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A filosofia é uma ciência absoluta pois não toma seus princípios emprestados
de outras ciências, tendo, ao contrário, o próprio saber como um de seus objetos (não
podendo, portanto, ser um saber subordinado). Assim, a filosofia é incondicionada, e
só se pode saber de maneira incondicionada e absoluta de seus objetos, portanto,
saber apenas o Absoluto desses próprios objetos. Portanto, se a filosofia, para saber
de maneira absoluta, também só pode saber do Absoluto, e se, para ela, esse
Absoluto não está aberto a não ser através do próprio saber, então a ideia de uma
filosofia só pode repousar sobre a pressuposição de uma indiferença possível entre o
saber absoluto e o próprio Absoluto; portanto, de que o absolutamente ideal é o
absolutamente real – a condição de toda cientificidade superior. Segundo Schelling,
“somente sobre este terreno, onde, para uma realidade absoluta, nada mais é
requerido do que a idealidade absoluta, pode o geômetra atribuir a sua construção,
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que, contudo, é uma idealidade, absoluta realidade, e afirmar que o que vale para
aquela forma vale também, eterna e necessariamente, para o objeto”.
“Quando ele [o Absoluto] fez de sua própria essência uma forma, aquela
subjetividade inteira, em sua absolutez, se torna objetividade, assim como, na
retomada e transformação da forma na essência, a objetividade inteira, em sua
absloutez, se torna subjetividade. Aqui não há nem antes e depois, não há um sair do
Absoluto para fora de si mesmo ou passagem ao agir; ele mesmo é esse agir eterno,
pois faz parte de sua ideia que ele também é imediatamente por seu conceito, sua
essência é para ele também forma, e a forma a essência [...] Como ele não é sujeito
nem objeto, mas somente a essência idêntica de ambos, ele não pode, como absoluto
ato-de-conhecimento, ser aqui sujeito puro, ali objeto puro; é sempre, e é como sujeito
(onde dissolve a forma na essência) e como objeto (onde forma a essência na forma)
somente a absolutez pura, a total identidade”.
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Na natureza, o Absoluto se oculta em um finito, um ser que é seu símbolo e
que, como tal, adquire, como todo símbolo, uma vida independente daquilo que
significa; já no mundo ideal ele cospe o invólucro e aparece também como o que é,
como ideal (como ato-de-conhecimento), deixando para trás o outro lado e assumindo
apenas o lado da re-dissolução da finitude na infinitude, do particular na essência.
Essa sua aparação na forma ideal fez com que esse ideal ganhasse uma prioridade
em relação ao real, confundindo muitas vezes o idealismo relativo com a filosofia
absoluta.
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eventualmente prescrita pelo que aparece; sua direção está contida nela mesma, e,
quanto mais fiel ela permanece a esta, mais seguramente os fenômenos, por si
mesmos, vão colocar-se no único lugar em que podem ser compreendidos como
necessários, e este lugar no sistema é a única explicação que ela fornece sobre eles”.