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JOSE LUIS VETH E NCOUR T

Este artigo constitui, entre muitos outros que poderiam ser apresentados, uma
hipótese interpretativa sobre as dificuldades histórico-culturais que nos permitem
entender certos distúrbios da vida familiar em nosso país. É de conhecimento geral que
na Venezuela existe um problema real em relação à estruturação da vida familiar, com a
concomitante ausência de regulamentação da função social do sexo e o consequente
distúrbio nas diretrizes de criação e educação dos filhos. Esse problema está presente,
de uma forma ou de outra, em todos os níveis socioeconômicos da população, com
manifestações diferentes dependendo da camada social em questão.
As várias repercussões de um profundo transtorno histórico e cultural na integração
de alguns povos latino-americanos explodiram diante de nossos olhos, como um fenômeno
teratológico de natureza cultural, devido à urbanização marginal que vem ocorrendo na
periferia de nossas principais cidades nos últimos 25 anos.
É nas camadas mais carentes economicamente que a privação social, expressa na
falta de estrutura na vida familiar, é mais grave. Afirmamos que, em geral, a família
venezuelana é historicamente caracterizada por sua atipicidade, falta de congruência,
ambiguidade, inconsistência e instabilidade. Em grandes setores, predomina uma
estrutura familiar puramente impulsiva, com regressão egocêntrica das atitudes sexuais,
que despersonaliza e empobrece tragicamente a relação entre homens e mulheres. Há
uma verdadeira guerra dos sexos, vivenciada como rivalidade e suspeita mútua, seja de
forma aberta ou encoberta. Tudo isso, como se pode perceber, deve inevitavelmente
resultar em um vácuo cultural ou na falta de estrutura das diretrizes e instituições
essenciais para o exercício da paternidade.

CLASSIFICAÇÃO DOS POVOS LATINO-AMERICANOS A pseudo-adaptação do indivíduo e a criação, nesses sujeitos,

Concordamos com a classificação dos povos americanos
feita por Darcy Ribeiro (ver o livro do autor "As Américas e a
Civilização") em três classes: os povos originários, os povos
transplantados e os povos novos. Parece-nos que tal
classificação responde à diversidade da origem e da
constituição histórico-cultural das diferentes nações
americanas. Como sabemos, a classificação de Darcy Ribeiro
baseia-se na presença ou ausência de um ser cultural anterior
que tenha permanecido essencialmente intacto. Os novos
povos da América, entre os quais se encontra a Venezuela,
caracterizam-se pela fragilidade e consequente destruição
inicial das culturas nativas, além do fracasso no transplante
dos modos de vida próprios do país colonizador. Esse fracasso
da transplantação resultou em uma mera imitação externa de
modos de vida estrangeiros8 para a maioria da população e na
formação de enclaves culturais, supostamente lepitimizados
dentro dos grupos dominantes, que, de qualquer forma,
sofreram uma certa deformação em relação ao seu modelo
europeu.
Nos povos testemunhos, como é o caso do México e do
Peru, havia uma tensão entre as estruturas desenvolvidas da
cultura indígena e a cultura invasora. O processo típico de
colonização não pôde ocorrer aqui, e certas formas de vida
familiar e social persistiram em determinados setores
populares, que foram capazes de assumir e integrar os estilos e
princípios da cultura imposta. A tragédia aqui não foi tanto a
morte cultural, mas o desenraizamento econômico e a
destruição física dos habitantes, o trabalho e a graça de uma
violência coadjuvante exacerbada pela resistência oferecida
por um sistema econômico-social bem estruturado.
Nas regiões da América onde não havia culturas
desenvolvidas, foi muito mais fácil produzir um
desenraizamento humano de proporções muito mais trágicas
em termos de suas consequências familiares e individuais; um
verdadeiro vácuo cultural que ainda não foi preenchido. A
própria fraqueza do padrão cultural indígena, incapaz de
oferecer qualquer resistência real, é um verdadeiro obstáculo ao
desenvolvimento de uma nova cultura.
de um estado absolutamente inautêntico, no qual eles
realmente não eram nem uma coisa nem outra.
As características da colonização espanhola nessas terras
são totalmente diferentes dos processos de dominação colonial
de outros países europeus e da própria Espanha em territórios
asiáticos e africanos.
Uma primeira diferença é que, na época da expansão
europeia para a Ásia e a África, a mentalidade dos europeus já
havia mudado, eles estavam no meio da revolução industrial e,
portanto, só estavam interessados na exploração capitalista
dos territórios conquistados. Eles eram indiferentes às
estruturas culturais desses países, desde que elas fossem um
obstáculo ativo à exploração de matérias-primas, à dominação
militar e à formação de grupos de colonos transplantados da
metrópole e que reproduziam exatamente a existência
sociocultural da metrópole. Uma segunda diferença foi o fato
de que muitas das regiões dominadas pelo novo sistema
imperialista eram civilizações teocráticas profundamente
diferenciadas, algumas delas mais antigas do que a própria
civilização ocidental.
Após a independência da América do domínio espanhol,
as novas repúblicas latino-americanas também tiveram de
sofrer a nova forma de dominação colonial capitalista; nesse
processo, fomos protegidos de uma nova dominação militar,
porque já éramos estados nacionais incipientes e devido à
"proteção" exercida sobre esses países pelo imperialismo
econômico dos Estados Unidos. No entanto, os efeitos
psicossociais foram muito profundos, pois agora estávamos
aculturados economicamente de uma forma que, mais uma
vez, impedia a estruturação de u m ser cultural mais genuíno.
O IMPACTO DA ESPADA
As peculiaridades do processo de colonização da
América pela Espanha nos séculos XV, X e XVII têm muito a
ver com o que era esse país naquela época. Veja
67
Era uma potência que se caracterizava por uma sociedade
tradicional bem estruturada, religiosamente fanática, mas com
uma terrível contradição entre seu desejo irrestrito de
exploração econômica e os deveres ideais da doutrina cristã
que a levava a um impulso salvacionista. Essa contradição não
deve ser subestimada, caso contrário, o processo de
desenraizamento cultural sofrido pelos povos indígenas não
poderia ser compreendido, muito menos a violência moral que
se seguiu.
Parte desse processo é a regressão psicológica e cultural
dos conquistadores e de seus descendentes, os crioulos de
Mantuan. Estes últimos se entregaram completamente à
vivência de um duplo vínculo em sua moralidade sexual, o que
trouxe consigo, desde o início de nossa história, a formação de
duas esferas familiares opostas. A família legítima, constituída
por famílias trazidas da metrópole ou por índios favorecidos, e
a ilegítima, formada simultânea ou sucessivamente por índios
menos estimados. O despovoamento masculino das aldeias
indígenas e a depressão moral dos homens que saíram podem
ter sido fatores que contribuíram para esse processo, o que, entre
outras coisas, ajudou a moldar a futura existência familiar das
classes exploradas econômica e socialmente. Ao mesmo
tempo, o regime de exploração dos "en- comiendns", que
foram criados com a intenção idealista de proteger os nativos,
as concessões dadas pelo rei aos comendadores, burocratas
militares, as propriedades da Igreja e, finalmente, as
"plantações", levaram à destruição "in situ" de todos os
indígenas e novos habitantes que haviam sido deixados de fora
dos grupos de colonizados e descendentes "góticos". A
maioria dos indígenas, mestiços, pardos e mulatos não possuía
nenhuma propriedade de terra. O filho natural não herdava
nada e fazia parte da peonada das fazendas, ou era
empregado no serviço doméstico e em outras tarefas do setor
terciário.
Juntamente ou em combinação com a absoluta falta de
propriedade, essas maiorias crescentes foram oficialmente
doutrinadas pela Igreja e pelas autoridades civis, bem como
incentivadas pelo exemplo "elegante" dos godos, a formar
uma estrutura familiar autárquica com sua ética
correspondente, que, como era de se esperar, permaneceu uma
mera aspiração formal que nunca se concretizou; As relações
sociais de produção em um sistema de exploração colonial
direta não ofereciam as condições mínimas de estabilidade e
segurança para o desenvolvimento consistente de unidades
familiares semelhantes às da Europa. europeias. Além disso,
os próprios núcleos de europeização da vida urbana e familiar,
embora fossem economicamente capazes de receber a marca
direta do modelo metropolitano, também não funcionavam
adequadamente e, em alguns setores, havia sintomas evidentes
e generalizados de atipicidade e incongruência, como era o
caso, por exemplo, da instituição verbalmente condenada, mas
factualmente recompensada, da "querida".
Para os grandes setores populares que funcionavam com
base em unidades familiares ilegítimas geradas pelo criollo
pro- pietário e concubinatos estáveis, formados por capoeiras
e pequenos agricultores, havia uma impossibilidade econômica
básica para sua consolidação e, portanto, um misticismo
puramente externo em relação a certos ideais de vida e formas
de convivência familiar de acordo com o modelo conjugal
hispânico. Tudo isso impediu o desenvolvimento de outras
formas de parentesco e a regulamentação tribal da vida
familiar.
Por razões ético-religiosas, portanto, havia uma
obrigação formal de formar uma família conjugal, na ausência
de condições econômicas para seu funcionamento adequado e,
especialmente, na ausência de outras formas de solidariedade
social que poderiam ter aliviado a angústia do casal diante das
responsabilidades de todos os tipos envolvidas na paternidade.
A ausência, nos povos latino-americanos mais autênticos, de um
sistema de comunidades familiares consanguíneas reais e bem
estabelecidas pode ser explicada pelo impacto oficial da
cultura europeia, que já havia deixado essas formas para trás,
pela ausência de terras próprias para que essas comunidades
fossem estabelecidas e pela ausência de um sistema de
comunidades familiares que poderia ter sido criado no
passado.
A "polis" é uma realidade socioeconômica que, desde o início
de sua história, tem como objetivo a "polis". Mas sabemos que
a natureza abomina o vácuo, assim como a natureza humana,
que, nesse nível, é muito teimosa em suas exigências
psicológicas básicas. Todo grupo social busca um equilíbrio
em suas formas fundamentais de coexistência; o
relacionamento entre os sexos e a paternidade são exemplos
disso, e quando esse equilíbrio básico se torna difícil, só
restam dois caminhos: ou ele inventa novas formas ou regride
a níveis primitivos. Foi isso que aconteceu com nossos povos
sem raízes e sem estrutura.
No final das contas, nossos países careceram de seu
próprio ser em suas instituições básicas e deslizaram entre
pertencer e não pertencer, entre ser e não ser, o que dificultou
e empobreceu sua existência nos níveis econômico, regional,
familiar e pessoal.
O IMPACTO DO COLONIALISMO ECONÔMICO
Com o advento posterior do colonialismo econômico da
Europa capitalista tecnológica, principalmente anglo-saxônica
e francesa, ocorreram mais distúrbios nesse sentido. Essa
exploração econômica era, como se sabe, uma vantagem
humana óbvia para a minoria autoconsciente da população, mas
não para as maiorias nacionais compostas por uma população
rural desenraizada em um país de pequenos vilarejos e aldeias
dominadas pelo caciquismo e pelo latifúndio. Essa última
talvez tenha sido uma condição da qual as potências coloniais
se aproveitaram rapidamente para tornar desnecessária a ação
militar, já que bastava sobreviver com a minoria dominante
para obter os melhores benefícios com o menor custo político
e militar. Foi exatamente isso que aconteceu. O que é certo é
que a colonização moderna desestruturou ainda mais as
estruturas existentes e, a princípio, agravou a situação familiar
por meio da migração rural-urbana desordenada e maciça que
produziu ao criar seus fatoresindustriais e de mineração.
O efeito perturbador que esse fenômeno teve na vida
familiar foi simplesmente devastador para as classes rurais e
semirrurais economicamente desfavorecidas que, como
mencionado acima, não conseguiram integrar um sistema
familiar coerente e estável. Nos setores minoritários que
haviam conseguido uma estrutura familiar aceitável e gerado
famílias atípicasex-tendidas, a influência das ilhas de
modernização produziu os seguintes efeitos: enfraquecimento
e desmembramento da família extensa, migração da pequena
aldeia para a cidade grande de forma ordenada e mais ou
menos controlada e a formação de grandes ilhas na cidade
grande.
Se é verdade que em nossa história houve uma falta de
formas sociais em áreas importantes da existência - como a
vida familiar - temos de levar em conta as projeções
psicossociais dessa falta. Uma das mais importantes delas é
constituída pela desinserção da subjetividade e, portanto, pela
produção de formas acomodadas de emergência, geralmente
espúrias, regressivas e egocêntricas, do comportamento
individual. Vale a pena lembrar que, no outro extremo, a
presença de formas socioculturalmente robustas traz consigo a
tendência de articular facilmente a vida subjetiva dentro de
papéis sociais preestabelecidos, que às vezes tendem a
rigidificar a vida e o ambiente social.
Assim, na formação socioeconômica de nossos países,
surgiu um vácuo cultural. Esse vácuo cultural resultou em uma
regressão psicossocial mascarada pelo concubinato; uma
regressão que deu às mulheres o domínio absoluto sobre seus
filhos e aos homens o domínio absoluto, a dominação e a
exploração sexual das mulheres (machismo). O sexo tornou-se
uma questão de honra e verdade entre eles, e não havia mais a
inserção transcendente da atividade sexual em uma estrutura
sexual estatutária.
CONSEQUÊNCIAS NA ESTRUTURA FAMILIAR
O latricentrismo e o machismo devem estar intimamente
ligados como polaridades opostas do mesmo processo
regressivo e compensatório, que induz a uma certa guerra dos
sexos. O matricentrismo seria uma tentativa malsucedida de
estabelecer uma relação de confiança entre os gêneros.
 não cumpre sua função por an-
y¡¡¡¡* t¡ij2j¢[íitj mat rili Idea Í ,
S¢R¢¡;¡ [O[al ite as outras condições típicas e, em última instância,
dis- [O[al ite as outras condições típicas e, em última instância, dis-
[O[al ite as outras condições típicas e, em última instância, dis-
[O[al ite as outras condições típicas e, em última instância, dis-
O "uco em uma política muito frequente, sucessiva e itinerante,
e ao mesmo tempo em uma política frequente, sucessiva, mas
também itinerante, mas ao mesmo t e m p o itinerante. Formast
atípicas, indiferenciadas, não aleatórias e tomadas pela culpa e pela
vergonha.
Em geral, a criança natural cresce em um território
ambíguo, o que dificulta a realização de todo o seu potencial.
Sabemos que a satisfação sexual em culturas primitivas é
uma
No caso das sociedades mais civilizadas do mundo (sociedades
industriais), ela não c o i n c i d e necessariamente com a
procriação; mas, em nossa história, a satisfação sexual e a
procriação se sobrepuseram. Ocorre que, se o simples exercício
da sexualidade não for equilibrado em momentos de extremo
prazer, não é necessariamente o mesmo que procriação; mas, em
nossa história, a satisfação sexual e a procriação se sobrepuseram.
A estrutura social da vida dos jovens é regulada por uma estrutura
social que é
Na ausência d e sistemas coerentes para garantir a estabilidade de
uniões conjugais ou parcerias consanguíneas unilineares, bem
como de famílias extensas, o efeito é dramático em termos de
abandono de mulheres e luxos em meio a um vácuo estrutural
total ou quase total: todas as estruturas que podem assumir a
proteção das crianças. A criação e a nutrição d a prole.
A falta de piedade e a obrigação de se conformar a uma
forma inonogâmica de casamento resultaram em um produto
aniórfico, indiferenciado e culturalmente ininteligível no que diz
respeito ao grupo familiar. As chamadas classes patriarcais foram
poupadas disso, mas com as irregularidades e atipicidades que
também l h e s são peculiares.
REP ERC USÃO EM INDIVÍDUOS
Por sua vez, a e r , deblez, da vida familiar organizada traz
repercussões sobre a estrutura intra-síqtiica dos indiinduos. De
fato, em grande parte, a coerência intra-situacional da divisão
depende da coerência do núcleo da família ou da coinuniAad c
onsangitinea na qual ela é criada. A desorganização familiar tem a
tendência de re fle¡:i r- uma tendência à desorganização da
personalidade (não necessariamente uma desorganização
patológica) e a desestruturação do núcleo familiar tem a tendência de
se refletir na desestruturação pessoal (não necessariamente p'it
oló-
Tudo depende do momento evolutivo do indivíduo no cha1
ato Pie do tipo particular de desenvolvimento do indivíduo. H á
três determinações básicas do indivíduo que, para determinados
fins, podem ser conceituadas como corso-níveis. Se a primeira
determinação ou primeiro nível é a consolidação dos clcs
subjetivos unitários e autoconscientes; a segunda determinação é
a pr pel sexual. e a terceira é a pa pel social ou pa peles
propiament'e dichos (não é necessário reconhecer todas elas como
o Altro de Altro de til4 nJag°lJ1a social g°eileratri z).
É provável que a desorganização familiar das classes mais
baixas de nosso país nas classes marginalizadas tenha um efeito
negativo no desenvolvimento d o segundo e do terceiro
determinantes, que, como já mencionado, constituem a unidade
unitária, autoconsciente e subjetiva. Isso se deve à presença da mãe,
uma prit-.-.se ncia pritTiitiva, suficiente para a educação b3sica,
mas insti- CÍeute como regra _- geral para lo-rar aü ad€Cttílda di
ferencia- cito se.xiii1 e minar a projeção e os interesses sociais
criativos. Especialmente quando a mãe é uma pessoa socialmente
indiferente. Uma mãe solteira na Dinamarca não é a mesma coisa
que uma mãe solteira em qualquer morro de Caracas. A ausência
sistemática do pai é, às vezes, a fuga da presença dos outros e a
falta de presença individual da mãe no núcleo familiar. isso produz
uma falta de respeito pela propriedade da mãe que resulta em
projeções individuais muito difíceis e em problemas internos com
a propriedade feminina.
A esse r e s p e i t o , v a l e a pena examinar a questão da
central e, às vezes, a única central e, à s v e z e s , a única questão
do e.xisten- ':i, c o e .xistindo com um profundo desprezo pelas
mulheres ao
O relacionamento com a mãe deve ser protegido de todo o
ressentimento e ciúme que seu comportamento promíscuo causou.
Precisamos refletir sobre o desenvolvimento de uma imagem
materna possessiva e fútil que é projetada em outras mulheres.
Também devemos considerar a identificação com o pai
abandonado que rejeita qualquer compromisso amoroso estável
com a criança e com os filhos que ela possa ter adquirido.
Também vale a p e n a examinar a possibilidade de que o
centrismo masculino e o chauvinismo masculino sejam duas
formas regressivas, corretivas e egocêntricas de comportamento
sexual que são intercondicionadas, mas que são responsáveis por
estagnar a evolução psicológica de reinos e nires ao tornar
instáveis as uniões com os virais. A honra viril de ter várias
esposas simultaneamente.
O fato de algumas mães terem sido vítimas de algumas dessas crianças,
mesmo que elas próprias ten ha m sido vítimas de algumas delas,
levou a uma verdadeira admiração por parte da mulher pelo que
seria para ela um "verdadeiro mestre".
A desorganização familiar produz consequências subjetivas
em nível individual e interpessoal, o que complica ou tende a
multiplicar o tipo de evolução e a consciência crítica do grupo ao
lidar com a injustiça do mundo. Portanto, é muito provável que
uma organização familiar excessivamente frouxa possa levar a
distúrbios psicossociais nas vítimas (tneGcia, falta de ímpeto para
a realização pessoal), o que é agravado pela implacabilidade das
dificuldades externas criadas pelo sistema de exploração.
Qualquer educação para o desenvolvimento é dificultada na
maioria dos países, não tanto pelas deficiências culturais
tradicionais, mas sim pela desorp-anização individual das
determinações de homens e mulheres em grande parte de nossa
população.
Uma organização familiar estável e autoconsciente, ou seja,
que possui uma certa autoidentidade como grupo, é um estímulo
para a capacitação, para a luta e para não cair em formas extremas
de indipendência econômica e social. Também é verdade que
organizações familiares fechadas e excessivamente rígidas podem
ter desvantagens psicológicas de outro tipo, mas essa não é a
questão que nos i n t e r e s s a aqui.
Uma estrutura conjugal frouxa pode funcionar bem para a
integração d a s personalidades dos cônjuges, se isso ocorrer no
contexto de uma organização familiar consensual.
Esse não é o caso do niatricentrismo viciado e compensatório que nos
parece ser uma re0lidudade pró0fetiva da sociedade nos níveis marginais e até
mesmo em outros níveis de classe. Esse não é o caso do niatricentrismo
vicioso e compensatório, que nos parece ser um re0lidud
pro0funcional da sociedade n o s níveis marginais e até mesmo
em outras classes. Parece evidente que uma profunda
desorporatização e deculturação em qualquer grupo humano leva a
um enfraquecimento do papel masculino e a uma intensificação
compensatória do papel da mãe. A niatrice nt risiro também seria
uma condição limitante para as tendências de afiliação
extraparental e, em geral, para todos os tipos de tomada de risco e
de projeto criativo no âmbito da comunidade. O Ñlatriocentrismo
e o egocentrismo estariam altamente correlacionados.
Em resumo, podemos dizer que as condições econômicas de
exploração e ex-política, típicas de nossa história, contribuíram para
produzir graves distúrbios de integração familiar, mas não há
dúvida de que os efeitos psicológicos em nível individual,
condicionados por essa situação deficiente da vida familiar, estão
associados à miséria econômica para afetar negativamente a
criatividade e o impulso vital d a q u e l e s que tiveram a
infelicidade de nascer n e s s a s condições. O tipo de colonização
nas novas cidades da América Latina não permitiu a formação de
uma verdadeira cultura familiar, pois a falta de tradição do
terrorismo é um fator que contribui para a falta de uma verdadeira
cultura familiar.
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