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PERSONAL
BRANDING
Arthur Bender é um especialista
em posicionamento de marcas e um apai-
xonado por branding. É criador do con-
T
ceito de personal branding e trabalha há
35 anos com comunicação. Ao longo
desses anos teve oportunidade de mergu-
lhar a fundo em comportamento e plane-
jamento de grandes marcas e as últimas
duas décadas foram dedicadas ao posi-
cionamento e o reposicionamento delas.
Foi a partir daí que Arthur passou a difundir essa ideia por todo o
Brasil. Em 2013 lançou seu segundo livro, Paixão e Significado da Marca,
que trata da ideia de propósitos e estudo de comportamentos, e de como
aplicar isso para as marcas pessoais. Complementa a ideia de fazer gestão
de si mesmo com a busca de um propósito, defendendo que as marcas
são muito maiores do que seus produtos e serviços: elas são o que elas
significam na mente dos seus públicos.
8. CONCLUSÃO...............................................................................40
INTRO
DUÇÃO
Certas marcas são tão famosas que viraram sinônimo do produto
que representam. Você, por acaso, já foi ao supermercado comprar
Maizena para a sua mãe? Ou diz que precisa comprar uma Gillette para
se barbear? São apenas alguns exemplos de como as marcas fazem
parte da nossas vida e estão enraizados no nosso dia a dia. É impossível
não estar exposto a isso, e menos ainda não ser impactado.
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INTRODUÇÃO AO TEMA
PERSONAL BRANDING
Com certeza você conhece algum, ou já se perguntou por que
profissionais altamente competentes não conseguem vencer na vida.
Por que isso acontece? Foi dessa inquietação que nasceu a ideia de
personal branding. Da observação de profissionais muito bem prepara-
dos tecnicamente, mas que não conseguem sobreviver a competição
do mercado.
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A gente não trabalha para trabalhar. Esse conceito é abordado
pelo filósofo Mario Sérgio Cortella, de que trabalhamos para obter
aquilo que precisamos para sobreviver; trabalhamos para obter recur-
sos, obter renda, pra prosperar, para ter cultura, pra ter conforto, para
ter acesso, pra crescer, para oferecer conforto para a nossa família,
enfim, pra prosperar. Mas isso não é essencial, isso é fundamental. O
que é essencial é a realização pessoal.
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FUNDAMENTOS
DE BRANDING
Afinal, para que servem as marcas? Essa é uma reflexão impor-
tante pra conseguirmos pensar em personal branding, e adaptar os
fundamentos aplicados para as marcas corporativas. As marcas nasce-
ram para criar desigualdade entre coisas aparentemente iguais. A curio-
sidade é que - pouca gente sabe - as marcas nasceram na idade média,
na marcação do gado. A essência da palavra "branding" vem da mesma
etimologia da marcação a ferro e fogo do gado. Quer coisa mais seme-
lhante que o gado? Na idade média as pessoas descobriram que o gado
se misturava no campo e que era preciso ter um brasão da família para
registrar o dono de cada animal e eles pudessem ser separados em
rebanhos. Muitos anos depois, as marcas passaram a registrar origem,
principalmente nos alimentos, autenticando a procedência desses
produtos.
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importante de estabelecer valor, acima da comoditização dos produ-
tos.
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FUNDAMENTOS
DE PERSONAL
BRANDING
Para construir sua marca pessoal é preciso se basear em três
grandes pilares, construídos de forma simultânea: imagem, compor-
tamento e atitude e a obra/legado. O fundamento de personal bran-
ding é ter coerência na construção desses três pilares. Ou seja, eu
enxergo a imagem do profissional e então eu tenho indícios da obra, e
eu enxergo a obra e reconheço o profissional. Quanto mais coerente a
construção desses três pilares, mais segura, mais forte, e mais autentica
uma marca pessoal é.
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Existem vários conceitos, de vários especialistas, falando sobre posicio-
namento. Mas, de forma bastante simples, pra compreender a força da
ideia, posicionamento é representar alguma coisa para alguém. Isso
implica, obviamente, entender quem é o seu público, quem é o seu
mercado. A quem o seu serviço ou seu produto pode beneficiar como
profissional. Posicionamento é sobre uma escolha, e muitas renúncias.
Talvez seja fácil num primeiro momento fazer essa escolha, mas o ser
humano tem grande dificuldade em renunciar a outras coisas. Mas o
que você precisa ter em mente é que não é crível que nós sejamos bons
em muitas coisas. Precisamos estreitar esse foco, estreitar e reforçar
essa diferenciação, dominando um tópico. Um único tema. Um ponto. E
concentrar toda a energia e toda força nesse ponto. Posicionamento é
um fundamento de marketing e um fundamento de branding, e ele vem
das teorias de guerra, das teorias militares, e embora hoje em dia não
sejam trabalhadas mais, a inspiração, a fonte, a origem, está lá. E um dos
conceitos clássicos de guerra, que vem de Carl Von Clausewitz, um
general prussiano, diz o seguinte: quando não temos a superioridade
absoluta, precisamos encontrar a superioridade relativa no ponto deci-
sivo, e concentrar toda força e toda energia nesse ponto.
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importante nesses nossos dias de hoje, com muitos apelos e com muita
busca pela nossa própria atenção. Enquanto um posicionamento não
está consolidado ainda na mente dos nossos públicos, ele tem uma
função muito importante para todos nós em personal branding, que é
nos dar a orientação do caminho. O fundamento de posicionamento
veio de tempos primitivos, de orientar grandes tropas nas caminhadas
em direção a guerra, através do fogo durante a noite, com bandeiras e
tambores. Trazendo esse conceito para os nossos dias, é exatamente
igual. É manter os olhos da tropa - ou seja, nossos olhos - sempre na
mesma direção lá na frente. E isso ajuda imensamente na nossa tomada
de decisão para as nossas marcas pessoais.
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em uma palavra. E essa palavra tem um poder brutal de abrir portas, de
acelerar coisas boas, de atrair bons projetos, de atrair gente boa a nossa
volta, que alavanquem a nossa carreira; ou esse adjetivo tem o poder de
fechar portas, de obstruir a nossa passagem, e de funcionar como uma
âncora nas nossas vidas. Essa palavra que muitas vezes nos define
acaba sendo a essência da nossa reputação, por isso tem um impacto
muito grande nas nossas vidas. Não só porque as pessoas reproduzem
isso no mercado, as pessoas comentam; vivemos em uma sociedade
em rede, onde não temos muito tempo para aprofundar as coisas, e
acabamos reproduzindo isso, repercutindo isso lá fora. Ao longo do
anos a gente vai concentrando, vai causando mais impacto e mais a
nossa reputação vai sendo contaminada por isso.
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com esse alguém que nos dizem que é o melhor do mundo: nos predis-
pomos a acatar tudo que aquele profissional vai dizer. Imaginem o
poder disso para as nossas marcas pessoais. As pessoas nos percebe-
rem com um valor acima da média do mercado e não se importarem
por isso; fazerem sacríficos para comprar nosso serviço, entendendo
que se somos os melhores do mundo, vai ser preciso esperar para com-
prar, e o terceiro aspecto: ser ouvido. Numa sociedade ruidosa como a
nossa, onde todo mundo fala e ninguém escuta ninguém, ser ouvido
é uma benção dos deuses. Agora, ser acatado é uma coisa fantástica.
Esse é o grande valor da reputação e da palavra que nos representa no
mercado.
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ESTRUTURA,
TÉCNICA E
MÉTODO
Como construir um plano de marca pessoal? Um plano de marca
pessoal em essência, não difere, nos fundamentos, de um plano para
marcas corporativas. E um plano precisa basicamente de dois grandes
pontos: o ponto onde você está hoje e o ponto onde você quer chegar.
Quando eu consigo ter o entendimento dessas duas posições é que eu
consigo pensar em estratégia: em como eu saio dessa posição atual pra
ir pra esse futuro que eu planejei.
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em mãos. Você já consegue enxergar esse horizonte e entender que
movimentos você precisa fazer para poder chegar lá.
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primeiro faça um profundo mergulho em você mesmo para depois
fazer uma profunda reflexão sobre os seus impactos no outro a sua
volta, e os reflexos na sua vida. Você vai descobrir que quando observa
os outros e a relação com você mesmo, você se descobre e tem a
oportunidade de se conhecer ainda melhor. E isso pode ser liberta-
dor.
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de. Eles acreditavam que iam ser salvos, e ficavam otimistas pensando
nisso e não conseguiram vencer. Sabe quem venceu? Quem venceu
tinha o perfil realista. Sabia que tinha uma situação gravíssima naquele
momento, e precisava enfrentar aquela situação. Essas pessoas lutaram
dia a dia, admitindo a possibilidade da morte, mas reunindo forças para
conseguir alterar a sua realidade.
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A segunda possibilidade aqui é pedir para as pessoas fazerem
associações. E as associações são muito interessantes, e muito
usadas em pesquisa de mercado, para que as pessoas possam dizer
coisas que elas não diriam com uma frase objetiva. Você pode pedir
para as pessoas que digam hipoteticamente "se você fosse um carro,
qual seria?" Isso é interessante porque é quase que como se fosse uma
brincadeira, e existe muita diferença se a pessoa disser que você é um
SUV, uma caminhonete grande, ou um carro econômico e barato. E isso
ajuda para que as pessoas possam externa lizar melhor quem você é.
Podemos fazer esse tipo de associações, que a gente chama de perso-
nificações, com ruas da sua cidade; com bebidas; com animais (são
extremamente significativos) e por aí vai. Essas associações só fazem
sentido se você trabalha-las junto com os atributos. Trabalhando os
atributos você vai ter indícios fortes de palavras e essas palavras certa-
mente vão fazer sentido quando você fizer essa análise das associa-
ções, comparando os termos. Esse conjunto de associações, junto com
esse conjunto de atributos, são maravilhosos para você pensar, refletir,
que atributo está associado a sua marca pessoal.
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calma, pense em cinco grandes fracassos ao longo dessa mesma jorna-
da. Pense numa demissão injusta; num projeto totalmente fracassado;
nos grandes conflitos que cercaram em algum momento da jornada;
uma sociedade desfeita; algo que deu errado ou foi mal compreendido.
O interessante disso, se você fizer com profundidade, se fizer com
responsabilidade e seriedade, é que você vai encontrar indícios do
adjetivo que persegue você, porque você vai encontrar indícios de
comportamento. E o ser humano repete comportamentos. A gente
tenta repetir o sucesso de 10 anos atrás muitas vezes numa empresa ou
em um projeto completamente diferentes. Um projeto fracassado 15
anos atrás muitas vezes tem a mesma essência do fracasso de hoje.
Porque a gente simplesmente repete padrões e comportamentos. Se
você dedicar algumas horas olhando seus sucessos e seus fracassos,
vão emergir na sua consciência vários adjetivos que tem perseguido a
sua marca pessoal. E isso é libertador: saber, conhecer as forças e
entender também as fragilidades.
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O CAMINHO E
A APLICAÇÃO
No processo para a construção da sua marca pessoal, alguns
pontos são muito importantes. Um dos mais importantes e vital é o
FOCO. O foco se assemelha muito a ideia de posicionamento, mas o
foco é uma razão para continuarmos nos mantendo no curso. As pesso-
as pensam em foco, mas acabam muitas vezes seduzidas pelas oportu-
nidades, o que as faz representar muitas coisas e absolutamente nada
ao mesmo tempo. Para ajudar no foco você pode seguir alguns concei-
tos, como o do porco espinho (o porco espinho é um animal que não
tem predadores e apesar de ser um bicho frágil, consegue se defender
com a única arma que tem: os espinhos; e isso o torna imbatível), criado
por Jim Collins, para empresas, mas que pode ser adaptado para as
pessoas. Esse método consegue te dar uma visão muito clara de qual é
a sua grande busca para construir uma marca pessoal. Ele fala de uma
intersecção poderosa entre três coisas:
Descobrir, olhando para si, qual seu grande talento, qual sua
grande vocação. Aquilo que você faz de maneira tranquila, que já é
muito bom e que colocando um pouco de disciplina, um pouco de
profundidade conseguiria chegar a excelência; um dos erros que come-
temos quando fazemos uma avaliação em busca de foco, é se auto ava-
liar de maneira a olhar apenas para as fragilidades e ficar imerso tentan-
do corrigir esses pontos fracos. É importante sim, tomarmos consciência
deles, mas tão importante quanto detectar esses "pés de barro" (aquilo
que te derruba, um comportamento nocivo) é olhar para aquilo que
você já faz muito bem. Reflita sobre aquilo que as pessoas te elogiam.
Porque aí está o potencial para transformar esse talento numa grande
excelência. Quando nos focamos só nas fragilidades, fazemos um
esforço e gastamos uma energia muito grande em algo que nunca
vamos ter maestria, nunca vamos ter domínio total sob aquele aspecto.
Nesse ponto, busque a excelência em algum aspecto; em algum talen-
to seu que só você faz bem; pense sobre aquilo que você faz que
parece que o tempo passa muito rápido; que quando você faz até
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esquece das necessidades mais básicas, como comer e ir ao banheiro e
é capaz de ficar por horas e horas fazendo, de forma natural. É por aí a
busca do ponto de excelência.
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importante salientar e que na verdade é um mito, é que você precisa
ser você mesmo sem a opinião e o olhar dos outros. Isso é extrema-
mente perigoso. Podemos dizer que uma pessoa é mau caráter e ela ter
essa imagem no mercado. E ela verdadeiramente, realmente pode ser
mesmo mau caráter. E sendo assim, ela está sendo autêntica. O que,
nesse caso, não é nada bom.
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sob a visão de outras pessoas e a forma que elas me interpretam. Se
alguém, em alguma oportunidade percebeu você de alguma forma
diferente do que você é, não é culpa da pessoas, mas sim, certamente,
culpa sua, dos sinais equivocados que você mandou. Aqui a gente tem
um campo de dissonâncias cognitivas, entre o que a gente acha que é
e como os outros nos interpretam. E nós acabamos sendo esse resulta-
do líquido daquilo que nós achamos que somos, e como nós somos
percebidos. Só mergulhar em si mesmo, e só ser você mesmo pode lhe
ajudar a entender sobre sua própria autenticidade. Mas quando você
não enxerga o olhar do outro sobre você, você está criando muitas
vezes uma zona de atrito que não ajuda. Se já é difícil vencer como
marca pessoal numa sociedade altamente competitiva, imagine tendo
uma legião de pessoas sabotando as suas iniciativas, trancando ou
trabalhando contra as suas iniciativas. Autenticidade não é um traço de
força a ser sustentado sem refletir sobre os impactos nos outros.
Leveza jamais foi fraqueza. A essência da diplomacia é entender o outro
pelo olhar do outro. Isso é empatia, e empatia é o segredo do sucesso
das marcas pessoais.
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que é muito raro adultos não gostarem de bebês. E bebês são pura
fragilidade; caminha desengonçado, não consegue pronunciar as pala-
vras corretamente, e é exatamente isso que deixa aquele pequeno ser
amado por nós. Cultivar um pequeno defeito é uma saída muito impor-
tante, desde que esse defeito não esbarre, não interfira com as outras
pessoas e nem crie nada negativo. A gente adora os bebês justamente
pela fragilidade. Então guarde esse conceito, leve para a sua marca
pessoal, pense na sua avaliação e nessa humanização, nesse trabalho
das suas vulnerabilidades, que vai lhe deixar muito mais próximo, muito
mais querido pelas pessoas a sua volta, porque vai lhe tornar mais
humano e muito melhor aceito. Mas cuidado, não seja chato. A ideia de
vulnerabilidade ganhou as redes sociais hoje, e as pessoas começaram
a achar que podem contar as suas lamúrias e toda parte ruim da sua
vida. Humanizar uma marca não quer dizer que você precisa levantar de
mau humor e dizer tudo que você pensa para todo mundo. Use isso
com responsabilidade. Use isso a seu favor, e não contra o desenvolvi-
mento da sua marca pessoal.
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Mas não seja aquele amigo - que todos nós temos - que só liga, só faz
contato quando precisa de ajuda. Isso não é fazer networking.
Networking parte da premissa de uma via de mão dupla, de uma vida
de troca, de construção conjunta. O primeiro passo para construir um
bom networking é entregar primeiro, darmos primeiro, para pedir
depois. Essa é uma reflexão importante, porque nosso grande patrimô-
nio são nossas relações. A nossa reputação e as pessoas a nossa volta
são as duas grandes forças que podem dar sustentabilidade e valor
para a sua marca pessoal.
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vai figurar na mente de todos aqueles que recusaram o trabalho e estão
aliviados com sua prontidão) aparece. Ele se oferece. Talvez não consi-
ga resolver tão bem, da melhor maneira, mas ele foi e resolveu o
problema. Um tempo depois, surge uma situação parecida, e novamen-
te o diretor pergunta "quem é que fez aquilo há dois meses que deu
certo?" E agora, quando as pessoas apontam para o "trouxa", ele não é
mais só isso. Ele é o "trouxa" com experiência, que entende daquele
coisa. E aí ele vai lá, refaz, faz com mais cuidado dessa vez e performa
melhor com a ajuda da experiência passada. Na terceira ou quarta opor-
tunidade, as pessoas já acreditam que o "trouxa" é o dono daquela
função. Essa é uma história corriqueira, que acontece todos os dias em
inúmeros lugares. E sabe o que acontece com o "trouxa"? Ele se torna
muito maior que o cargo que ele ocupava. E invariavelmente ele passa
a ser o líder daquele grupo. Porque ele simplesmente se tornou muito
maior e muito mais importante fazendo algo que ninguém queria fazer.
Esse é um traço muito forte das marcas que conseguem vencer, das
estrelas dentro das organizações: as pessoas que se colocam pro jogo;
pessoas que têm pista de decolagem; que não esperam a estratégia da
empresa; que não esperam ajuda da empresa, que simplesmente
fazem e ocupam os espaços vazios, e lideram as organizações. Pense
nisso e veja se faz sentido na sua construção de marca.
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nio de marcas pessoais é a "estratégia 222". Tudo que você faz vai ter
uma implicação em 2 semanas, em 2 meses e em 2 anos. O conceito é
muito simples, é um conceito de acumulação, e pode ser usado para
tudo. Se a gente pensar em domínio de um tópico, que é o ponto central
aqui de marcas pessoais, o que eu posso dominar, o que eu posso
conhecer como ninguém, aplicando a técnica 222? Se assistirmos
vídeos de um determinado tema, talvez em duas semanas a gente con-
siga assistir, absorver o conteúdo de algumas dezenas de vídeos. Se a
gente pensar em dois meses, a coisa cria um estofo muito maior. Se a
gente pensar em dois anos, pode ser de um significado gigantesco o
conhecimento que eu posso adquirir, desde que eu tenha foco e utilize
a lógica do 222.
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vai aplicando a lógica 222. Três livros por mês significam 36 livros por
ano. Uma média imensamente distante das pessoas, que se conformam
em ler de 1 a 2 livros por ano, quando conseguem isso. Em dois anos já
são 72 livros. Imagine o poder desse conhecimento em favor do foco da
sua marca pessoal. Levando em consideração que, segmentando bem
a sua especialização, esse tópico escolhido não teria mais do que 10
livros definitivos publicados sobre o tema. Com essa quantidade de
leitura você seria capaz de conversar com um especialista sem passar
vergonha, conseguiria discutir conceitos, métodos e avançar na percep-
ção da sua marca pessoal. Com 20 livros bem lidos sobre um assunto,
você passa a escrever artigos, você passa a produzir conteúdo valioso
com esse conhecimento. Com 36 livros bem lidos, livros definitivos em
torno de um tema, você passa a ser referência naquele assunto.
Seguindo a lógica de 36 livros por ano, é possível que com 30 livros
você mude completamente o seu foco na busca do domínio de um
tema, e construa autoridade com estofo em torno desse tema. Tudo
isso em menos de um ano. Pense nisso, porque é preciso essa discipli-
na. E hoje existem muitas possibilidades de fonte de conhecimento e,
aplicando essa metodologia, tendo foco para conseguir o domínio de
um tema, de um tópico, você vai construir uma marca com solidez.
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OS
PORQUÊS
A gente vive tempos altamente ansiosos, em um mercado e uma
sociedade que querem tudo turbinado e que aconteça de forma muito
rápida. Em branding, fazemos uma construção para ser sólida e susten-
tável, e para isso ela precisa ser uma construção de médio e longo
prazo. Na natureza, se a gente observar, vamos perceber que não é
possível acelerar alguns ciclos. Mesmo com a tecnologia e possibilida-
de de encurtar alguns prazos, não conseguimos uma árvore frondosa
em um ou dois anos. E o mesmo acontece com o branding. Existe um
tempo da natureza para fortalecer uma árvore, assim como também as
marcas pessoais precisam de tempo para crescer. E essa construção de
reputação não é algo que pedimos para as pessoas. Confiança e reputa-
ção são construções de longo prazo que precisam - mais um vez - de
coerência e consistência. Construímos isso com sinais, com as experiên-
cias, com a entrega e, principalmente, com a construção da obra. O
oportunismo e as saídas rápidas são sempre armadilhas para a constru-
ção de uma marca pessoal forte.
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Excelência deve ser um horizonte móvel. Devemos estabelecer
um marco de excelência para alcançar, mas esse marco deve estar indo
sempre mais a frente, mais distante, para que possamos sempre fazer
um exercício de crescimento. A caminhada da excelência é que vai te
fazer um profissional melhor, mas também um ser humano melhor. E
isso é essencial em personal branding.
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um carro, abrindo portas, fazendo neurocirurgias, sendo qualquer coisa
na vida. Desde que consiga encontrar uma razão para nossa existência.
Essa é a grande base para conseguir obter excelência. Deveríamos
ajudar as pessoas a nossa volta, a nossa equipe, nossos colaboradores
a encontrarem o seu próprio significado. A vestirem a sua própria
camisa. A se perceberem como parte de algo grandioso, porque essa
obra, o tamanho dessa obra, só nós podemos dizer. Só nós podemos
dizer o tamanho dessa obra quando a gente encontra significado. E
significado, por último, é uma coisa muito importante, que é a ideia de
auto motivação. O autor Tom Peters diz que era quase um insulto a inte-
ligência das pessoas trazerem alguém para motivá-las, pois motivação
é uma porta que se abre por dentro, e só cada um de nós tem a chave
para abrir essa porta. E essa motivação é que vai se transformar em
atitude perante as adversidades. Atitude que vai te levar a realização
pessoal, e é isso que a gente quer com as marcas pessoais e o personal
branding.
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CONCLUSÃO
Ao longo desse material foram apresentados os fundamentos de
branding, a importância das marcas nas nossas vidas, a importância das
marcas para fazermos escolhas. Passamos também pelo fundamentos
de branding, reforçando a importância da diferenciação, o quanto ela é
importante para construir essa singularidade e o seu valor no mercado.
Algumas ferramentas podem ser muito úteis para você começar
amanhã mesmo uma auto avaliação. Uma ideia que a gente não deveria
se distanciar muito, já que deveríamos se repensar o tempo todo, exer-
citar essa ideia de se enxergar em perspectiva e jamais se afastar da
intenção de entender seu contexto e suas circunstâncias, e passar a
refletir sobre os impactos disso o tempo todo.
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res do time adversário, porque eles sabiam que Zidane tinha um gênio
difícil e que iria responder ás provocações. Depois de muitos insultos,
enfim ele respondeu com uma cabeçada no peito do jogador italiano.
Aquela imagem se tornou a imagem de Zidane. Mesmo muitos anos
depois, fazendo uma busca com seu nome é possível encontrar deze-
nas de páginas com memes e fotografias em torno da tal cabeçada.
Zidane foi um jogador famoso, que se tornou um técnico fantástico, que
ganhou vários campeonatos importantes, e talvez esteja no panteão de
atletas de grande destaque do mundo inteiro. Mas na internet Zidane é
definido por uma cabeçada. Uma atitude desmedida pode nos tornar
previsível para o resto da vida.
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