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Processo da comunicação
Emissor – pessoa ou entidade que tem uma ideia ou mensagem para comunicar a outra pessoa. É a
fonte ou origem da comunicação.
Canal de transmissão - meio através do qual as comunicações são transmitidas entre as pessoas e
podem revestir-se de voz humano (tv), fax ou correio (normal ou informático).
Se o receptor não atribuir à informação recebida o mesmo significado que o emissor pretendia
houve falha na descodificação.
Tipos de Canais
Numa organização podem coexistir canais de comunicação formais e canais de comunicação
informais.
Redes de comunicação
Geralmente consideram-se 5 tipos de rede de comunicação em grupo:
Rede de comunicação em roda: os membros do grupo comunicam apenas e sempre através
de um único membro que ocupa uma posição central;
Rede de comunicação em Y: a comunicação percorre nos dois sentidos os diversos níveis de
hierarquia sem possibilidades de comunicação horizontal;
Rede de comunicação em cadeia: permite apenas a cada membro comunicar com o que o
antecede e com o que o precede;
Rede de comunicação onde há interligação total: todo e qualquer membro pode comunicar
com qualquer outro membro do mesmo grupo;
Rede de comunicação em círculo: o último membro comunica também com o primeiro
fechando-se o círculo.
Qualquer uma das formas de comunicação em grupo tem vantagens e convenientes.
É importante reter que a melhor maneira de estruturar a comunicação entre os membros de um
dado grupo não existe. A eficácia da configuração num caso concreto depende das características
dos membros do grupo, das tarefas a executar e dos objetivos a atingir.
Barreiras à comunicação
A eficácia da gestão implica que os destinatários interpretem corretamente as mensagens que se
pretendem transmitir, caso contrário os objetivos da organização não serão perfeitamente
entendidos e as decisões da gestão correm o risco de insucesso. São barreiras à comunicação, todos
aqueles impedimentos que podem ocorrer em qualquer fase do processo de comunicação e que se
traduzem num obstáculo à pretendida transmissão das ideias ou conhecimento.
As barreiras à comunicação podem classificar-se me 3 grupos:
Barreiras técnicas: relacionadas essencialmente com o tempo (é um dos aspetos mais
importantes no que se refere à eficácia da comunicação), a sobreinformação (canalização de
quantidades excessivas de informação, que impede a sua perfeita tomada de conhecimento
e eventual tratamento), e as diferenças culturais (quando se trata de contactos ao nível
internacional entre gestores de diversas nacionalidades com culturas diferentes);
Barreiras de linguagem: há que ter em conta o vocabulário e a semântica/ significado das
palavras;
Barreiras psicológicas: envolve várias formas de distorção das informações e afetam o
relacionamento entre as pessoas, constituindo o maior entrave ao normal funcionamento
das comunicações na empresa. As barreiras mais significativas são:
o Filtragem da informação: alteração sofrida pela informação à medida que é
transmitida. Quantos mais “elos” tiver a cadeia de comunicação, maior é a distorção
verificada;
o Grau de confiança e abertura de espírito entre gestores e subordinados;
o Sentimentos de inveja ou ciúmes: contribui para uma redução da qualidade de
comunicação;
o Preocupação ou stress: em níveis elevados faz com que as pessoas não “registem” a
informação que lhes é transmitida;
o Tendência para ouvir o que se espera ouvir: provoca distorções na perceção das
mensagens;
o Diferenças de perceção: pessoas diferentes, com experiências diferentes têm
tendência para atribuir interpretações diferentes às mesmas palavras, frases ou
situações.
A atitude dos trabalhadores de diferentes países em relação a trabalho, autoridade e poder nas
organizações, formas de retribuição, etc., não é a mesma. Um exemplo de características diferentes
entre duas macroculturas é-nos dado por Brilman ao comparar o Japão com a França na maneira de
encarar o individuo, o grupo, a hierarquia, a sociedade e a religião.
De cordo com Hofsted, as diferenças culturais a nível nacional residem mais nos valores e menos nas
práticas, enquanto que a nível organizacional, as diferenças entre as culturas são mais notórias nas
práticas e menos nos valores. Hofsted considera que são 5 dimensões fundamentais de uma cultura
nacional:
a distância hierárquica
o grau de individualismo (ou coletivismo)
o grau de masculinidade (ou de feminidade)
o controlo da incerteza
a orientação de longo prazo (versus orientação de curto prazo).
Baseando-se me duas variáveis que considera muito importantes na explicação das diferenças
culturais – índice de distância hierárquica e índice de controlo da incerteza – este autor relacionou
os 5 tipos fundamentais de estrutura organizacional de Mintzberg e apontou um exemplo típico de
um pais para cada uma delas.
Tipos de culturas
Cada organização tem a sua própria cultura que a distingue das outras organizações. Contudo,
embora diferentes, é possível agrupa-las tendo em conta determinadas características comuns.
Uma das classificações mais conhecidas deve-se a Deal Kennedy, que identificou 4 tipos de culturas
genéricas com base em duas medidas: o grau de risco associado à atividade da organização e a
velocidade do feedback das informações sobre o sucesso das decisões de gestão. As quatro culturas
tipo são:
Risco elevado, feedback rápido: caracteriza-se pelo destaque de valores associados à
capacidade para tomar decisões rápida e saber viver com o risco (indústria do cinema);
Risco reduzido, feedback rápido: organizações tendem a atribuir grande importância à
persistência e capacidade para descobrir uma necessidade e procurar satisfazê-la. A sua
atividade geralmente caracteriza-se pelo volume das operações (organizações comercias e
os restaurantes);
Risco elevado, feedback lento: tipo de cultura associado a empresas que investem somas
elevadas e têm de esperar muitos anos até saberem se a decisão foi ou não adequada
(empresas petrolíferas);
Risco reduzido, feedback rápido: tipo de cultura característico de organizações como
bancos, seguros, organismos oficia, em que os trabalhadores são cautelosos e com
mentalidade protecionista. A disciplina, pontualidade e orientação detalhada das tarefas são
aspetos muito importantes nestas organizações.
Além desta, existem várias classificações de culturas. Roger Harrison e Handy propõem 4 tipos
diferentes de cultura organizacional com base num critério bidimensional: o grau de centralização
do poder e o grau de formalização da estrutura. Nessa base, Harrison classifica as culturas em:
Cultura burocrática ou de função (cultura do “papel” ou Apolo): apolo era o deus da ordem
e das regras e o templo grego vai buscar a sua beleza e força aos pilares. Cultura baseada na
“atribuição de papéis”, os pilares representam funções e divisões, unem-se
“administrativamente” no topo;
Cultura de tarefa ou adocracia (Atena): o poder reside nas ligações, nos interstícios da rede
e não no topo. Esta cultura anda associada às ideias de juventude, energia e criatividade e
daí a sua ligação a Atena, deusa da juventude, sabedoria e da arte;
Cultura de poder ou autocracia (cultura de “clube” ou Zeus): corresponde a uma
organização estruturada em divisões de trabalho baseadas em funções. Zeus era o rei dos
deuses, era receado e respeitado, pelo que se associa a esta cultura pelas ideias de poder
centralizado e autocracia;
Cultura de atomista ou democrática (símbolo da cultura “existencial” ou aglomerado de
estrelas): cultura típica de organizações em que o seu recurso vital é o talento ou a
capacidade do individuo.
Provavelmente não conseguiremos identificar-nos ou identificar a nossa organização com uma das 4
estruturas referidas. Hoje em dia, a maioria das organizações possui uma mistura dessas quatro
culturas, embora, naturalmente, em graus diferentes.