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Fonte das obrigações: corresponde ao facto jurídico que dá origem a uma relação

obrigacional, um vínculo obrigacional.


 Contratos: 405º e ss
 Negócios unilaterais: 457º e ss
 Gestão de negócios: 464º e ss
 Enriquecimento em causa: 473º e ss
 Responsabilidade civil: 483º e ss

CONTRATOS:
Fonte que mais força tem, fonte mais representativa em termos de comercio jurídico.
Acordo vinculativo assente em 2 ou mais declarações de vontade (proposta e aceitação)
contrapostas mas perfeitamente harmonizadas entre si com vista a uma composição unitária
de interesses.
Elemento essencial do contrato é o mútuo consenso. As partes têm de querer submeter esse
acordo vinculativo à alçado do Direito.

-Princípio da liberdade contratual: princípio essencial no âmbito dos contratos.


405º CC, aqui está realçada uma das dimensões da liberdade contratual, mas a resp. civil tem3
dimensões:
LIBERDADE DE CONTRATAR: corresponde à faculdade que é reconhecida a todas as pessoas de
celebrarem ou não acordos vinculativos destinados a regular os seus interesses, ou seja,
liberdade de celebrar ou não celebrar contratos. LIMITAÇÕES:
-o dever de contratar: a quem lhe é imposto um dever jurídico de contratar. (ex. o proprietário
de um veiculo é obrigado a fazer seguro)-> dever jurídico de realizar um contrato de seguro
automóvel. (ex. entidades fornecedoras de serviços públicos essenciais (água, luz) -> não se
podem recusar a celebrar contatos
-proibição de contratar com determinadas pessoas: (ex. proibição de celebrar contratos com
menores quando se trata de um espetáculo para +18, quem esta a vender os bilhetes esta
proibido de vender bilhetes a menores)

LIBERDADE DE ESCOLHA DO OUTRO CONTRAENTE: depois de alguém livremente se decide a


contratar tem ainda a faculdade de escolher livremente a pessoa com quem pretende celebrar
o contrato. LIMITAÇÕES:
-proveniente das vontades das partes: Há situações em que as partes não vão ser livres para
escolher com quem vão celebrar o contrato (ex. pacto de preferência)
-provenientes da lei: Diz respeito ao respeito legal de preferência (ex. preferência imposta pela
lei. Se um senhorio pretender vender o imóvel arrendado tem de dar preferência ao
arrendatário, não pode vendar a outra pessoa sem dar preferência ao arrendatário)

LIBERDADE DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO DOS CONTRATOS: esta liberdade desdobra-se em 3


segmentos:
-as partes tem a possibilidade de celebrar qualquer um dos contratos típicos que estão
previstos na lei
-faculdade de aditar a esses contratos previstos na lei as clausulas que melhor convierem aos
seus interesses
-possibilidade de realizarem contratos distintos do que a lei prevê e regula
LIMITAÇÕES:
-a liberdade de fixação do conteúdo dos contratos tem de ocorrer dentro dos limites da lei
-contratos de adesão: aqueles que celebramos com a MEO, EDP, Agencia de viagem,…

-Contratos de adesão:
Estes contratos de adesão são contratos em que os contraentes não tem participação na
preparação e redação das clausulas do contrato, esse sujeito limitasse a aceitar o texto que o
outro contraente oferece ao publico em geral ex. contrato de fornecimento de água, de gás,
seguro. TRAÇO DISTINTIVO: -Superioridade económica de um dos contraentes que o coloca em
condições de ditar as cláusulas do contrato. - uniteralidade das clausulas que são conseguidas
no interesse da parte mais poderosa. – a rigidez do texto negocial que coloca a parte mais fraca
perante um dilema de aderir ou não aderir.

REGULA AS CLÁUSULA CONTRATUAIS GERAISDOS CONTRATOS DE ADESÃO: DL446/85, 25 de


outubro (pág. 593CC)  Ler o preâmbulo deste DL

CARACTERISTICAS DAS CLÁUSULAS GERAIS:


- cláusulas pré elaboradas
- cláusulas generalistas, porque se destinam a todas as pessoas
- cláusulas rígidas, em que uma das partes se limita a aceitar ou não aceitar (a aderir ou não
aderir)

-Responsabilidade pré-contratual: relacionado com um momento prévio antes da celebração


de um contrato. É uma fase que envolve os contatos entre as partes com vista à celebração de
um contrato e prolonga-se até à sua conclusão, a concluso do contrato. Engloba todos os
tramites necessários à obtenção de manifestação de vontade.
Corresponde à responsabilidade dos contraentes pela sua deficiente conduta ao longo do
período de preparação do contrato, baseia-se na ideia de que o simples início de negociações
cria entre as partes deveres de lealdade, de informação, de esclarecimento dignos de tutela de
direito.
Está no art. 227ºCC -> responsabilidade pré-contratual, culpa in contrahendo (culpa na
contratação) ou culpa na formação dos contratos
Podemos retirar deste artigo que a responsabilidade pré-contratual abrange os danos causados
à contraparte quer no período das negociações que são os preliminares, quer no momento
decisivo da conclusão do contrato. Este artigo também nos indica uma sanção, ou seja, a
sanção é a reparação dos danos causados à contraparte.
A responsabilidade das partes para além de cobrir os danos culposamente causados à
contraparte pela não conclusão do negócio também abrange os danos provenientes da
violação de todos os deveres secundários de conduta e que se desdobra a boa-fé. -> há
responsabilidade pré-contratual porque houveram negociações mas não se chegou a realizar o
contrato e também há responsabilidade pré-contratual se durante a fase de negociações
houverem violações do principio da boa-fé.
 Requisitos para que haja responsabilidade pré-contratual:
1º- existirem efetivas negociações que tenham permitido a um dos contraentes formar uma
razoável base de confiança na celebração do negócio
2º- que exista uma rutura ilegítima das negociações violadora do princípio da boa-fé, nestes
casos esta sempre em causa a tutela da confiança das partes e das legítimas expectativas
quanto à celebração do negócio.
(ex: um casamento está marcado, já temos todos os convidados, reservado o sítio da boda,
tudo pago, a maioria dos convidados já deram prendas. Há legitimidade de tutelar as
expectativas quanto ao casamento? Sim. Porque tudo dá a entender que o casamento se vai
realizar.
Estará o noivo obrigado a casar? Se não aparecer -> há uma rutura ilegítima, violou o princípio
da boa-fé. Se previamente comunicou à noiva que afinal não quer casar -> já não é uma rutura
ilegítima)

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