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A HISTÓRIA ENTRE A FILOSOFIA E A CIÊNCIA – JOSÉ CARLOS

REIS

 Supõe-se que o autor defenda a relação entre a história e a


filosofia, pois em suas obras, observa-se tal caráter filosófico.
Nesse e sentido, uma disciplina é necessária para a compreensão
da outra.
 Contexto político do século XIX, época em que há grandes
mudanças na disciplina história, a historia se afasta da filosofia e
se aproxima das ciências.

A orientação rankiana, que quer aproximar a história do modelo


científico da física; a orientação diltheyniana, que quer descobrir o que
há de específico no conhecimento histórico que o torne uma “ciência”
diferenciada das ciências naturais; e a orientação marxista, que
submete o conhecimento histórico-científico à sua relação com a
realidade histórica, à práxis.

A ESCOLA METODICA DITA “POSITIVISTA” (ORIENTAÇÃO


RANKIANA)

 Colocam em causa as filosofias da história que tinha como


característica as perspectivas especulativas, subjetivas e
moralizadoras e, parte em direção a uma historia cientifica,
objetiva ou “positiva”.

 Método erudito, que tem como fonte principal os documentos


diplomáticos.

 Para ranke, a história se formava a partir de um “espírito” que se


manifestava de forma individual na história.

 Para ranke, os historiadores não poderiam julgar o passado,


apena explicar o que realmente aconteceu. Deveria manter a
neutralidade diante dos eventos históricos.

 Fundação da Revue Historique na França, por Gabriel Monod.


Porém, a escola metódica francesa se diferencia das teses
propostas por ranke ao utilizar o iluminismo como filosofia da
história. Influenciados pelo evolucionismo darwiniano e pelo
“espírito positivo” de Comte, o iluminismo sustentará a
historiografia através de teses evolucionistas, progressistas,
gradualistas e antirrevolucionárias. A história não se preocupava
tanto com o passado, a sua visão estava voltada para o futuro.

 Método histórico de Langlois e Seignobos: heurística, pesquisa


dos documentos; operações analíticas, criticas externa e interna;
e as operações sintéticas, escrita histórica. Esse método tinha
como objetivo fazer da história ciência.

O HISTORICISMO (Alemão): ARON VERSUS DILTHEY


(ORIENTAÇÃO DILTHEYANA)

 O historicismo buscava uma evolução no processo histórico a fim


de desvinculá-lo da filosofia da história tradicional.

 Na segunda metade do século Dilthey usa a filosofia de Kant para


retornar a aproximação filosofia/história. De acordo com Dilthey
a questão da objetividade de Ranke é filosófica, não mais
tecnológica. Dilthey usa a filosofia kantiana para estabelecer
critérios que singularizem o conhecimento histórico, afastando-o
de uma filosofia especulativa.

 Essa nova filosofia da história visava conhecer o homem através


do seu passado e de suas obras, em uma “totalidade singular”.
Essa nova visão não separa o sujeito do objeto.

 Aron, em sua obra, levanta algumas criticas aos historicistas,


segundo o autor, esse movimento corresponde a uma sociedade
incerta de si mesma, seriam a crise da filosofia. P.34 “Aron,
rejeita a historia como devir não evolucionista e repõe a
concepção iluminista da história como progresso em direção à
sociedade moral”.

 Relativismo do historicismo, ao construir a relação


passado/presente.

O MARXISMO (ORIENTAÇÃO MARXISTA)

 A teoria marxista não problematiza a relação entre as ciências


humanas e naturais, antes, procura compreender as estruturas
econômico-sociais de dada sociedade, por estas serem
consideradas e compreensíveis.

 A produtividade seria o principal agente transformador da


história.

 O objetivo da história-ciência seria então a estrutura social.

 Segundo Claude Leifort (1978), há duas formas de compreensão


do marxismo que as obras de Marx não contestam: a primeira
apresenta uma visão “evolutiva” da história; a segunda, uma visão
“repetitiva” da história. O marxismo já foi interpretado em várias
perspectivas, devido à riqueza epistemológica de Marx. Na
concepção de Reis, essa versão evolutiva do marxismo confere-se
como uma filosofia da história que abrange todas as filosofias
anteriores, bem como a de Hegel, Comte, Darwin e os iluministas.

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