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A Flor Da Morte

Mais conhecido pela sua poesia incomparável, Carlos


Drummond de Andrade (1902 — 1987) foi um aclamado
escritor brasileiro que integrou a Segunda Geração do
Modernismo nacional.

Além dos célebres versos, o autor também publicou diversas


obras de prosa, reunindo crônicas e contos. Naquele que
apresentamos acima, há uma linha tênue entre o real e o
fantástico: os dois conceitos vão se misturando o tempo todo.

Reproduzindo uma conversa casual de amigos, o autor


estabelece uma atmosfera realista. A interlocutora relata uma
história de alguém que conheceu, conferindo alguma
credibilidade ao testemunho. Na história, uma moça
costumava passear no cemitério e, sem pensar, arrancou uma
flor que estava numa campa.

A partir daí, começou a receber ligações misteriosas que


imploravam que devolvesse a flor. Durante muito tempo, ela
não acreditava no mundo espiritual e, julgando que não
passava de um trote, tomou providências com a polícia.
Quando isso não adiantou, sua família deixou flores em todas
as campas e procurou a ajuda de um espírita. Consumida pelo
medo, a protagonista da história acabou falecendo e as
cobranças via telefone pararam, como se "a voz" estivesse
satisfeita.

No final, a dúvida permanece nos personagens e nos leitores


da história, que podem atribuir os acontecimentos à ação
humana ou às forças sobrenaturais.
Análise:

O conto em questão fala da história de uma moça que costumava


caminhar pelo cemitério, tinha costumes estranhos, pois mesmo
morando “perto” da praia sempre estava andando pelo cemitério. Um
dia ela estava andando como de costume quando arrancou uma flor
de uma “cova” e a jogou fora nem lembrara onde. Após esse fato,
começou a receber ligações de um desconhecido (A “VOZ”) que
suplicava e implorava a flor de volta.
Da história participam A moça que era bem distraída e tinha o
costume de caminhar pelo cemitério e sua família (pai, mãe e irmão)
que se mostraram solidários ao ajudá-la, mas sem sucesso, Também
faz parte do conto a “voz” do telefone que representa o espírito do
homem que tinha morrido, e que estava enterrado na "cova" de onde
ela tirou a flor.
O Tema central do conto “flor, telefone, moça” é a relação da vida e a
morte. A personagem principal é perseguida por um telefone em que
a “voz” não identificada a persegue em busca da sua flor que diz que
foi arrancada pela jovem. A “voz” exige a mesma flor não aceitando
outra que a mãe da moça teria depositado, pois para “ele” aquela flor
era muito importante, tinha nascido na sua sepultura à única coisa
que ele tinha depois de ter se acabado, não poderia ser substituída,
representava a sua vida ali. O conto baseia-se nisso até a personagem
morrer por não agüentar mais aquilo, a “voz” nunca mais ligou, pois
seria como se a alma da moça tivesse suprido a falta da flor. Um tema
interessante, pois deixa um ar de surpresa, e de suspense, pelo fato
de ser um conto “sobrenatural” que envolve fatores que não são
provados e de difícil entendimento, ao qual não se tem uma
explicação lógica para os fatos.

Carlos Drummond de Andrade avisa, de antemão, que: "não é um


conto" (trata-se de uma narrativa, onde o narrado de nome Carlos, diz
que certa vez ouviu uma história de uma amiga, que por outro lado
contava a história de uma moça que morava próximo ao um cemitério,
e talvez, por esse motivo, criou grande fascínio por morte, túmulo,
coroa de flores e tudo que é próprio de enterro e que um certo dia,
fazendo seu passeio habitual pelo cemitério, encontrou uma simplória
flor e por impulso a retira da sepultura, cheira e joga fora, mau
sabendo ela que após esse simples ato, ela teria mexido com forças
ocultas (ou não!), o que acontece a seguir é um sucessão de telefones
onde uma voz cobra a flor, que era tão insignificante para moça, mas
tão apreciada pelo defunto ou pelo responsável pelo trote de mau
gosto.
O Conto, quer dizer, o não conto, termina com a fatídica morte da
pobre moça, que de tanto ser cobrada pela tal flor, esmoreceu e
morreu.
É claro que a intenção de Carlos Drummond em dizer que o conto não
é conto, é fazer com que o leitor acredite na história, já que se fosse
conto não poderia ser verdade, na narrativa de Carlos, o narrador do
"conto", existe sempre aquele tom de fofoca, de um conhecimento
popular, de uma história que foi repassada por alguém que talvez
conhecesse a moça, o cemitério, alguém que certifica a veracidade
dos fatos, daquelas histórias que sempre aconteceu "com um amigo
meu".

A Flor Da Morte

Análise: O conto em questão fala da história de uma moça que


costumava caminhar pelo cemitério, tinha costumes estranhos, pois
mesmo morando “perto” da praia sempre estava andando pelo
cemitério. Um dia ela estava andando como de costume quando
arrancou uma flor de uma “cova” e a jogou fora nem lembrara onde.
Após esse fato, começou a receber ligações de um desconhecido (A
“VOZ”) que suplicava e implorava a flor de volta.
Da história participam A moça que era bem distraída e tinha o
costume de caminhar pelo cemitério e sua família (pai, mãe e irmão)
que se mostraram solidários ao ajudá-la, mas sem sucesso, Também
faz parte do conto a “voz” do telefone que representa o espírito do
homem que tinha morrido, e que estava enterrado na "cova" de onde
ela tirou a flor.
O Tema central do conto “flor, telefone, moça” é a relação da vida e a
morte. A personagem principal é perseguida por um telefone em que a
“voz” não identificada a persegue em busca da sua flor que diz que foi
arrancada pela jovem. A “voz” exige a mesma flor não aceitando outra
que a mãe da moça teria depositado, pois para “ele” aquela flor era
muito importante, tinha nascido na sua sepultura à única coisa que ele
tinha depois de ter se acabado, não poderia ser substituída,
representava a sua vida ali. O conto baseia-se nisso até a personagem
morrer por não agüentar mais aquilo, a “voz” nunca mais ligou, pois
seria como se a alma da moça tivesse suprido a falta da flor. Um tema
interessante, pois deixa um ar de surpresa, e de suspense, pelo fato
de ser um conto “sobrenatural” que envolve fatores que não são
provados e de difícil entendimento, ao qual não se tem uma explicação
lógica para os fatos.
‘‘Flor, Telefone, Moça’’ é um conto fantástico e, ainda assim, não é um
conto fantástico. Então, pergunto: os insistentes telefonemas recebidos
pela moça foram feitos por um cadáver sepultado no cemitério próximo
a sua casa ou foram feitos por um desagradável brincalhão que, assim
como a moça, andava pelo cemitério àquela tarde? Diante de uma
narrativa que deturpa as regras naturais da existência humana, o leitor
do conto de Carlos Drummond de Andrade hesita entre acreditar na
‘‘voz’’ implacável de um cadáver que quer de volta sua flor ou concluir
que tudo não passou de um trote telefônico. A hesitação todoroviana
entre uma explicação natural ou sobrenatural2 encontra forte eco
nesta narrativa. Em síntese, o conto é a reminiscência de um narrador,
de nome Carlos, que conta ter ouvido, certa vez, de uma amiga, uma
história sobre cemitérios ou telefones ou flores (a conjunção alternativa
aqui é proposital): uma moça, que morava perto de um cemitério e
costumava gastar suas tardes passeando entre seus túmulos (um
hábito, por si só, bastante incomum) apanha uma flor de uma
sepultura. Após cheirála, amassa-a displicentemente e a joga fora.
Este evento desencadeia uma série de diárias e pontuais ligações
telefônicas para a casa da moça – uma voz3 exige que ela devolva a
flor que apanhara de sua sepultura. Se tomássemos fielmente o que
diz o narrador, a história narrada não poderia nem ao menos
denominar-se conto. Carlos, já nas primeiras linhas, adverte o leitor
sobre a matéria que será tratada: ‘‘Não, não é um conto. Sou apenas
um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai
passando’’ (ANDRADE, 1960, p. 275). Contos são prosas ficcionais de
curta extensão e, sendo ficcionais, não abarcariam a verdade (quando
muito, abarcariam uma verossimilhança). Porém, o que Carlos parece
querer negar, não classificando sua história como um conto, é a
própria ideia de ficção, palavra etimologicamente mais próxima do ato
de fingir, de inventar e de dissimular. Consequentemente, encarar a
narrativa de Carlos como fingimento, Carlos afirma que tudo o que é
dito depende de quem conta e de como se conta, e completa sua
expectativa positiva diante de nós leitores ao afirmar que,
frequentemente, estamos todos inclinados a acreditar em algo: ‘‘Tudo
depende da pessoa que conta, como do jeito de contar. Há dias em
que não depende nem disso: estamos possuídos de universal
credulidade. E daí, argumento máximo, a amiga asseverou que a
história era verdadeira’’ (IBID, p. 275-6).

No entanto, embora o narrador pareça querer que acreditemos no que


irá narrar, é possível vê-lo, na primeira passagem citada, tentar isentar-
se de acusações, caso o leitor decida-se por resolver o impasse com
uma explicação natural, ou seja, entender que o incidente foi
provocado por sucessivos trotes telefônicos de um brincalhão
inconsequente. Carlos é apenas a pessoa que contará uma história
ouvida de uma amiga certa vez e, sendo assim, não poderá ser
acusado de fingido, inventor ou dissimulado. Além do mais, ele é
naturalmente um sujeito que ora dá atenção ao que os outros dizem,
ora não. Portanto, o que ouve – e o que ouvira da amiga – será
recontado com prováveis falhas de sua memória. Logo após a citada
passagem, Carlos continua: ‘‘Naquele dia escutei, certamente, porque
era a amiga quem falava, e é doce ouvir os amigos *...+’’ (IBID., p.
275). O que Carlos, com isso, parece dizer a nós leitores é que, apesar
de ser uma pessoa que oscila entre ouvir os outros e não ouvir, desta
vez, ele optou por dar atenção à sua amiga. Então, sendo este o caso,
é necessário debruçarmo-nos sobre a qualidade desta atenção.

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