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AO DOUTO JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE XXXXX/SP

XXXXX, já devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe que move contra XXXXXXXX, por meio de seu advogado e procurador
que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência com fulcro no art. 350 do
NCPC se MANIFESTAR SOBRE DEFESA E DOCUMENTOS pelos motivos
que seguem.

DA REVELIA DA SEGUNDA RECLAMADA

A revelia deve ser aplicada quando ausente a reclamada na


audiência inicial ou UNA conforme dispõe o art. 844 da CLT.

Uma vez que a segunda reclamada não tenha comparecido na


audiência, tampouco apresentado defesa, requer seja reconhecida a revelia e
aplicada pena de confissão quanto a matéria da presente ação.

DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

A reclamada insurge-se contra o requerimento dos benefícios da


gratuidade judiciária feita pelo obreiro, aduzindo que não comprovou situação
de hipossuficiente.

Ocorre que conforme demonstrado no contracheque do obreiro, este


percebia salário inferior a 40% do teto da previdência conforme dispõe o art.
790, §3º da CLT, logo deve ser concedido o benefício em questão e a
preliminar ser rejeitada.

DA AUSÊNCIA DE INÉPCIA

Alega a reclamada, inépcia da inicial quanto a cumulação dos


pedidos de insalubridade e periculosidade em contrariedade ao art. 193, §2º da
CLT.
Ocorre Excelência que o pedido foi feito de forma alternativa, ou
seja, o pleito é de adicional de insalubridade OU periculosidade, o que restasse
constatado na perícia.

No caso em tela, a perícia concluiu pela existência de trabalho


perigoso por exposição a explosivos, logo, este deve ser o pedido deferido
conforme narra a inicial.

Portanto, deve ser afastada a preliminar de inépcia por ausência dos


motivos elencados no Código de Processo Civil.

DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Não cabe aqui alongar-se a discussão visto que o laudo pericial já foi
apresentado aos autos no documento id. Ee4aee3 e que restou constatada a
exposição a agentes perigosos, notadamente explosivos.

Entretanto, restam impugnados os documentos trazidos com a


defesa, notadamente as fichas de EPIs, PPRA, PCMSO dentre outros
relacionados ao ambiente de trabalho e que foram contrariados pelo laudo
pericial.

Portanto, neste particular, requer a condenação da reclamada no


pagamento do adicional de periculosidade.

DO ADICIONAL NOTURNO, HORA NOTURNA REDUZIDA E


PRORROGAÇÃO DE JORNADA

Alega a reclamada que pagava adicional noturno, hora noturna e


prorrogação de jornada, se limitando a apontar nos contracheques o
pagamento da rubrica adicional noturno.

Um alerta quanto a prova apresentada no bojo da contestação. Tal


documento refere-se a empregado estranho a relação entre reclamante e
reclamada. Trata-se de Maria Gorette Silva, ou seja, tal documento nada
comprova.

Entretanto, não há discriminação do pagamento da hora noturna


reduzida como extra, bem como a prorrogação de jornada se verificarmos os
valores pagos no contracheque.
Por exemplo. No mês de dezembro de 2016 a reclamada pagou
138,26 a título de adicional noturno considerando 98 horas da jornada prestada
no período noturno. Se considerarmos a jornada noturna das 22hs às 5hs
durante 14 dias trabalhados naquele mês, daria 98 horas noturnas, logo a
reclamada não considerou a hora noturna reduzida e tampouco a prorrogação.

Foi pago tão somente o adicional noturno para serviço prestado das
22hs às 5hs.

Nesse particular, reitera a condenação da reclamada nos termos da


inicial.

DA MULTA DO ART. 477 DA CLT

Alega a reclamada que o reclamante recebeu sim as guias do TRCT


e que a multa é improcedente, contudo, apresenta fato impeditivo do direito do
obreiro atraindo para si o ônus da prova.

Verificando o TRCT anexado pela empresa, verifica-se que não há


assinatura do obreiro, tão somente da empresa. Tampouco há prova da
entrega do documento ao reclamante.

Logo, a multa do art. 477 da CLT é devida.

Termos em que

Pede-se deferimento

CIDADE/UF, 21 de Outubro de 2019

XXXXX

OAB/XX Nº

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