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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA ___VARA DO

TRABALHO DE _________.

Processo nº __________________

RAFAEL, (segundo reclamado) nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


cédula de identidade nº ______ e do CPF nº ______, residente e domiciliado na
________, , por seu advogado infraassinado que detém procuração com endereço anexa,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 847 da CLT,
apresentar sua CONTESTAÇÃO nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por
FERNANDO, já qualificado, pelos fundamentos de fato e de direito que seguem:

1. DOS FATOS

O Reclamante ajuizou a presente reclamação trabalhista postulando verbas decorrentes


do contrato de trabalho mantido com o Sr. Jorge, engenheiro civil, o qual foi contratado
por meu cliente, Rafael, para realizar uma reforma em sua residência.

Ficou acordado entre Rafael e Jorge o valor de R$ 50.000,00 e um prazo de oitenta dias
para a conclusão da obra, configurando-se assim um contrato de empreitada.

Cabe ressaltar que Rafael, enquanto contratante, manteve relação exclusiva com Jorge,
não participando das questões relacionadas à contratação e gestão dos trabalhadores
empregados por Jorge para a realização da empreitada.

Após a conclusão da obra, Jorge desligou todos os trabalhadores, culminando na presente


reclamação trabalhista, onde o Reclamante busca condenação subsidiária de Rafael.

2. PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE.

O segundo Reclamado celebrou contrato de empreitada com o primeiro Reclamado,


Jorge, para reforma, sem envolvimento na contratação de trabalhadores. Segundo o art.
2º da CLT, empregador assume riscos e dirige a prestação de serviço. O segundo
Reclamado não contratou o Reclamante, não pagou salário e não supervisionou a
prestação de serviços. Ainda, o art. 3º da CLT define empregado como aquele que presta
serviços não eventuais a um empregador, subordinado e remunerado por salário.

Dessa forma, a ausência de vínculo empregatício evidencia a ilegitimidade passiva do


segundo Reclamado, justificando a extinção do processo sem análise do mérito, conforme
o art. 485, inciso VI, do CPC.

3. MÉRITO

3.1 Da inexistência de responsabilidade subsidiária e reflexo nos pedidos da lide

Sem prejuízo da preliminar apresentada e considerando a ausência de vínculo


empregatício entre o segundo Reclamado e o Reclamante, conforme estabelecido nos
artigos 2º e 3º da CLT, não há base legal para o pagamento subsidiário de horas extras e
seus reflexos.

Além disso, a Orientação Jurisprudencial nº. 191 do TST estipula que, em contratos de
empreitada, o dono da obra não assume responsabilidade solidária ou subsidiária em
reclamações trabalhistas derivadas do contrato com o empreiteiro. Essa orientação se
estende ao adicional de insalubridade, uma vez que o segundo Reclamado não mantém
vínculo com o Reclamante, não atendendo aos requisitos legais para responsabilização
subsidiária em relação às verbas solicitadas na petição inicial.

Por fim, o Segundo Reclamado se remete integralmente a defesa ao que diz respeito a
jornada de trabalho do Reclamante e as condições de trabalho que este vivenciava.

Diante do exposto, sustenta-se a improcedência dos pedidos apresentados.

3.2 Cautelarmente - Benefício de Ordem

Se Vossa Excelência considerar a existência de uma relação subsidiária entre Rafael e


Jorge, o que se admite apenas para efeito de argumentação, requer-se a aplicação do
benefício de ordem.

O benefício de ordem implica que o responsável subsidiário seja chamado a cumprir as


obrigações trabalhistas somente se o devedor principal, neste caso, Jorge, não as cumprir.
Nesse cenário, Rafael solicita a aplicação desse benefício, garantindo que, se condenado
de forma subsidiária, seja responsabilizado apenas na medida em que Jorge não cumpra
com suas obrigações trabalhistas.

3.3 Dos honorários

Considerando tudo que foi apresentado, requer-se a condenação do Reclamante ao


pagamento de honorários sucumbenciais, conforme previsto no art. 791-A da CLT. Essa
medida visa compensar os custos e despesas decorrentes da defesa, proporcionando
equilíbrio no ônus processual.
4. DOS PEDIDOS:

Com base no exposto, requer-se:

1. A declaração de que Rafael não possui responsabilidade subsidiária;

2. Como medida cautelar, que seja considerado o benefício de ordem caso haja
condenação, embora não se antecipe tal expectativa;

3. A rejeição dos pleitos apresentados por Fernando;

4. A possibilidade de produção de provas, se julgado necessário;

5. A condenação do reclamante ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data

Advogado

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