo de
Sergio Moro no Ministério da Justiça, Luiz
Pontel. De acordo com entidades indígenas,
Bruno era constantemente ameaçado por
garimpeiros, madeireiros e pescadores.
Quem era Dom Phillips
• Dom Phillips nasceu no condado de
Merseyside em 23 de julho de 1964. Foi
um jornalista que colaborou com os
jornais Financial Times, The Guardian,
The New York Times e The Washington
Post. Ele se mudou para o Brasil em
2007 e morava em Salvador. Era casado
com a brasileira Alessandra Sampaio e
estava escrevendo um livro sobre a
floresta amazônica e seu potencial
sustentável com o titulo “Como salvar a
Amazônia”
Motivação do crime
• Segundo a investigação da PF, Pereira e Phillips foram assassinados por conta de denúncias
sobre pesca ilegal de pirarucu na região.
• Ainda segundo a PF, o crime não teria tido um mandante nem envolvimento de organizações
criminosas -- a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) contestou essa
afirmação, e disse que os presos fazem parte de organização criminosa que atua no Vale do
Javari.

• De acordo com o depoimento de Amarildo da Costa de Oliveira, o primeiro suspeito a ser


preso, à PF, o crime não teria sido premeditado. Segundo o conteúdo da oitiva, "Pelado" disse
que estava com raiva do indigenista. Ele disse que outras pessoas, moradores de uma
comunidade próxima onde houve o crime, o teriam ajudado. Um ajudou a matar a dupla e
outro a ocultar os corpos.
Suspeitos presos
• Até o momento, três pessoas já foram presas pelos crimes.

• O primeiro suspeito a ser preso foi Amarildo da Costa de Oliveira, também conhecido


como "Pelado", que confessou ter participado do assassinato da dupla, e seu irmão Oseney
da Costa de Oliveira.
• Em novos depoimentos, Amarildo da Costa de Oliveira confessou à Polícia Federal que
participou do assassinato da dupla. Em seu primeiro depoimento, Pelado havia confessado ter
enterrado os corpos, mas negava ter atirado na dupla.
• Jefferson Lima da Silva, vulgo “Pelado da Dinha”, que se encontrava foragido. Ele se
entregou na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte.

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