Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo:
Ática s.a,1996. P. 5-10.
INTRODUÇÃO
... Aqui se deu o nascimento de uma nova consciência histórica: a que enfatiza
as
“diferenças humanas no tempo”. Em princípio, o historiador não quer fundir
passado, presente e futuro: a história “científica” buscará diferenciar as
duas dimensões “objetivas “ do tempo, passado e presente, e tenderá a não
profetizar sobre o futuro. (§03, p. 06)
... Objetividade não significa imparcialidade, mas a universalidade [...] uma lei
física impõe-se a todos. Pode-se oferecer a mesma validade [...] A uma
reconstituição histórica? (Aron, 1938, p. 9) (Cit § 06, p. 08)
... Não é o espírito que produz a história, mas o povo-nação e os seus líderes
instalados no estado. O iluminismo que sustentará esta historiografia será aquela
evolucionista, progressista, gradualista, anti-revolucionário, mas atualizado pela
filosofia comtiana e seu “espírito positivo”, bem como influenciado pelo
evolucionismo darwiniano. ( § 09, p. 15)
... A história científica alemã conta, na França, com dois “tradutores" principais:
a e difundido foi o de Ch. Langlois e Ch. Seignobos, introduction aux études
historique, de 1898. ( § 10, p. 16)
... Pierre Nora (1974) parece intuir a contradição maior desta história
científica, cultuadora do evento. Para ele, o que caracteriza nossa época, a partir
do final do século XIX, é a produção vertiginosa de eventos. ( § 28, p. 23)
... Estes historiadores realizam também, além da “fuga objetivista”, uma evasão
mítica. Para Langlois e Seignobos, o historiador tem por vocação a de educador
cívico. O valor da história é sobretudo pedagógico, o método crítico
combate a credulidade e a submissão à autoridade. Os eventos passados
são instrumentos da educação cívica. É o fato histórico exemplar, único,
irredutível à comparação, estabelecido pelos documentos, que cativa o aluno
e o situa na evolução da nação, dando-lhe a noção de uma mudança progressiva
rumo à “democracia” e inspirando-lhe o temor às mudanças bruscas (cf.
Carbonell e Livet, 1983, p 84-8). (§ 30, p 24-25)
… O objeto das ciências naturais não produz sentido, não tem intenções e não
realiza ações, Não é sujeito, Como se poderia conhecer um objeto-sujeito com
o método das ciências naturais? Este objeto que dialoga com o sujeito que quer
conhecê-lo, que oferece informações e reflexões originais, que é imerso na
temporalidade, na mudança, exigiria uma abordagem específica. ( § 05 , p. 28 )