O documento discute as diferentes orientações metodológicas da história como disciplina no século XIX, incluindo a abordagem positivista de Ranke, o historicismo de Dilthey e a perspectiva marxista. A orientação rankeana via a história como uma ciência objetiva baseada em documentos, enquanto Dilthey defendia uma compreensão do homem através de sua história total e singular. Já o marxismo via a produtividade como força motriz da história e a estrutura social como objeto de estudo.
Descrição original:
História entre a Filosofia e a Ciência - José Carlos Reis. Resumo
O documento discute as diferentes orientações metodológicas da história como disciplina no século XIX, incluindo a abordagem positivista de Ranke, o historicismo de Dilthey e a perspectiva marxista. A orientação rankeana via a história como uma ciência objetiva baseada em documentos, enquanto Dilthey defendia uma compreensão do homem através de sua história total e singular. Já o marxismo via a produtividade como força motriz da história e a estrutura social como objeto de estudo.
O documento discute as diferentes orientações metodológicas da história como disciplina no século XIX, incluindo a abordagem positivista de Ranke, o historicismo de Dilthey e a perspectiva marxista. A orientação rankeana via a história como uma ciência objetiva baseada em documentos, enquanto Dilthey defendia uma compreensão do homem através de sua história total e singular. Já o marxismo via a produtividade como força motriz da história e a estrutura social como objeto de estudo.
A HISTÓRIA ENTRE A FILOSOFIA E A CIÊNCIA – JOSÉ CARLOS
REIS
Supõe-se que o autor defenda a relação entre a história e a
filosofia, pois em suas obras, observa-se tal caráter filosófico. Nesse e sentido, uma disciplina é necessária para a compreensão da outra. Contexto político do século XIX, época em que há grandes mudanças na disciplina história, a historia se afasta da filosofia e se aproxima das ciências.
A orientação rankiana, que quer aproximar a história do modelo
científico da física; a orientação diltheyniana, que quer descobrir o que há de específico no conhecimento histórico que o torne uma “ciência” diferenciada das ciências naturais; e a orientação marxista, que submete o conhecimento histórico-científico à sua relação com a realidade histórica, à práxis.
A ESCOLA METODICA DITA “POSITIVISTA” (ORIENTAÇÃO
RANKIANA)
Colocam em causa as filosofias da história que tinha como
característica as perspectivas especulativas, subjetivas e moralizadoras e, parte em direção a uma historia cientifica, objetiva ou “positiva”.
Método erudito, que tem como fonte principal os documentos
diplomáticos.
Para ranke, a história se formava a partir de um “espírito” que se
manifestava de forma individual na história.
Para ranke, os historiadores não poderiam julgar o passado,
apena explicar o que realmente aconteceu. Deveria manter a neutralidade diante dos eventos históricos.
Fundação da Revue Historique na França, por Gabriel Monod.
Porém, a escola metódica francesa se diferencia das teses propostas por ranke ao utilizar o iluminismo como filosofia da história. Influenciados pelo evolucionismo darwiniano e pelo “espírito positivo” de Comte, o iluminismo sustentará a historiografia através de teses evolucionistas, progressistas, gradualistas e antirrevolucionárias. A história não se preocupava tanto com o passado, a sua visão estava voltada para o futuro.
Método histórico de Langlois e Seignobos: heurística, pesquisa
dos documentos; operações analíticas, criticas externa e interna; e as operações sintéticas, escrita histórica. Esse método tinha como objetivo fazer da história ciência.
O HISTORICISMO (Alemão): ARON VERSUS DILTHEY
(ORIENTAÇÃO DILTHEYANA)
O historicismo buscava uma evolução no processo histórico a fim
de desvinculá-lo da filosofia da história tradicional.
Na segunda metade do século Dilthey usa a filosofia de Kant para
retornar a aproximação filosofia/história. De acordo com Dilthey a questão da objetividade de Ranke é filosófica, não mais tecnológica. Dilthey usa a filosofia kantiana para estabelecer critérios que singularizem o conhecimento histórico, afastando-o de uma filosofia especulativa.
Essa nova filosofia da história visava conhecer o homem através
do seu passado e de suas obras, em uma “totalidade singular”. Essa nova visão não separa o sujeito do objeto.
Aron, em sua obra, levanta algumas criticas aos historicistas,
segundo o autor, esse movimento corresponde a uma sociedade incerta de si mesma, seriam a crise da filosofia. P.34 “Aron, rejeita a historia como devir não evolucionista e repõe a concepção iluminista da história como progresso em direção à sociedade moral”.
Relativismo do historicismo, ao construir a relação
passado/presente.
O MARXISMO (ORIENTAÇÃO MARXISTA)
A teoria marxista não problematiza a relação entre as ciências
humanas e naturais, antes, procura compreender as estruturas econômico-sociais de dada sociedade, por estas serem consideradas e compreensíveis.
A produtividade seria o principal agente transformador da
história.
O objetivo da história-ciência seria então a estrutura social.
Segundo Claude Leifort (1978), há duas formas de compreensão
do marxismo que as obras de Marx não contestam: a primeira apresenta uma visão “evolutiva” da história; a segunda, uma visão “repetitiva” da história. O marxismo já foi interpretado em várias perspectivas, devido à riqueza epistemológica de Marx. Na concepção de Reis, essa versão evolutiva do marxismo confere-se como uma filosofia da história que abrange todas as filosofias anteriores, bem como a de Hegel, Comte, Darwin e os iluministas.