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Fichamento – Fenomenologia do Espírito

Aluno: Gustavo Catania Ramos

RGM: 1096

O essencial na filosofia é o fim, e o desenvolvimento seria inessencial.

Normalmente, não se concebe a diversidade dos sistemas filosóficos como um


desenvolvimento progressivo da verdade, mas apenas como contraditórios uns com outros. Há
um desenvolvimento, como o de uma unidade orgânica entre eles.

A coisa não se esgota no seu fim, mas em sua atualização. O resultado é efetivo apenas junto
com o seu vir-a-ser.

O esforço para fugir da imediatez é tratar o conhecimento do ponto de vista universal. É


necessário chegar ao ponto de vista da Coisa em geral e defendê-la com razões. Mas isso deve
dar lugar à seriedade da vida que se adentra na experiência da coisa mesma.

Hegel se propõe a transformar a filosofia de um mero amor pelo saber para um saber efetivo,
tornando-a uma ciência. É necessário mostrar que chegou tempo de fazer da filosofia ciência.

Hegel critica concepções que dizem não ser no conceito que está a verdade, mas que o
Absoluto deve ser somente sentido e intuído.

Devido a essas filosofias, tornou-se necessário resgatar a substancialidade e densidade do ser.


“Não é o conceito, mas o êxtase, não é a necessidade fria e metódica da Coisa que deve
constituir a força que sustém e transmite a riqueza da substância, mas sim o entusiasmo
abrasador”

É necessário um esforço para retirar os homens do sensível, no vulgar, e levá-los a olhar para
as estrelas. O espírito está tão pobre que é necessária uma força para erguê-lo daí.

A filosofia não pode querer ser edificante, dando um “prazer indeterminado daquela divindade
indeterminada”.

O olha “profético” dessas filosofias edificantes não é superior à ciência e fica longe do conceito
e da necessidade

“Da mesma maneira, quando esse saber substancial, carente de conceito, pretende ter
mergulhado na essência a peculiaridade do Si, e filosofar verdadeira e santamente, está
escondendo de si mesmo o fato de que - em lugar de se ter consagrado a Deus, pelo desprezo
da medida e da determinação - ora deixa campo livre em si mesmo à contingência do
conteúdo, ora deixa campo livre no conteúdo ao arbitrário”

O espírito nunca está em repouso, mas sempre se dirige para frente. O espírito desmancha,
aos poucos, o edifício de sua morada anterior. Isso se revela por alguns sintomas.

Falta a esse mundo novo uma efetividade acabada. Começa com um conceito, como o edifício
começa com o alicerce. A ciência, que é a coroa do novo mundo, ainda não está completa.
“O começo do novo espírito é o produto de uma ampla transformação de múltiplas formas de
cultura, o prêmio de um itinerário muito complexo, e também de um esforço e de uma fadiga
multiformes.”

No começo de um mundo novo, o ser-aí anterior ainda está presente, pois ao novo ainda falta
conteúdo e forma, que darão segurança. Por isso, a ciência ainda parece ser de posse de
poucos indivíduos.

A ciência recém-começada, por estar no começo, pode ser alvo de críticas. Mas essa crítica não
atinge o centro da ciência.

Uma das críticas à nova ciência é trazer tudo o que já foi conhecido e classificado, ocupando-se
com peculiaridades e curiosidades.

“Isso porém - e menos ainda fantasias arbitrárias sobre o conteúdo - não constitui o
cumprimento do que se exige; a saber, a riqueza que jorra de si mesma, a diferença das figuras
que a si mesmas se determinam. Trata-se antes de um formalismo de uma só cor, que apenas
atinge a diferença do conteúdo, e ainda assim porque já o encontra pronto e conhecido.”

Esse formalismo crê que essa monotonia e universalidade são os absolutos.

“Agora, vemos também todo o valor atribuído à idéia universal nessa forma da inefetividade:
assistimos à dissolução do que é diferenciado e determinado, ou, antes, deparamos com um
método especulativo onde é válido precipitar no abismo do vazio o que é diferente e
determinado, sem que isso seja consequência do desenvolvimento nem se justifique em si
mesmo.”

Aqui, há a crítica de Hegel à Schelling, pois em seu absoluto todas as coisas são uma coisa só
(“à noite todos os gatos são pardos”)

O verdadeiro não é substância, mas, também, sujeito.

“Aliás, a substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou - o que significa o mesmo - que é
na verdade efetivo, mas só à medida que é o movimento do pôr-se-asi-mesmo, ou a mediação
consigo mesmo do tomar-se-outro.”

A vida de Deus, em si mesma, é tranquila igualdade e não lida seriamente com o outro.
Entretanto, isso não leva em consideração de sua natureza ser-para-si, o movimento. O
princípio absoluto da intuição absoluta não torna supérfluos a atualização progressiva da
essência e o desenvolvimento da forma.

“O verdadeiro é o todo”. Esse todo é a essência que se implemente através de seu


desenvolvimento.

O Absoluto é resultado, que se revela apenas no fim.

“Embora pareça contraditório conceber o absoluto essencialmente como resultado, um pouco


de reflexão basta para dissipar esse semblante de contradição. O começo, o princípio ou o
absoluto - como de início se enuncia imediatamente - são apenas o universal. Se digo: utodos
os animais", essas palavras não podem valer por uma zoologia. Do mesmo modo, as palavras
"divino", "absoluto", "eterno" etc. não exprimem o que nelas se contém; - de fato, tais
palavras só exprimem a intuição como algo imediato.”

É a reflexão que faz do verdadeiro um resultado.


“Se o embrião é de fato homem em si, contudo não o é para si. Somente como razão cultivada
e desenvolvida - que se fez a si mesma o que é em si - é homem para si; só essa é sua
efetividade. Porém esse resultado por sua vez é imediatez simples, pois é liberdade
consciente-de-si que em si repousa, e que não deixou de lado a oposição e ali a abandonou,
mas se reconciliou com ela.”

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