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Conceito
Elementos
b) Objecto: é constituído por coisa ou outro direito. A coisa pode ser corpórea e não
corpórea. Quanto ao direito, pode ser real (usufruto, artigo 1440.º do C.C, uma
servidão predial, artigo 1547.º do C.C, o direito de superfície, artigo 1528.º do C.C,
etc.), e de crédito. Pode envolver a posição contratual, uma universalidade de facto
(gado, rebanhos, enxames, uma galeria de estátuas, um armazém de mercadorias,
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uma biblioteca, etc,) uma universalidade de direito. E pode também ser coisa
presente, futura e até o objecto de um lítigio.
c) Preço: deve consistir em dinheiro contado, não o sendo, estamos perante uma
permuta ou outro contrato inomindo.
Classificação ou característica
c) Quanto aos seus efeitos: é bilateral (ou sinalagmático), cria obrigações recíprocas a
cargo do vendedor e do comprador: aquele, de entregar a coisa a coisa vendida,
este, de pagar o preço, artigo 879.º do C.C: a independência recíproca destas
obrigações configura o sinalagma característico dos contratos bilaterais perfeitos.
e) Comutativo: as atribuições patrimoniais das partes são certas: cada uma conhece a
prestação e a contraprestação. Contrapõe-se-lhe o contrato aleatório em que, pelo
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menos, uma das atribuições patrimoniais é incerta, havendo, para qualquer das
partes, a chance de ganho ou perda.
Forma
Regra geral, o contrato de compra e venda celebra-se mediante o simples acordo dos
contraentes, com base no princípio da liberdade de forma, isto é, através de qualquer
uma das formas admitidas por lei para a declaração negocial.
Por outro lado, estando em causa o interesse público, justifica-se que o Código sancione
a falta de escritura pública ou de documento particular autenticado com nulidade da
compra e venda de imóveis.
Quanto as coisas móveis, vigora, como regra, o princípio oposto, da liberdade de forma.
Deste modo, a declaração pode ser expressa ou tácita, artigo 217.º do C.C, e o silêncio
vale como declaração negocial, quando esse valor lhe seja atribuído por lei, uso ou
convenção, artigo 218.º do C.C.
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Este princípio também se compreende facilmente: trata-se, via de regra, de bens de
reduzido valor que, muito frequentemente se compram e vendem, valor que não
compromete as partes que eventualmente venham a arrepender-se. Acresce que a
dispensa de formalismo agiliza estes actos e, facilitando-os, favorece a livre circulação
de bens, factor muito importante na dinamização económica.
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Despesas do contrato
Ilegitimidades contratuais
Despesas do contrato
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Ilegitimidades
Ex: Venda de bens alheios, artigo 892.º do CC; Venda de direito litigioso, artigo 876.º do
CC (procura garantir os interesses do vendedor, evitando que a pessoa que age por sua
conta, ou o funcionário público por intermédio do qual os bens são vendidos, artigo 579.º
e 587.º, sejam tentados a sobrepor ao interesse do vendedor um interesse pessoal).
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Tema: O contrato de Compra e Venda
a) O vendedor aliena bens que não existem ao tempo do contrato. Ex: venda de uma
fracção de um edifício por construir;
b) Vende uma coisa que existe, mas não se encontra em seu poder. Ex: vende os
peixes que, nesse dia, vier a pescar;
c) Vende coisa que existe, mas a que não tem direito. Ex: vende cereais que se
propõe a adquirir a outra pessoa.
Quanto aos frutos pendentes, o comprador adquire-os quando forem colhidos. Até à
colheita, não têm autonomia jurídica. Relactivamente às partes componentes ou
integrantes, são adquiridas quando forem separadas, momento em que ganham
autonomia jurídica.
Regime jurídico
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Deste preceito retira-se algumas considerações:
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a) Compra e venda sob reserva de a coisa agradar ao comprador: artigo 923.º do
c.c. Não existe aqui contrato de compra e venda, mas proposta de venda que o
comprador tem a faculdade discricionária de aceitar ou não (ad gustum): se aceitar,
o contrato forma-se; se recusar, não chega a haver contrato. Pelo contrário, o
vendedor está vinculado à sua proposta de venda. Por isso, é obrigado a facultar a
coisa ao comprador para exame, nº 1 do artigo 228.º, do C.C. Se o comprador
decidir aceitar a proposta, deve obedecer aos prazos fixados no nº 1 do artigo
228.º, do C.C.
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A resolução implica a aplicação dos artigos 432.º e seguintes, em tudo o que não se
encontrar especialmente previsto nesta secção, por isso, os efeitos são os da anulação ou
declaração de nulidade do acto, artigo 433.º do C.C, devendo o comprador restituir a
coisa comprada e o vendedor, o preço recebido, artigo 289.º, nº 1 ex vi artigo 433.º do
C.C. Deste modo se o vendedor não estiver em condições de restituir o preço não pode
resolver o contrato, artigo 432.º, nº 2 e 931.º do C.C.
Cláusulas nulas art. 928.º, nº 2 do c.c. A nulidade destas cláusulas não afecta a validade
da venda a remir, assim como das cláusulas do contrato; por isso, no caso de ter sido
estipulada a restituição dum preço superior, a nulidade diz respeito somente ao excesso.
Prazos para resolução, o direito de o vendedor pedir a resolução da venda a retro não
pode prolongar-se por demasiado tempo, sob pena de causar dificuldades à livre
circulação dos bens, art. 929.º, nº 1 e 2 do c.c.
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Ao ser indicado os dois ou cinco anos mostra que se lhes deve aplicar o regime de
caducidade e não de prescrição, artigo 298.º, nº 2, do c.c, por isso, estão sujeitos ao
regime dos artigos 328.º e seguintes do c.c.
Reembolso do preço e de despesas, art. 931.º e 883.º, nº 1 do c.c. Esta obrigação não
é imperativa. Por isso, as partes podem acordar num prazo de caducidade superior ou
inferior.
Tarefa: a venda retro foi alvo de severas critícas. Quais são os fundamentos?
Art. 934.º; A legislação que se ocupa das vendas a prestações realizadas por
comerciantes no exercício do seu comércio, teve a preocupação de proteger os
consumidores da sedução eventualmente perigosa do pagamento a prestações por parte
da máquina publicitária de alguns vendedores, artigo 289.º, nº 3. Ex vi art. 433.º do c.c.
Falta de pagamento, Art. 934.º. Estamos perante disposição legal que derroga o regime
consagrado nos artigos 781.º e 801.º, nº 2 do c.c, nos termos dos quais a falta de
cumprimento de uma das prestações implica a perda do benefício do prazo quanto às
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restantes; e o vendedor (credor) pode, independentemente de indemnização, resolver o
contrato.
No entanto, para este regime especial: Não há resolução e não perda do benefício do
prazo em relação às prestações seguintes, se aplique são necessários os seguintes
requisitos:
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