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A MULHER E A NAÇÃO
Sylvia Walby
INTRODUÇÃO
quer dizer que o feminismo não seja gerado por das relações entre os sexos às vezes assumem mesmas unida-
Contudo, isso nào Os padrões
sustenta vigorosamente que os condi- classe e da etnia, da nação e da "raça" porém com freqúência
fato, Jayawardcna movimentos espaciais da
çocs locais.Pc Mundo foram gerados por mulheres do Terceiro fazem. pelos
dados disponíveis, pareceque as atividadespoliticas
das
feministasdo Terceiro Mun_ a ser mais globais e mais locais que as dos hornens,
seus próprios interesses, como já discutimos.49 Evans mostra [Ilheres tendem propor-
do, cm defesa de não ocorreu apenas
em países
m atividade política total. Entretanto,asa concluso deve
que a primeira onda
de feminismo europeus, nalmente á sua con-
também na Austrália e na América do Norte; luz da insuficiência de dados. As mulheres
inclusivea Rússia,e houve tinuar provisória,
internacionais. frequência que os homens no plano da nação.Va por os
ganizaçóes feministas com menos na natureza das relações entre
é se as mulheres compartilham formas similares
aspectos comuns
os sexostranscendem fron-
A questão, é claro, assim, é
de su-
especificidade étnica e
países. Se for provável que as mulheres e a "racial". Ao
bordinaçâo nos diferentes de teiras nacionais é
exigências semelhantes. Nesse caso, é lógico " pessoal" continua mais político do que nunca.
muitos países articulem que a li- da ordem
geradas num país sejam pertinentes em outros. o feminismo e o nacionalismoé crucálmente
teratura escrita e as táticas A relação entre
Ou seja, existem formas
internacionalmente válidas de feminismo. Os
dados de militarismo,já que, muitas vezes, mas nem sempre, mubers
indicam que as feministas do mundo relação diferenciada com a guerra. Isso pode
autorascomo Jayawardenae Evans in- uma
teiro tém acreditado na existência desses traços comuns. Em outras
palavras,o simultaneamente menos militaristas e menos nacionalist%, o
entre os sexos têm aspectos transnacionais como uma faceta integante&
feminismo e os padrões de relações rismo é visto, com freqüência,
significativos. O projeto nacional ou étnico tem que ser disputao por
Entretanto,a "acusação" de que o feminismo e o movimento das mulheres ferenciadas sob muitos aspectos, sobretudo pela classee pelo
A—
na esfera publica são ocidentais não deve ser subestimada. Saber se ela é verda- relaçOesentre as nações são, em parte, o produto de muitx
deira ou falsanão reduz, necessariamente, o peso dessa afirmação no contexto cificasde um lugar.
das lutas nacionais. Se as elites masculinas têm ou não a possibilidade de ca- democrático.No
A luta pela cidadania é hoje um projeto
todos
racterizara presença pública das mulheres como uma característica ocidental popular, ela implica a plena participaçãode e.
constitui,muitas vezes,uma questão da luta local. Além disso, o sentidode Elaé tambémum
temente de "raça", etnia, sexo ou credo.
"ocidental"é variável.Às vezes, esse epíteto é fundido com o de "moderno" «nação"procura*ter
a rigor, um projeto mediante o qual a
(comono caso da Turquia no governo de Ataturk e no do Irã sob o gover- olhos dos habitantes do país e da "comuni&de em &
no do xá), situação na qual ele contribui para implementar medidas políticas sentido do termo
sociais devem prestar atenção ao novo
que tendem a aumentar a presença pública das mulheres. Noutras ocasiões,o se aterem restrita noção utilizada nas
epiteto "ocidental" combina-se com o de "opressor estrangeiro e imperialista", eram exclu»dcs
as mulheres, os escravos e os
casoem que contribui para medidas políticas que tendem a inibir a presença
das mulheresna vida pública (por exemplo, no Irã de Khomeini). Assim, NOTAS