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Muito se fala, nos meios católicos, acerca da Pequena Via de Santa Teresinha
do Menino Jesus. A sua influência na espiritualidade dos dois últimos séculos nunca
será excessivamente louvada. Quantos santos não penetraram na doutrina da Flor do
Carmelo e encontraram lá abundantes frutos espirituais a ponto de São Pio X chamá-la
de “a maior santa dos tempos modernos”?
O elogio do Papa Sarto não é despropositado. Na alma de qualquer um que
anseia amar a Deus no mundo moderno a Pequena Via ressoa profundamente. O
caminho proposto por Terezinha é claro e não atordoa o peregrino que começa a
percorrê-lo. O alto cume de santidade, ao qual Deus chama a todos, pode desnortear e
amedrontar a alma que se vê incapaz de escalá-lo. Se houvesse um elevador que nos
ajudasse a subir o monte da santidade, certamente o tomaríamos devido às nossas
fracas forças. E é dessa forma que Terezinha define o seu caminho: um elevador que
leva aos mais altos cumes do amor a Deus.
Entretanto, a facilidade do caminho pode enganar a muitos. Por esse motivo,
tem se difundido uma versão da Pequena Via que é, de certa forma, contrária à
intenção de Teresinha. Utiliza-se, infelizmente, da Pequena Via para justificar uma
certa passividade na vida de apostolado, uma preguiça nas grandes obras ou, mesmo,
um contentamento com o medíocre. Por esse motivo, cabe uma volta às fontes da
Pequena Via, à própria vida de Teresa de Lisieux, para vermos os fundamentos
profundíssimos dessa espiritualidade e escaparmos aos reducionismos fáceis e
preguiçosos. Desse estudo, nossa alma pode sair de seu marasmo habitual e, quem
sabe?, adentrar na Pequena Via definitivamente.
A) A Misericórdia de Deus