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Índice

1. Introdução........................................................................................................................ 2
1.1. Objetivos: .................................................................................................................... 3
1.1.1. Objetivo Geral: ..................................................................................................... 3
1.1.2. Objetivos Específicos: .......................................................................................... 3
1.2. Metodologia: ................................................................................................................ 4
1.3. Técnica de Pesquisa: .................................................................................................... 4
2. Revisão da Literatura ...................................................................................................... 5
2.1. Conceito de ciência ...................................................................................................... 5
2.2. Papéis da Ciência ......................................................................................................... 5
2.3. Critérios de Cientificidade ........................................................................................... 6
2.3.1. Classificação e Divisão da Ciência .......................................................................... 6
2.3.2. Classificação das Ciências por Augusto Comte ................................................... 7
2.3.3. Classificação de Carnap ....................................................................................... 7
2.3.4. Classificação de Bunge ........................................................................................ 7
2.3.5. Classificação adotada por Lakatos e Marconi (1985) .......................................... 8
2.4. Conhecimento Científico e outros conhecimentos ...................................................... 9
2.5. Conhecimento Científico vs Conhecimento Popular ................................................ 11
2.6. Conhecimento Religioso vs Conhecimento Filosófico ............................................. 12
Conclusão ............................................................................................................................. 13
Referências Bibliográficas .................................................................................................... 14

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1. Introdução
A ciência, desde os primórdios da civilização humana, tem sido um farol de conhecimento,
iluminando os mistérios do universo e fornecendo respostas fundamentadas para perguntas
que desafiam a mente humana. Com raízes etimológicas que remontam ao latim "Scire", que
significa aprender e conhecer, a ciência se estabelece como um método sistemático e racional
de investigação, capaz de revelar verdades sobre a natureza e o mundo que nos cerca.

Neste contexto, as definições de ciência oferecidas por pensadores como Ander-Egg e Ferrari
oferecem uma visão abrangente do escopo e propósito desse empreendimento intelectual.
Além disso, os papéis atribuídos à ciência, como o aumento do conhecimento, a supressão
de superstições e a melhoria das condições de vida, delineiam sua importância para a
sociedade e para o avanço humano.

Para assegurar a validade e confiabilidade de seus resultados, a ciência adota uma série de
critérios de cientificidade, garantindo objetividade, observação controlada e coerência em
suas investigações. Por meio desses critérios, a ciência busca fornecer explicações
fundamentadas e verificáveis sobre os fenômenos naturais e sociais.

Por fim, a classificação e divisão da ciência refletem a complexidade e diversidade dos


campos de estudo que compõem esse vasto domínio do conhecimento humano. Essa
classificação permite uma organização eficaz do conhecimento, facilitando a colaboração
entre diferentes áreas e promovendo o avanço interdisciplinar.

Assim, este trabalho busca explorar os conceitos fundamentais, papéis, critérios de


cientificidade e classificação da ciência, proporcionando uma compreensão abrangente e
contextualizada dessa busca incessante pela verdade e pelo entendimento do mundo que
habitamos.

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1.1. Objetivos:
1.1.1. Objetivo Geral:
O objetivo geral deste trabalho é explorar os conceitos fundamentais, os papéis, critérios de
cientificidade e classificação da ciência, proporcionando uma compreensão abrangente e
contextualizada desse empreendimento intelectual e seu impacto na sociedade humana.

1.1.2. Objetivos Específicos:


1. Definir o conceito de ciência;

2. Analisar os diversos papéis desempenhados pela ciência na sociedade;

3. Explorar os critérios de cientificidade adotados pela ciência;

4. Investigar a classificação da ciência em diferentes ramos proposta por varios autores;

5. Reconhecer a importância do conhecimento científico.

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1.2. Metodologia:
A metodologia adotada neste trabalho é predominantemente de cunho bibliográfico, baseado
na revisão e análise crítica da literatura existente sobre o tema. Para isso, foram consultados
livros, artigos científicos, teses, dissertações e outros documentos relevantes relacionados à
ciência, sua definição, papéis, critérios de cientificidade e classificação. Além disso, foram
utilizadas fontes confiáveis disponíveis online, como sites de instituições de pesquisa.

1.3. Técnica de Pesquisa:


A técnica de pesquisa empregada foi a revisão bibliográfica sistemática, que consistiu na
busca, seleção e análise crítica de estudos e documentos relevantes para responder aos
objectivos de pesquisa propostas. A revisão bibliográfica permitiu a obtenção de uma visão
abrangente e atualizada sobre o tema, integrando diferentes perspectivas teóricas e evidências
empíricas para fundamentar as discussões apresentadas neste trabalho.

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2. Revisão da Literatura

2.1. Conceito de ciência


Etimologicamente, o termo ciência provém do verbo em latim Scire, que significa aprender,
conhecer.

Segundo Ander-Egg, citado por Lakatos e Marconi (1985), conceitua a ciência como um
conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente,
sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objectos de uma mesma natureza”.

De acordo com Ferrari, ciência é todo um conjunto de atitudes e de actividades racionais,


dirigida ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser submetido à
verificação.

As ciências possuem:

a) Objectivo ou finalidade: preocupação em distinguir a característica comum ou as


leis gerais que regem determinados eventos.
b) Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos, da relação
do homem com o seu mundo.
c) Objecto: Subdividido em:
 Material: aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo
geral;
 Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo
objeto material.

2.2. Papéis da Ciência


Ferrari, por sua vez, considera que a ciência possibilita explicações em termos de finalidades
ou de interesses.

 Aumento e melhoria do conhecimento;


 Descoberta de novos factos ou fenômenos;
 Aproveitamento espiritual do conhecimento na supressão de falsos milagres,
mistérios e superstições;

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 Aproveitamento material do conhecimento visando à melhoria da condição de vida
humana;
 Estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza.

2.3. Critérios de Cientificidade


Os critérios de cientificidade normalmente citados na literatura científica são:

 Objecto de estudo bem definido e de natureza empírica: delimitação e descrição


objectiva e eficiente daquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar
por meio de métodos empíricos;
 Objectivação: tentativa de conhecer a realidade tal como é, evitando contaminá-la
com ideologia, valores, opiniões ou preconceitos do pesquisador;
 Observação controlada dos fenômenos: preocupação em controlar a qualidade do
dado e o processo utilizado para sua obtenção;
 Originalidade: trabalho criativo, original;
 Coerência: argumentação lógica, bem estruturada, sem contradições;
 Consistência: base sólida, resistente a argumentações contrárias;
 Linguagem precisa: sentido exato das palavras, restringindo ao máximo o uso de
adjectivos;
 Intersubjectividade: opinião dominante da comunidade científica de determinada
época e lugar.

2.3.1. Classificação e Divisão da Ciência


A complexidade do Universo e a diversidade de fenômenos que nele se manifestam, aliadas
à necessidade do homem de estudá-los para poder entendé-los e explicá-los, levaram ao
surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas. Estas necessitam de uma
classificação, quer de acordo com sua ordem de complexidade, quer de acordo com seu
conteúdo: objecto ou temas, diferença de enunciados e metodologia empregada.

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2.3.2. Classificação das Ciências por Augusto Comte
MATEMÁTICA Teóricas: Aritmética, Geometria, Álgebra
Aplicadas: Mecânica Racional, Astronomia
FÍSICO- Física, Química, Mineralogia, Geologia
QUÍMICAS Geografia Física
BIOLÓGICAS Botânica, Zoologia, Antropologia
Psicológicas Psicologia, Lógica,
Estética
Moral
Históricas História, Geografia
MORAIS Humana
Arqueologia
Sociais e Sociologia, Direito
CIÊNCIAS Políticas Economia, Política
METAFÍSICAS Cosmologia Racional, Psicologia Racional
Teologia Racional

2.3.3. Classificação de Carnap


Quanto à classificação do conteúdo, apresentamos inicialmente a de Rudolf Carnap, que
divide as ciências em:

 Formais: que contêm enunciados analíticos, isto é, cuja verdade depende unicamente
do significado de seus termos ou de sua estrutura lógica;
 Factuais: além dos enunciados analíticos, contêm enunciados sintéticos, aqueles cuja
verdade depende não só do significado de seus termos, mas igualmente dos factos a
que se referem.

2.3.4. Classificação de Bunge


Mário Bunge, partindo da mesma divisão em relação às ciências, apresenta a seguinte
classificação

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FORMAL Lógica
Matemática
Física
Natural Química
Biologia
FACTUAL Psicologia
Individual
Psicologia Social
CIÊNCIA Sociologia
Economia
Ciência Política
Cultural História Material
História das ideias

2.3.5. Classificação adotada por Lakatos e Marconi (1985)


Lakatos e Marconi observam que as classificações apresentadas não constituem um consenso
entre os autores nem sequer quando se trata da diferença entre ciências e ramos de estudo: o
que para alguns é ciência, para outros ainda permanece como ramo de estudo e vice-versa.
As autoras, baseando-se em Bunge, apresentam a seguinte classificação das ciências:

FORMAIS Lógica
Matemática
Naturais Física
Química
Biologia
FACTUAIS Antropologia Cultural
Sociologia

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Economia
CIÊNCIAS Política
Sociais Psicologia Social
Direito

Através desta classificação, podemos enquadrar a Pedagogia (Ciência da Educação) como


uma Ciência Factual Social.

Do ponto de vista da investigação científica, costuma-se dividir as ciências em empíricas e


não empíricas.

As ciências empíricas exploram, descrevem, explicam e formulam predições sobre os


acontecimentos do mundo que nos rodeia: suas proposições devem ser confrontadas com os
factos e somente são válidas se verificadas experimentalmente.

Por outro lado, as ciências não empíricas, como a Lógica e a Matemática, comprovam suas
proposições sem recorrer à experiência.

2.4. Conhecimento Científico e outros conhecimentos


O conhecimento científico, é transmitido por intermédio de treinamento apropriado, sendo
um conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos
científicos. Visa explicar "por quê" e "como" os fenómenos ocorrem, na tentativa de
evidenciar os factos que estão correlacionados, numa visão mais globalizante do que a
relacionada com um simples facto.

O conhecimento científico difere dos outros tipos de conhecimento por ter toda uma
fundamentação e metodologias a serem seguidas, além de se basear em informações
classificadas, submetidas à verificação, que oferecem explicações plausíveis a respeito do
objecto ou evento em questão.

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Segundo Galliano, ao analisar um facto, o conhecimento científico não apenas trata de
explicá-lo, mas também busca descobrir e explicar suas relações com outros factos,
conhecendo a realidade além de suas aparências.

O conhecimento científico é considerado por vários autores como:

 Acumulativo, por obedecer um processo de acumulação seletiva, em que novos


conhecimentos substituem outros antigos, ou somam-se aos anteriores;
 Útil para a melhoria da condição da vida humana;
 Analítico, pois procura compreender uma situação ou fenómeno global por meio de
seus componentes;
 Comunicável, já que a comunicabilidade é um meio de promover o reconhecimento
de um trabalho como científico. A divulgação do conhecimento é responsável pelo
progresso da ciência;
 Preditivo, pois, a partir da investigação dos fatos e do acúmulo de experiências, o
conhecimento científico pode dizer o que foi passado e predizer o que será futuro.

Conhecimento Empírico ou Senso Comum: É o conhecimento adquirido informalmente


ao longo da vida, baseado na experiência cotidiana e na observação direta do mundo ao nosso
redor.

Autores: Não há autores específicos associados ao conhecimento empírico, pois ele é


resultado da vivência e da experiência comum das pessoas.

Thomas Kuhn: Autor de "A Estrutura das Revoluções Científicas", onde discute a natureza
do progresso científico e a ocorrência de mudanças paradigmáticas na ciência.

Francis Bacon: Considerado um dos fundadores da ciência moderna, defendeu o método


indutivo como uma abordagem para adquirir conhecimento científico.

Conhecimento Filosófico: Deriva da reflexão e do raciocínio lógico, buscando compreender


questões fundamentais sobre a existência, a verdade e a natureza da realidade.

Autores: Platão: Filósofo grego conhecido por suas ideias sobre a teoria das formas e a busca
pela verdade absoluta.

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René Descartes: Autor de "Meditações sobre Filosofia Primeira", onde introduz o método da
dúvida metódica e o cogito, argumentando pela primazia da razão na busca pelo
conhecimento.

Immanuel Kant: Autor de "Crítica da Razão Pura", onde explora os limites do conhecimento
humano e propõe uma síntese entre empirismo e racionalismo.

Conhecimento Religioso: Baseado em dogmas, crenças e tradições religiosas, procurando


compreender aspectos espirituais e metafísicos do mundo.

Autores: Santo Agostinho: Teólogo cristão que influenciou profundamente o pensamento


religioso ocidental, especialmente com suas ideias sobre a natureza de Deus e do pecado
original.

São Tomás de Aquino: Filósofo e teólogo medieval conhecido por suas obras que buscam
reconciliar a fé cristã com a razão aristotélica.

Buda Gautama: Fundador do budismo, cujos ensinamentos abordam questões fundamentais


sobre a existência, o sofrimento e a iluminação espiritual.

2.5. Conhecimento Científico vs Conhecimento Popular


Conhecimento Científico Conhecimento Popular
Real – lida com factos. Valorativo – baseado nos valores de quem
promove o estudo
Contingente – sua veracidade ou falsidade Reflexivo - não pode ser reduzido a uma
é conhecida através da experiência formulação geral.
Sistemático – procura organizar Assistemático – baseia-se na organização
logicamente os dados conseguidos na de quem promove o estudo, não possui uma
pesquisa do objecto investigado, relaciona sistematização das ideias que explique os
tais dados em tabelas, descreve-os, analisa- fenômenos
os e elabora teorias.
Verificável ou demonstrável – o que não Verificável – porém limitado ao âmbito do
pode ser verificado ou demonstrado não é cotidiano do pesquisador ou observador.
incorporado ao âmbito da ciência

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Falível e aproximadamente exato – por Falível e inexato – conforma-se com a
não ser definitivo, absoluto ou final. Novas aparência e com o que ouvimos dizer a
técnicas e proposições podem reformular ou respeito do objecto ou fenômeno. Não
corrigir uma teoria já existente. permite a formulação de hipóteses sobre a
existência de fenômenos situados além das
percepções objectivas.

2.6. Conhecimento Religioso vs Conhecimento Filosófico


Conhecimento Religioso (Teológico) Conhecimento Filosófico
Valorativo: o conhecimento parte de Valorativo, seu ponto de partida consiste
doutrinas em que se encontram proposições em hipóteses, que não poderão ser
sagradas. submetidas à observação.
Não verificável :por se tratar de revelações, Não verificável: as hipóteses filosóficas
o conhecimento não pode ser verificado baseiam-se na experiência, e não da
empiricamente nem através de experimentação.
experimentos.
Inspiracional: revelações divinas Racional, em virtude de consistir num
interpretadas por sujeitos inspirados pela(s) conjunto de enunciados logicamente
divindade(s) correlacionados.
Sistemático: traz uma explicação sobre Sistemático, pois suas hipóteses e
(origem do homem e do mundo, significado, enunciados visam a uma representação
finalidade e destino) como obra de um coerente da realidade estudada, numa
Criador Divino. tentativa de apreendê-Ia em sua totalidade.
Inquestionável e infalível: trata, antes, de Infalível e exato, já que, quer na busca da
um dogma, de fé. A adesão das pessoas realidade capaz de abranger todas as outras,
passa a ser um ato de fé, pois a visão quer na definição do instrumento capaz de
sistemática do mundo é interpretada como apreender a realidade, seus postulados,
decorrente do ato de um Criador Divino, assim como suas hipóteses, não são
cujas evidências não são postas em dúvida submetidos ao decisivo teste da observação
nem sequer verificáveis.

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Conclusão
Após realizar esta pesquisa foi possível entender que a ciência representa um dos pilares
fundamentais do conhecimento humano, guiada por métodos rigorosos e objetivos na busca
por compreender e explicar os fenômenos naturais e sociais que nos cercam. A partir das
definições de diversos autores, como Ander-Egg, Ferrari e outros, podemos compreender a
ciência como um empreendimento racional e sistemático, voltado para o desenvolvimento do
conhecimento e o aprimoramento da condição humana.

Os papéis desempenhados pela ciência, conforme destacados por Ferrari, abrangem desde o
aumento do conhecimento até a melhoria das condições de vida, passando pela supressão de
superstições e pelo estabelecimento de controle sobre a natureza. Esses papéis evidenciam a
importância da ciência não apenas como um empreendimento intelectual, mas também como
um motor de progresso e transformação social.

Para garantir a validade e confiabilidade de suas descobertas, a ciência adota critérios de


cientificidade, como objetividade, verificabilidade e coerência. Além disso, sua classificação
em diferentes ramos, proposta por diversos autores ao longo da história, contribui para
organizar e sistematizar o conhecimento científico, facilitando a colaboração e o avanço
interdisciplinar

Por fim, o conhecimento científico se destaca por sua base metodológica sólida, sua busca
por explicações baseadas em evidências empíricas e sua capacidade de gerar impacto tangível
na sociedade. No entanto, é importante reconhecer que a ciência não é o único caminho para
o conhecimento, e que outras formas de compreensão, como o conhecimento popular,
filosófico e religioso, também desempenham papéis importantes na busca pela verdade e na
construção do entendimento humano.

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Referências Bibliográficas
 Ferrari, Alceu Amoroso. Como e porque ler a filosofia do direito. São Paulo: Saraiva,
2014.

 Lakatos, Eva Maria; Marconi, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho


Científico: Procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório,
publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1985.

 Popper, Karl. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 2002.

 Kuhn, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva,


2012.

 Bunge, Mário. A Ciência, sua Método e sua Filosofia. São Paulo: Cultrix, 2009.

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