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ENCORAJANDO PAIS

FERRAMENTAS DA DISCIPLINA POSITIVA


PARA EDUCAR OS FILHOS

Aline Cestaroli e Coautores


Índice

O que é a Disciplina Positiva e como ela pode te ajudar na criação dos filhos?
por Aline Cestaroli ......................................................................................................................................... 03
Cultivando Vínculos: caminho do meio através da gentileza e firmeza na criação dos filhos
por Danielle Trabuco ..................................................................................................................................... 07
Responsabilidade Social por Christiane Campos ..................................................................................... 11
Empatia por Maria Georgina S. Ribeiro ...................................................................................................... 13
Olho no olho por Silmara Franzese ............................................................................................................. 16
A presença como o melhor presente por Susana Desidério ................................................................. 19
Controle seu comportamento por Camille Silveira ................................................................................ 23
Conexão antes da correção por Sandy Vianna ....................................................................................... 25
Um novo olhar para o mau comportamento por Daniela de Lima Porto ........................................... 27
Erros são maravilhosas oportunidades para aprender por Lívia R. Gomes de Carvalho ................ 30
Os três R's da reparação por Izabel Christina A. Candido ..................................................................... 33
Reconhecimento e gratidão nos aproxima por Isabela Oliveira ......................................................... 35
Existe diferença entre elogio e encorajamento? por Kelly Borges ..................................................... 37
Compreenda o cérebro por Fernanda Borella ......................................................................................... 39
Pausa positiva por Helena Gonçalves Bourroul ........................................................................................ 42
O poder do abraço na educação dos filhos por Raquel Marques ........................................................ 44
A importância da rotina para as crianças por Eliane Ribeiro ................................................................ 47
Como estabelecer regras através de acordos por Alessandra A. S. Oliveira ..................................... 49
Reunião de família por Vanessa Moura ..................................................................................................... 51
Auxiliando os filhos na resolução de problemas por Bruna Lôbo ....................................................... 53
Foco na solução de problemas por Natália Borba .................................................................................. 56
Consequências naturais X consequências lógicas por Ivan Menezes ................................................ 60
Os sentimentos importam - Valide os sentimentos por Ana Luísa Lemos Serra .............................. 62
Ajude seu filho a lidar com a frustração por Simone Alves de Souza .................................................. 64
Senso de humor por Malena Rufino de Oliveira ...................................................................................... 67
Índice

A importância das relações e interações saudáveis entre irmãos por Denivalda Cavalcante ..... 69
Todos no mesmo barco por Andreia Martins Silva ................................................................................. 72
Decida o que você vai fazer em vez de entrar em uma disputa de poder por Egleide Melo ........ 74
Perguntas curiosas por Ana Lúcia J. Antonio ........................................................................................... 76
Ensine as crianças o que fazer por Itiene Soares Pereira ....................................................................... 78
Distrair e redirecionar por Ana Paula da Silva ......................................................................................... 81
Escuta ativa por Débora Consteila Neumann ........................................................................................... 84
Momento especial por Adriana Falcão Loth ............................................................................................ 86
Preste atenção por Liliane Dutra ................................................................................................................ 89
Pequenos passos por Tássia Raquel L. S. Alencar .................................................................................... 91
Invista tempo em treinamento por Patrícia S. Felipe Silvério ............................................................... 93
"Eu notei" por Geane Barbosa ..................................................................................................................... 95
O que fazer para conseguir a cooperação? por Ana Vilma Silveira .................................................... 98
Tarefas domésticas por Camila Neves Camargo ..................................................................................... 100

Mesadas por Maria Paula D. da Silva .........................................................................................................103

Desapego por Andréa Gonçalves ................................................................................................................ 105

Evite mimar por Cacilda Peixinho ............................................................................................................... 107

A função materna e paterna por Sirlene de Oliveira Sousa ...................................................................110

Demonstre confiança por Silvia Marcondes ............................................................................................ 113

Apenas uma palavra por Fabiane Pereira ................................................................................................. 115

Agir sem palavra por Ianna Gomes de O. Pedroso ...................................................................................118

Sinais não verbais por Jacquelini Ricartes Costa ..................................................................................... 120

Roda de escolhas da raiva por Michele da Costa G. Tavares ................................................................ 122

Limite o uso de eletrônicos por Franciele do Prado ............................................................................... 125

Acompanhamento por Melyne de Mello Amaral ..................................................................................... 127

Motivação por Gabriela da Canhota .......................................................................................................... 129


O que é a Disciplina Positiva e como ela pode
te ajudar na criação dos filhos?
ALINE CESTAROLI
Você sente que seu filho só te obedece se você gritar, bater,
ameaçar ou subornar? Ao agir assim, sente culpa, frustração,
impotência, derrota? Acredita que já tentou de tudo para
conseguir cooperação, obediência e manter um bom
relacionamento familiar, mas as brigas são constantes, seu filho
grita, só diz “não”, não aceita o que você diz e chega a te bater
quando é contrariado? Você já tentou ser muito firme e mostrar a
ele que é você quem manda, mas diante de todo o estresse, acaba
cedendo e fazendo a vontade dele?

Há muitas gerações as ferramentas mais utilizadas pelos pais para


disciplinar os filhos são as punições e/ou recompensas. Se a
criança teve um bom comportamento, aprendemos que
precisamos dar um reforço positivo: um adesivo, uma estrelinha,
uma moeda ou qualquer outra coisa que a recompense. E, se o
comportamento que ela teve não foi adequado, entendemos que
ela precisa ser punida para que aprenda que aquilo não deve ser
feito: palmadas, castigos, sermões, retiradas de privilégios,
cantinho do pensamento, dentre outras atitudes que geram medo,
vergonha, humilhação, dor e sofrimento.

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Embora muito utilizadas, essas ferramentas parentais são
desencorajadoras e pouco eficazes, principalmente para educar as
crianças e adolescentes do século XXI.

O mundo está mudando e a maneira de educar também. A forma


como nós fomos educados não desenvolveu todas as nossas
potencialidades e ainda trouxe muitos prejuízos emocionais:
ansiedade, depressão, baixa autoestima, insegurança e
inadequação são alguns deles.

Com base nas teorias psicológicas humanistas de Alfred Adler e


Rudolf Dreikurs, Jane Nelsen e alguns colaboradores
desenvolveram uma filosofia com ferramentas práticas para ajudar
as famílias a melhorarem o relacionamento entre pais e filhos,
incentivando as crianças a aprenderem autodisciplina, auto
responsabilidade, cooperação e habilidades de resolução de
problemas - competências necessárias para a construção de uma
vida feliz.

A Disciplina Positiva tem como pressuposto de que disciplina pode


ser ensinada com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem
punição, castigo ou recompensa. É o caminho do meio entre o
autoritarismo e a permissividade.
Ela oferece informações para que pais e educadores se sintam
seguros, encorajados e consigam estabelecer uma relação de
confiança e crescimento com as crianças e adolescentes. Oferece
ferramentas práticas para aplicar no dia a dia e ter um ambiente
mais harmonioso, enquanto exerce uma parentalidade
encorajadora.

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Um conceito importante é perceber os erros como sendo
ótimas oportunidades de aprendizagem. Na missão de
educar e formar os filhos, muitos erros ocorrerão e você
aprenderá a focar em soluções e crescer com cada um
deles. Essa abordagem tem como premissa 5 critérios:

Ajuda as crianças a desenvolverem um senso de


conexão (aceitação e importância): uma
necessidade básica de todos nós seres humanos
é a de pertencimento. As escolhas que fazemos
ao longo da vida, de forma consciente e
inconsciente, são feitas no sentido de satisfazer
essa necessidade.

É gentil e firme ao mesmo tempo (respeitoso e


encorajador): a gentileza é importante pelo
respeito pela criança e a firmeza é importante
pelo respeito pelo adulto e pelas necessidades
da situação.

É eficaz em longo prazo: punição funciona em


curto prazo, mas traz resultados negativos em
longo prazo. Quando falamos de uma
parentalidade encorajadora, não queremos
apenas interromper o mau comportamento,
mas sim usar esses momentos desafiadores
para desenvolver habilidades de vida.

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Ensina valiosas habilidades sociais e de vida
para o bom caráter: respeito, preocupação com
os outros, resolução de problemas, cooperação,
responsabilidade, empatia, resiliência, dentre
outras.

Convida as crianças a descobrirem que são


capazes: encoraja o uso construtivo de seu
poder pessoal e de sua autonomia.

Ao longo deste ebook você terá a oportunidade de conhecer


melhor cada ferramenta da Disciplina Positiva, para que possa
colocá-las em prática nas situações do seu dia a dia, enquanto
aumenta a sua conexão com os filhos. Não existem mapas e nem
receitas prontas quando se trata de educação dos filhos, mas meu
desejo é que você possa encontrar aqui um norte para guiar seus
passos rumo a uma parentalidade encorajadora.

(11) 96495-1296

contato@alinecestaroli.com.br

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@aline.cestaroli / @encorajando_pais

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Cultivando Vínculos: caminho do meio através
da gentileza e firmeza na criação dos filhos
DANIELLE TRABUCO

Na última década a ciência revelou fatos importantes sobre o


papel das emoções em nossas vidas e descobriu que a percepção
emocional e a capacidade de lidar com os sentimentos determinam
o sucesso e a felicidade de uma pessoa em todos os sistemas da
vida, inclusive nas relações familiares. Esse aprendizado envolve a
capacidade dos pais de controlarem os impulsos para não utilizar
punições ou gratificações no intuito de eliminar os
comportamentos inadequados dos filhos e apontam para a
necessidade de decifrar o código dos comportamentos
desafiadores para ajudar as crianças e os adolescentes a lidarem
com os altos e baixos da vida.

Para John Gottman (2001), os conselhos que a sabedoria popular


dá aos pais não mencionam o mundo da emoção. De acordo com
seus estudos, existem dois tipos de pais: aqueles que orientam os
filhos no mundo das emoções e se envolvem com os sentimentos
dos filhos, ensinando-os a lidarem com as adversidades da vida,
acolhendo e validando as manifestações de emoções
desagradáveis tais como a raiva, tristeza ou medo, e aproveitando
os momentos desafiadores frente a elas como grandes
oportunidades para aprenderem juntos importantes lições de vida
e assim construírem um relacionamento com maior conexão.

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Esse tipo de pais é o que ele chama de “pais preparadores
emocionais”; e o outro tipo são aqueles pais que não orientam os
filhos acerca de suas emoções, que invalidam seus sentimentos e
repreendem a expressão deles.

Aqui em casa, com a Mari que hoje tem 3 anos, temos vários
momentos desafiadores no mundo das emoções, já que nesta fase
ela manifesta seus desejos com muito mais intensidade. Nossa
tarefa enquanto pais não é fácil, requer muita energia e
investimento emocional, tempo em treinamento, paciência,
tolerância e muito amor para que nossos filhos compreendam o
que realmente queremos dizer, dando o significado de sentimento
de importância, pertencimento e amor.

Uma das ferramentas que utilizo com a Mari e em meus


atendimentos com adultos, adolescentes e famílias é a “Gentileza
e Firmeza ao mesmo tempo”. Esse é o caminho do meio entre o
autoritarismo e a permissividade, evitando os extremos. A
gentileza é importante para expressar o respeito pela criança e a
firmeza para assegurar o respeito pelo adulto e pelas necessidades
da situação. Geralmente agimos ou com firmeza, ou com gentileza
e usar os dois ao mesmo tempo é uma habilidade que precisamos
desenvolver para exercermos uma parentalidade encorajadora.

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Quando estiver com seu filho em um momento desafiador, seja ele
de birras ou de disputa por poder, procure validar os sentimentos,
demonstrando compreensão sobre o momento que ele está
vivenciando e ofereça uma escolha quando possível. Utilizar sua
mente criativa e o bom humor fará toda a diferença, para que
vocês cheguem juntos ao objetivo e conclusão de uma tarefa, sem
disputar poder entre vocês.

Por exemplo:

“Eu sei que você não quer tomar banho e você


pode levar um brinquedo para tomar banho com
você. Que tal?”

“Eu sei que você não quer escovar seus dentes, e


podemos fazer juntos”

“Você quer ficar brincando e agora é hora de


dormir. Você quer ir para cama pulando como
coelhinho ou como sapinho? Você decide!”

“Eu sei que você quer assistir TV e está na hora


de fazer a lição da escola. Você quer fazer qual
lição primeiro?”

“Sei que não quer guardar os brinquedos. E qual é


o nosso combinado sobre a organização da
casa?”

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Muitas vezes vamos ter dificuldade em aplicar a gentileza e
a firmeza com nossos filhos. É uma mudança de paradigma
e como toda mudança leva tempo e esforço para
acontecer, mas no final vale a pena. Quando um limite for
ultrapassado, não dê sermão ou aplique punição. Continue
o relacionamento respeitoso com seu filho, evite dizer o
que aconteceu e o que deveria ser feito sobre. Você pode
fazer perguntas que gerem reflexão e estimule a
curiosidade: O que aconteceu? Por que você acha que isso
aconteceu? O que você pode fazer da próxima vez que isso
acontecer?
Vale lembrar que ao parar de punir ou agir na recompensa, você irá
praticar e desenvolver novas habilidades de vida com seu filho,
mas isso levará tempo e investimento em treinamento para ajudar
a aprender o respeito mútuo com foco na solução de problemas. O
processo ocorrerá à longo prazo, mas você se sentirá encorajado a
continuar no caminho do meio, gentil e firme, quando os
resultados aparecerem no seu dia a dia. Seu filho se sentirá
encorajado e mais aberto à cooperação quando sentir que você
entende o ponto de vista dele também.

(11) 99269-7036

danielletrabuco@gmail.com

@psidanielletrabuco / @nucleomaesp

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Responsabilidade Social

CHRISTIANE CAMPOS

Responsabilidade social é um ato de amor consigo mesmo e com


os outros. É conectar-se com o mundo de forma respeitosa. É uma
habilidade social e de vida que deve ser encorajada desde a
infância. Quando nós, pais e responsáveis, contribuímos para o
desenvolvimento desta habilidade estamos dando aos nossos
filhos a oportunidade de se tornarem seres humanos confiantes,
seguros, empáticos e mais felizes. Algumas sugestões de como
encorajar a responsabilidade social nos filhos:

Conecte-se com seu filho: Dedicar um tempo para estar


com seu filho e partilhar ações em conjunto é uma ótima
forma de criar bases sólidas sobre o que é a relação
verdadeira com o outro. Filhos aprendem
experimentando e também pelo exemplo.

Ensine seu filho a ter autoconfiança: Quando a criança se


sente capaz e competente, ela se sentirá mais segura e
confiante de que também é capaz de ajudar os outros.

Permita que seu filho experimente empatia e compaixão


pelos outros: Quando a criança aprende que seu
repertório de emoções – alegria, tristeza, raiva e medo –
também são sentidas pelos outros, e quando ela tem a
oportunidade de contribuir com suas ações para o bem
estar destes, ela desenvolve seu senso de
responsabilidade. Permita que seu filho cuide do outro,
seja partilhando um lanche, ajudando a colocar um
curativo no machucado do colega, ou fazendo um carinho
porque alguém está chorando.

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Nomeie e reconheça os atos de bondade do seu filho e
a preocupação que ele tem com os outros: Uma das
necessidades básicas de uma criança é ser aceita e uma
das formas mais enriquecedoras dela buscar aceitação
é contribuindo para o bem estar da sua família e dos
outros que a cercam. Valorize as ações positivas do seu
filho!
Faça uma lista junto com seu filho sobre o que ele pode
colaborar em casa: Crianças tem um desejo sincero de
ajudar os outros, elas gostam de se sentir úteis. Inclua seu
filho nas tarefas de casa. Compartilhar tarefas contribui
para aumentar o senso de aceitação, ensinar habilidades
de vida e permitir que ele experimente responsabilidade
social. O senso de responsabilidade social é desenvolvido
com o tempo por meio de encorajamento e
experimentação. A função de nós pais neste aprendizado
é de suma importância. Muitas vezes deixar que nossos
filhos exercitem a prática da conexão pode se tornar uma
tarefa árdua e trabalhosa, mas contribuir para este
processo de crescimento também pode ser a parte mais
valiosa de se criar um filho.

(31)99734-7660

christianecs.psique@yahoo.com.br

@christianecampos.psi

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Empatia

MARIA GEORGINA S. RIBEIRO

A empatia é a base do desenvolvimento socioemocional. Carl


Rogers, psicólogo e fundador da psicologia centrada na pessoa,
afirma que a empatia é a capacidade de se colocar no lugar do
outro, compreender o ponto de vista dele, sentir como se fosse ele
próprio e retornar ao seu lugar para oferecer a ajuda necessária.
Esta é uma habilidade essencial na relação entre pais e filhos.

Para exemplificar, vamos pensar em uma criança de 6 anos que


acabou de ser promovida a irmã mais velha e tem apresentado
mudanças de comportamento. Está mais hiperativa, briga com os
amigos na escola, apresenta sono agitado e não obedece aos pais.
Se olharmos superficialmente apenas para tais comportamentos
inadequados, não conseguiremos captar a real necessidade dessa
criança, que está apenas expressando sua incompreensão pela
chegada da irmã.

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Nossa tendência é dizer “Ah, ela só quer chamar a
atenção”. Porém, para exercer uma parentalidade
encorajadora, precisamos ter empatia e legitimar os
sentimentos da criança, mesmo não concordando com o
comportamento apresentado. Podemos dizer algo do tipo:

Eu compreendo que você está


chateado, sinto que está com
muita raiva, que às vezes não
se sente muito bem e que por
isso tem se comportado mal.

Em seguida podemos utilizar perguntas curiosas para


investigar melhor a necessidade da criança e compreendê-
la:

“Você tem ideia de como resolver esse problema?”

“Como você pode ajudar seu amigo e sua mãe a


se sentirem melhor?”

É importante ajudarmos a criança a verbalizar o


que ela está sentindo, criar conexão e entrar em
sintonia com ela. Assim ela se sente
compreendida, se sente sentida.

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Porém, normalmente não é isso que acontece.
Estamos acostumados a olhar para o
comportamento aparente e usar punições para
eliminar o mau comportamento e assim só lidamos
com os sintomas e não com a causa.

Para que a verdadeira mudança aconteça, ela precisa ser de dentro


para fora e isso deve ser trabalhado de uma forma amorosa, com o
cuidado que merece. Esse processo não é fácil, mas é possível e
necessário para que as crianças sintam e percebam a presença
incondicional dos pais em suas vidas, ou seja, é importante que os
pais se coloquem no lugar da criança, compreendendo o momento,
acolhendo a necessidade e demonstrando empatia.

(31) 99110-1643

geor.ribeiro7@gmail.com

Clínica de Psicologia em busca de ser

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Olho no olho

SILMARA FRANZESE

Você já reparou como um olhar é algo profundo que pode penetrar


a pessoa que o recebe? Nossa comunicação pode ser transmitida
de diversas maneiras, existem muitas formas de acessar quem nos
escuta, mas como saber qual é mais eficaz? Quero lhe contar um
segredinho que pode ajudar você a repensar como estabelecer um
contato mais profundo e efetivo quando precisa ser ouvida por seu
filho ou filha.

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Muitas vezes nós, pais, estamos envolvidos em tarefas,
preocupações, dentre outras coisas que nos colocam em um piloto
automático e nesses momentos podemos descuidar do contato
que estabelecemos com nossos filhos. Várias cenas podem
acontecer e trarei aqui algumas delas:

Seu filho te pede atenção e você responde


automaticamente; Você quer que seu filho faça
alguma atividade ou atenda a um pedido seu e
nada acontece; Seu filho faz algo que te desagrada
e você grita com ele do outro lado da casa e não
surte efeito, às vezes até começam uma discussão.

Então, quando você percebe que está diante de uma


comunicação truncada, o que é possível fazer?
Em primeiro lugar vamos entender que todos nós queremos ser
atendidos quando comunicamos algo, tanto você como seu filho;
segundo que ninguém gosta de ser ignorado ou ser tratado com
agressividade e grito, além de não serem atitudes respeitosas, ao
invés de aproximar você de seu filho, o resultado será desastroso
para ambos.

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Se você pretende ter uma educação construtiva, baseada no
respeito, na valorização do outro e de si mesmo, procure refletir
em suas ações, uma comunicação assertiva transmite segurança,
respeito e mostrando reciprocidade, os resultados serão muito
mais efetivos.

Você pode experimentar parar o que você está fazendo, se


aproximar do seu filho o mais próximo que puder, procurar ficar na
altura dele de modo a que seus olhos estejam se cruzando e aí sim
comunicar calmamente o que você espera dele. Quando olhamos
no fundo dos olhos de nosso filho, é como dizer eu vejo você e
podemos estabelecer uma comunicação mais profunda e ele
sentirá sua presença de maneira mais efetiva.

(11) 99235-4754

silmarafranzese70@gmail.com

www.psicologiaemsantana.com.br

@silmarafranzese

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A presença como o melhor presente

SUSANA DESIDÉRIO

No livro “Crianças Dinamarquesas: o que as pessoas mais felizes


do mundo sabem sobre criar filhos confiantes e capazes”, os
autores trazem aspectos que valem uma boa reflexão. Além disso,
convidam o leitor a experimentar como estes conceitos funcionam
no dia a dia com os pequenos, a fim de ampliar e repensar suas
práticas.

A importância de desenvolver habilidades socioemocionais está


cada vez mais presente e o início da vida é uma grande
oportunidade para iniciar este processo. O brincar, por exemplo,
possui grande influência na construção da identidade e visão de
mundo da criança. É saudável que a criança possua um espaço
reservado em sua rotina para brincar livremente, assim ela
desenvolverá competências a partir de suas próprias experiências
e isso tudo irá refletir ao longo de sua vida.

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As autoras consideram essencial ser franca com os pequenos.
Quando percebem que estão sendo honestos com eles,
automaticamente a relação e o vínculo de confiança se estreitam
fazendo com que se sintam seguros em compartilhar seu mundo e
suas emoções.

A integridade tem relação direta com a autoestima,


portanto quando as crianças sentem que estão sendo
verdadeiros com ela - e como são excelentes observadores
o fazem rapidamente - são fortalecidas virtudes, além de
transmitidos valores a eles.

Ainda, a escuta, o respeito pela experiência individual e o uso de


uma linguagem de apoio, ou seja, uma fala que oferece amplitude,
novas possibilidades, não limitante ou punitiva, fortalece a
confiança, auxiliando a criança a reconhecer e valorizar a própria
experiência. Quanto mais facilitar às crianças o acesso as emoções
tanto positivas quanto as desagradáveis, ou seja, transmitir à elas
que os altos e baixos fazem parte da vida, habilidades como
empatia e resiliência estão sendo acessadas e desenvolvidas. Você
pode fazer perguntas que as auxilie a perceber quais as emoções
por trás dos atos. Outros aspectos relevantes considerados pelos
autores são o mindset fixo e de crescimento e o conceito de lócus
de controle interno e externo.

20
Para estimular o mindset de crescimento da criança
mantenha o foco no processo ou no esforço, não nas
qualidades inatas da criança. Quando a atenção é para o
esforço exigido pelo aprendizado, a criança enxerga o
esforço como algo positivo e dinâmico, em movimento,
passível de transformação, desenvolvimento. Quanto ao
lócus de controle interno e externo, crianças que são
estimuladas a identificar e desenvolver suas emoções e
percepções com base em suas experiências, ou seja, em seu
interior, refletirão em adultos que possuem poder sobre
sua vida.

Já aquelas que dependem de um impulso externo para se


desenvolver ou acreditar em si mesmas são movidas pelo
lócus de controle externo, ou seja, esperam e
responsabilizam um estímulo externo para se movimentar.

21
No livro “Casa das Estrelas: o universo pelo olhar das
crianças”, o professor e poeta colombiano Javier Jaranjo
reúne definições que seus alunos atribuem às palavras e,
para reflexão final do quanto se pode aprender com os
pequenos, seguem algumas delas:

“Adulto: Pessoa que, em toda coisa que fala,


fala primeiro de si.
Brincadeira: É estar contente e amando.
Criança: O que estou vivendo é criança.
Criança: Para mim, a criança é algo que não
é cachorro. É um humano que todos temos
que apreciar.
Criança: Humano feliz”.

(11) 95300-8001

desiderio.susana@gmail.com

@susana.integrar

22
Controle seu comportamento

CAMILLE SILVEIRA

Crianças tendem a repetir o comportamento dos pais mesmo que


de forma inconsciente. Aprendem muito mais pela repetição do
exemplo observado do que por uma orientação verbal, sendo
assim, os pais devem ter atitudes coerentes com o que desejam
transmitir. Dessa forma, é importante buscarem como se acalmar
diante de situações mais difíceis para então poderem controlar o
comportamento dos filhos.

Aqui seguem algumas dicas de como você pode exercitar seu


autocontrole e ajudar seu filho a se desenvolver de forma mais
saudável:

Esteja consciente de suas


emoções: quando nos
permitimos senti-las e
reconhecê-las, podemos
perceber o impacto que podem
causar e administrá-las melhor.

Lembre-se que crianças e


adolescentes estão em
desenvolvimento: eles ainda
estão construindo o controle
emocional, então somos nós
adultos que precisamos dar o
primeiro passo no controle das
emoções.

23
Descubra seus recursos para se acalmar: respire fundo e
conte até 10 antes de tomar uma atitude. Nesse tempo em
que você procura se acalmar, é possível que seu filho
também tente fazer o mesmo.

Se ainda assim não for possível manter o controle ou a


situação parecer caótica, procure se afastar por um tempo
e avise a seu filho quando precisar fazer isso. Se não puder
se retirar, feche os olhos e visualize uma imagem positiva
na mente, respire fundo e depois volte atenção a situação.

Seja gentil consigo mesmo: muitas vezes não vamos


encontrar as variáveis adequadas para o controle
emocional e este não será possível. Não se culpe e nem
culpe a criança. Dificuldades vão surgir e servem de
aprendizados para construção do nosso equilíbrio.

Se perder a calma e perceber que saiu da linha, desculpe-


se com seu filho. Se ele percebe que você comete erros e
tem humildade para reconhecê-los, conseguirá fazer o
mesmo com mais naturalidade.

(84) 99104-5269

camille.psi@hotmail.com

@camillesilveirapsi

24
Conexão antes da correção

SANDY VIANNA

Quando a criança se comporta mal a reação imediata dos pais é


reagir sobre aquela ação de forma a oferecer consequências bem
duras como ameaças e punições. Os filhos agem, os pais reagem,
então os filhos reagem e vivem nessa guerra tentando ver quem
ganha primeiro. Infelizmente esta é uma realidade de muitos pais,
pois foi o que aprendemos e o que mais vemos sendo utilizado,
porém existem outras ferramentas mais poderosas e eficazes do
que essas. Na verdade, aplicar castigos e punições produz um
resultado oposto ao esperado quando se trata de fazer as crianças
cooperarem. Se essa não é a melhor forma, qual é então?

Conectar com o seu filho antes de corrigi-lo

A primeira coisa que precisamos fazer é nos conectarmos com eles


emocionalmente, seja em um momento agradável, seja em um
momento que esteja tratando de um mau comportamento.
Conectar significa estar atento ao que ele está te dizendo, escutá-
lo, oferecer um abraço, dizer palavras que acalentam, valorizar
suas contribuições para resolução de problemas e estar do seu
lado no momento difícil, quer ele esteja agindo bem ou não.
Conexão não é a mesma coisa que ser permissivo. Não significa
que vamos deixá-lo fazer o que quiser.

25
Esse é o momento de você conseguir se conectar com ele e
consequentemente acalmá-lo. Estando ambos calmos, o seu filho
conseguirá te escutar, você conseguirá colocar os limites e
redirecionar para um comportamento mais adequado.

Maneiras de Colocar limites que conectam:

Valide os sentimentos (deixe que a criança os expresse sem tentar


consertar ou resgatá-los).

Diga: “Eu te amo e a resposta é: ‘Não’”.

Diga: “Eu te amo e acredito que podemos achar uma solução


respeitosa".

Sugira à criança colocar o pedido na pauta da Reunião de Família


para ouvir as ideias de todos.

Faça o acompanhamento: “Qual era o nosso acordo/combinado?”

(21) 98147-2903

psi.sandyvianna@gmail.com

@sandypsicoinfantil

26
Um novo olhar para o mau comportamento

DANIELA DE LIMA PORTO

O comportamento é uma forma de expressão, é a maneira que


usamos para comunicar como estamos nos sentindo. Alfred Adler
acreditava que todo comportamento tem um propósito, ou seja, o
comportamento é a maneira de alcançar um objetivo e ele é
motivado por uma crença.

O que é o mau comportamento?

Segundo Rudolf Dreikurs, as crianças se comportam mal por não


se sentirem pertencentes e farão de tudo para conseguirem esse
objetivo. Jane Nelsen afirma que:

"(...) o mau comportamento nada mais é do que a falta de


conhecimento, uma ausência de habilidades eficazes e
comportamento adequado do ponto de vista do desenvolvimento,
desencorajamento (...)”.

27
Frequentemente nos convida a utilizar o cérebro primitivo, para o
qual a única opção é a disputa de poder, desistência e
comunicação ineficaz. Você poderia perceber o comportamento
do seu filho de forma diferente se você o visse como:

Comportamento desencorajado

Falta de conhecimento de comportamento adequado

Comportamento do cérebro primitivo

Comportamento típico da idade

É importante também que os pais verifiquem se o mau


comportamento tem como causa aspectos fisiológicos, tais
como: fome, sono, algum mal-estar, dor. Em muitos
momentos a criança só está agindo como criança, e não se
comportando mal.
28
“Uma criança que se comporta mal é uma criança
desencorajada”
(Rudolf Dreikurs)
Não se deve considerar o mau comportamento de uma
criança como algo pessoal ou desafiador, ela simplesmente
não está sabendo lidar e expressar de maneira correta o
que está sentindo e por isso é importante perceber as
crenças por trás do comportamento. Ao lançar um novo
olhar sobre o mau comportamento do seu filho, você pode
também mudar a maneira de abordá-lo, ajudando-o a
entender melhor a situação, validando seus sentimentos,
encorajando-o a buscar novas soluções e ensinando novas
formas de pensar e agir.

(34) 99926-1124

danielaporto.psi@gmail.com

@danielaporto.psi

29
Erros são maravilhosas oportunidades para
aprender
LÍVIA R. GOMES DE CARVALHO

Como você reage a um erro seu, de um amigo ou do seu filho?


Como se sente quando erra? Lembre-se da sua infância. Quais
mensagens recebia quando cometia um erro? Que você era
desastrado, desligado, inadequado, mau, uma decepção? No
momento do erro o que estava decidindo sobre você e sobre o que
fazer no futuro, mesmo que inconscientemente? Que é mau e
inadequado, ou que prefere não correr risco por medo de ser
humilhado caso não tenha o resultado esperado por você ou pelas
outras pessoas? Que prefere mentir do que ser exposto ao erro?

Geralmente os cuidadores (pais, avós, tias/tios) têm boas


intenções quando tentam motivar as crianças a agirem melhor,
fazendo com que se sintam mal por terem errado. Entretanto, eles
não estão preparados para avaliar os resultados de suas boas
intenções.

30
Desde a nossa infância aprendemos a nos envergonhar dos nossos
erros. Esquecemos que todos somos imperfeitos. Precisamos
desenvolver coragem para mudar nossas crenças limitantes sobre
imperfeição, ou seja, precisamos entender e também ensinar as
crianças a aceitarem seus erros, percebendo-os como
oportunidades para aprender. Nós geralmente estimulamos
revolta em vez de inspirar melhora. Não há nenhum ser humano
perfeito no mundo, embora todos exijam isso de si mesmos, dos
outros e, lógico, das crianças também.

Quer um exemplo?

Minha filha de 5 anos, num momento de estresse que estávamos


vivendo, não conseguiu reagir de outra forma a não ser tendo uma
explosão emocional, demonstrando muita raiva e frustração. Ela
chorava muito e dizia que queria que eu, o papai e o irmão
fossemos embora de casa, pois ela queria ficar sozinha lá.
Se nesse momento eu reagisse com autoritarismo eu poderia dizer
para ela ficar quieta, pois estava dizendo besteira. Porém, em
nenhum momento eu a reprimi ou pedi que não falasse assim,
apenas dei espaço para chorar e falar o que quisesse. O que tentei
foi me aproximar fisicamente e pedir um abraço, mas ela estava
resistente, também respeitei ficando apenas no mesmo cômodo
que ela.

31
Quando a percebi mais calma, tentei nova aproximação, ela
estava menos reativa e aceitou que eu me aproximasse,
mas ainda sem abraçar. Iniciei um diálogo, ajudando-a a
nomear o que estava sentindo. Em resumo, disse que
entendia que estava cansada e incomodada por ter que
ficar tanto tempo em casa e que eu, papai e Benício jamais
a deixaríamos em casa sozinha porque a amávamos muito.

Ela, sentindo-se acolhida e aceita, sentou-se no meu colo


permitindo que eu a abraçasse. Ficamos alguns longos
minutos falando sobre o que estávamos vivendo, eu
também falei dos meus sentimentos e terminamos num
gostoso abraço. A convidei para um banho e nele ela quis
me dar outro abraço, pediu desculpas e disse que não devia
ter falado aquilo e que ama todo mundo da família
também.

(19) 99119-9097

liviargcarvalho@gmail.com

https://linktr.ee/liviaribeiropsicologa

@liviaribeiropsicologa

32
Os três R's da reparação

IZABEL CHRISTINA A. CANDIDO

De acordo com o dicionário, reparação significa ato ou efeito de


reparar, consertar, restaurar atitudes que são comuns no cotidiano
das pessoas. Oaklander (1980) pontua a necessidade dos pais
aprenderem a se comunicar de forma clara com seus filhos, de
reconhecê-los, respeitá-los, como um ser único, com seus direitos
e valor, promovendo autovalorização e fortalecendo as
habilidades de contato da criança.
Pedir desculpas e reparar os erros com os filhos é importante,
encorajador e respeitador. Jane Nelsen, através da Disciplina
Positiva, descreve uma sequência de três R´s para que pais,
responsáveis e cuidadores possam exercitar quando se depararem
com situações de erro:

RECONHEÇA
Reconheça o erro com um sentimento de
responsabilidade em vez de culpa. Convide a criança
para uma conversa e diga: “Filho (a) eu errei quando
gritei com você hoje no almoço”, por exemplo. Dê o
primeiro passo, reconheça!

RECONCILIE
Reconcilie se desculpando. Crianças perdoam
facilmente. Peça desculpas! Após o reconhecimento,
diga: “Eu te peço desculpas e me comprometo a mudar
esse comportamento”, por exemplo.

33
RESOLVA
o problema pensando juntos em uma
solução respeitosa. Combine com a criança que ela
sinalize com uma frase se você estiver repetindo o
mesmo comportamento, por exemplo: “Você está
gritando (papai ou mamãe)” e assim você entenderá
que precisa recuar.

Os três R´s da reparação é um instrumento que auxilia de


forma respeitosa e encorajadora os adultos que, por
alguma atitude inadequada, magoam, ferem e
desrespeitam a criança, podendo rever o ocorrido e se
retratar com a mesma, na certeza de que isso trará ainda
mais estreitamento, vínculo e conexão à relação. Além de
ser uma excelente forma de ensinar as crianças a
repararem seus erros também.

(63) 99289-1517

izabelcacandido@gmail.com

@izabelcac

34
Reconhecimento e gratidão nos aproxima

ISABELA OLIVEIRA

O reconhecimento é o ato de reconhecer algo que o outro fez.


Este reconhecimento é também pelo processo, pela forma que o
seu filho buscou ou tentou fazer algo, e não somente pelo
resultado que ele gerou. Isso quer dizer que o mais importante não
é como ficou a tarefa que seu filho fez, mas sim, reconhecê-lo e
agradecê-lo pelo esforço que ele despendeu ao realizar aquela
atividade e, aos poucos, com treino e supervisão, incentivá-lo a
fazer cada vez melhor.

Em um momento em que todos estão em casa é importante


utilizarmos o reconhecimento para que os filhos desenvolvam o
senso de pertencimento e importância, assim sentem-se bem e
colaboram, gerando um lar harmonioso o que facilita a
convivência.

35
O ato de reconhecer gera conexão, gratidão e aproxima pais e
filhos. Exemplos:

“Que bom que você conseguiu guardar os


brinquedos, assim seu quarto fica mais organizado e
tem mais espaço para você brincar”.

“Percebi como você foi gentil com seu irmão


quando ele estava triste. Aposto que isso o fez se
sentir melhor”.

“Obrigada por ter arrumado a cama”.

Quantas vezes, por conta da correria do dia a dia acabamos


olhando só para as coisas que estão por fazer ou que estão
erradas. Não economizamos palavras para apontar os erros, mas
dificilmente paramos para reconhecer o que há de bom ou uma
atitude positiva do outro. Todo mundo gosta de ser reconhecido
por suas boas ações. Use os reconhecimentos e as apreciações
para incentivar atitudes positivas em seus filhos.

(31) 98596-4796

isabelaoliveira.psicologia@gmail.com

@psi.isabelaoliveira

36
Existe diferença entre elogio e encorajamento?

KELLY BORGES

Existe sim uma diferença entre encorajar e elogiar, mesmo que


essa diferença seja sutil e muitas vezes passe despercebida. Não é
que elogiar seja errado, não tem problema um elogio ou outro de
vez em quando, o problema é quando só ocorre o elogio e
esquecemos de adicionar o encorajamento. Elogiar, em curto
prazo, contribui sim para aumentar a autoestima, autoconfiança,
reforçar um comportamento ou criar um autoconceito positivo
sobre si, porém quando olhamos por uma perspectiva de longo
prazo, os elogios colaboram para que as crianças estejam sempre
na busca de aprovação e assim estamos estimulando um
comportamento de dependência em relação ao outro.

Por exemplo, quando a criança pergunta: “Você gostou que


eu tirei 10 na prova?” e elogiamos dizendo: “Sim meu filho,
nossa como você é inteligente!”.

Estamos olhando somente para o resultado final


sem avaliar o esforço que pode ter envolvido horas
de estudo e a dedicação do seu filho. Neste exemplo
a criança pode interpretar que ela não será aceita e
amada se não for inteligente ou quando não tira
uma boa nota e, então decidir evitar situações que
considere difícil, com medo de desapontar seus pais
e perder esse amor. Por outro lado quando
encorajamos o esforço estamos desenvolvendo na
criança a confiança em si mesmo, valorizando a
ação, seu empenho e não características inatas dela.

37
ENCORAJAR

é ajudar a criança a se tornar um adulto forte, resiliente e


confiante em si, que não dependa de aprovação externa.
Encorajar significa ensinar a agir com o coração, e assim
podemos trocar o elogio: “Parabéns! Como você é
inteligente!” pelo encorajamento: “Você se esforçou muito,
deve estar muito orgulhoso de si mesmo!”. E quando as
coisas não saírem tão bem assim podemos dizer “Eu sei que
você é capaz! Eu confio em você!”, ou então: “Não tem
problema se você errar, eu amo você, tente de novo!”.

São pequenas atitudes que no final fazem uma grande


diferença. Use o encorajamento consigo mesmo e com os
seus filhos.

(54) 99957-4557

kelvborges@gmail.com

@kellyborgespsico

38
Compreenda o cérebro

FERNANDA BORELLA

Através de estudos neurocientíficos, descobriu-se que o convívio


dos pais com seus filhos estimulam o desenvolvimento cerebral,
emocional e a aprendizagem. A experiência vivenciada pela criança
desde o seu nascimento alimenta o processo de criação de toda a
rede neurológica que ela precisará para o resto da vida. O nosso
cérebro é dividido basicamente em quatro partes:

hemisfério esquerdo,
hemisfério direito, a parte
baixa e a parte alta.

O hemisfério esquerdo é a parte racional, detalhista, pensa


de forma lógica, diferente do hemisfério direito, que é
holístico, emocional e atento aos sinais não verbais. A
parte baixa é o sistema límbico, responsável por funções
básicas como piscar, respirar, lutar e fugir. Na parte alta
está o córtex, uma parte mais evoluída e o córtex pré
frontal (região que fica atrás da testa) é responsável pelos
processos mentais como planejamento, empatia, senso
moral e ética, autocontrole, dentre outras.

39
Ao contrário da parte baixa que ao nascermos já está pronta, a
parte alta do cérebro se desenvolve ao longo da vida e atinge sua
maturidade por volta dos 25 anos. Isso significa que quanto menor
for a criança, menor é sua capacidade para agir racionalmente. E
por que nós adultos, pais, mães e cuidadores, precisamos saber
disso? Essa informação é importante para que possamos trabalhar
com o cérebro integrado da criança. Diante de um fator
estressante a criança agirá basicamente usando a parte baixa do
cérebro que é o sistema límbico, ou seja, sistema de defesa:

LUTA / FUGA / PARALIZAÇÃO

40
Quando nos sentimos frustrados, estressados ou ameaçados, a
parte alta do cérebro se desconecta da parte baixa e assim a
emoção toma conta. Nas crianças isso se manifesta através das
birras, nervosismo e dos maus comportamentos. São nesses
momentos que os pais castigam, gritam e perdem a paciência,
enquanto na verdade o que precisam fazer para realmente ajudar o
filho é manter o controle, pois se ambos ficam apenas no sistema
límbico (emocional) não há aprendizado, conexão e correção.

O adulto, por ter a parte de cima já desenvolvida, ao perceber que


está perdendo o controle precisa encontrar ferramentas para se
acalmar e pensar antes de reagir a um mau comportamento do
filho. Quando os pais modelam esse comportamento, eles ensinam
habilidades socioemocionais às crianças e adolescentes e os ajuda
na reintegração do cérebro, o que fará com que se sintam melhor
e, ao se sentirem melhor, consequentemente agirão melhor.

(32) 99945-5442

paisconectados@hotmail.com

@fernanda.borella

41
Pausa positiva

HELENA BOURROUL

As pessoas agem melhor quando se sentem melhor! A pausa


positiva é uma forma de ajudar a criança (e a nós mesmos) a parar,
acalmar e sentir-se melhor para buscar uma melhor solução para o
problema. A diferença entre a pausa positiva e o cantinho do
pensamento é que este segundo é utilizado para as crianças
pensarem no que fizeram, em suas atitudes erradas. Enquanto o
objetivo da pausa positiva é que a criança se sinta melhor, para
agir melhor.

E como usar a pausa positiva? Vamos lá:

Explique para a criança a importância de acalmar-se


para conseguir pensar em melhores soluções.

Juntos, criem um espaço


para esta pausa positiva e
deem um nome a ele.
Neste espaço pode ter
massinha, almofada, bicho
de pelúcia, um livro.

Obs: o livro ao lado trata


justamente deste tema. Vale
a leitura.

42
Aproveite e crie também o seu espaço ou pense
no que irá fazer quando precisar de uma pausa e
informe ao seu filho.

Pontos de atenção: a pausa positiva é recomendada para


crianças maiores de 4 anos e não é recomendado o uso de
eletrônicos para esta finalidade.

Pronto! Chegou a hora de colocar em prática!

Durante o conflito, convide a criança a ir para o seu local


de pausa positiva. Caso ela diga que não quer ir, pode
perguntar se ela gostaria da sua companhia e se ainda
assim ela disser que não, você pode dizer que precisa se
acalmar e que vai para o seu espaço especial. Esta será
uma ótima oportunidade para que ela modele o seu
comportamento. A pausa positiva ensina aos nossos filhos
e a nós que se acalmar é possível e importante. Espero que
tenha gostado desta dica e agora é com você!

(11) 99530-2540

helenagb@gmail.com

www.helenabourroul.com.br

@helenabourroul

43
O poder do abraço na educação dos filhos

RAQUEL MARQUES

Para nos tornarmos conscientes em relação a educação que


estamos dando às nossas crianças, precisamos parar e refletir
antes de agir, evitando ações e comportamentos automáticos.
Além disso, as crianças também necessitam de limites, porém, que
sejam impostos de forma clara, consciente e respeitosa.

Você sabia que o abraço é uma ferramenta


poderosa e muito útil no processo de educação
das crianças, inclusive nos momentos de birra?

44
Cada criança, assim como qualquer adulto, tem um perfil diferente.
Às vezes, quando estamos nervosos e agitados, não queremos
mesmo que alguém encoste em nós, certo? Agora, a grande chave,
a grande questão dessa ferramenta, é justamente não oferecer o
abraço e sim pedir por ele. Vou explicar melhor: quando falamos

“Vem aqui, deixa eu te dar um abraço para você se acalmar"

isso costuma irritar ainda mais a criança. Você também não ficaria
nervoso? O ato de oferecer o abraço pode causar certa resistência,
mas isso não quer dizer que não devemos fazê-lo caso funcione
para vocês, cada experiência é de um jeito. Nos momentos
desafiadores experimente pedir por um abraço. Agindo assim,
ativamos o senso de altruísmo e cooperação da criança — ela sai
um pouco daquele movimento interno de raiva e frustração para
olhar o outro, para olhar você. Ao falar “eu preciso de um abraço”,
ela se desconecta de certa forma daquela vivência à flor da pele
para direcionar até você e te ajudar, te dando um abraço.

45
Experimente usar o abraço não como uma forma de
manipulação, mas sim como uma ferramenta de
cooperação e conexão. Peça um abraço e sinta como isso
funciona para você e para a sua criança. As ferramentas da
disciplina positiva são para todo mundo, mas não geram as
mesmas reações. Vale salientar que as crianças precisam de
tempo também para absorver essas novas estratégias,
assim como nós. As crianças agem melhor quando elas se
sentem melhor - e você também. Abraços nos fazem sentir
melhor...

...ENTÃO ABRACE.

(65) 99600-5242

psicologiaraquel.rm@gmail.com

@raquelmarques.psi

46
A importância da rotina para as crianças

ELIANE RIBEIRO

Estabelecer rotinas com as crianças é importante para que elas


criem um senso de previsibilidade. As crianças pequenas não tem
noção temporal e espacial, por isso a importância de se
estabelecer rotinas para que elas se sintam seguras e possam se
organizar internamente, pois dessa forma elas serão capazes de
prever o que irá acontecer e também se adaptar para a próxima
atividade.
A rotina não precisa ser rígida, é muito
importante que haja uma flexibilidade, pois
imprevistos acontecem. É de suma
importância que as crianças participem do
processo de elaboração e criação, por isso
convide-as a pensar nas sequências de suas
rotinas diárias, como por exemplo, você pode
perguntar: “O que fazemos após o almoço?”.
Faça perguntas e deixe que os pequenos
respondam o que deve ser feito. Sua função
será guiá-los durante a confecção do quadro.

Esse momento também é uma ótima


oportunidade para que os pequenos exerçam
seu poder pessoal. Lembrando que o quadro
deve ser feito em conjunto e jamais imposto
para a criança. É importante que juntos pensem
em todas as tarefas que precisam acontecer
(hora de dormir, lição de casa, fazer os deveres
escolares, higiene pessoal, brincadeiras).

47
Após a confecção do quadro, é importante que este fique
em um local de fácil acesso e visibilidade para as crianças
consultarem sempre que necessário e que você também
possa conduzi-lo para a próxima atividade caso ele
esqueça, sem precisar mandar, você poderá perguntar:
“Filho qual é a próxima atividade do seu quadro de rotina
mesmo?”.

O objetivo do quadro de rotinas é


ajudar as crianças a criarem um
senso de previsibilidade,
responsabilidade, cooperação e
controle interno que é diferente
de um quadro de recompensa,
cujo foco é apenas o controle
externo.

(16) 99236-5471

limariaribeiro@hotmail.com

@psicoelianeribeiro

48
Como estabelecer regras através de acordos

ALESSANDRA A. S. OLIVEIRA

A melhor maneira de incentivarmos as crianças a colaborarem com


as regras é permitindo que elas participem de forma ativa da
formulação das mesmas. Um entendimento entre pais e filhos,
onde as decisões tomadas baseiam-se nos acordos pré-
estabelecidos entre ambos cria um ambiente onde a colaboração e
a responsabilidade são vistos como algo natural, possibilitando
que a criança se desenvolva com mais autonomia.

Para que isso ocorra é necessário que pais e filhos


possam ter uma conversa onde todos possam
expressar seus sentimentos e pensamentos de forma
clara e sem medo de punições ou julgamentos. Falar
abertamente sobre suas expectativas com relação a
um determinado problema gera maior entendimento
sobre os fatos e possibilita que cada um reconheça a
sua responsabilidade sobre o que está acontecendo.

49
Muitas vezes todos terão que fazer pequenas concessões para que
se chegue a uma solução que seja a mais adequada a realidade da
família. Nesse ponto é fundamental levar em conta a necessidade
de todos os membros envolvidos no processo de estabelecimento
do acordo para que, principalmente as crianças, possam se sentir
responsáveis pelo cumprimento do mesmo.

Mas e se não funcionar?


Estabeleça um prazo para que a nova regra seja cumprida e tenha
em mente que toda mudança requer um tempo para assimilação.
Pergunte se a criança lembra o que foi combinado. E se mesmo
assim o acordo não for seguido corretamente, faça uma nova
reunião para reverem as dificuldades encontradas. O importante
nessa fase é evitar as críticas ou ficar tentando achar um culpado.

(21) 98885-7068

alessandrao.psicologa@gmail.com

@alessandraoliveira_psicologa

50
Reunião de família

VANESSA MOURA

As reuniões de família são ótimas oportunidades semanais para


vínculo, escuta, combinados e ensinar habilidades de vida. É
importante que este espaço não seja utilizado como um momento
de sermões ou controle parental, mas, como uma oportunidade de
buscar soluções em conjunto para os desafios ou problemas que
surgem no dia a dia da família.

Passos para uma reunião de família:


Explicar aos participantes que farão uma reunião
semanal para conversarem sobre assuntos importantes
e que precisam ser compartilhados com todos da
família.

Escolha um "bastão da fala" - objeto que será passado


para cada um que estiver com a fala, garantindo que
todos tenham a sua vez para falar, sem ser
interrompido e que apenas uma pessoa falará por vez.

Pauta da reunião: manter um papel em um local


acessível (geladeira, por exemplo) para que todos
possam adicionar seus temas/questões durante a
semana que antecede a reunião.

Reconhecimento ou apreciação: iniciar a reunião


solicitando que cada membro da família faça um
reconhecimento ou comentário positivo para os
demais.

51
Na exposição de cada tema/questão foque em
soluções e nas várias possibilidades de resolver uma
situação. Utilizem do consenso sempre que necessário.

Incentive que as crianças e adolescentes falem,


exponham suas ideias, proponham alternativas e
soluções. Desenvolvam a proatividade.

Conclua a reunião com uma atividade divertida: um


jogo de tabuleiro, um filme, cozinhar juntos.

A reunião deverá durar no máximo 30 minutos para que


não se torne chata e enfadonha. Portanto, tenha foco e
utilizem pautas curtas. Caso os assuntos não se esgotem,
os últimos tópicos da pauta poderão ser tratados na
reunião da semana seguinte. A reunião de família é uma
excelente estratégia para aumentar a cooperação, vínculo
e promover a autonomia dos filhos.

(34) 98879-7919

psicovanessamoura@gmail.com

www.psicovanessamoura.com.br

@psicovanessamoura

52
Auxiliando os filhos na resolução de problemas

BRUNA LÔBO

Na sociedade atual nós, pais, nos deparamos com diversos


momentos que nos demandam conhecimento de novas técnicas e
habilidades para que consigamos atender as necessidades dos
nossos filhos.
Como ensiná-los a resolver problemas de forma saudável e
positiva se muitas vezes estamos tão exaustos que não
conseguimos encontrar a melhor solução? Precisamos parar,
respirar e mudar o foco! E ainda, abandonar aquela ideia errada de
que as crianças precisam sofrer para aprender o que é certo ou
errado, por isso precisamos ajustar nossas atitudes e habilidades,
agindo de forma encorajadora e firme com nossos filhos.

Quando nos deparamos com uma situação problema, nós


precisamos ensinar nossos filhos a refletir sobre esse cenário,
usando orientações básicas, com respeito e disposição para achar
soluções.

53
Focar na solução e não no problema, faz com que as crianças
aprendam a se relacionar com os outros de forma positiva e ainda
conquistar estratégias para novos desafios.

Quando uma situação conflituosa acontecer, como por exemplo,


uma discussão entre irmãos pela disputa de um brinquedo,
podemos usar a "Roda das Escolhas" como uma estratégia para
orientar as crianças na resolução do problema. Esta ferramenta
auxilia os pais a pensarem juntos com os filhos, em alternativas
viáveis para o problema.

Nesse caso, quais seriam as possíveis soluções?


Essa atividade pode ser realizada de forma lúdica, onde em uma
folha branca, orientamos a criança a fazer um círculo grande, em
formato de pizza, e em cada pedaço da pizza a criança desenha
e/ou escreve figuras ou símbolos de possíveis soluções para
aquele problema. No exemplo citado acima, poderíamos pensar
em fazer um revezamento do brinquedo, escolher outro brinquedo
para que possam brincar juntos, pedir desculpas, entre outros.

Escolher Falar
outro sobre o
brinquedo sentimento

Pedir Revezar o
desculpas brinquedo

54
É muito importante elucidar que o objetivo é ajudar as crianças a
resolverem os problemas, ensinando-lhes habilidades de vida e
oferecendo a oportunidade de desenvolverem a percepção de que
são capazes, utilizando os 3 R´s e 1 U das consequências lógicas:

Relacionada: a consequência deve estar ligada ao


comportamento;

Respeitosa: a consequência não deve envolver culpa,


vergonha ou dor e sim ser aplicada de forma gentil e firme;

Razoável: a consequência não inclui tirar vantagem, sendo


razoável do ponto de vista da criança e do adulto;

Úteis: escolher a solução mais adequada para a situação.

Cabe esclarecer que o ponto principal é listar soluções para o


conflito e não sugestões punitivas, para que possam aprender a
resolver sem ter que sofrer consequências negativas, eliminando
assim soluções desrespeitosas, permitindo que as crianças
escolham a solução que elas achem mais útil.

(61) 99913-6188

psicologabrunalobo@gmail.com

@psicologabrunalobo

55
Foco na solução de problemas

NATÁLIA BORBA

Tradicionalmente a educação que recebemos era baseada num


modelo autocrático, na qual quem era maior (geralmente o pai) era
quem dava as ordens e os demais membros da famílias deveriam
apenas obedecer, sem apresentar resistência ou esboçar opinião
contrária. Embora o sistema social que vivemos atualmente seja a
democracia, diversas famílias em pleno século XXI, ainda
apresentam padrões cognitivos de seus antepassados, replicando
fielmente suas ideias e comportamentos baseados numa educação
autocrática.

Modelos Cognitivos Disfuncionais (situações, formas de pensar as


situações, reações fisiológicas e comportamentos), são
desenvolvidos em relevante escala, principalmente na primeira
infância.

56
Em uma relação pouco flexível entre pais e filhos, quando uma
situação complexa acontece diretamente com as
crianças/adolescentes, as quais, sob estrutura educacional
autocrática e pouco reflexiva reproduzem pensamentos
empobrecidos que acabam gerando desequilíbrio emocional –
logo, não apresentando habilidade para enfrentar o ocorrido,
colocando em prática comportamentos inadequados, sem
conseguir atingir a resolução do problema.

Além de lidar com o resultado dos seus comportamentos


disfuncionais, estes indivíduos terão que lidar com os
comportamentos desadaptativos dos seus cuidadores, que têm
como premissa, a educação não democrática e pouco
questionadora.

O resultado será “castigo” estabelecido, como forma de


assumir controle sobre os filhos, sem alguma reflexão;
muito menos a busca pela solução do problema. Nesse
interim, os filhos não conseguem desenvolver habilidades
de resolução de problemas, fabricando pensamentos por
vezes irrealistas, que geram emoções em excesso,
bloqueando a capacidade cerebral de utilizar suas
ferramentas para um bom desenvolvimento de conexões
neuronais.

57
Falando em cérebro, você sabia que uma criança que não é
positivamente estimulada, terá uma reduzida gama de neurônios e
pobres conexões sinápticas? Uma vez reduzida as conexões
sinápticas, neurotransmissores importantes para a aquisição do
potencial cognitivo, emocional e mental, deixarão de ser
produzidos; tendo como resultado, cognição rebaixada, que gera
diminuída ou extinta condição de resoluções de problemas.

Do contrário, crianças e adolescentes não respeitados em suas


opiniões, meio de pensar e emoções, isto tudo acrescido à pouca
ampliação cognitiva, terão resultados catastróficos sobre os
acontecimentos, entrando no padrão de repetição deste tipo de
modelo cognitivo – gerando para sua vida problemas sem
soluções.

Investir em uma educação assertiva, amorosa, compreensiva,


respeitosa e democrática é o segredo para o desenvolvimento de
crianças saudáveis, globalmente falando. Crianças equilibradas no
âmbito biopsicoemocional provavelmente serão adolescentes mais
habilidosos no que tange às intensas transformações e problemas
que enfrentarão através da puberdade e, consequentemente, se
tornarão adultos mais assertivos, empáticos e produtivos.

58
Coloquem todas as fichas no desenvolvimento de
habilidades de resolução de problemas na educação dos
seus filhos e vejam os frutos maravilhosos que serão
colhidos. Utilizem a educação democrática como
instrumento potencializador do desenvolvimento
cognitivo/emocional de suas crianças e adolescentes,
assim deixando para o nosso mundo, adultos cheios de
amor, compaixão e empatia; ajudando a melhorar o nosso
planeta que vem sendo tão castigado.

(81) 99959-4916

nataliaborba@bbadvassociados.com.br

@psiconatalia_mateusborba

59
Consequências naturais X consequências lógicas

IVAN MENEZES

Ajudar a criança a compreender que seus comportamentos e


atitudes trazem consequências é importante para que ela
desenvolva de forma saudável sua autonomia e responsabilidade.

Vamos abordar dois tipos de consequências:

As consequências naturais: são aquelas que


ocorrem independente da ação do adulto, como
por exemplo: a criança não quis colocar a blusa
para sair de casa num dia de baixas temperaturas,
isso trará como consequência ela passar frio; a
criança não quis colocar o calçado adequado e,
como consequência, ela pode machucar os pés.

Aqui é importante usar a experiência para extrair aprendizados,


evitando assim tripudiar a criança com frases do tipo: “Eu avisei,
não avisei?”. O foco sempre está em ajudar a criança a aumentar a
capacidade de autoavaliação e não a de ver quem tem razão.

O outro tipo são as consequências lógicas: que


geralmente têm a intervenção de um adulto e
acaba sendo usada como castigo, por exemplo
quando a criança não quer comer toda a comida
e o adulto dá um sermão e deixa a criança de
castigo sem poder brincar.
Tal atitude faz com que aquilo que chamamos de
consequências lógicas acabe virando punições
maldisfarçadas.

60
Busque manter o foco nas soluções e quando pensar nas
consequências é importante que elas sejam:
1) Relacionadas
2) Respeitosas
3) Razoáveis
4) Reveladas com antecedência, quando possível.

As melhores consequências sempre estão relacionadas à situação


em si e não envolvem permissividade ou punições. É claro que nem
sempre a criança vai gostar da consequência e está tudo bem. Ser
firme é um fator importante no processo de educação e é possível
agirmos com firmeza sem sermos desrespeitosos.

(11) 98753-8843

ivan.educacaopositiva@gmail.com

@ivan.educacaopositiva

61
Os sentimentos importam - Valide os
sentimentos
ANA LUÍSA LEMOS SERRA

Já escutaram a frase “aceita que dói menos”? Quem disse que dói
menos? E quem disse que não pode doer? Essa frase retoma a
dificuldade que temos em lidar com os sentimentos,
especialmente, os desagradáveis. Nós, adultos, em muitos
momentos não nos permitimos sentir, especialmente com eventos
e situações consideradas bobas, pois muitos de nós crescemos e
aprendemos que não devemos chorar por coisa boba, que homem
não chora, que mulher tem que ser forte e, na construção de nossa
história, vamos reprimindo o sentir e replicamos isso com nossos
filhos e filhas.

Quem nunca pediu ao filho que pare de chorar por


bobeira, que chorar é feio?
Sentir é importante para o desenvolvimento da
criança e do adolescente, pois é necessário
vivenciar o sentimento, para reconhecê-lo e
posteriormente aprender a lidar com ele. Para
que isso aconteça é de extrema importância que
os adultos sejam um porto seguro e permitam
que as crianças e os adolescentes vivenciem seus
sentimentos, ajudando-os a aprender que são
capazes de lidar com eles. Não devemos corrigir,
socorrer ou tentar anular o sentimento da
criança ou do adolescente. É preciso permitir o
“sent-IR”, para que o sentimento possa fluir e ir
da melhor maneira que a criança ou o
adolescente encontrar.

62
Validar os sentimentos requer sensibilidade, empatia, habilidade
por parte do adulto para conseguir compreender os motivos do
sentir da criança e do adolescente. Validar significa mostrar que
você captou o sentimento exposto e o respeita – “Eu posso ver
que você está muito brava” (chateada, triste, feliz).

E, após essa validação, não precisa falar mais nada, só esteja


presente, acredite e confie que ela irá superar esse momento e
aprenderá com ele.
Uma distinção importante que devemos fazer é entre o
sentimento e o comportamento. Todos os sentimentos são
importantes e legítimos, mas nem todo comportamento é
adequado. Para que possamos exercer uma parentalidade
encorajadora, precisamos acolher e validar os sentimentos,
enquanto redirecionamos o mau comportamento para uma atitude
positiva.

(61) 98166-3609

clinicacaminhos@gmail.com

@analuisa_neuropsi

63
Ajude seu filho a lidar com a frustração

SIMONE ALVES

A frustração acontece em diversas situações do nosso dia a dia,


principalmente quando percebemos que algo está em desacordo
com o que planejamos ou gostaríamos. Uma situação acontece e
muda os nossos planos; o trabalho não sai como gostaríamos;
alguém não faz algo que consideramos essencial, e por aí vai.
Inúmeros são os exemplos de situações em que nos chateamos.

Se a frustração faz parte da vida por que lidamos


tão mal com isso?

64
Uma das bases da frustração está em nossa
própria dificuldade de aceitar o fato de que
existem situações boas, situações não tão boas,
e situações ruins. Esta realidade faz parte da
natureza humana e do mundo também. A
consequência desta falta de aceitação da
natureza da própria vida nos gera emoções e
sentimentos dos mais diversos, como raiva,
medo, tédio, tristeza, irritabilidade, dentre
tantas outras. Não queremos ter essas emoções
e não aprendemos a lidar com elas.

Não é de se estranhar que seja muito difícil ensinar aos filhos a


lidarem bem com suas dores também. A família vai à praia e a
criança se diverte, pula e brinca, mas tem a hora de ir para casa. A
criança fica com raiva e chora muito. É mais fácil prometer a ela
que, quando chegar em casa poderá passar o restante do domingo
jogando seu jogo favorito. E sim, as distrações são uma ótima
maneira de nos aliviar de sensações negativas, mas junto com isso
precisa vir o aprendizado de que nem sempre será assim e, ao
contrário, muitas vezes será necessário simplesmente tolerar o
desconforto.

Impedir a frustração tornará as crianças voluntariosas


e pouco empáticas, trazendo dificuldades em
tornarem-se capazes e fortes para enfrentar
situações difíceis da vida. Uma forma de fazer isso é
incentivar que a criança fale o que está sentindo.
Percebendo que ela tem permissão para se expressar,
aos poucos ela conseguirá compreender que nem
sempre as situações que vivemos é agradável e que
às vezes ficamos tristes, cansados, irritados,
frustrados. Isso é normal e acontecerá muitas vezes.

65
Se, por exemplo, a criança não quer fazer a tarefa da escola e
deseja brincar, mostre a ela que existem regras e, mesmo que ela
fique chateada por um tempo, terá outros momentos para isso.
Aceitar as situações e as pessoas como elas se apresentam a cada
momento é uma excelente forma de ensinar resiliência aos filhos.

Então, da próxima vez em que perceber sua criança


irritada, com raiva ou frustrada, aproveite a oportunidade,
e diga a ela que você também já se sentiu assim. Quem
sabe você poderá contar uma experiência sua parecida.
Quanto mais você conseguir lidar com suas próprias
histórias, naturalizando os sentimentos, mais a criança
também saberá fazer isso!

(21) 98866-0871

psicsimone@gmail.com

www.simonealves.com.br

@psicologa.simonealves

66
Senso de humor

MALENA RUFINO DE OLIVEIRA

Cultivar bom humor sempre é uma boa opção, agora imaginem o


impacto positivo que o bom humor dos pais pode causar na saúde
emocional dos filhos e, consequentemente, no comportamento
deles, tanto a curto quanto em longo prazo. O bom humor dos pais
pode promover mais envolvimento com o que está acontecendo
com seus filhos, levando ao desenvolvimento do aprendizado e
reduzindo problemas comportamentais, além de trazer leveza ao
ambiente familiar.

Lembre-se de dar risadas e se divertir com os filhos. Diga, por


exemplo:

“Aqui vem o monstro das cócegas para pegar as


crianças que não recolhem os brinquedos”

67
O bom humor dos pais, pode trazer uma compreensão melhor do
que precisam fazer, em momentos mais estressantes com os filhos.
Procure ver o lado bom das coisas, os filhos estão em fase de
desenvolvimento e o bom humor pode trazer mais segurança para
eles superarem situações que muitas vezes os pais veem como
algo simples, mas que para as crianças e adolescentes podem ser
extremamente desafiadoras.
É importante também alertar, que os pais precisam ficar atentos
para situações quando o senso de humor não é apropriado, para
que o respeito aos sentimentos dos filhos seja mantido e não
aconteça a quebra de confiança nessa relação tão vital.

É óbvio que o bom humor não surgirá em todas as situações,


porém é interessante lembrar que esse será um bom momento
para avaliar o que está acontecendo com você, através de um
exame de consciência. Agir com bom humor, não quer dizer que os
pais não serão firmes no processo de educação dos filhos ou que
levarão tudo na brincadeira, mas sim que estarão acessando mais
um recurso positivo para tratar os filhos com gentileza, para que
os resultados sejam melhores. E serão, então, sorria para continuar
nessa jornada maravilhosa de criar os filhos!

(11) 95377-3893

malenarufino@hotmail.com

@espacopsicoself

68
A importância das relações e interações
saudáveis entre irmãos
DENIVALDA F. CAVALCANTE

Todos nós temos conhecimento de que a família é a matriz, a base


das práticas parentais. É esta que nos acolhe, ensina e encoraja
para as futuras etapas do desenvolvimento biopsicossocial
durante toda a vida. Quanto mais amadurecidos emocionalmente
o casal encontra-se, menos dificuldades enfrentarão para a
constituição da família. É o primogênito que já chega ao mundo
oferecendo o diploma aos pais, sem ao menos estes terem se
desenvolvido, pois é uma tarefa que se desenvolve ao longo do
desenvolvimento do filho – “o caminho se faz caminhando”.

Considero ser um dos papéis mais difíceis a desenvolver durante a


vida, visto que os filhos levam os pais a revisitarem a sua própria
história, enfrentarem situações não resolvidas, seus sentimentos e
atitudes que por vezes não tinham consciência e às vezes não
aceitos por eles mesmo. Ser pai e mãe, assim como a instituição
chamada família, não aceita o prefixo “ex”, é vivenciado durante
toda a vida. Os filhos por sua vez, estão abertos para aprenderem
com seus genitores, bem como com os irmãos quando chegam
para dividir o espaço.
69
O desenvolvimento psíquico inicia-se na vida uterina na relação
com a mãe e continua após o nascimento, posteriormente vem à
introdução do pai na relação e na seqüência os familiares mais
próximos. Só com o passar do tempo e o avanço do
desenvolvimento neuropsicológico que as relações externas à
família se ampliam. Os filhos que tem oportunidade de terem
irmãos têm o privilégio de ser aprendiz não só dos pais, mas de
desenvolver o psíquico e suas relações em uma teia mais complexa
e próxima das relações que irá desenvolver e vivenciar durante a
vida. As aprendizagens aqui vivenciadas irão nortear as futuras
formas de se relacionar interno e externamente. Quando não se
tem irmãos, estas relações se estendem para desenvolver com
vizinhos, colegas e priminhos, mas é fundamental este convívio,
caso contrário, poderá atrofiar seu desenvolvimento emocional e
relacional.

É através dos ensinamentos dos pais, das atitudes e sentimentos


despertos entre pais e filhos que se inicia a qualidade do vínculo.
Na família também se aprende valores (autoestima, respeito,
conhecer e ocupar o seu lugar na família, no mundo, os afetos e
suas expressões, ética). Neste mesmo espaço também pode se
instalar comportamentos que venha a desenvolver doenças
psíquicas e transtornos futuros de comportamento e por vezes a
raiz de doenças físicas, que poderá ter conseqüências na vida
adulta, com difícil adaptação no mundo que irá viver. Para tal, a
grande importância dos pais serem conscientes de seu papel e da
responsabilidade como educador. Ensinamentos estes de olhar
para si e para o seu entorno, sendo o outro o seu espelho, seu igual
modelo para se relacionar e não relações competidoras e vivências
de membros como rival e/ou inimigo.

70
Para irmãos aprenderem uns com os outros é fundamental que os
pais os olhem e tratem com proximidade, olho no olho, escutando-
os e os acolhendo em suas diversas descobertas e manifestações
dos sentimentos, assim serão encorajados a se olharem enquanto
seres humanos em desenvolvimento, com grandezas e fragilidades,
e a desenvolverem o diálogo, sempre na busca de compreender as
necessidades de cada um, buscando soluções em conjunto. Assim,
os filhos irão aprender desde cedo que não são perfeitos, mas sim
pessoas em processo e aprendizagem durante a vida.

Estes poderão aprender e aceitar mais seus limites, a existência de


conflitos, a se frustrarem menos diante das adversidades e
usufruírem mais de relações saudáveis. Estando mais aptos para se
tornarem adultos mais saudáveis, resilientes, encorajados para a
reflexão e ação, para mudanças e assim, encorajadores durante a
vida.

(61) 99124-7988

denivalda.cavalcante@gmail.com

@denivalda.cavalcante

71
Todos no mesmo barco

ANDREIA MARTINS SILVA


Em vez de tomar partido quando as crianças brigam entre si, aja
com neutralidade.

Dê a todos a mesma opção:


"Crianças vocês preferem ir até a mesa da paz ou escolher
uma opção na roda da escolha?”
- Esta orientação suscita nas crianças:
Usar o poder pessoal e desenvolver o senso de justiça;
A percepção de que podem solucionar problemas com
autonomia;
A diminuição ou exclusão do sentimento de que um dos
filhos é preferido ou preterido.
Demonstre confiança:
“Me avisem quando vocês tiverem identificado o problema e
tiverem ideias para solucioná-lo.”
- Esta orientação suscita nas crianças:
Ampliação de flexibilidade cognitiva e criatividade com
alternativas por elas propostas;
Gratidão e confiança pelos pais e entre si, enquanto
irmãos, pela oportunidade de ampliarem as suas
capacidades de escolhas;
A percepção de que eles podem descobrir e identificar
problemas e buscar soluções com autonomia e liberdade
de expressão;
O sentimento de poder ter tempo para a busca de
alternativas justas;
A diminuição ou exclusão do sentimento de que somente
os pais podem propor soluções.
72
Distancie-se:
As brigas entre irmãos vão diminuir significativamente
quando você parar de defender um dos lados – levando em
consideração que você faz reuniões de família para ensinar
habilidades de resolução de problemas.
- Esta orientação suscita nas crianças:
A sensação de terem pais justos, hábeis e confiantes na
qualidade de suas relações com os filhos;
A demonstração dos pais de que atitudes constantes,
conscientes e coerentes nas habilidades de resolução de
problemas podem ser aprendidas e apreendidas por elas;
A percepção de que eles podem descobrir novas formas
de agir, que não seja brigando;
O sentimento de que os pais confiam em suas escolhas,
bom senso e autonomia.

(62) 99653-8939

andreiapsicologia64@yahoo.com.br

@andreiampsi

73
Decida o que você vai fazer em vez de entrar
em uma disputa de poder
EGLEIDE MELO

É importante perceber que para desenvolvermos certas


habilidades comportamentais nas crianças, precisamos da
constância em agirmos da mesma maneira naquilo que decidimos
fazer até que a criança entenda o que esperamos dela. Tudo
começa na família. Na família nós evoluímos e crescemos.
“Decida o que você vai fazer agindo com gentileza e firmeza” é
uma ferramenta que nos auxilia na educação dos nossos filhos e
que, ao praticarmos, as crianças têm uma boa aceitação.

O desafio aqui é você se manter firme, cumprir o que você decidiu


e ainda ser gentil, mesmo quando as crianças insistem, choram ou
fazem birra. É importante também deixar que os filhos
experimentem as consequências de seus próprios atos.

74
Diante do que decidiu:
Planeje o que vai fazer e avise a todos: “Quando a
mesa estiver pronta, eu vou servir o jantar”; “Eu vou
ajudá-lo com a lição de casa às terças e quintas, mas
não na última hora”; “Quando as tarefas estiverem
prontas, vou levá-lo até a casa do seu amigo”.

Aja de acordo com seu plano: Por exemplo, no caso das


tarefas, a criança veio lhe pedir para levá-lo a casa do
seu amigo e você percebeu que ela não concluiu as
tarefas. Calmamente, você pode lembrá-la da sua
decisão e ela começa a chorar... nesse momento é bem
importante você dar atenção ao que ela sente, mostre
que se importa com ela, valide seu sentimento. Você
pode dizer: “Eu percebo que você realmente está
chateada, amanhã você poderá tentar novamente”. A
criança precisa perceber que o problema não é o que
ela sente, mas como ela age. Demonstre amor pelo seu
filho sendo firme e gentil, dizendo: “Eu amo você e já
disse o que seria feito”.

(42) 99977-6831

egleidemmelo@gmail.com

@vivereconectarse

75
Perguntas curiosas

ANA LÚCIA J. ANTONIO

Crianças tratadas com respeito, têm coragem e prazer de aprender


e têm a oportunidade de aprender as habilidades que precisam
para uma vida bem sucedida. Para exercermos uma parentalidade
encorajadora, é necessário que estejamos dispostos a abrir mão do
controle sobre os filhos, trabalharmos juntos com eles de forma
cooperativa.

Uma das ferramentas da Disciplina Positiva são as


Perguntas curiosas.

Pais que aprendem a fazer mais perguntas e dar menos sermões,


desenvolvem curiosidades sobre os pensamentos e opiniões dos
seus filhos. Quando as crianças são encorajadas a expressar suas
opiniões, elas têm escolhas em vez de ordens e usam habilidades
de criar soluções por si só, gerando, assim, autorresponsabilidade e
autoestima.
Perguntar faz com que as crianças se sintam
respeitadas e é um convite a pensar, a explorar as
conseqüências de suas ações. É um incentivo para
buscar e construir respostas que os ajudem a
entender e a lidar com os problemas.

76
Quando usamos comandos para fazer com que as crianças façam o
que precisa ser feito, fisiologicamente a mensagem que o cérebro
envia é “resista”. Em contrapartida, quando usamos perguntas, a
mensagem enviada pelo cérebro é “procure por um resposta”.
Sendo assim, é muito mais eficaz usarmos as perguntas para
guiarmos os passos das crianças, ao mesmo tempo que
encorajamos o desenvolvimento do seu pensamento crítico.
Perguntas que começam com: “O que”, “como” ou “qual”, são as
mais eficazes para gerar essa abertura e interesse da criança.

Alguns exemplos de perguntas curiosas:

O que você precisa fazer para estar pronto para a escola


na hora certa?

Como você e seu irmão podem resolver este problema?

Qual o seu plano para terminar a lição?

(11) 96246-7783

aluciapsico@gmail.com

@psicologaanalucia

77
Ensine as crianças o que fazer

ITIENE SOARES PEREIRA

Muitos pais sentem-se desafiados ao se depararem com o mau


comportamento do filho, levando como algo pessoal, ao invés de
tentar compreender qual é o significado daquele comportamento
inadequado que a criança apresenta. O comportamento é uma
comunicação, ou seja, é uma maneira pela qual expressamos o que
sentimos e pensamos. Se nós adultos, muitas vezes temos
dificuldade de expressar nossas necessidades, imagine as crianças
que desconhecem suas próprias emoções e necessidades? É por
isso que tendem a expressá-las inadequadamente.

É missão dos pais ajudar os filhos a desenvolverem inteligência


emocional, tendo em vista que a felicidade não está na ausência de
experiências desafiadoras e frustrantes. É preciso aproveitar os
momentos de emoções desagradáveis como oportunidades para
acolher, conversar, orientar e ensinar sobre as emoções, ou seja,
proporcionar condições para que desenvolvam habilidades de vida
e administrem os sentimentos desagradáveis de forma positiva.

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Seguem algumas possibilidades de contribuir com
a criança nesta trajetória:

Ao invés de dizer: “Não tome o brinquedo do seu irmão”,


ensine: “Negocie, mostre outro brinquedo e proponha uma
troca” e demonstre como fazer isso. Além de minimizar o
comportamento inadequado de tomar brinquedos, você
auxilia seu filho a desenvolver uma outra habilidade que é
trocar de brinquedos, ao invés de tomá-los. Depois de
ensinar, relembre a criança perguntando: “O que você pode
fazer quando quiser brincar com algo do seu irmão?”

Quando uma criança apresenta um comportamento


indesejado, deve-se ter o cuidado de não criticar a criança
e sim a ação. Quando se critica a criança, ela tende a
acreditar que ela é realmente o que dizemos: má, feia,
bagunceira, etc. Por esta razão, ao invés de dizer: “Você é
uma criança muito má”, ensine referindo-se à ação: “Você
foi agressiva quando tomou o brinquedo do seu irmão, e
ele se sentiria melhor se você se desculpasse com ele”.

79
Desde a primeira infância as crianças aprendem como se
comportar bem ou mal observando o comportamento dos pais,
bem como o de outras pessoas. Ela aprende a lidar com suas
frustrações e conflitos no futuro, ao observar como você age,
principalmente quando está com um problema. Se você xinga
quando algo acontece diferente do desejado, você está ensinando
que as pessoas xingam quando estão nervosas ou frustradas. É
imprescindível que os pais estejam atentos quanto a forma como
lidam com suas próprias emoções, para que possam modelar
comportamentos que desejam que seus filhos aprendam.

Lembre-se que gentileza e firmeza devem


caminhar juntas para que sua criança transforme
as experiências e aprendizados em habilidades
para a vida!

(48) 99855-0271

contatoitienesoares@gmail.com

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@itienesoarespsicologa

80
Distrair e redirecionar

ANA PAULA DA SILVA

Muitos pais concordam que criar filhos é uma missão muita vezes
árdua, porém extremamente gratificante e prazerosa. Um dos
desafios envolve lidar com alguns comportamentos dos pequenos
e estabelecer limites. Quantas vezes por dia você passa dizendo
aos seus filhos:

"Não faça isso";

"Desça já daí";

"Não fale desse jeito";

"Pare de manha/birra"

Porém, nem sempre obtém um resultado satisfatório,


interpretando talvez que o fato da criança insistir com aquilo que
pediu para parar seja uma rebeldia ou que ela esteja testando o
limite e o poder.

Na verdade, as crianças estão em processo de desenvolvimento e


por isso querem descobrir o mundo de muitas formas. Quando não
podem prosseguir com o que estavam fazendo, elas precisam ter
uma noção do que podem fazer para que possam continuar na
tarefa de descoberta. Quando o foco fica apenas no que não
queremos que a criança faça, deixamos elas sem saber como agir.

81
Já parou pra pensar que dizer à criança o que ela pode fazer é uma
maneira de estabelecer limites também? Quando isso acontece
estamos direcionando e dando uma informação para o cérebro da
criança: “Aqui eu posso ir”. Quando direcionamos o
comportamento para um ato mais positivo, estamos dando limites
com firmeza e gentileza, deixando a mensagem clara e objetiva.

Na prática:

No lugar de: "Pare... Não pode chutar o cachorro!"


Pode-se dizer: "Olha que legal, vamos fazer um carinho
nele" (mostrando como se faz)

Ao invés de dizer “Pare de pular no sofá”, você pode


dizer o que ela pode fazer: “Vem brincar aqui no chão”

Afaste a criança, por exemplo, do computador e


redirecione sua atenção dizendo: “Você pode brincar
com esse jogo".

A Disciplina Positiva se propõe a dar oportunidades de estabelecer


relações de conexão e principalmente de usar cada desafio com a
criança como uma oportunidade para ensinar habilidades de vida.
Neste caso, ao redirecionar o comportamento da criança de forma
positiva estamos ajudando-a a desenvolver a habilidade de
resolução de problemas.

82
Quantos adultos hoje em dia estão paralisados
apenas no que não podem fazer, no problema em
si, sem conseguir pensar e ter habilidades de criar
soluções? Precisamos de oportunidades para
desenvolver essa habilidade. As oportunidades
surgem diariamente nos desafios que se colocam
nos nossos relacionamentos com as crianças e o
redirecionamento positivo é uma forma bastante
respeitosa e eficaz para desenvolver essas
habilidades tão necessárias para a vida!

(16) 99242-0130

apsilvapsicoinfantojuvenil@gmail.com

@anapaulapsicoinfantil

83
Escuta ativa

DÉBORA CONSTEILA NEUMANN

Na correria do dia a dia, muitas vezes, não damos a devida atenção


aos pequenos. Sem pensar, completamos suas frases e queremos
“adivinhar” suas demandas, pois estamos com pressa e logo
queremos desenrolar o assunto. É comum as crianças pequenas
quererem compartilhar as suas descobertas do dia, aprendidas na
escolinha. E esse é um momento rico em que a conexão entre pais
e filhos pode ser construída. Com o adolescente não é diferente,
uma das formas de ter uma escuta ativa com eles é conhecer sua
linguagem, gosto musical, jogos do momento.

Para praticar a escuta ativa não basta apenas escutar, mas também
usar a nossa linguagem corporal, compreender suas preocupações,
em um clima de calma e, desse modo, estabelecer uma
comunicação afetiva.

84
A escuta ativa permite entender melhor os filhos e há uma série de
benefícios para eles, para os pais e para as relações familiares, tais
como: fortalecimento do vínculo entre pais e filhos, gera o respeito
sem recorrer a atitudes de medo, os filhos sentem mais confiança,
colabora para uma autoestima mais saudável, os pais passam a
entender o que sentem os seus filhos e assim podem modificar
suas atitudes.

Podemos reservar um tempo no decorrer da semana para


sentarmos em silêncio ao lado dos filhos, ou seja, se colocar alguns
minutos disponíveis a eles. Se eles falarem, preste atenção sem
julgar, sem se defender ou explicar nada. Dicas práticas:

1. Quando falar com o seu filho, deixe o celular de lado.


2. Pratique escutar sem interromper.
3. Olhe nos olhos para demonstrar atenção.
4. Faça uso de linguagem compreensível e entre no mundo
dele.
5. Pergunte a opinião dele, sem dar a sua.

(51) 99725-3546

debora@mentequilibrio.com.br

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@psideborapsi

85
Momento especial

ADRIANA FALCÃO LOTH

Uma necessidade básica de todo ser humano é o senso de


conexão. Através dele as pessoas se sentem aceitas e importantes.
Desde o nascimento, o nosso comportamento está voltado para
ações que nos façam sentir aceitos e amados. Quando nos
sentimos aceitos e amados, desenvolvemos a confiança. Confiança
nos outros e, principalmente, confiança em nós mesmos.

Na criança e no adolescente o senso


de pertencimento é ainda maior do
que nos adultos, de modo que eles
podem se deixar influenciar
facilmente, simplesmente em troca
de serem aceitos em um grupo.
Exemplos deste comportamento
podem ser a compra de um objeto de
determinada marca ou até mesmo o
uso de drogas.

A família é o principal dos grupos, o primeiro e mais importante do


qual fazemos parte. É na família que aprendemos como nos
relacionar nos demais espaços por onde passamos. Mas,
infelizmente, muitas vezes, as crianças e adolescentes não se
sentem suficientemente aceitos e amados em suas famílias. E eles
dão sinais para que os pais percebam isso. Maus comportamentos
podem ser pedidos de atenção, carinho e amor.

86
Todos sabemos que atualmente os pais têm
grande demanda de trabalho e estudo, restando
pouco tempo para os filhos. Esta é uma grande e
triste realidade.

Apesar disso, reserve momentos especiais


que não sejam os mesmos que os habituais
para ficar com seus filhos.

Você precisa se conectar com seu filho. Para isso, precisa


estabelecer um “canal encantado” entre você e ele. O que
vocês dois gostam de fazer juntos? O que faz vocês rirem
juntos? O que criará lembranças positivas para o futuro? Se
você tem mais de um filho deverá haver um “canal
encantado” com cada um, pois cada um deles precisa e
merece se sentir único, amado e importante.

As atividades podem ser as mais diversas, como ler livros


de histórias legais, jogar joguinhos de tabuleiro, jogar ou
brincar ao ar livre, ir ao cinema ou transformar a sua sala
em um cinema (escurinho e com pipoca), fazer um
‘acampadentro’ da família dormindo na sala, desenhar e
pintar, cozinhar, dentre outras.

87
Para concretizar estes momentos especiais, algumas dicas são:

1. Desligue o telefone.

2. Façam uma lista de atividades e depois revezem quem irá


escolher uma atividade para fazerem juntos.

3. Sugestões com base na idade:


2 a 6 anos: 10 minutos por dia.
7 a 12 anos: pelo menos 30 minutos por semana.
A partir dos 13 anos: uma vez ao mês faça algo com seu filho
que ele não conseguiria resistir em aceitar o convite.

(47) 99951-1902

adriana@adrianaloth.com.br

www.adrianaloth.com.br

@adriana.loth

88
Preste atenção

LILIANE DUTRA

Quanto tempo por dia ou por semana você dedica para ficar com
seu(s) filho(s) por inteiro sem qualquer interferência do celular ou
outros eletrônicos? Pois é, na correria do dia a dia com tantos
compromissos e atividades, com a necessidade de estar conectado
quase o dia todo temos dificuldade de ter esse tempinho exclusivo
para nossos filhos. Mas será que esse esforço dos pais é realmente
necessário e importante?

Sim, desde o nascimento o bebê de forma instintiva


aprende que para obter o cuidado dos pais e/ou cuidadores
precisa reagir através do choro. A medida que vai se
desenvolvendo percebe que os cuidados envolvem
também atenção, toque e afeto.

89
Com o desenvolvimento da linguagem essa necessidade passa a
ser ampliada para outras pessoas para além dos pais e cuidadores
e em outros contextos, como a escola. A criança percebe e
entende que é muito bom ter a atenção para sentir-se completa e
pertencente.

Neste sentido receber atenção é uma necessidade básica da


criança, assim como se alimentar e beber água. Se não atendermos
esta necessidade a criança irá solicitar esta atenção de forma
inadequada. A criança não sabe exatamente o que está sentindo
ou o que precisa, por isso não consegue se expressar de forma
assertiva e utiliza o choro, a birra, a agressividade e tantos outros
“maus comportamentos” como forma de chamar a atenção.

Por isso a importância da organização do tempo diário ou semanal,


dependendo da idade da criança, para se dedicar a elas. Este
tempo deve ser acordado com as crianças e visto como valioso e
mais importante do que qualquer outra coisa naquele
momento. Deve-se deixar tudo de lado, inclusive o celular, para
que este momento seja vivido de forma prazerosa e alegre, afinal,
dentre tantas atividades, atribuições e responsabilidades, qual é a
sua maior prioridade?

(81) 98129-8181

lilianedutrapsi@gmail.com

@psicologalilianedutra

90
Pequenos passos

TÁSSIA RAQUEL L. S. ALENCAR

Utilizar pequenos passos para encorajar uma criança pode ser uma
ferramenta valiosa. Jane Nelsen, em seu livro “Disciplina Positiva”,
nos mostra o quão importante é permitirmos que a criança
vivencie o sucesso. Podemos fazer isso não valorizando somente o
resultado final (ex: calçar e amarrar os sapatos), é possível
fragmentar uma atividade que a criança se sente mais
despreparada e deixá-la perceber que é capaz (Ex: calçar os
sapatos, esticar o cadarços, dar o laço, etc.).

Ao invés de amarrar para ela ou comprar um sapato sem cadarço


para privá-la da frustração, experimente sentar-se ao lado e
explicar, mostrando passo a passo, para que ela acompanhe.
Isso serve para diversas outras tarefas do dia a dia.

91
Rudolf Dreikurs expõe a importância de não fazer por uma
criança o que ela já é capaz de realizar, já que, ao fazermos
demais, podemos roubar importantes oportunidades dela
se sentir capaz por meio de suas próprias experiências,
desenvolvendo crenças de que não consegue e precisa de
cuidados, esperando sempre que os outros a sirva.
O passo a passo, pode ser usado em praticamente todas as
situações do cotidiano: organização dos materiais
escolares, apoio na leitura e escrita e qualquer atividade
que a criança se mostre inábil. Aos poucos, a criança que se
sentia incapaz volta a confiar em seu potencial e aceita
experimentar mais desafios.

Se você percebe que seu filho diz muito “Eu não


sei”, “Eu não consigo”, experimente encorajá-lo
oferecendo pequenos passos para que ele possa ir
se fortalecendo e aumentando sua autoconfiança.

(61) 98441-1323

tassia1908@gmail.com

@serludoterapeuta

92
Invista tempo em treinamento

PATRÍCIA S. FELIPE SILVÉRIO

“Meu filho não arruma o quarto”; “Meu filho sempre sai atrasado
para escola”; “Meu filho não sabe arrumar a mochila”. Essas são
algumas das queixas apresentadas pelos pais, frente à falta de
comprometimento dos filhos em relação às tarefas atribuídas a
eles.

Mas, o que será que está por trás desses comportamentos?

Muitas vezes, devido à correria e falta de tempo no dia a dia, os


pais acabam realizando muitas tarefas pelos filhos, por ser mais
prático e rápido. Dessa forma, estão privando-os da oportunidade
de aprenderem. Os filhos precisam do suporte dos seus pais, mas
apoiá-los não quer dizer que poderá fazer tudo por eles.

Outro fator importante é que tendemos a


cobrar, sem nos certificarmos se eles sabem
fazer a tarefa solicitada. Nesse sentido, já
que ninguém nasce sabendo, antes de os
pais solicitarem uma atividade, é necessário
que os ensinem como se faz, com paciência
e carinho. Dessa forma, se desejamos que
nossos filhos cooperem, é importante o
investimento no treinamento prévio.

A partir desse manejo, pouco a pouco, os


filhos vão se tornando autônomos e
independentes. E, assim, vão necessitando
cada vez menos de auxílio, podendo realizar
ações por eles mesmos.

93
Sabendo da importância do treinamento para o ensino das
habilidades de vida, seguem algumas dicas estratégicas para
desenvolverem com seus filhos:

Peça a seu filho que observe atentamente, enquanto


você realiza a tarefa.
Realizem as tarefas juntos.
Agora é a vez dele! Solicite que realize a tarefa sozinho e
supervisione.
Vá supervisionando e, quando notar que ele aprendeu,
deixe-o fazer a tarefa sozinho.

No caso de crianças menores, sugiro que o treinamento ocorra de


forma mais lúdica, ou seja, faça o treinamento em forma de
brincadeiras. Não se esqueça de que a experiência positiva é aliada
da aprendizagem, portanto o processo de treinamento deve
acontecer permeado de amor e respeito.
Após esse processo de instrução e aprendizagem é preciso que a
eles seja permitido assumirem responsabilidades, para que
desenvolvam a autonomia e autoeficácia.

(64) 99677-3686

psicoinfantil.patriciasil@gmail.com

@patricia_.silverio

94
"Eu notei"

GEANE BARBOSA

Quando fui apresentada pela primeira vez à Disciplina Positiva,


fiquei muito, muito desconfiada da sua efetividade, pois chegava
para mim algo meio milagroso para resolver desafios nas relações
com meus filhos.

Assim, desconfiada da sua efetividade, fui colocando em


prática algumas dicas, ferramentas e técnicas e UAU! Vi
que funcionava de verdade e, então, fui estudar e me
certifiquei como Educadora Parental em Disciplina
Positiva.

95
Sou mãe de 6, sendo 4 anjinhos, a Maria Fernanda com quase 8
anos e o Miguel com 6. Toda mudança de hábitos em nossas vidas
requer paciência, força de vontade, foco, disciplina e treinamento.
É dessa forma que aplico em casa as estratégias do baralho da
Disciplina Positiva.

Dentre todas as ferramentas que você está conhecendo ao


longo deste eBook, quero falar de uma que é bem simples e
fácil de ser colocada em prática: ela se chama “EU NOTEI”
e consiste em simplesmente falar o que você observa, o
que geralmente é suficiente para motivar mudanças.

Antes de conhecer a Disciplina Positiva, eu mandava as crianças


fazerem as coisas o tempo todo... Faça isso ou faça aquilo. E se
eles respondessem “Mas porquê mãe”?, eu retrucava “Por que
estou mandando!”.

Diante dessa realidade eu resolvi anotar por alguns dias


quantos comandos eu dava para as crianças. Para minha
grande surpresa, nas primeiras duas horas da manhã já
havia dito quase 10 frases de comando:
Vá trocar seu pijama e colocar o uniforme!
Senta na mesa para tomar café!
Precisa tomar sua água!
Pega sua mochila!
Escova o dente!
Arruma o cabelo!
Arruma a cama!
Coloca o cinto, agora!
Chama o elevador!

96
E só precisei me observar por 2 horas para me dar conta do
tamanho do estresse gerado com tantas ordens.
A Disciplina Positiva nos ajuda a compreender quais habilidades
de vida desenvolvemos nos filhos, por exemplo, com voz de
comando e entendi que eles apenas obedeciam, sem nem pensar
no que estavam fazendo. Então, comecei a utilizar a estratégia de
“eu notei” com frases como:
Eu notei que você ainda está de pijama! (em substituição a “Vá
vestir seu uniforme”);
Eu notei uma toalha molhada na cama! (em substituição a “Tire
a toalha da cama”);
Eu vi materiais de artes na mesa do jantar e está quase na hora
do jantar (em substituição a “Olha a bagunça dessa mesa, vão
guardar tudo agora”).

Com isso percebi que o ambiente ficava mais leve, menos


estressante para mim e para as crianças também. Compreendi que
a nossa cuidadosa observação já é o suficiente para que a criança
saiba o que fazer, desenvolvendo nelas a capacidade de
autoconfiança, pois elas aprendem o que precisa ser feito sem ser
necessário receber ordens o tempo todo.
Você aguentaria alguém logo cedo mandando você fazer várias
coisas? Eu não, e essa estratégia fez toda a diferença aqui em casa.

(11) 97143-9557

psigeanebarbosa@gmail.com

@psigeanebarbosa

97
O que fazer para conseguir a cooperação?

ANA VILMA SILVEIRA

Os adultos desejam a cooperação das crianças, mas na maioria das


vezes não possuem as ferramentas adequadas para ensiná-las a
serem cooperativas. Erroneamente, confundem cooperação com
obediência, o que significa dizer que o adulto dá a ordem e a
criança deve acatar, o que pode ocasionar muitos embates e
dificultar o processo sem promover resultados significativos, pois
não gera aprendizado.

A Disciplina Positiva apresenta cinco passos para auxiliar


os adultos a conseguirem a cooperação das crianças:

Demonstrar compreensão pelas ideias e


sentimentos das crianças. Elas se sentem
encorajadas quando o adulto entende e respeita
o ponto de vista delas.
Mostrar empatia, sem julgamento. Isso significa
demonstrar para a criança a compreensão da
maneira como ela percebe e reage à situação. E,
ao se sentir compreendida, ela se dispõe a ouvir
as ponderações do adulto.

Compartilhar um momento em que o adulto se


sentiu ou se comportou de maneira similar,
dando exemplos de situações vividas que se
assemelham ao que a criança apresenta no
momento.
98
Compartilhar seus pensamentos e sentimentos:
as crianças tendem a escutar depois que se
sentem ouvidas.

Focar juntos em soluções, ou seja, buscar por


alternativas em conjunto, sem disputa de poder,
em que a criança é envolvida no processo de
tomada de decisão.

Para alcançar a cooperação, é importante que haja uma boa


conexão com a criança, uma relação de proximidade e
confiança, firme e gentil. Caso contrário, corre-se o risco de
estabelecer uma relação autoritária, distante e hostil,
privando-a de um modelo adequado que a conduza a agir de
forma eficiente. Faz-se necessário compreender a
importância e o papel de cada um - adulto e criança - para
uma boa relação de parceria e ajuda mútua.

(61) 99112-7906

anavilmasilveira@gmail.com

99
Tarefas domésticas

CAMILA NEVES CAMARGO

Muitos pais têm dificuldades quando se trata de tarefas


domésticas e crianças, como se essas três palavras não pudessem
estar juntas numa mesma sentença. Medos (de que a criança se
machuque), desejo que seu filho possa só brincar (já que ele(a)
próprio quando criança precisou ajudar em casa nas tarefas
domésticas e não quer o mesmo para seu filho), já ter uma
“ajudante doméstica” ou mesmo o desconhecimento deste
assunto, são alguns dos motivos que afastam os pais de mais uma
possibilidade de ensinar.

Você deve estar pensando: “Ah, mas é mais fácil e mais rápido se
eu fizer, porque se eu deixar que meu filho faça, vai demorar e eu
ainda terei que refazer”, porém quando os pais não permitem esse
aprendizado, seus filhos perdem a oportunidade de desenvolver
habilidades, como sentir-se útil e capaz, valorizar o trabalho que
vai ser feito e quem o faz, a cooperação e a responsabilidade.

100
Mas afinal, como trabalhar esse tema em família? Com que
idade as crianças podem começar a ajudar nas tarefas e o
que podem fazer?

Comece por fazer uma lista das tarefas domésticas


juntos, pais e filho;
Depois treine-o até que aprenda a fazer a tarefa. Você
precisará de paciência e dedicação nessa fase;
Forneça equipamentos adequados à idade, por exemplo
uma vassoura pequena;
Crie um horário para todos fazerem juntos suas tarefas -
se seu filho desistir na metade, não insista que ele
continue, ao invés disso, agradeça-o pela ajuda;
Acidentes acontecem e quando ocorrer, não puna, mas
corrija o problema de forma gentil e firme;
Não faça a tarefa pela criança e não tenha pena por ela
já ter muita lição de casa para fazer, ao invés disso
ajude-a a organizar seu tempo;
Cante ou coloque uma música animada enquanto fazem
as tarefas e observem se as tarefas estão apropriadas
para a idade do seu filho (para receber uma lista com as
tarefas apropriadas a cada faixa etária, mande um e-mail
para camilancpsi@gmail.com).

101
Além dessas sugestões, aproveitem as reuniões de família
para resolverem os problemas, use o senso de humor
quando elas se esquecerem de uma tarefa, use lembretes
(combinados previamente) para que elas não se esqueçam
da tarefa e evite reclamar ou ficar lembrando o tempo todo
que determinada tarefa precisa ser feita.

Família que realiza tarefas junto, se


tornam uma família feliz!

(11) 99375-4979

camilancpsi@gmail.com

@psicamilanevescamargo

102
Mesadas

MARIA PAULA D. DA SILVA


Os conceitos fundamentais da Disciplina Positiva estão
alicerçados na ideia de gentileza e firmeza, o que resulta em
respeito e oportunidade de crescimento e no encorajamento que
vai proporcionar amadurecimento emocional, bem como a
autorregulação, que é a capacidade de controlar as emoções,
resolver problemas e desenvolver a capacidade de resiliência. A
Disciplina Positiva nos oferece inúmeras ferramentas para
lidarmos com a desafiadora tarefa de educar nossos filhos.

Uma ótima oportunidade para apresentar aos filhos o exercício de


lidar de forma positiva com o dinheiro é estabelecer uma mesada
para os pequenos e adolescentes. No entanto, não é interessante
utilizar a mesada como recompensa porque as crianças não
precisam de suborno para serem boas ou fazerem as coisas certas.
Usar recompensas para validar o comportamento dos filhos faz
com que eles se tornem dependentes de aprovação externa.

103
Ao contrário, o que se propõe ao estabelecer uma mesada aos
filhos é que eles aprendam a lidar com o próprio dinheiro de
maneira inteligente, criativa e responsável.

Para que isto aconteça, preste muita atenção ao estabelecer a


mesada para seu filho:
Para que a mesada não fique associada a recompensa,
evite associá-la a tarefas domésticas. Se a criança
precisa realizar alguma tarefa, que seja por cooperação
com a organização familiar.

O valor da mesada deve ser estipulado de acordo com


a capacidade orçamentária dos pais e do que os pais
esperam que a criança faça com este dinheiro.

É importante permitir que as crianças aprendam com


seus erros ao gastar o próprio dinheiro. Para isso, deve-
se mostrar empatia, compreensão ajudando-a a
perceber onde errou e, de preferência, não a socorrer
financeiramente.

O encorajamento valoriza o processo, o esforço e empenho de


cada um.

(51) 9969-6924

mpaulasul@hotmail.com

@mpaulapsico

104
Desapego

ANDRÉA GONÇALVES
A maternidade/paternidade apresenta muitos desafios. Desde a
gestação até a chegada do bebê na vida dos pais é um momento
onde ocorrem inúmeras transformações. A mãe é quem
normalmente, de forma mais intensa, está mais presente na fase
inicial de cuidados com o bebê e vivencia dúvidas e
questionamentos sobre os cuidados, sobre o que fazer com aquele
bebê, qual a melhor maneira de cuidar e, além disso, surgem
dúvidas de como ficará sua vida, seus interesses, relacionamentos,
seu trabalho e dentre outros aspectos.

Costuma ser natural que exista apego entre a mãe e o bebê, salvo
se houver algum problema de origem física, ambiental ou mental.
Durante os primeiros meses esta relação é tão próxima, que pode-
se fazer até mesmo uma associação com um processo simbiótico.
Este bebê passa a ver o mundo através dos olhos de sua mãe.
Conforme o tempo vai passando e este bebê vai crescendo, ele faz
novas descobertas e aprendizados e de certa forma busca sua
autonomia.

105
Os pais, conforme vai acontecendo essa evolução, precisam
assumir uma nova postura permitindo gradativamente ir se
desapegando deste bebê que aos poucos vai se tornando uma
criança. Somente por meio deste processo de desapego é possível
que este bebê desenvolva responsabilidade e se sinta capaz.

Este papel de desapego nem sempre é fácil, pois por vezes os pais
sentem ansiedade, culpa, desespero e outros sentimentos que os
impedem de exercer um papel assertivo em relação a sua
parentalidade. Alguns aspectos de suma importância e que
precisam ser trabalhados para adequado processo de desapego
são:
Os pais precisam estar atentos as suas emoções e pensamentos
em relação a si e a criança;
Ir trabalhando neste processo de forma gradativa, investindo
tempo em treinar esta criança;
Ter uma visão positiva em relação ao potencial da criança
(confiar);
Construir e entender que sua identidade não pode estar
vinculada em administrar a vida do filho, é importante investir
em atividades que sejam valiosas para si.

(11) 97045-9872

andreaatgoncalves@outlook.com

Psicóloga Andrea Ap Tamborim Gonçalves

106
Evite mimar

CACILDA PEIXINHO
Muitos pais têm dificuldade de ver os filhos passarem por
frustrações, de colocar limites para eles. Acreditam agir assim por
amor, procurando poupá-los de dores e decepções. Porém, não
percebem que, facilitando excessivamente suas vidas,
superprotegendo-os ou assumindo responsabilidades em seu
lugar, acabam gerando um efeito desastroso: formam crianças e
adolescentes mimados e exigentes.

Um dos maiores presentes que os pais podem dar aos seus


filhos é o desenvolvimento da autonomia, ou seja, da sua
capacidade de guiarem a si mesmos, de se sentirem
capazes. Uma criança ou adolescente mimado possui a
crença de ser uma pessoa fraca, sem habilidades. E, se são
incapazes de fazerem algo por si mesmos, concluem que
alguém tem que fazer por eles, tornando-se exigentes e,
num extremo, tirânicos (o famoso reizinho da casa).

107
A vida tem altos e baixos e não há como impedir os filhos
de passarem por eles. É necessário lidar com as frustrações
para que se fortaleçam emocionalmente.

Educar filhos é, antes de tudo, um processo de


auto-educação, de autoconhecimento. Este é um
ponto crucial, pois muitas vezes os pais não
enxergam a criança real diante de si. Vêem, na
verdade, a criança que cada um foi e as faltas que
sofreram, querendo compensar. Ou enxergam o
filho idealizado, criando muitas expectativas, que
o impedem de ser ele mesmo e dificultam que o
acolham e compreendam suas necessidades.

108
É papel dos pais ajudarem os filhos a desenvolverem as
habilidades necessárias para enfrentar os desafios da vida de
forma construtiva e positiva.

Como podem fazer isso?

Encorajando-os a aprender com os erros, a passar pelas


frustrações, a enfrentar as consequências de suas escolhas,
permitindo que contribuam com tarefas da casa que já são
capazes de fazer.

Se vocês, pais, acham que fizeram tudo errado até aqui, acolham
seu desconforto, sua sensação de culpa. Sempre existe a
possibilidade de escolha e vocês podem escolher mudar a partir
de agora. Lembrem-se que o erro é um caminho para o
aprendizado, tanto para os pais quanto para os filhos.

(75) 99120-5517

cacipeixinho@yahoo.com.br

@cacipeixinho

109
A função materna e paterna

SIRLENE DE OLIVEIRA SOUSA

A sociedade, de forma geral, traz cobranças de perfeição a todas


as pessoas, principalmente aos pais, que devem ser perfeitos em
suas ações e atitudes. Nas redes sociais todos os filhos são
perfeitos, lindos, educados e inteligentes. Tais cobranças e desejos
de perfeição, em constante expectativa, associado às disputas e
comparações, levam muitos pais a se sentirem impotentes e
incompetentes, com autoexigência acima de suas possibilidades e
de seu próprio conhecimento, envolvidos em crenças e valores
limitantes.

Nas relações humanas lidamos com expectativas, e quando não


cumpridas chamamos de erros, de enganos. Para não errar, se
repete o aprendido, crenças antigas, o certo e o errado na
educação de suas crianças.

“Tem que ser assim. Esta é a forma correta.


Comigo foi assim. Tem que agir desta ou
daquela forma, porque assim é que é, que
foi e que será...”

110
Os pais, ao projetarem nos filhos seus próprios desejos,
frustrações e realizações, tentam “corrigir” nos filhos falhas
fundamentais que identificam em si mesmos, portanto,
deixam de enxergar a criança e enxergam a si mesmos,
através deles.

Perdem, muitas vezes, a esperança de


conseguir, veem-se como impotentes,
desesperançosos e desanimados diante de
expectativas exageradas quanto à própria
performance enquanto educadores e
responsáveis.

Muitos exageram e tornam-se reféns na esperança


de que esse amor incondicional possa resolver,
outros são duros e cobradores, tantos outros são
agressivos e violentos, todos tentando seu melhor,
repetindo os mesmos atos, muitas vezes
inadequados, esperando resultados diferentes. É
papel parental transformar e humanizar os
impulsos da criança, dando-lhes um sentido.
111
O ser humano não nasce com um Eu constituído,
ele vai acontecendo na relação com os outros, esse
outro tão próximo, seu primeiro núcleo social, sua
segurança no mundo.

Ao atender às necessidades básicas do


bebê/criança de afeto, limites amorosos e
respeitosos, teremos a possibilidade, mesmo que
imaginada, de seres humanos, em um futuro
próximo, mais conscientes de seus direitos,
deveres e obrigações.

(62) 98587-7335

altter_sissi@hotmail.com

@terapiaintegrativabr
@sirleneoliveirasousa

112
Demonstre confiança

SILVIA MARCONDES

Sabemos o quanto a Disciplina


Positiva, fundamentada nos
princípios adlerianos, valoriza
duas necessidades básicas do
ser humano: pertencimento e
agregar valor.

Pautada nessa ideia, a


Disciplina Positiva desenvolve
Acredito que Como seu uma série de ferramentas e
você pode dar filho(a) estudos voltados para a
conta disso evidencia isto? construção de habilidades e
competências necessárias
para o bem estar individual e
coletivo.
Fortalecemos o
"músculo do Quais A forma de lidar sendo firme
desapontamento" (respeitando o ambiente e os
experiências
por meio do
o(a) fortalece? outros) e gentil (respeitando a
fortalecimento
pelas experiências
criança/indivíduo), conversa
não só com a criança com a
qual lidamos, mas também
com a nossa “criança interior”
Como você que nos acompanha no nosso
Valide os olhar para nós mesmos e para
exercita a
sentimentos o outro a partir de nossos
empatia?
modelos internos, crenças e
formas de apego.

113
Ao demonstrarmos confiança na capacidade dos nossos
filhos, eles desenvolvem coragem e confiança em si
mesmos.

Aqui apresento um exercício de auto observação para que


você possa fazer registros diários e contribuir para
desenvolver o “músculo da frustração e do
desapontamento”, favorecendo a construção do “músculo
da coragem e da confiança”, pela ação intencional de
buscar nas pistas da observação novas formas de ser e
estar juntos.

DICA: Na coluna 2 (LUPA) foram feitas perguntas


sugestivas iniciais às quais seria interessante agregar,
semanalmente, novas perguntas/pistas de observação com
a finalidade de estimular a reflexão e o aprofundamento do
exercício e das habilidades.

(21) 99161-0994

silviamarcondes@espacosm.com

www.espacosm.com

@smconsultoriaeduc

114
Apenas uma palavra

FABIANE PEREIRA

Desenvolver habilidades nos filhos não é uma tarefa fácil. Exige


tempo, paciência, dedicação e exemplo. Sim, o exemplo é uma das
armas mais eficazes que se tem. Além disso, acredito ser de
extrema importância a comunicação, reuniões familiares e
combinados.

Na grande maioria das vezes, os pais/responsáveis falam,


falam e falam várias vezes a mesma coisa. Brigam, xingam,
ameaçam e nada. Nada de resultados positivos e sim uma
grande discussão, brigas, desentendimentos, mágoas, etc.
Isso se torna chato e cansativo para todos.

115
Geralmente, nesse momento de raiva, se fala o que
deve e o que não deve. Muitas coisas são
cobradas, jogadas na cara e comparadas com
outras pessoas que eles “julgam” ter um
comportamento/atitude melhor. Por isso, a
importância das conversas, do diálogo, das
reuniões familiares, pois através desse movimento
pode-se perceber o que está bom e o que está
ruim, o que precisa ser melhorado.

Diante disso se tem a oportunidade de mostrar o quão


aquela criança/adolescente é capaz de contribuir e o
quanto a sua cooperação é importante para todos. Além
disso o fará se sentir pertencente àquele lugar. E sim!
Todos devemos aprender sobre cooperação, ajuda e
empatia. Provavelmente, se o seu filho não está
cooperando, executando as tarefas que lhe foram dadas, é
porque ele não entendeu o real motivo e a importância do
seu papel para o bom funcionamento da casa. Para isso, é
necessário sentar, conversar, estipular combinados e dar
exemplos.
116
Jane Nelsen, no livro Disciplina Positiva, cita mudanças dos
tempos atuais onde esposas não precisam mais obedecer e se calar
diante dos seus maridos. Houve uma evolução e junto com isso as
relações entre pais e filhos também mudaram. Contudo, ela
também diz que não se deve fazer tudo por eles na intenção de
protegê-los e sim incentivá-los a fazer. Dar a eles a oportunidade
de aprender e contribuir com suas tarefas. Tarefas essas que
podem surgir em comum acordo depois de uma boa conversa.

Uma dica pode ser o combinado de: ao invés dos pais ficarem
falando várias vezes a mesma coisa, dando sermões e lição de
moral o tempo todo, podem combinar para dizerem apenas uma
palavra que lembre o que precisa ser feito. Ex: se ele deixou de
tirar a toalha molhada da cama, apenas diga: toalha! Ele saberá o
que precisa ser feito.
Se ela esqueceu de cuidar do cachorro, apenas diga: cachorro! Ela
se lembrará da sua responsabilidade.

Tudo isso ficará claro durante os combinados, inclusive a forma de


lembrete que será apenas uma palavra e poderá evitar maiores
transtornos, pois o combinado não sai caro para ninguém.

(61) 98214-9828

fabianeapereira@yahoo.com.br

@fabi_apereira

117
Agir sem palavra

IANNA GOMES O. PEDROSO

Agir sem palavras pode tornar-se uma ferramenta poderosa para


aquele que a pratica de maneira assertiva. Com tantas coisas,
situações e compromissos em mente, é bem verdade que
rotineiramente sobra aos pais e educadores pouca paciência pra
lidar com as crianças, com suas questões, e principalmente com o
mau comportamento delas. O que resulta, na maioria das vezes,
em discursos irados e em sermões sem fim, o famoso resmungar.

A verdade é que ralhar e irritar-se quase


nunca surtirá o efeito que se deseja,
cedendo-se a impaciência e à irritabilidade
todos hão de sofrer e desta maneira o
silêncio em muitas situações será
considerado a melhor opção.

Você pode experimentar! Troque as reclamações e os


xingamentos pela serenidade do silenciar-se, substitua
palavras ásperas por ações simples que apontam para a
resposta esperada por parte das crianças.
Um exemplo disto seria: ao invés de brigar, gritar e
reclamar com as crianças por conta dos brinquedos
esparramados pela casa, você pode pegar o recipiente ou
cesto onde se guardam os brinquedos e apontar para as
crianças enquanto fica ao lado do cesto aguardando que
eles comecem a guardá-los, também pode acompanhar eles
pela casa com o cesto demonstrando auxílio.

118
Para algumas pessoas isto vai exigir uma grande dose de
domínio próprio, mas estejam certos de que valerá a
pena.

Pra você realizar:

Desenvolva algumas ações para que possa


substituir suas palavras e sermões nas crianças.

Certifique-se de que elas entenderam o seu


recado, para isso vale perguntar enquanto você
desenvolve esse hábito com elas.

Sempre lembre que a firmeza deve estar


acompanhada da gentileza.

(33) 98401-7594

iannapsicologa@gmail.com

www.iannaoliveira.com.br

@psiianna

119
Sinais não verbais

JACQUELINI RICARTES COSTA

A Disciplina Positiva é baseada em relacionamentos mutuamente


respeitosos, nos quais você respeita seu filho e se respeita; em um
equilíbrio de firmeza e gentileza, utilizando habilidades parentais
eficazes.

Dentre as habilidades está a forma de solicitar algo ao seu


filho, pois muitas vezes falar demais, perguntar demais,
implorar, ameaçar ou dar sermão, faz com que a criança o
ignore mais ainda. Então, que tal usar sinais não verbais?
Os sinais não verbais podem falar mais alto do que as
palavras! Nossos gestos e expressões transmitem
informações mais diretas e transparentes sobre nossos
pensamentos e emoções, e as crianças percebem isso
facilmente.

120
Ao solicitar que seu filho guarde sua mochila, ou suas roupas no
lugar, abra um sorriso e indique o armário para que guarde
corretamente. Ou, se está na hora do banho, aponte para o relógio,
demonstrando que precisa desligar a TV.

Alguns sinais podem ser combinados entre vocês, para


serem usados em situações de conflito, como um lembrete
para fazer o que for mais assertivo. Quando se sentir
descontrolado, tente colocar a mão no seu coração para
sinalizar “Eu te amo” e preciso de você e ambos se sentirão
melhor. Lembrando que a conexão se dá através do
estabelecimento de contato visual, significando respeito
mútuo.

(67) 99902-8364

jacquelini@uol.com.br

@jacqueliniricartes

121
Roda de escolhas da raiva

MICHELE DA C. GAMEIRO TAVARES

Perdi as contas das vezes que atendi pais que não sabiam lidar
com suas emoções, principalmente a raiva, pois em suas crenças
disfuncionais, acreditavam que não podiam ter raiva do filho e
nem do que eles faziam. Nos meus manejos, o primeiro passo é o
acolhimento desses pais em suas dores e culpas. Em seguida,
desmistifico esse conceito errôneo de raiva e apresento os
conceitos de inteligência emocional, de emoções básicas e a
importância de validá-las, bem como o de autorregulação. Esse
acolhimento, juntamente com a psicoeducação, traz a eles uma
leveza e um primeiro passo para a efetividade do processo
psicoterapêutico.

122
Quando esses pais entendem e permitem sentir raiva, não se
culpando, tornam-se emocionalmente conscientes. Dessa forma,
os mesmos, aprendem também a acolher e validar a emoção do
filho, quando percebem que ele está irritado, oferecendo
estratégias para lidar com aquela determinada situação. E uma das
ferramentas que pode ser bem útil nesses momentos é a “Roda de
escolhas da raiva”.

Compartilhar Amassar
sentimentos argila

Usar fantoche Desenhar seus


para sentimentos
expressar
a raiva

A Roda de escolhas da raiva é uma estratégia de resolução


para conflitos, que utilizamos uma folha em formato de
pizza para sua construção. Com o auxílio dos pais ou
cuidadores, é apresentado alternativas respeitosas à
criança, para expressar sua irritação, por exemplo: bater
pinos de madeira, compartilhar ou desenhar sentimentos,
amassar argila, usar fantoches para expressar a raiva,
realizar uma reunião em família, dentre outras. Em cada
parte da pizza, a criança escreve e/ou desenha figuras ou
símbolos que remetem as alternativas.

123
Importante: essa estratégia precisa ser elaborada
junto com a criança, em um momento em que ela
estiver calma.
Cada um sentirá a emoção com base naquilo que é
seu, de acordo com a sua história de vida. Compete
a nós, adultos, acolhermos a raiva, redirecionando-
a para a resolução dos conflitos, de forma assertiva
e não impulsiva.

(47) 992258324

michelegameiro@gmail.com

@michelegameiropsi

124
Limite o uso de eletrônicos

FRANCIELE DO PRADO

Definitivamente, hoje em dia, é impossível imaginar uma infância


livre da influência dos equipamentos eletrônicos. As crianças
crescem e amadurecem num cenário infinitamente mais
tecnológico, porém, através de algumas orientações podemos
pensar em formas de limitar o seu uso.

Você poderá ajustá-los baseado na dinâmica da sua família:

Estabeleça um combinado: Estabelecer um combinado


com a criança pode ajudar a reduzir o tempo dela em
frente às telas. Crianças menores, ainda não conseguem
entender muito bem sobre a passagem do tempo,
pensando nisso, você pode usar o alarme do seu celular
para fracionar o tempo em intervalos de 15, 10 e 5
minutos e vá informando: “Faltam 15, 10, 5 minutos para
irmos dar uma volta no parque, quando o tempo acabar,
eu desligo ou você desliga a TV?”.

Seja firme: Uma vez estabelecido o combinado


cumpra-o. Se você precisar ceder, faça outro
combinado, mas não deixe de cumprir.

Refeições sem telas: Combine com todos da casa que as


refeições são momentos de conversar, contar histórias e
aproveitar a comida. Procure afastar os celulares, tablets e
televisores e aproximar as crianças no preparo das
refeições.

125
Negocie: “Assim que terminar o almoço você pode
assistir 30 minutos, combinado? Depois nós vamos
brincar de algo que você gosta”. Assim, você passa a
construir espaços e momentos livres de tecnologia.

Quarto é para dormir: Nenhum filho precisa dormir com o


dispositivo no quarto, vocês podem designar um lugar da
casa onde todos os aparelhos ficarão carregando.

Evite usar eletrônicos para seu filho se acalmar ou


esperar: o cérebro do seu filho precisa de momentos de
espera e tédio, para desenvolver habilidades como a
criatividade, a capacidade de tolerar a frustração e se
autorregular. Quando forem jantar fora, por exemplo,
você pode levar uma caixinha surpresa. Nela você pode
colocar objetos que ajudam na concentração, pode ser
massinha de modelar, bloquinhos de montar, caderno
de pintura, algo que seu filho goste. É importante que
ele tenha acesso a essa caixinha surpresa somente
quando saírem, assim ele demonstrará maior interesse.

(54) 99162-9312

fradoprado@hotmail.com

@psicologa.francieledoprado

126
Acompanhamento

MELYNE DE MELLO AMARAL

Os pais sempre estão acompanhando seus filhos em vários


momentos e situações, assim como os filhos também acompanham
os pais. Diante disso, o que podemos pensar sobre a frase “Só diga
aquilo que realmente vai fazer, e quando o fizer, acompanhe?” As
crianças sabem quando você fala sério e quando não fala, pois se
você costuma prometer muito e cumprir pouco, a criança já
aprendeu isso e pode pensar: “Ah ele não vai cumprir, só está
falando agora”.

Se você diz “Eu vou ler uma história às 20h00, depois que você
colocar o pijama e escovar os dentes”, se seu filho não estiver
pronto no horário combinado, se mantenha firme e coloque ele na
cama sem a história. Se ele cumpriu o combinado, é importante
que você faça a sua parte também. Pode acontecer, por exemplo,
de você ter prometido e não ter conseguido cumprir por conta de
algum imprevisto. Neste caso seu filho ficará decepcionado com a
sua atitude e, para que não se perca a confiança, é importante que
você converse a respeito e lhe peça desculpas.

127
Muitas vezes costumamos fazer combinados com as crianças, mas
não fazemos o acompanhamento depois e, então, esse combinado
perde o sentido. As crianças ainda estão em processo de
desenvolvimento e precisam de supervisão e acompanhamento
constante até que desenvolvam habilidades e tenham autonomia
para seguirem sozinhas.

Enquanto pais e educadores, nosso papel é acompanhar as


crianças em suas tarefas, pois é através desse acompanhamento
que temos a oportunidade de conhecer, se vincular e criar
memórias afetivas na vida delas. Como você gostaria de ser
lembrado pelo seu filho? Como aquele pai que apenas combina e
ameaça? Ou como um pai presente, que acompanha e cumpre o
que promete?

(11) 97319-8188

melynemello@hotmail.com

@melyne_psicologa

128
Motivação

GABRIELA DA CANHOTA

Motivação é um elemento essencial na formação do vínculo entre


pais e filhos e no desenvolvimento humano. Motivar de forma
positiva, diz respeito a estimular ações, traçar objetivos, incentivar
processos que iniciem, direcionem e mantenham um
comportamento participativo e responsável.

Nesse processo é preciso estarmos atentos para que erros


bastante comuns não sejam cometidos em razão da motivação.
Crianças não se tornam responsáveis e encorajadas ao serem
punidas, sendo educadas com rigidez e controle excessivo. Da
mesma maneira, a permissividade desenfreada, sem regras e
limites, não estimula o desenvolvimento da capacidade e
habilidades da criança.

129
A forma como uma criança reage a um comando que lhe é dado
está em sintonia direta em como se sente dentro do ambiente no
qual está inserida, seja este familiar, escolar, social ou em qualquer
outro que se espera a sua participação ativa.

Podemos então, compreender que crianças agem melhor quando


se sentem bem. Sentimentos de humilhação, injustiça, descaso, dor
física ou emocional resultantes do ato de punir, não desenvolvem
características positivas, nem são motivadores para que bons
comportamentos permaneçam a longo prazo. Desta forma, como
podemos aumentar a motivação da criança, despertando seu
interesse a agir consciente e responsável diante dos objetivos que
lhe são apresentados?

A finalidade em Disciplina Positiva é alcançar resultados positivos


em longo prazo de maneira que a responsabilidade e a cooperação
espontânea sejam características efetivas no comportamento da
criança. Potencializar a motivação é permitir que a criança seja
parte colaborativa na solução dos problemas, incluir o
estabelecimento de limites e como esses devem ser cumpridos,
explicar sua importância e o porquê devem ser atendidos.
Como exemplo prático, podemos citar as tarefas escolares
encaminhadas para serem realizadas em casa. Essa atividade,
muitas vezes gera conflito entre pais e filhos, que por vezes não se
sentem motivados a executá-la, fazendo com que pais e
professores sintam-se desafiados.

130
A punição, pode parecer resolver pontualmente, mas, a queixa
comportamental permanecerá e surgirá consequentes vezes até
que a solução do problema possa ser encontrada de uma outra
maneira, mais eficaz em longo prazo. Convocar a criança como
parte colaborativa dessa solução é motivá-la positivamente.
Entender as possíveis causas que prejudicam o desempenho na
execução de tarefas, é um processo investigativo, de atenção,
paciência e parceria.

Pergunte ao seu filho em que horário ele se sente mais


disposto para executar sua tarefa de casa. Verifique se
precisa de auxílio. Explique a importância da realização das
mesmas. Proponha um planejamento semanal a ser
construído em conjunto, com horários, regras e as tarefas
que precisam ser realizadas. Dar voz de forma respeitosa
para que a criança expresse como se sente, é construir uma
relação que transmita segurança, dignidade e respeito.
Educar auxiliando o desenvolvimento de suas percepções e
habilidades necessárias para se tornarem pessoas
autoconfiantes e capazes.

(21) 99757-5874

gcanhota@gmail.com

131
Referências Bibliográficas

GOTTMAN, J. "Inteligência emocional e a arte de educar


nossos filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da
inteligência emocional para uma compreensão da relação
entre pais e filhos" - Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

NELSEN, J. "Disciplina Positiva: O guia clássico para pais e


professores que desejam ajudar as crianças a desenvolver
autodisciplina, responsabilidade, cooperação e habilidades
para resolver problemas" - Barueri: Manole, 2015.

NELSEN, J.; GARSIA, A. “Disciplina Positiva para educar os


filhos: 52 estratégias para melhorar as habilidades de mães
e pais” - Barueri: Manole, 2018.

NELSEN, J.; LOTT, L. "Disciplina Positiva para


adolescentes: Uma abordagem gentil e firme na educação
dos filhos" - Barueri: Manole, 2019.

NELSEN, J.; LOTT, L.; GLENN, S. "Disciplina Positiva de A a


Z: 1001 soluções para os desafios da parentalidade" -
Barueri: Manole, 2020.

132
Coautores

Adriana Falcão Loth - CRP: 12/03855


Alessandra Augusta dos Santos Oliveira - CRP: 05/29797
Aline Ribeiro Cestaroli - CRP: 06/107500
Ana Lucia Antonio - CRP: 06/110340
Ana Luísa Lemos Serra - CRP: 01/10957
Ana Paula da Silva - CRP: 06/132515
Ana Vilma Dias de Lucena Silveira - CRP: 01/11807
Andréa Aparecida Tamborim Gonçalves - CRP: 06/82943
Andréia Martins Silva - CRP: 09/1446
Bruna Lôbo - CRP: 01/12210
Cacilda Peixinho Freitas - CRP: 03/2139
Camila Neves Camargo - CRP: 06/139041
Camille Silveira - CRP: 17/2597
Christiane Campos da Silva - CRP: 04/26517
Daniela de Lima Porto - CRP: 04/50293
Danielle Trabuco - CRP: 06/103913
Débora Consteila Neumann - CRP: 07/31342
Denivalda Cavalcante - CRP: 01/19931
Egleide Montarroyos de Mélo - CRP: 08/06261
Eliane Maria Ribeiro - CRP: 06/79841
Fabiane Pereira - CRP: 01/11656
Fernanda da Silva Borella - CRP: 04/52446
Franciele do Prado - CRP: 07/18459
Gabriela da Canhota - CRP: 05/60598
Geane Cleia Silva Barbosa - CRP: 06/139308
Helena Bourroul - CRP: 06/69651

133
Coautores

Ianna Gomes de Oliveira Pedroso - CRP: 04/44651


Isabela Cristina Silva de Oliveira - CRP: 04/29709
Itiene Soares Pereira - CRP: 12/15356
Ivan L. B. de Menezes - CRP: 06/77533
Izabel Christina de Andrade Candido - CRP: 23/1005
Jacquelini Ricartes Costa - CRP: 14/006848
Kelly Vetorazzi Borges - CRP: 07/23958
Liliane Pereira Neves Dutra - CRP: 02/12185
Lívia Ribeiro Gomes de Carvalho - CRP: 06/112918
Malena Rufino de Oliveira - CRP: 06/88677
Maria Georgina da Silva Ribeiro - CRP: 04/22087
Maria Paula Duarte da Silva - CRP: 07/04383
Melyne de Mello Amaral - CRP: 06/110276
Michele da Costa Gameiro Tavares - CRP: 12/05822
Natália Falcão de Pontes Mateus Borba - CRP: 02/22888
Patrícia Silva Felipe Silvério - CRP: 09/013804
Raquel Marques de Souza - CRP: 18/02283
Sandy Worme dos Santos Vianna - CRP: 05/54425
Silmara Ap. Zanettini Mostaco Franzese - CRP: 06/43304
Silvia Marcondes Duarte - CRP: 05/22131
Simone Alves de Souza - CRP: 05/15595
Sirlene de Oliveira Sousa - CRT: 29008
Susana Desiderio - CRP: 06/132213
Tássia Raquel L. S. de Alencar - CRP: 01/11381
Vanessa Moura

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