Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO/FEDERAL

DA VARA DO TRABALHO...

Reclamante: Fernando
Reclamado: Jorge e Rafael
Autos nº...

Rafael, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade


RG nº, inscrito no CPF nº, residente e domiciliado na Rua ..., nº, Bairro ..., Cidade ...,
Estado ..., CEP: ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado adiante assinado, com escritório profissional estabelecido à Rua ..., nº, Bairro
..., Cidade ..., Estado ..., CEP: ..., onde recebe notificações e intimações, com fulcro no
artigo 847 da CLT, oferecer:

CONTESTAÇÃO

Aos termos da Reclamatória Trabalhista movida por FERNANDO, já qualificado


nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS FATOS

I – PRELIMINAR DE MÉRITO
O Reclamante foi contratado pelo empreiteiro Jorge, primeiro Reclamado, para
trabalhar na reforma da casa do segundo Reclamado, o Rafael, motivo pelo qual propôs
a Reclamatória Trabalhista em face de ambos. O segundo Reclamado desconhece a
existência de qualquer contrato de trabalho com o Reclamante, pois celebrou o contrato
de empreitada para a reforma de sua casa com o empreiteiro Jorge, o qual contratou os
serviços do Reclamante.
Portanto, de acordo com a OJ 191 do TST, o dono da obra, não será considerado
responsável pelos débitos trabalhistas oriundos das contratações realizadas pelo
empreiteiro. Conforme o entendimento do TST, o Reclamado não possui nenhuma
responsabilidade com as obrigações trabalhistas pleiteadas, logo é parte ilegítima no
processo. Diante da carência de ação, faz-se necessária a apreciação deste fato antes da
discussão do mérito da lide, conforme o artigo 301, X do CPC.
Com todo o exposto, requer a extinção do processo sem a resolução do mérito em
relação ao dono da obra, com base no artigo 267, VI do CPC, eis que o mesmo não possui
legitimidade para figurar no polo passivo deste processo. Sucessivamente, caso não seja
este o entendimento deste Juízo, requer a análise do mérito.

PEDIDO

II – MÉRITO

1. DO CONTRATO DE TRABALHO O Reclamante foi admitido pelo primeiro


Reclamado, sendo que o dono da obra não tem conhecimento de qualquer condição do
contrato de trabalho firmado entre as partes.
2. DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO Rafael sempre
discutiu os assuntos referentes à obra diretamente com JORGE, inclusive os acertos e
pagamentos.
Não assiste razão ao Reclamante, pois o artigo 3º da CLT assevera que será
considerado empregado toda pessoa física, que prestar serviços de forma habitual, sob
dependência e mediante uma contraprestação. Nenhum dos requisitos caracterizadores da
relação de emprego, pessoalidade, habitualidade, subordinação e remuneração, está
presente. Diante do exposto, requer a improcedência do pedido do Reclamante.
3. DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA O Reclamante trabalhou na reforma da
casa do Reclamado, fato que o motivou a propor a Reclamatória Trabalhista em face do
mesmo. Não assiste razão ao Reclamante, pois o entendimento do TST, consolidado na
OJ 191 da SDI-1, afirma que o dono da obra não responderá pelas obrigações trabalhistas
contraídas pelo empreiteiro, seja de forma solidária ou subsidiária. Diante do exposto,
requer a improcedência do pedido do Reclamante.
4. ABATIMENTO/COMPENSAÇÃO Na remota hipótese de procedência de algum dos
pedidos formulados pela parte autora na presente demanda, requer seja desde logo
autorizado o abatimento ou a compensação de valores que já lhe foram quitados, nos
termos do artigo 767 das CLT e súmulas 18 e 48 do TST.
5. RETENÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS Na remota hipótese de procedência
de algum dos pedidos formulados pela parte autora na presente demanda, requer sejam
desde logo autorizados os descontos previdenciários e fiscais, nos termos da Súmula 368
e OJ 363 da SDI –1, ambas do TST.

III – REQUERIMENTOS FINAIS


Com todo o exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, inclusive o depoimento pessoal do Reclamante, sob pena de confissão, nos
termos da Súmula 74 do TST, bem como a juntada de novos documentos em contraprova,
de acordo com o art. 397 do CPC.
Por fim, requer o acolhimento da Preliminar de Mérito para extinguir o processo
sem resolução de mérito em relação ao Reclamado, nos termos do artigo 267, VI do CPC.
Sucessivamente, caso não seja este o entendimento deste Juízo, requer, no mérito, a
improcedência de todos os pedidos feitos pelo Reclamante.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado.

Você também pode gostar