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PROF. CAMPANELLI
1.º BIMESTRE vários.
O sujeito ativo ou credor pode ser um ou
1ª) Possibilidade: A prestação tem que Vínculo: Elemento imaterial da obrigação que sujeita o
ser possível. A regra é a possibilidade. A devedor a determinada prestação em favor do
impossibilidade é a exceção. credor.Ex: Se eu não pagar a prestação estou
Quando se dá a impossibilidade da sujeito à multa.
prestação:
Três teorias tentam explicar o vínculo:
Pode ser física: É impossível fisicamente a
execução da prestação. Ex: trazer o oceano para 1) Teoria Monista: Sustenta a existência de um
Londrina; ir e voltar à lua em 1 minuto. Na física a único vínculo ligando o devedor ao credor.
coisa existe, mas é impossível a execução da
prestação. 2) Teoria Dualista: Há dois vínculos. O primeiro
1) Impossibilidade material: A matéria não vínculo: Dever de prestar. Tem o devedor um
existe. Entregar um fantasma, um centauro, dever de prestar. O segundo vínculo: A
uma sereia, um lobisomem. Na impossibilidade autorização para exigir. O credor tem a
material a coisa não existe. autorização para exigir o cumprimento da
2) Impossibilidade legal ou obrigação.
jurídica: A lei proíbe aquela
prática, aquela abstenção ou
aquela entrega. A venda ou 3) Teoria Eclética ou Mista: O débito e a
cessão de herança de pessoa obrigação são essenciais. Reúnem-se e
viva (art. 426 CC); bens completam-se. O devedor tem que prestar,
públicos (art. 100 CC) mas há casos de responsabilidade sem débito.
2ª) Característica: A prestação tem que ser O vínculo pode ser: Civil: +
determinada ou determinável. ação + sanção
Natura
3ª) Característica: A patrimonialidade. Traz l: + ação - sanção
ínsita, é inerente a patrimonialidade. Moral:
dever de consciência
4ª) Característica: A licitude. Antes de a prestação ser
juridicamente possível, deve ser moralmente No vínculo civil, obrigação jurídica
possível. A prestação deve obediência à moral, aos propriamente dita, o credor dispõe de meios para
bons costumes. exigir o cumprimento da obrigação pelo devedor, e o
devedor inadimplente fica sujeito a sanção.
(penalidades/cláusula penal/juros). Teoria Clássica: Indica as seguintes fontes:
Conceito: É aquela em que o devedor, por ser Frutos percebidos: São aqueles já destacados da
titular de um direito sobre a coisa, fica sujeito a coisa que o gerou, seja por força da natureza, por
determinada prestação que não derivou da sua força humana ou por força mecânica.
vontade, mas do fato de ser titular da coisa. Ex: O
proprietário de veículo paga IPVA; o proprietário de A quem pertencem os frutos pendentes. Ao
imóvel paga IPTU; o proprietário de imóvel em comprador ou ao vendedor? (nada foi especificado
condomínio paga o condomínio. no contrato).
(O condomínio e o IPTU não são obrigação do Os frutos pendentes pertencem ao comprador e os
inquilino – podem ser cobrados se o contrato assim frutos percebidos ao vendedor. (art. 237 § 2 CC)
o determinar).
Pelas vantagens que a coisa gerar o vendedor pode
Características: pedir aumento de preço? Ex: a vaca estava prenha
e o vendedor não sabia, pode pedir aumento?
1) O vínculo decorre da titularidade sobre a coisa e Vendeu a vaca. Não vendeu o bezerro. Pode pedir
não da vontade. Ex: O fato de ser proprietário é que aumento de preço até a tradição.
o faz devedor.
2) O abandono da coisa libera o devedor da dívida. Ex: Se o vendedor realizou benfeitorias necessárias ou
A coisa é resgatada, mas eu não contratei esse úteis o comprador tem que ressarcir. Se não
resgate. Posso abandonar. ressarcir pode desfazer o negócio. (art. 237 CC).
Até a tradição.
Obrigação de Dar
Concentração: Significa a escolha da prestação. A
Conceito: É aquela que tem por objeto mediato concentração em regra cabe ao devedor. Na omissão
uma coisa que pode ser certa ou determinada (art do contrato cabe ao devedor.
233 a 242) ou incerta (art 243 a 246) cuja execução
se dá pela tradição. 2) Obrigação de restituir: Na obrigação de restituir o
devedor devolve a coisa móvel ou imóvel
Modalidades: temporariamente em seu poder (art. 238 a 242 CC).
Cataratas do Iguaçu. – Economicamente
Aquele que recebe a coisa em depósito não tem a impossível: quando o valor gasto para resgatar a
obrigação de restituir? Se você deixa o carro no coisa é superior ao valor da coisa.
estacionamento o dono do estacionamento tem
obrigação de restituir. – Você entrega a casa ao 4) Quando a coisa se torna indisponível: Não pode
inquilino que tem obrigação de restituir. Não há mais ser objeto de comércio. Vendi a casa, mas ela
interesse de transferir o domínio da coisa. Só usufrua foi desapropriada, tornou-se indisponível.
a coisa temporariamente.
3) Obrigação de contribuir: O condômino tem a 5) Confusão: A coisa se mistura a outra de tal modo
obrigação de contribuir com as despesas do que não pode mais ser destacada, identificada,
condomínio. (art. 1688 CC). individualizada. Ex: água mineral com gás cai na
piscina, mistura-se à água da piscina. – Quando na
4) Obrigações pecuniárias: São aquelas que devem mesma pessoa reúnem-se as qualidades de devedor
ser solvidas em moeda corrente. (em dinheiro). e de credor. Ex: O único filho devia para o pai. O pai
falece e o filho passa a ter a qualidade de devedor e
5) Obrigação de dar coisa incerta: A coisa é fixada de credor. O filho que deve ao pai e acaba herdando
pelo menos pela quantidade e pelo gênero. Ex: Um a herança. – O noivo devia para a noiva – casaram-se
cavalo; 10 Kg de arroz; um pássaro; um telefone; 60 sob o regime de comunhão universal de bens. Agora
Kg de soja. Porque a coisa ainda não está não deve mais, o patrimônio passa a ser um só.
determinada. (art. 243 CC).
O que é deterioração?
A concentração no caso de dar coisa incerta cabe ao
devedor, salvo convenção em contrário. Ex: Eu vendi A coisa se deteriorou. É a perda parcial. Perdeu parte
para você um cavalo. Eu escolho o cavalo. de suas qualidades essenciais. Ex: carro com farol
quebrado; assento manchado.
Com a concentração, a obrigação que era de dar
coisa incerta passou a ser de dar coisa certa. As conseqüências da perda e da deterioração nas
obrigações de dar:
Princípio da Qualidade Média: É aquele pelo qual o
devedor não é obrigado a entregar a coisa de melhor Conseqüências da perda na obrigação de dar
qualidade e nem pode impor a de pior. A coisa certa:
concentração se dá em coisa de qualidade média.
(art. 244 II Parte). 1) Perda sem culpa: Resolve-se a obrigação (art. 234 –
I Parte). Ex: eu fiquei de lhes entregar o cavalo, mas
Hipóteses de Perda e deterioração com suas antes da tradição o cavalo morreu picado por uma
conseqüências nas Obrigações de Dar e cobra, ou atingido por um raio. As partes retornam ao
Obrigações de Fazer: status quo. O dinheiro que você já me deu eu lhe
devolvo. – Com ou sem correção monetária? – Com
Quando a obrigação se tornou inexeqüível? correção monetária – A correção monetária não é
pena – é mera reposição do valor monetário da
Hipóteses de Perda: moeda. – Com ou sem juros? Sem juros – Porque
juro é pena e eu não tive culpa.
1) Desaparecimento total da coisa: Ex: Não posso
mais entregar o carro porque foi roubado. (Não estou 2) Perda com culpa: O devedor responde pelo
discutindo se houve culpa ou não). – Oxigênio preso equivalente mais perdas e danos (art. 234 II Parte).
tem valor – disperso perde o valor. – Gases – presos Ex: bateu o carro – matou o cavalo. Devolvo o
têm valor – soltos – perdem valor. dinheiro, mais correção monetária, juros e multa. –
Equivalente + PD (perdas e danos).
2) Quando a coisa perde suas qualidades essenciais
que nortearam a contratação: Ex: Adquiriu um touro
reprodutor. Não vai aceitar o mesmo touro castrado. – 3) Deterioração sem culpa: O carro que vendi estava
pilha gasta – motor que não tem força – perdeu sua estacionado e bateram. Opção do CREDOR DA
qualidade essencial. ENTREGA DO CARRO.
a) Resolve a obrigação;
3) Quando a coisa se torna inatingível: Não é mais b) Aceita a coisa deteriorada, abatido o valor da
passível de ser alcançada. Insusceptível de deterioração.
recuperação. Fisicamente não pode ser resgatada. E se o credor aceita ficar com o carro mas sustenta
Ex: Deixar cair seu anel no oceano, ou algo cai de um que o valor da deterioração é de R$ 3.000,00 e o
helicóptero sobre a Selva Amazônica ou algo cai nas
devedor sustenta que é de R$ 2.000,00. O credor O compromisso tem que ser lícito e possível. Não é
continua com as suas opções (art. 235 CC). obrigação a de fazer o compromisso de matar a freira,
ou de enforcar o padre, etc.
4) Deterioração com culpa:(art. 236 CC): Eu estava
vindo entregar o carro e bati o carro. Opções do Material: fabricar uma porta, um boné, etc.
CREDOR: Imaterial: cantar, lecionar, etc.
a) Resolve a obrigação mais PD Locar um imóvel também é uma obrigação de fazer.
b) Aceita a coisa deteriorada mais PD Esse ato de fazer positivo pode ser satisfeito pelo
Digamos que hoje o credor optou pela solução A – devedor ou por terceiro em favor do credor ou de
depois, no dia seguinte mudou de idéia e optou pela terceiro.
B. Pode? NÃO.
Você era credor de uma prestação alternativa – Espécies da Obrigação de Fazer:
quando você fez a opção você concentrou – não tem
mais a outra opção. 1) Obrigação de fazer infungível: É aquela que leva
E se o devedor aceitar a mudança de opção do em conta as qualidades pessoais do devedor. A
credor? Não haverá problema nesse caso. prestação só por ele deve ser executada, se levaram
em conta suas qualidades pessoais. O devedor é
Perda na Obrigação de Restituir Coisa Certa insubstituível.
2) Obrigação de fazer fungível: O devedor pode ser
1) Perda sem culpa: (art. 238 CC): O inquilino tem substituído. Não se levaram em conta as qualidades
obrigação de restituir o imóvel alugado. O depositário pessoais do devedor.
tem obrigação de restituir a coisa. – Resolve-se a
obrigação, ressalvados os direitos até a perda. Exemplos:
Inquilino – a casa pegou fogo – inundação. Locou o
carro – foi roubado. O credor, proprietário da casa, 1)Obrigação de fazer infungível: Se o professor
tem direito de receber o aluguel até o dia da perda. contratar a banda U2 para a festa de formatura dos
Se pagou adiantado terá direito à restituição dos dias alunos de Direito da turma 4000, a mesma não
que pagou a mais. poderá ser substituída pelo cantor Reginaldo Rossi.
O empregado assume obrigação de fazer de natureza
2) Perda com culpa: (art 239 CC): Responde pelo infungível. Se contratei uma doméstica e ela não pode
equivalente mais PD. vir trabalhar hoje, não poderá mandar seu vizinho no
lugar dela.
3) Deterioração sem culpa: (art. 240 CC I Parte): Se contratarmos a Seleção Brasileira para jogar aqui
Queimou uma porta, queimou o assoalho – restituo a em Londrina, não iremos aceitar que venha em seu
coisa simplesmente. lugar o time do Nacional de Rolândia.
Se o contrato é omisso, não esclarece que se levaram
4) Deterioração com culpa: (art.240 CC II Parte): em conta as qualidades pessoais. Não precisa
Restitui o equivalente mais PD. constar no contrato para que a obrigação seja
infungível. A análise feita pelo intérprete levará a essa
Perda e deterioração nas Obrigações de Dar Coisa conclusão.
Incerta:
O marceneiro que se compromete a fazer os móveis
Eu me comprometi a lhe dar um cavalo. Morreu de sua cozinha assume a obrigação de fazer ou de
aquele cavalo. Dá outro. Não é o cavalo certo. Não há dar. De FAZER. O objetivo principal é a confecção. O
perda, salvo quando o gênero é limitado. ato de entregar não é o mais importante.
Comprometi-me a entregar um quadro do pintor Sato.
Ele só pintou dois quadros. Um não está à venda e o Inadimplemento na Obrigação de Fazer:
outro se perdeu. Desaparecimento de todas as
espécies. 1) Impossibilidade da prestação:
Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer (art. a) Impossibilidade sem culpa do devedor: (art. 248 I
247 a 249 CC) Parte). A impossibilidade tem que ser permanente e
irremovível. Eu ia construir num terreno, mas a lei
Conceito: Obrigação de fazer é a que vincula o municipal hoje proíbe. Solução: Resolve-se a
devedor à prestação de um serviço ou ato positivo obrigação. As partes retornam ao status quo.
material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício
do credor ou de terceiros. b) Impossibilidade com culpa do devedor: (art. 248 II
Parte) O devedor responde com perdas e danos. Ex:
O material único que seria utilizado ele danificou.
Solução: Vai responder por perdas e danos.
1) Comporta execução específica (in natura)
2) Recusa injustificada do devedor: 2) Em regra não é admitida a execução específica.
b1) Pedir a execução pelo devedor ou por terceiro às Conceito: É aquela em que o devedor assume o
custas do devedor, mais astreintes, mais perdas e compromisso de se abster de algum ato, que poderia
danos; praticar livremente se não tivesse se obrigado para
b2) Perdas e danos; atender interesse seu ou de terceiro.
b3) Peço ao juiz que designe um terceiro a executar o
serviço às custas do devedor. Não poderá ser cláusula abusiva e ilegal como, por
exemplo: Não se casar, não se separar, não sair de
Ex: Contratei com um primeiro marceneiro para fazer casa por seis anos. É ilegal quando implica
as carteiras da minha escola por R$ 10.000,00 e ele cerceamento de direito de liberdade.
não executou.(já paguei) Ex: Comprometeu-se a não construir em determinado
O orçamento de um terceiro ficou em R$ 12.000,00. terreno.
Contrato com o terceiro pago os R$ 12.000,00 O inadimplemento se dá com a prática do ato a que
contratados e depois cobro do que não executou a se deveria abster.
prestação. Ele vai pagar os R$ 12.000,00, mais PD,
mais astreintes. Conseqüências da Prática:
Era uma escola, fiquei 60 dias sem aulas, sem poder
cobrar mensalidades, e perdendo alunos. A impossibilidade da abstenção: O devedor
Vai apresentar ao juiz os orçamentos. Nas hipóteses comprometeu-se se abster, mas praticou o ato.
de urgência, o devedor pode por sua conta e risco
indicar o terceiro (Art. 249 § único). 1) Impossibilidade de abstenção sem culpa (Art. 250
CC): Resolve-se a obrigação. Ele não deveria ter
Astreintes: É uma pena de caráter pecuniário que praticado o ato. Praticou porque foi forçado (coagido).
tem por objetivo compelir (forçar) o devedor a Ex: Eu me comprometi a não deixar que pessoas
satisfazer a obrigação de fazer ou de não fazer.(multa passassem nesta propriedade, mas fui obrigado a
diária) permitir mediante ordem judicial. Eu me comprometi a
não revelar segredo industrial da empresa. Revelei
Principais Diferenças entre as Obrigações de Dar sob coação. Solução: Resolve-se a obrigação.
e as Obrigações de Fazer:
2) Praticar o ato com culpa (Art. 251 CC):
1)Obrigação de Dar Desfazimento, mais astreintes, mais perdas e danos.
2)Obrigação de Fazer Ex: Muro construído na frente da porta do hotel em
Londrina (Prof. Chutou os tijolos); Janela para prédio
1) Tem por objetivo a entrega de uma coisa para na Av. São Paulo (decisão demorou 11 anos – já nem
transferência do domínio. havia mais a janela).
2) Tem por objetivo a realização de um ato ou a
confecção de uma coisa. Existem hipóteses nas quais o desfazimento é
impossível. Ex: Comprometeu-se a não revelar o
1) Requer tradição (entrega da coisa) segredo industrial, mas revelou. Comprometeu-se a
2) Não requer tradição não publicar as fotos, mas publicou. Solução: Perdas
e danos (art. 251)
1) O devedor está em plano secundário
2) O devedor pode ser essencial.
Obrigações Alternativas
1) Raramente se anula por erro sobre a pessoa do Obrigações Simples
devedor Obrigações Cumulativas
2) Pode ser anulado Obrigações Facultativas (art. 252 a 256)
Obrigação Alternativa: Conceito: É a que contém Princípio da Qualidade Média: Aplica-se este
duas ou mais prestações com objetos distintos, da princípio às obrigações alternativas? SIM.
qual o devedor se libera com o adimplemento de
uma só delas, mediante escolha sua, ou do credor Primeiro tem que concentrar. A obrigação
ou de terceiro ou do juiz ou por sorteio. (Apresenta persiste, mas não mais alternativa. Obrigação de
multiplicidade de prestações. Ex: pagar R$ dar. Coisa certa ou incerta? Sendo coisa incerta vai
200.000,00 ou entregar aquele automóvel). aplicar-se o princípio da qualidade média.
Considerar-se-á cumprida a obrigação se o devedor
satisfizer uma só das prestações. Conseqüência da impossibilidade e da
inexeqüibilidade das prestações:
Características:
1) Impossibilidade física: Duas prestações
1) Multiplicidade de prestações alternativas. Uma entregar um touro, outra,
2) Exoneração do devedor pela satisfação de entregar um fantasma. Se ocorrer a
uma só delas. Essas prestações podem impossibilidade física (material), temos a
ser de dar ou de fazer ou de não fazer. concentração automática. A obrigação não
será alternativa, será simples.
Concentração: Escolha da prestação.
2) Impossibilidade jurídica: Duas
A quem cabe proceder à escolha da prestação? prestações. Se uma delas for impossível
A concentração na omissão do contrato caberá juridicamente. Ex: Entregar um touro ou
ao devedor. matar o professor. Se a impossibilidade for
A concentração também pode ser feita pelo jurídica, a obrigação toda será nula (isso
credor quando assim dispuser o contrato ou não está escrito no artigo 253 – doutrina) O
quando o devedor não proceder a concentração art. 253 trata da impossibilidade física ou
uma vez notificado (intimado). material.
As partes podem também determinar que a
concentração caberá a terceiro ou a terceiros. Impossibilidade com culpa ou sem culpa de
Se o terceiro não concentrar, ou houver ambas as prestações:
divergência entre os terceiros não solucionada
pelas partes, a concentração passará a ser do 1) Sem culpa do devedor: 2 prestações
juiz. alternativas. Impossível a 1, entrego a 2.
Ao professor não parece correto, pois cabe ao (art 253);
juiz interpretar a vontade das partes e não 2) Sem culpa do devedor: Impossíveis 1 e 2.
contratar por elas. Resolve-se a obrigação. (art. 256);
Artigo 817 CC – A concentração também 3) Com culpa do devedor: Escolha do
poderá ser por sorteio (Ex: quando envolve devedor ou de terceiro: Impossível 1,
bens móveis a serem partilhados pela família). entrega o 2.
4) Com culpa do devedor: Escolha do
Obrigação Alternativa, também denominada devedor ou de terceiro. Impossíveis 1 e 2 .
Obrigação com prestações alternativas. Esta Perdas e danos sobre o último que se
espécie de obrigação se sujeita ao princípio da perdeu. (art. 254)
indivisibilidade (art. 252 §1º) – O credor só 5) Com culpa do devedor: Escolha do
poderá exigir uma das prestações. Só não se credor. Impossível 1 ou 2: Escolho a
aplicará este princípio quando as prestações prestação que se perdeu mais perdas e
vencerem periodicamente. (art. 252 § 2º). danos ou a prestação remanescente sem
Ex: A cada ano o Sr. me entregará uma de perdas e danos. O credor exige a
suas lavouras, ou de soja, ou de trigo. Posso prestação remanescente ou o valor da que
num ano escolher soja, outro ano escolher ser perdeu mais perdas e danos (art 255 1ª
trigo. parte).
6) Com culpa do devedor: Escolha do
Outro princípio da obrigação alternativa é o credor: Impossíveis 1 e 2. Perdas e danos
princípio da irretratabilidade. Procedida a sobre um ou sobre outro. (art 255 2ª parte).
concentração não se poderá retratar para a escolha
de outra, salvo se forem prestações periódicas. Obrigações Simples
(252§2º).
Conceito: É aquela cuja prestação recai somente
A obrigação alternativa perde a qualidade de sobre uma coisa ou sobre um ato, liberando-se o
alternativa quando ocorre a concentração. devedor quando a cumprir. Ex: Comprometeu-se a
entregar um livro ou um caderno.
inexeqüibilidade for da prestação
Obrigações Cumulativas: (Composta) alternativa, persiste a obrigação.
7) Cessa a indivisibilidade quando a Todo devedor solidário que paga tem direito
prestação se converte em perdas e danos. regressivo contra os demais?
(art. 263). Se a culpa for de todos os Não, se pagar dívida que só a você interessa.
devedores, todos responderão por partes Ex: inquilino/fiador.
iguais. (art. 263 § 1º). Culpa só de um. Só
o culpado responde por perdas e danos. ( Fiador é devedor solidário? Não. Só é co-
art. 263 § 2º). (234) responsável – somente será solidário se
renunciar o benefício de ordem.
8) Insolvência do devedor: Obrigação
divisível: O credor só perde a quota parte Artigos sobre solidariedade:
do insolvente. Obrigação indivisível: O
credor pode exigir a prestação por inteiro Art. 585 – Se duas ou mais pessoas forem
dos demais, salvo se retardar simultaneamente comodatárias de uma
injustificadamente a cobrança. Insolvência coisa, ficarão solidariamente responsáveis
do devedor: indivisível – o credor pode para com o comodante.
demandar de cada um dos devedores,
salvo se retardar injustificadamente a Art. 680 – Se o mandato for outorgado por
cobrança. duas ou mais pessoas, e para negócio
comum, cada uma ficará solidariamente
responsável ao mandatário por todos os
compromissos e efeitos do mandato, salvo
direito regressivo, pelas quantias que pagar,
contra os outros mandantes.
Conceito: É aquela cuja existência depende da Conceito: É negócio jurídico pelo qual o credor
obrigação principal. Tem que existir uma obrigação (cedente) de uma obrigação a transfere a outrem
principal. (cessionário) independentemente da vontade do
devedor.
-Ex: Contrato de Compra e Venda – Obrigação
Principal; Pagar Juros – Obrigação Acessória. - Ex: Professor é credor da turma. Cede seu crédito,
independentemente do nosso consentimento, a um
Aval terceiro.
Fiança
Garantia Real Requisitos:
1. Capacidade especial para atos de alienação 1. Transferência da relação jurídica
(para vender; para transferir; para alienar o crédito). 2. O cedente responde pela existência do crédito
Ex: Pode o marido vender um imóvel sem a cedido ao tempo da cessão (Art. 295, CC), mas não
anuência da esposa? Não. responde pela solvência (pela liquidação) da dívida,
2. Objeto: (Art. 286 CC) O que pode ser objeto da salvo estipulação em contrário. (Art. 296, CC). Ex: O
cessão de crédito? Nem todos os direitos. Nem Prof. Campanelli vai garantir ao Prof. Diniz a
todos os créditos são passíveis de cessão. Existem existência do seu crédito, não que nós iremos lhe
direitos que são inalienáveis: Os direitos de pagar.
personalidade – nome, maternidade, paternidade, - Garantias Subsidiárias – Se o cedente garantir,
crédito, alimentício. Ex: O Prof. Campanelli tem também, a liquidação, ele será Devedor Subsidiário,
direito junto a nós de receber uma casa. Cede o ou seja, responderá subsidiariamente pela dívida –
crédito ao Prof. Eduardo e como ele vai pagar em NÃO SERÁ DEVEDOR SOLIDÁRIO.
parcelas, proíbe de cedê-la a terceiros enquanto 3. O crédito penhorado não mais pode ser cedido
não pagar todas as parcelas. Devedor e credor pelo credor ciente da penhora, mas se o devedor
proíbem a cessão de crédito, mas a lei também não ciente, pagar ao novo credor estará quites
pode proibir. As indenizações decorrentes de (eximido). Ex: O Prof. Campanelli não tem mais
acidente de trabalho não podem ser cedidas. nada de seu, além de um crédito de R$ 1.000,00
3. Forma: O contrato de cessão de crédito não é um com a turma 4000. Um credor seu pede ao juiz a
contrato formal, não exige forma. A cessão de penhora desse crédito. O credor deverá notificar ao
crédito não precisa ser solene. Pode ser verbal ou Professor para que este não ceda seu crédito, de
pode ser feito numa folha de papel. Quando tiver boa-fé, a outro credor. O credor deverá, também,
por objeto a transferência de imóveis será celebrado notificar à turma 4000 para que não pague mais ao
por meio de escritura pública e levada a registro Professor e sim a ele.
público. O contrato particular não precisa de registro
público. O endosso de um cheque é uma cessão de ASSUNÇÃO DE DÍVIDA:
crédito. Não é necessária a anuência do devedor.
Conceito: É o negócio pelo qual o devedor transfere
Notificação do devedor: para terceiro sua posição na relação jurídica, que o
- Qual a razão de se formalizar a Cessão de substitui mediante o consentimento expresso ou
Crédito?- Para dar conhecimento público. tácito do credor. (Art. 292 a 303).
Finalidades: Na assunção de dívidas transfere a sua posição na
1. Ligar o devedor à nova relação para que não mesma obrigação a um novo devedor que o
mais pague ao antigo credor (cedente) – Art. 292, substitui mediante consentimento do credor.
CC –, pois, se não cientificado poderá pagar ao Assume posição na mesma dívida. O consentimento
antigo credor. Ex: Se eu não sei que o Prof. pode ser verbal ou escrito (expresso).
Campanelli transferiu o seu crédito a terceiro posso Quando o credor aceita receber de outro devedor
pagar a ele. Paguei bem ou mal? Paguei bem reiteradamente (tácita). Ex: contrato de gaveta, ou o
porque não tinha obrigação de saber se não fui credor ao invés de cobrar do devedor original, cobra
notificado. diversas vezes o novo devedor (subentende-se que
2. Permitir ao devedor apresentar ao cessionário as este aceitou a substituição do devedor).
mesmas defesas que poderia opor ao cedente (Art.
294, CC). O Senhor está notificando que o Prof.
Campanelli lhe transferiu o crédito. Saiba que já
pagamos, ou está prescrito, ou a obrigação é nula.
Se os devedores podem apresentar alguma defesa,
foram notificados da cessão e não apresentaram de Conseqüências Jurídicas:
pronto essa defesa ao serem notificados, não
poderão apresentá-la posteriormente, (Art. 294, O devedor primitivo (antigo) permanecerá vinculado
CC). O silêncio equivale a anuência. Ex: O crédito se o terceiro for insolvente ao tempo da assunção e
vencerá em julho de 2006. Em maio de 2005 foi o credor ignorar. Não há necessidade de má fé do
feita a cessão. O devedor foi notificado e, na época, devedor primitivo. A responsabilidade do devedor
não apresentou defesa. Não poderá fazê-lo quando primitivo permanecerá se este estado for
do vencimento do crédito. Se notificado, o devedor desconhecido do credor. O devedor primitivo não
permanece silente, não pode posteriormente querer será devedor solidário, mas devedor subsidiário,
se defender. O silêncio equivale à anuência. se o novo devedor insolvente não pagar então
Dispensa-se a notificação do devedor quando o estarei obrigado a pagar. Não é devedor solidário o
devedor já tem ciência. (Art. 290, CC). devedor primitivo.
O novo devedor não pode opor as exceções É importante distinguir terceiro interessado de
pessoais que competiam ao primitivo (Art. 312). terceiro não interessado. Quando um terceiro
Comprei o anel de vocês, o anel era falso, quem interessado substitui o credor, sub-roga-se no direito
tem que alegar; sou eu. Ele foi coagido, eu não. do credor. Avalista que paga o aluguel, vai se voltar
contra o inquilino. Quando é terceiro não
interessado só terá direito ao reembolso do que
As defesas pessoais do primitivo devedor não pagou (Art. 305). Se pagar antes do vencimento não
podem ser argüidas pelo novo (Art. 302). poderá cobrar senão no vencimento.
Lugar do Pagamento:
Onde deve ser feito o pagamento.
Dívida Querable (Quesíveis) e Dívida Portable
******O PAGAMENTO DEVE SER FEITO NO (Portáveis)
DOMICÍLIO ATUAL DO DEVEDOR******
- Dívidas Querables ou Quesíveis: São aquelas cujo
Regra Geral: pagamento é buscado pelo credor no domicílio atual
É o domicílio do devedor ao tempo da execução e do devedor. É a regra. Ex: Aluguel, Nota
não da contratação. Promissória (duplicata). Cabe ao credor ir buscar o
O pagamento deve ser feito ao devedor no seu pagamento no domicílio ATUAL do devedor.
domicílio ao tempo da execução. (Art. 327, CC).
2. Bens Hipotecados. São os bens imóveis dados - Existem hipóteses nas quais o prazo é favorável
em garantia. ao credor.
- O devedor pode complementar o depósito até dez 2. Constitui o credor em mora. O devedor quer
dias depois da contestação. O juiz julgará pagar, o devedor não quer receber. O credor está
procedente o pedido de pagamento em em mora. O atraso é do credor.
consignação.
-
O devedor vai ganhar a causa, mas será 3. Cessam os juros e transferem-se para o credor
condenado ao pagamento dos honorários do os riscos sobre a coisa. O risco é do credor. Ex:
advogado e das custas processuais. Paradoxos: Vendi os bois para você, vem pegar. Não veio pegar
Quem perde é quem ganha a causa. – depósito em juízo. Um boi é picado por uma cobra
e morre. Não preciso devolver o dinheiro do boi para
você.
Natureza Jurídica:
- É forma de pagamento que mantém a obrigação,
apesar da satisfação do credor antigo. Um terceiro
emprestou ao devedor para que este pagasse a sua - Estas três hipóteses não são as únicas. Eles são
dívida. Libera-se o credor primitivo. Mantém-se a meramente exemplificativas. Há outras.
dívida. É uma forma de pagamento mediante a qual
se quita a dívida perante o credor primitivo.
Efeitos da sub-rogação:
1. Liberatório: porque ele libera o antigo credor da 2. Identidade do Devedor e do Credor: Quando
relação jurídica ocorrer solidariedade passiva ou solidariedade ativa,
qualquer um deles pode fazer a imputação, pois se
considera, para fins de imputação como um só.
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO (Art. 352 a 355, 4. Prestação suficiente para pagamento de uma das
CC) dívidas. O credor não é obrigado a receber a menor.
Pode se recusar. Ex: O devedor tem uma dívida de
R$1000,00 e quer pagar apenas R$700,00.
Evicção: É a perda dos direitos sobre a coisa A anulabilidade só será reconhecida depois de
recebida por força de decisão judicial ou declarada por sentença. Dívida prescrita, dívida de
administrativa, que a atribui a terceiro. Ex: o carro jogo, (obrigação natural) pode ser objeto de
foi furtado de nós em Votuporanga?SP e achado em novação? Sim, pode. (opinião dominante). Clóvis
Londrina na mão de um pagodeiro. O delegado vai Beviláqua diz que não, mas a sua opinião é vencida.
apreender o carro. O sujeito comprou no Obrigação condicional pode ser objeto de novação?
estacionamento Havaí na Higienópolis. O carro vai Sim.
voltar para Votuporanga. E se o carro tivesse sido
oferecido em dação em pagamento? Restabelecer-
se-ia a obrigação inicial. (primitiva).
Mas se aquele que comprou presumiu que a coisa Criação de uma nova obrigação em substituição à
fosse dele? Se o devedor oferece coisa sobre a qual anterior, que se extinguiu. Cria-se uma nova
o credor venha a ser evicto responde por multa ou obrigação em substituição à anterior. E se a nova
não? A doutrina sustenta que ele está eximido de obrigação for nula? Novação não há. Continua
juros e multa. Somente com correção monetária, a sendo a antiga. (não volta a antiga – continua sendo
qual é mera reposição do valor aquisitivo da moeda. a antiga). Se a obrigação anterior fosse pura e
simples. Vocês devem R$ 10.000,00 e a nova for
Na dação em pagamento também há hipóteses de condicional (subordinada a um evento futuro e
fraude (nulidade): incerto) Ex: Se o Brasil vencer a Argentina amanhã.
Só se considerará extinta a primeira cm o
implemento da condição da nova obrigação.
Efetuada por ascendente a descendente sem o
consentimento dos demais descendentes;
A operada, ocorrida, efetuada, no período suspeito Para que a parte possa novar ela tem que ter
da falência. O juiz quando decreta a falência ele capacidade especial para contrair obrigações.
estabelece um período anterior onde as operações
feitas são consideradas suspeitas.
Pesquisa:
EFEITOS DA NOVAÇÃO:
Se houver cláusula no contrato primitivo
estabelecendo que o fiador continuará vinculado no
caso de novação. O avalista estará liberado porque
não participou da novação (Art. 366, CC)?
Quanto à obrigação extinta: Cessam-se os juros;
A insolvência do Art. 363, CC é ao tempo do
Extinção das garantias e dos acessórios; salvo vencimento ou da novação? Ex: O Bruno pensava
estipulação em contrário (Art. 364, CC). Não que André era bom e era, mas à época do
mencionou, as garantias estão extintas. Ex: Bruno e vencimento estava ruim.
Professor Campanelli têm um negócio. Quem deu o
imóvel em garantia foi o André. De nada adianta COMPENSAÇÃO:
colocar cláusula no contrato se não vier o André e
disser no contrato que aceita. Só permanecerão O instituto da Compensação é tratado nos artigos
vinculadas as garantias dadas por terceiro se o 368 a 380, CC.
terceiro participar da novação;
CONCEITO:
- É meio especial de extinção das obrigações até
onde se equivalem, entre pessoas que são ao
Desaparecimento da mora; mesmo tempo, devedoras e credoras recíprocas.
São, portanto, devedoras e credoras recíprocas. fixado – já está liquidada).
- Ex: Você deve para Paulo R$ 1.000,00 e Paulo - Ex: Quando você bate o carro, não sabe ainda o
deve para você R$ 700,0. Vamos Podem qual será o valor do conserto. Nesse caso o valor
compensar as obrigações até onde se equivalerem. não é líquido, ou seja, enquanto não se fizer o
levantamento dos custos do conserto a dívida será
ilíquida e, portanto, não é possível fazer a
compensação.
NATUREZA JURÍDICA:
- É meio indireto de pagamento. É pagamento até
onde se compensam.
2. Fungibilidade dos Débitos (Art. 369, CC): Não é
possível fazer a compensação com bens
infungíveis.
- Ex: Eu lhes devo este relógio. Eu lhes devo este
ESPÉCIES DE COMPENSAÇÃO: livro. São infungíveis.
- Ex: Eu lhes devo R$500,00. É fungível.
1. Compensação Judicial: É aquela determinada por
decisão judicial mediante prévio requerimento da
parte. Diz-se, portanto, que a compensação é
judicial porque ela se opera por força de
determinação judicial, mas o juiz não pode fazê-la 3. Identidade de Qualidade das Dívidas (Art. 370,
ex officio, depende do requerimento da parte CC).
interessada. O momento oportuno é o da - Ex: Vocês me devem café tipo A; Vocês me devem
contestação. café tipo B. As dívidas não são de coisas iguais.
- Ex: Vocês devem para Paulo R$ 1.000,00. Paulo São coisas distintas. A qualidade não é idêntica.
entra em juízo para cobrar os R$ 1.000,00. Paulo
lhes deve R$ 700,00. Cabe-lhes, no momento da
contestação solicitar ao juiz a compensação, que
não se fará ex officio, dependerá de requerimento. 4. Reciprocidade de débitos (Art. 368, CC): C deve
para D e D deve para C. Reciprocidade de débitos
2. Compensação Convencional: Diz-se que a entre duas pessoas. Compensação exige o requisito
compensação é convencional porque resulta de da reciprocidade entre duas pessoas que são, ao
acordo entre as partes. As partes convencionaram mesmo tempo, devedoras e credoras.
proceder à compensação. Se as partes já
convencionaram não são necessários os requisitos
exigidos nos procedimentos da compensação legal.
- Ex: Vocês devem para Paulo um coelho e Paulo
deve para vocês um curió. Não dá para fazer a CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS:
compensação. No entanto, se as partes quiserem,
podem convencionar qualquer coisa. - O Terceiro Não Interessado poderá pagar se o
fizer em nome e por conta do devedor (Art. 304 PU,
CC), porém não poderá compensar essa dívida com
a que o credor lhe dever (Art. 376, CC).
CONFUSÃO (Art. 381 a 384, CC): REMISSÃO DE DÍVIDAS. (Art. 385 a 388, CC).
CONCEITO:
CONCEITO: - É a liberação graciosa do devedor pelo credor,
- É a reunião em uma única pessoa das qualidades mediante a vontade de ambos e sem prejuízo de
de credor e de devedor, por ato inter vivos ou mortis terceiro. A remissão é o perdão de dívidas.
causa, numa mesma relação jurídica que se
extingue. Aquele que era devedor passa a ser
também credor.
Ex: O noivo deve para noiva e depois com ela se NATUREZA JURÍDICA:
casa sob o regime de comunhão universal de bens; - Negócio jurídico bilateral e consensual (na nossa
Um herdeiro universal (único herdeiro) deve para o Legislação). Não basta apenas o credor querer
pai. Com a morte do pai ele herda todo o patrimônio perdoar. O devedor deve consentir. Caso não
deixado. consinta pode então depositar em consignação.
Requisitos:
ESPÉCIES DE MORA.
Subsidiariedade.
- A Cláusula Penal tem característica de 2. Clausula Penal # Arras. Clausula Penal é exigida
subsidiariedade porque ela é um benefício em favor após o inadimplemento. As Arras são pagas por
do credor. O credor deve escolher a obrigação antecipação, são um sinal, (Art. 417, CC). A
principal ou a Cláusula Penal. É uma alternativa. Clausula Penal visa beneficiar o credor. As Arras
- Só nas hipóteses de inadimplemento absoluto, beneficiam o devedor (Se houver Clausula de
quando a obrigação não dá mais para ser cumprida, Arrependimento ele não precisa cumprir o contrato,
quando não interessa mais ao credor. somente perderá o sinal). A Clausula Penal pode
- Ex: O inquilino deve Aluguéis. O credor escolhe a ser reduzida pelo juiz. As arras não podem ser
Cláusula ou os Aluguéis. reduzidas pelo juiz. A Clausula Penal tem limites
- A Cláusula Penal é um benefício para o credor. legais inferiores a 100%. As Arras podem ser
estipuladas até 100 % e não há limites legais. A
Clausula Penal é de natureza consensual (basta a
contratação, a convergência de vontade). As arras
têm natureza real (consenso + entrega).
Espécies de Clausulas.
1. Compensatória (Art. 410, CC). Incide na hipótese 3. Clausula Penal # Juros. A Clausula Penal é uma
de inadimplemento absoluto. Exige Clausula Penal pena que resulta do inadimplemento. Os Juros são
ou Obrigação Principal. Não admite a retratação. A frutos civis pelo uso da coisa e podem ser exigidos
escolha é irretratável. cumulativamente, (Art. 404, CC).
contrato. Não pode dizer que entregará as arras em
15 dias.
3.º BIMESTRE Ex: Compra e venda de um carro. R$ 20.000,00 –
combinaram as arras – não entregaram as arras.
Existe o negócio principal? EXISTE. Não existem as
AULA 1 arras.
DAS ARRAS OU SINAL Consensual – basta a vontade.
Art. 417 - 420 Código Civil Real – tem que haver o depósito.
Art. 932. São também responsáveis pela É toda a violação de um dever jurídico
reparação civil: (contratual / extracontratual) proveniente de fato
intencional ou negligência, imprudência e imperícia.
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem Quando se fala em culpa temos:
sob sua autoridade e em sua companhia;II - o
tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, A) Culpa stricto sensu: Negligência,
que se acharem nas mesmas condições; III - o imprudência ou imperícia.
empregador ou comitente, por seus B) Dolo: o ânimo de violar.
empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; NATUREZA DA CULPA
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, Contratual: Violação do contrato
mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos; V - os que Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o
gratuitamente houverem participado nos devedor por perdas e danos, mais juros e
produtos do crime, até a concorrente quantia. atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V advogado.
do artigo antecedente, ainda que não haja culpa
de sua parte, responderão pelos atos praticados Extracontratual (aquiliana): É aquela que não é
pelos terceiros ali referidos. oriunda de
um contrato,
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, mas que gera
nacional ou estrangeiro, e o importador responsabiliz
respondem, independentemente da existência ação. Ex:
de culpa, pela reparação dos danos causados roubo,
aos consumidores por defeitos decorrentes de acidente de
projeto, fabricação, construção, montagem, trânsito,
fórmulas, manipulação, apresentação ou danos ao
acondicionamento de seus produtos, bem como imóvel do
por informações insuficientes ou inadequadas vizinho.
sobre sua utilização e riscos. (CODIGO DEFESA
CONSUMIDOR) Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, direito e causar dano a outrem, ainda que
independentemente da existência de culpa, pela exclusivamente moral, comete ato ilícito.
reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
dos serviços, bem como por informações I - os praticados em legítima defesa ou no
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição exercício regular de um direito reconhecido;
e riscos. (CODIGO DEFESA CONSUMIDOR) II - a deterioração ou destruição da coisa alheia,
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: É aquela que iminente.
sem culpa Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será
não há legítimo somente quando as circunstâncias o
responsabilid tornarem absolutamente necessário, não
ade. Três são excedendo os limites do indispensável para a
os remoção do perigo.
pressupostos:
Danos + Nexo
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que danos causados por seus
causar, se as pessoas por ele responsáveis não empregados
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem
de meios suficientes. Art. 936. O dono, ou detentor, do animal
ressarcirá o dano por este causado, se não
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade provar culpa da vítima ou força maior.
pessoal consistirá no pagamento das perdas e
danos que sobrevierem ao ofendido, e se este Art. 937. O dono de edifício ou construção
não puder provar prejuízo, tem aplicação o responde pelos danos que resultarem de sua
disposto no parágrafo único do artigo ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
antecedente. necessidade fosse manifesta.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da
liberdade pessoal: Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte
I - o cárcere privado; dele, responde pelo dano proveniente das
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de coisas que dele caírem ou forem lançadas em
má-fé; lugar indevido.
III - a prisão ilegal.
Se a vitima propõem demanda dentro do Artigo 934 do CC: Aquele que ressarcir o dano
prazo, não tem porque diminuir. causador por outrem pode reaver o que houver
pago daquele por quem pagou, salvo se o
CORREÇÂO MONETÁRIA – Súmula 362 do STJ causador do dano for descendente seu, absoluta
ou relativamente incapaz.
STJ Súmula nº 362 - 15/10/2008 - DJe 03/11/2008
Correção Monetária do Valor da Indenização do • Ex: Sujeito de 30 anos louco, causa
Dano Moral danos a outrem. Os pais podem cobrar
A correção monetária do valor da indenização do regressivamente dele? Não, pois não
dano moral incide desde a data do arbitramento se cobra de absolutamente ou
• A correção monetária existe desde o relativamente incapaz.
arbitramento, não após o dano,
citação, propositura. Artigo 935: a responsabilidade civil é
• Ex: arbitramento de sentença: R$ independente da criminal, não se podendo
100.000.00. O tribunal analisou um questionar mais sobre a existência do fato, ou
ano depois e estipulou R$ 70.000.00. sobre quem seja o seu autor, quando estas
Passa a ocorrer com base nesse valor. questões se acharem decididas no juízo
criminal.
HIPÓTESES DE NÃO-CABIMENTO
4. Informal mas expressa: Ela
pode até ser informal mas 1. Só cabe na responsabilidade
deve ser expressa, pode contratual, não há contrato, não
ocorrer verbalmente também. há cláusula. Não cabe na
responsabilidade aquiliana
(extracontratual).
2. Quando o devedor age com dolo
5. Renúncia a direito existente ou culpa grave.
(não futuro): A cláusula de 3. Quando atentar contra a ordem
não indenizar é renuncia a pública, moral, bons costumes e
um direito existente. Exemplo: boa fé. Art. 25 do CDC: É
Outros contratos que um dia vedada a estipulação contratual
iremos negociar não seram de cláusula que impossibilite,
influenciados por este. exonere ou atenue a obrigação
de indenizar prevista nesta e
nas Seções Anteriores.
O professor propõe vender o relógio por mil Silêncio perante a LEI: sujeito é chamado em juízo
reais agora. Amanhã eu resolvo comprar. Proposta para se manifestar e depor. Não aparece. Sinal que
sem prazo à pessoas presentes. Não vincula o aceitou
professor, pois eu não aceitei na hora. Se eu Silêncio contratual: “se houver silêncio, o contrato
respondesse imediatamente, vincularia. ser prorroga automaticamente”.
“Comerciante de sapatos recebe mercadoria que
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, não pediu. Reiteradamente aproveita essas
chegar ao conhecimento da outra parte mercadorias e se põe a vendê-las. Houve silêncio,
a retratação do proponente. portanto deve pagar ao fornecedor que as enviou.
Aceitou tacitamente."
Se o professor se retrata e esta retratação
chegar antes ou concomitantemente com a proposta Quando é considerado aceito um contrato
ao oblato (aluno), essa proposta não vincularia. por correspondência? Ex: Proponho a venda de
A oferta persiste, mesmo em face da morte um apartamento para uma pessoa em Pernambuco.
do proponente antes da aceitação do oblato. Assim Mando por correio, o sujeito recebe a proposta mas
sendo, ante o critério da obrigatoriedade da oferta, a não lê. Será que o recebimento já vincula? Ou
proposta do morto vincula os herdeiros e somente quando ele enviar a r esposta? Ou ainda
sucessores, pois permitido está ao ofertante a quando a resposta chegar até mim? As teorias
retratação de sua proposta, desde que esta chegue abaixo, explicam a situação
ao conhecimento da outra parte antes da oferta ou
simultâneamente. Ex. O Campanelli quer vender um 1) Teoria da Informação / Cognição: Por
AP para uma pessoa ausente. Ele falece. A essa teoria o contrato se conclui quando o
proposta dele vincula seus herdeiros. proponente toma conhecimento da
EXCEÇÃO: Obrigação personalíssima: A aceitação. NÃO quando chega a resposta.
Ivete Sangalo se propõe a cantar na formatura da Sõ quando a outra parte tiver
4.000. Ela morre ou fica doente. Os herdeiros dela conhecimento. CRÍTICA: é difícil
não podem aparecer na festa e cantar no lugar dela. determinar o momento do recebimento e
“poeira, levantou poeira!!” do conhecimento.
2) Teoria da recepção: Se consuma quando
C) ACEITAÇÃO: É a formulação da vontade recebida a aceitação, mesmo que não haja
concordante do oblato, feita dentro do prazo e com lei. Entende que o contrato se efetiva
adesão integral à proposta, sob pena de se quando a resposta favorável chegar,
considerar uma nova proposta. materialmente ao poder do ofertante,
Com a aceitação nasce o contrato. O mesmo que ele não leia. O importante é
oblato aceita a proposta no prazo válido, receber a carta ou o telegrama, não
integralmente. Não pode da proposta se desviar. Se importa se ele leu. São as exceções do
aceita parcialmente é como se uma nova proposta nosso Código Civil:
estivesse sendo feita pelo oblato.
Ex.: Professor propõe vender uma casa, a • Art.433. Considera-se inexistente a
vista, no valor de R$ 100 mil reais. Eu faço uma aceitação, se antes dela ou com ela
CONTRAPROPOSTA, pagar 95 mil reais a vista e o chegar ao proponente a retratação do
restante a prazo. Ele aceita. aceitante.
Ex: Empréstimo com cobrança de juros - é unilateral Contratos não solenes são os chamados informais,
e oneroso. não exigem forma estabelecida na lei.
c.) Contratos Cumulativos e aleatórios serão 3ª) Quanto ao tempo, os contratos podem ser:
estudados, quando tratar dos artigos 458 e 461 do
CC. a.) De execução instantânea - compra e
venda à vista, ( toma lá, da cá).
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer
respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de b.) De execução diferida – ( projetada/
não virem a existir um dos contratantes assuma, prorrogada) .
terá o outro direito de receber integralmente o
b. 1) Execução prorrogada no FUTURO - ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS
aqueles que serão cumpridos no futuro;
Ex: compra e venda de um terreno para pagar É contrato pelo qual uma das partes
em 30 de dezembro de 2009. (estipulante) convenciona com outra (promitente ou
devedor) certa vantagem patrimonial em proveito de
b.2) execução diferida SUCESSIVA, terceiro (beneficiário, alheio à formação do
(continuada) – aquele que é prorrogado contrato). A estipulação trata daquele caso em que
sucessivamente; se contrata em favor de terceiro.
Ex: Contrato de trabalho – é executado Ex. O pai que contrata com a seguradora
diariamente em caso de morte para que pague a
Consorcio - se paga todo o mês. indenização do seguro ao filho.
Ex. O professor Campanelli doa R$
4ª) Quanto ao modo de formação – podem ser: 4.000,00 para que a nossa turma preste
serviços à instituição filantrópica.
a.) Paritários – (igualdade) Ex. Marido que convenciona com a mulher,
b.) Por adesão - aqueles em que as cláusulas em dar os bens aos filhos.
não são discutidas em paridade.
ATENÇÃO: a estipulação não pode ser contra
5ª) Quanto a denominação – os contratos podem terceiro mas sempre em prol deste.
ser:
3) Se a prestação for personalíssima, ou seja, só o Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato
indivíduo possa cumprir. comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso máximo de 180 dias, em se tratando de bens
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. móveis; e de 1 ano, para os imóveis.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste
artigo às doações onerosas. Se a coisa já estava em poder do
adquirente na data que adquiriu, os prazos se
5) Verifica-se em contrato reduzem á metade.
comutativo. O contrato comutativo há prestações
recíprocas. § 2.º Tratando-se de venda de animais, os prazos
Se for comutativo: o carro adquirido vier de garantia por vícios ocultos serão os
com defeito oculto pode reclamar. estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta,
Se for gratuito: o Campanelli dá um celular pelos usos locais, aplicando-se o disposto no
sem bateria para a turma. Não caberá parágrafo antecedente se não houver regras
reclamação alegando vícios redibitórios. disciplinando a matéria.
Foi gratuito. Ex. Inquilino que compra o imóvel em que
este já residia como locatário. Conta-se o
6) Não existir cláusula de renúncia expressa prazo a partir da alienação, sendo esse
ou tácita. Esse requisito não se aplica às relações prazo reduzido à metade.
de consumo. Quem aliena garante, mas podem as
partes estabelecer a renúncia. Todavia não nas Há hipóteses que os defeitos não se revelam.
relações de consumo (direitos irrenunciáveis). Surgem a posteriori.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo
partir da entrega efetiva do produto ou do de trinta dias, pode o consumidor exigir,
término da execução dos serviços. alternativamente e à sua escolha:
1) Preliminarmente: conceder 30
dias para o fornecedor sanar o defeito. Por ATENÇÃO: Em todas as hipóteses, independente
convenção entre as partes poderá ser de 7 dias até de má-fé, poderá o consumidor pedir Perdas e
180 dias. Danos:
.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
.
AULA 3
03/11/2009 - alia total - não vem nada
Artigo 448 E 449. Assume o risco de a coisa nem existir e ainda
assim ter que pagar.
• Art. 448. Podem as partes, por cláusula
expressa, reforçar, diminuir ou excluir a EX: Comprei uma safra de café que não
responsabilidade pela evicção. existiu.
Seguro.
• Art. 449. Não obstante a cláusula que
exclui a garantia contra a evicção, se - Alia parcial – Tem que vir alguma coisa.
esta se der, tem direito o evicto a
receber o preço que pagou pela coisa - Alia de existência - emptio spei – 458 do CC.
evicta, se não soube do risco da Assume o risco de a coisa nem existir, e ainda
evicção, ou, dele informado, não o assim ter que pagar.
assumiu. EX: o segurado paga o prêmio, mesmo
sem receber.
A cláusula de exclusão tem que ser expressa. Não
basta apenas informar o possível risco, mas o • Art. 458. Se o contrato for aleatório, por
adquirente tem que aceitar expressamente. dizer respeito a coisas ou fatos futuros,
cujo risco de não virem a existir um dos
EX: Fazenda do Campa. Vende para nós, contratantes assuma, terá o outro
mas exclui a responsabilidade com direito de receber integralmente o que
cláusula. A fazenda tem risco de ser lhe foi prometido, desde que de sua
invadida. A simples cláusula não basta. parte não tenha havido dolo ou culpa,
Temos que aceitar o risco da evicção ainda que nada do avençado venha a
expressamente. existir.
CONTRATOS ALEATÓRIOS – 458 – 461 do CC. - Alia de quantidade – emptio rei speratae – 459 do
CC. Assume o risco não mais da existência, mas
Conceito: é o contrato do qual uma ou ambas as apenas da quantidade. Algo tem que vir.
prestações apresentam-se incertas, pois a sua
quantidade/ extensão fica subordinada a fato futuro EX: Contratos de exploração de jazidas .
e incerto. Empresa contrata independente de minas
ou não.
EX: seguros, jogo e aposta, contrato
pessoa a declarar.
• Art. 459. Se for aleatório, por serem
É aleatório, pois as prestações são incertas. objeto dele coisas futuras, tomando o
Na seguradora, o segurado paga o prêmio adquirente si o risco de virem a existir
3.000,00. Não recebe indenização, pois em qualquer quantidade, terá também
direito o alienante a todo o preço, desde
que de sua parte não tiver concorrido EX 2: Comprei em várias parcelas. Até eu
culpa, ainda que a coisa venha a existir pagar tudo fico no compromisso. Depois há
em quantidade inferior à esperada. a formalização da compra e venda.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada
vier a existir, alienação não haverá, e o REQUISITOS:
alienante restituirá o preço recebido.
Todos do contrato a ser celebrado, exceto a forma –
Também pode haver a venda de coisa existente e 462 e 463, PU.
exposta a risco. 460 do CC.
Alia refere à coisa existente. O adquirente assume o • Art. 462. O contrato preliminar, exceto
risco. Terá o alienante direito ao preço. quanto à forma, deve conter todos os
EX: Tenho a intenção de comprar, do requisitos essenciais ao contrato a ser
Professor Campanelli, um barco que está celebrado.
no porto de Manaus. Mas, não há garantia
de que está lá. Pois o porto é perigoso e • Art. 463. Concluído o contrato
podem ter roubado. Aceito o risco mesmo preliminar, com observância do
o barco podendo não existir. Tenho que disposto no artigo antecedente, e desde
pagar o preço todo. que dele não conste cláusula de
arrependimento, qualquer das partes
• Art. 460. Se for aleatório o contrato, por terá o direito de exigir a celebração do
se referir a coisas existentes, mas definitivo, assinando prazo à outra para
expostas a risco, assumido pelo que o efetive. Parágrafo único. O
adquirente, terá igualmente direito o contrato preliminar deverá ser levado ao
alienante a todo o preço, posto que a registro competente.
coisa já não existisse, em parte, ou de
todo, no dia do contrato.
EX 1: Marido celebra o compromisso de
vender a casa. A mulher não aceita. O
Art. 461 do CC: Campa vendeu o barco e contrato preliminar tem que ter os mesmos
sabia que o barco já havia sido roubado. Ele requisitos do contrato normal. A mulher
não recebe. Tem que pagar perdas e danos tem que aceitar também, desde o contrato
para mim. Houve dolo. preliminar.
Entro com uma ação ANULÁTORIA (diferente
da redibitória). EX2:Marido e mulher têm uma casa. O
Marido quer locar, a mulher não. Marido
• Art. 461. A alienação aleatória a que se alega ter metade e quer aluga. Não tem
refere o artigo antecedente poderá ser como, porque o bem é indivisível e o
anulada como dolosa pelo prejudicado, contrato preliminar deve ter os mesmos
se provar que o outro contratante não requisitos. Só pode se a mulher assinar.
ignorava a consumação do risco, a que
no contrato se considerava exposta a OBJETO: Obrigação de fazer. O que? O
coisa. contrato definitivo.
• Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o • Art. 227. Salvo os casos expressos, a
juiz, a pedido do interessado, suprir a prova exclusivamente testemunhal só
vontade da parte inadimplente, se admite nos negócios jurídicos cujo
conferindo caráter definitivo ao contrato valor não ultrapasse o décuplo do maior
preliminar, salvo se a isto se opuser a salário mínimo vigente no País ao
natureza da obrigação. tempo em que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o
b) Pleitear indenização: valor do negócio jurídico, a prova
testemunhal é admissível como
• Art. 465. Se o estipulante não der subsidiária ou complementar da prova
execução ao contrato preliminar, poderá por escrito.
a outra parte considerá-lo desfeito, e
pedir perdas e danos. Na compra de imóveis tem que ser por escrito, mas
é afastado o registro.
• Art. 470. O contrato será eficaz somente - Há causas extintivas que surgem antes do
entre os contratantes originários: I - se contrato e podem acarretar a nulidade absoluta
não houver indicação de pessoa, ou se se transgredir norma imperativa pública (
o nomeado se recusar a aceitá-la; intransigível)
2) O nomeado recusar a indicação – 470, inc - Pleno direito retroagem ( ex tunc) não se
I, segunda parte. consertam com os anos.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os • Art. 169. O negócio jurídico nulo não é
contratantes originários: I - se não houver suscetível de confirmação,nem
indicação de pessoa, ou se o nomeado se convalesce pelo decurso do tempo.
recusar a aceitá-la; (absoluta).
Art. 171. Além dos casos expressamente EX: inquilino subloca o imóvel, contudo o 3º para o
declarados na lei, é anulável o negócio qual foi sublocado cuida do imóvel e o devolve em
jurídico: I - por incapacidade relativa do perfeito estado.Houve inadimplemento, mas dano
agente; II - por vício resultante de erro, dolo, não.
coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores. 3-) Nexo causal: o dano que ocorreu resulta daquele
inadimplemento.
Há efeitos EX TUNC, ou seja, a partir da sentença é
que produzirão efeitos. ( 172 a 174 do CC)
EFEITOS:
• Art. 172. O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito EX TUNC (retrospectivos) se o contrato for de
de terceiro. prestação única.
• Art. 173. O ato de confirmação deve Ex: você me vendeu a casa e eu não paguei. Ação
conter a substância do negócio de inexecução de contrato. As partes voltam ao
celebrado e a vontade expressa de status quo, e sujeitos a perda e danos, se deu
mantê-lo. causa.
CONSEQUÊNCIAS :
Execução instantânea não pode alegar.
a) Resolução; Ex: Comprei uma casa. Dois meses depois pode
b) Revisão das bases do contrato. (479 do pedir revisão?
CC) NÃO. Já foi extinto.
• Art. 479. A resolução poderá ser evitada, b.4) Resilição bilateral ou distrato – 472 do CC
oferecendo-se o réu a modificar
eqüitativamente as condições do • Art. 472. O distrato faz-se pela mesma
contrato. forma exigida para o contrato.
A parte prejudicada alega a onerosidade e As partes distratam. Resilição bilateral por mútuo
pede a resolução contratual. (478 do CC) consentimento - Resilir = “voltar para trás” .É o
distrato.
• Art. 478. Nos contratos de execução
continuada ou diferida, se a prestação ARTIGO 472 – TÚMULO DE ALUNO – Mesma
de uma das partes se tornar forma exigida em Lei!
excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de Ex: Deny vendeu uma bicicleta por contrato escrito.
acontecimentos extraordinários e A resilição pode ser verbal?
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a SIM. Não exige forma escrita a lei. Só será escrito
resolução do contrato. Os efeitos da se o contrato distratado tiver forma de lei. Efeitos EX
sentença que a decretar retroagirão à NUNC.
data da citação.
Ex: Distrato de trabalho.
se a outra parte resolve revisar o contrato,
pode evitar a resolução. (479 do CC) • Art. 473. A resilição unilateral, nos
casos em que a lei expressa ou
• Art. 479. A resolução poderá ser evitada, implicitamente o permita, opera
oferecendo-se o réu a modificar mediante denúncia notificada à outra
eqüitativamente as condições do parte.
contrato.
A resilição unilateral, só quando alei autorizar e sob
as penas da lei, poderá um dos contratantes, por
Intuito: Preservar o contrato. causa posterior, resilir o contrato, sujeito às penas
da lei.
O requisito de inexigibilidade é exigido
apenas pelo Código Civil, no Código do Resolução: inadimplemento.
Resilição: ambas as partes querem resilir ( bilateral), 475 do CC – a parte lesada pelo
ou apenas uma delas (unilateral). inadimplemento pode exigir a resolução
ou execução.
EX : Resilição do contrato de trabalho.
O contratante que resilir unilateralmente só poderá • Art. 475. A parte lesada pelo
fazer nas hipóteses da lei, com ônus se for o caso. inadimplemento pode pedir a resolução
do contrato, se não preferir exigir-lhe o
Hipóteses legais de resilição UNILATERAL: cumprimento, cabendo, em qualquer
dos casos, indenização por perdas e
1-) Dispensa/despedida/demissão: funcionário ou danos.
patrão quer.
EX: Professor Campanelli descumpriu o contrato,
2-) Revogação. O doador poderá revogar. mas não quer desfazer o negócio. Quero exigir a
execução. Ação de resolução de contrato.
EX: Revogação por ingratidão.
Cliente revoga mandato outorgado ao advogado.
Execução de contrato não cumprido :
3-) Renúncia: Renunciou a herança. O advogado
renuncia ao mandato. O político renuncia ao cargo. - Aquele que apresenta/ argúi defesa
(exceção): é o EXCIPIDIENTE.
4-) A morte de um dos contratantes quando a - Aquele a quem é dirigido a defesa é o
prestação é personalíssima. EXCEPTUO.
Ex: morre a domestica . Não sou obrigada a aceitar
o irmão dela para trabalhar na minha casa. É defesa exclusiva dos contratos bilaterais que não
nega a obrigação, apenas contesta sua
INEXIGIBILIDADE por não ter o exceptuo cumprido
5-) Resgate: O devedor resgatou o título - liberar o com a prestação.
ônus da coisa.
EX: A não entrega carro para B porque B não
cumpriu com a obrigação de pagar o carro.
Clausula resolutiva – expressa. Tácita. A não nega a obrigação, mas B não pode cobrar
Conseqüências. pois ele tinha o dever de dar o dinheiro. Art. 476 do
CC.
O contrato pode trazer expressa uma
clausula resolutiva ou não trazer. • Art. 476. Nos contratos bilaterais,
nenhum dos contratantes, antes de
EX: O inadimplemento: se dará por cumprida a sua obrigação, pode exigir o
resolvido o contrato se uma das partes não implemento da do outro.
pagar. Assegura as partes. Pode ser
expressa ou tácita, pois todo contrato Nos contratos bilaterais nenhum dos
bilateral tem essa cláusula resolutória contratantes pode exigir, se não cumprir:
intrínseca.
- A entrega da coisa:
- Se a cláusula for expressa o simples EX1: do carro. Eu não entrego, pois você
inadimplemento acarreta resolução de não cumpriu.
pleno direito do contrato.
EX2: das res. Enquanto não entregar ao
- se for tácita a resolução só ocorrerá professor ele não paga. Vai requerer a
depois do prazo concedido por busca e apreensão da vaca.
interpelação, notificação, judicial ou
extrajudicial - artigo 474 do CC. Evita a mora solvendi.
-Ele viabiliza a transferência mas por si só não -Pode vender por amostra. EX:Avon, milho.
transfere.
-A coisa tem que ser comerciável, pois a coisas
-Obrigação pessoal: ele, vendedor, se compromete indisponíveis
transferir o domínio . O contrato em si só não .
-Indisponibilidade natural: o ar, o mar.
-Exemplo: Vendo um carro para uma pessoa . Não
entrego. Vendo o mesmo carro para outra pessoa e -Indisponibilidade legal (a lei proíbe):venda de
entrego. Quem celebrou primeiro só tem o direito, herança de pessoa viva;área inferior ao modulo
rural.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de
-Indisponibilidade convencional:é indisponível por preço ou de critérios para a sua determinação,
convenção das partes se não houver tabelamento oficial, entende-se
que as partes se sujeitaram ao preço corrente
EX1:você me vende um imóvel em 10 parcelas.O nas vendas habituais do vendedor.
imóvel será indisponível até eu pagar tudo.Por Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter
consenso acertamos a clausula restritiva. havido diversidade de preço, prevalecerá o
termo médio.
EX2:Doador ao donatário: dôo essa casa aos meus
filhos mas não poderão vender até completarem 30 Não pode ficar ao mero arbítrio de uma só parte
anos. (489)
-A coisa tem que ser passível de transferência ao Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda,
comprador. EX:vender o mesmo imóvel duas vezes quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
A coisa litigiosa pode ser vendida? Sim .EX:minhas
terras foram tomadas por sem terras.Estão em litígio O preço integra a proposta e num leilão o
,posso vender desde que assuma o risco da evicção comprador fixa se não houver um preço mínimo , a
o comprador . venda se Dara a quem der o maior lance, não a
arbítrio.
Preço Ex:Corintiano compra uma camisa por x depois quer
pagar y
Pecuniariedade:O preço na compra e venda fica
expresso em dinheiro ou algo em que nele possa se No caso da escritura, quem paga o preço?-O
exprimir.EX:duplicata. comprador. E os imóveis com impostos atrasados é
responsabilidade do vendedor (490)
Moeda corrente, exceto no contrato de exportação
.EX: Vendo um apartamento, em troca o comprador Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as
me da um cavalo e um carro. despesas de escritura e registro a cargo do
comprador, e a cargo do vendedor as da
Se até 50% for em dinheiro:compra e venda. tradição.
EX:pago com um carro que vale120 mil, mas 80mil
em dinheiro, é troca. Se a venda não é a vista o vendedor não precisara
entregar a coisa de imediato (491)
Seriedade: o preço tem que existir não pode
mascarar uma doação.EX: Ivete vendeu uma vaca Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o
por 6 milhões . Viram que era um negocio vendedor não é obrigado a entregar a coisa
simulado.Só artistas davam lance. antes de receber o preço.
-O preço tem que ser real e não fictício.
-Não pode ser irrisório. Ex: Casa vale 200ml e Se o vendedor ficou insolvente deve.
vendo 5 mil.
Consentimento
Certeza:é nula a venda assim estabelecida:
Ex: “quer pagar quanto?”, o comprador fixara o -É provado da mesma forma exigida pelo negocio.
preço Se a lei não impõe forma para o contrato, o
-O preço pode ficar s/ arbitro de terceiro .ex:perito. consentimento poderá ser verbal.
-Cotações e taxas de mercado também podem
(ART 486) EX: TR, SELIC. -Se o contrato foi escrito mas a lei não estipulava, o
consenso poderá ser verbal
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do
preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e - Nem todos capazes podem consentir.
determinado dia e lugar. -Pessoa casada sem consentimento (1647,I)
-Se as partes não fixarem preço, o preço será o Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648,
médio por aquela coisa naquele local e tempo (ART nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
488) EX: comprei feijão e “penderei”, não estabeleci outro, exceto no regime da separação absoluta:
preço.Vou pagar dois meses depois.Cobra se o 1 — alienar ou gravar de ônus real os bens
preço médio. imóveis;
- O marido não pode vender para a mulher , salvo comprar e vender em seu nome. Não será
na separação absoluta. procuração será compra e venda.
-EX:Um marido quer vender um bem de quando era
solteiro para a mulher , não pode. A mulher faz o - O advogado pode comprar bem de cliente?-Pode
que quer com o homem (499). dez de que não aja abuso
-EX:compro um imóvel mas não faço contrato. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do
Fazemos uma procuração que me possibilita devedor, cabendo ao credor os pendentes.
EX:comprei uma fazenda no Piauí . Serei obrigado a
- Frutos percebidos:Já destacados da coisa que lhe aceitar o complemento da área no Amazonas?-Não.
gerou.EX:Fo colhido o café da fazenda já vendida. -Ação ex empto.
-Pode se pedir perdas e danos mesmo se o
-Pendente:ainda esta ligada à coisa que o gerou. vendedor completar?-pode.
Salvo estipulação em contrario. -Nesse tempo fiquei sem 70 alqueires e não
produzi, perdas e danos.
-Clausula de decaimento. Nulidade (53 CDC)
-Segunda opção: se não for possível completar, o
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de comprador pode exigir:
móveis ou imóveis mediante pagamento em a)A resolução do negocio.EX:não me interessa a
prestações, bem como nas alienações fazenda com 30 alqueires a menos.
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de b)Abatimento proporcional do preço em qualquer
pleno direito às cláusulas que estabeleçam a hipótese mais perdas e danos (500)
perda total das prestações pagas em benefício
do credor que, em razão do inadimplemento, Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular
pleitear a resolução do contrato e a retomada do o preço por medida de extensão, ou se
produto alienado. determinar à respectiva área, e esta não
corresponder, em qualquer dos casos, às
§ 1° (Vetado). dimensões dadas, o comprador terá o direito de
exigir o complemento da área, e, não sendo isso
possível, o de reclamar a resolução do contrato
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de
ou abatimento proporcional ao preço.
produtos duráveis, a compensação ou a
restituição das parcelas quitadas, na forma
2)Excesso de área ignorada pelo
deste artigo, terá descontada, além da vantagem
vendedor.EX:vendeu 200 mais tinha 300.
econômica auferida com a fruição, os prejuízos
-Pode se pedir o complemento do preço
que o desistente ou inadimplente causar ao
correspondente ao excesso
grupo.
-Não sendo complementado o preço:
-Pede se a resolução do contrato e as partes voltam
ao estado quo.
- O comprador decai e perde os valores -pede a devolução da área excedente mas percas e
pagos.EX:consórcio de imóveis com clausula de danos em qualquer das hipóteses
perde tudo o que pagou. É nulo.Tanto em relações
req objetiva e subjetiva. Art 500§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e
-Artigo 287 veda o enriquecimento ilícito. o vendedor provar que tinha motivos para
ignorar a medida exata da área vendida, caberá
ao comprador, à sua escolha, completar o valor
Compra e venda. correspondente ao preço ou devolver o excesso.
- o comprador geralmente toma posse do imóvel, se 5) Se não houver prazo para manifestar o
isso não correr, ou seja, o vendedor continuar na contentamento, cabe ao vendedor notificar o
casa. comprador (judicial ou extra). Se houver o silêncio
- Se o comprador que deixo o vendedor morando na do comprado o negócio está consumado.
casa está recebendo os aluguéis advindos da
imóvel? • Art. 512. Não havendo prazo estipulado
- O comprador tem hábito de emprestar dinheiro? para a declaração do comprador, o
vendedor terá direito de intimá-lo,
II – VENDA A CONTENTO E A SUJEITO A judicial ou extrajudicialmente, para que
PROVA (509-512) o faça em prazo improrrogável.
recebimento do produto ou serviço,
6) Direito Personalíssimo e transmissível a terceiro sempre que a contratação de
em qualquer tipo. Esse direito é do comprado, mas fornecimento de produtos e serviços
pode ser transmitido a terceiro pode meio de ato ocorrer fora do estabelecimento
"inter vivos". comercial, especialmente por telefone
ou a domicílio.
- Essa cláusula pode ser confundida com o direito Há uma exceção na aplicação do artigo 49
de troca? Não, pois a compra e venda a contento do CDC. Quanto é um hábito do consumidor
está sob condição suspensiva. Já, na compra e comprar aquele produto, ou seja, por várias vezes
venda normal pode haver troca. comprou aquilo, não é inexperiente, sabe do que se
O consentimento pode ser expresso ou tácito. trata o produto e já esteve em contato outrora.
• Art. 514. O vendedor pode também Em caso de venda para terceiro sem que
exercer o seu direito de prelação, tenha sido feita afronta. Grande maioria da doutrina
intimando o comprador, quando lhe entende que essa situação, em que existe
constar que este vai vender a coisa. preferência contratual, dá ensejo apenas a perdas e
danos. Assim, preferência estritamente contratual
Responsabilidade solidária de terceiro gera perdas e danos.
No caso de preferência legal é possível
Quando o terceiro tenta burlar, responde reivindicar o imóvel das mãos de terceiro mais as
solidariamente 518 "in fine” · perdas e danos.
• Art. 518. Responderá por perdas e Campa vende a casa para JL, mas nós
danos o comprador, se alienar a coisa temos a preferência, pois somos inquilinos
sem ter dado ao vendedor ciência do de Campa. Judicialmente podemos pedir o
preço e das vantagens que por ela lhe imóvel que agora se encontra sob o
oferecem. Responderá solidariamente o domínio de JL, além de, perdas e danos
adquirente, se tiver procedido de má-fé. causados por Campa, mas se JL agiu de
má-fé para cercear o direito de preferência
Ex. Venda de imóvel para terceiro que não nosso, então responde solidariamente com
tem preferência, se o terceiro agiu de má- Campa.
fé juntamente com o vendedor para burlar
a cláusula de preempção então responde • Art. 519. Se a coisa expropriada para fins
solidariamente. de necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, não tiver o destino
Requisitos: para que se desapropriou, ou não for
utilizada em obras ou serviços públicos,
1) Que o comprador queira vender ou oferecer em caberá ao expropriado direito de
dação em pagamento a coisa. preferência, pelo preço atual da coisa.
2) Que o vendedor queira readquiri-la.
3) Oferta de preço pelo menos pelo menos igual à • Art. 515. Aquele que exerce a preferência
feita por terceiro. Com o mesmo preço, mesmas está, sob pena de a perder, obrigado a
garantias. pagar, em condições iguais, o preço
Ele ofereceu 200 mil em 5 parcelas para o encontrado, ou o ajustado.
terceiro, então deve oferecer para o
preferencial também.
AULA 7
4) Que o vendedor exerça o direito no prazo 30/11/2009
contratual: Os prazos são decadenciais e de 180
dias para móveis 513 e 2 anos para imóveis, Conceito: é negócio jurídico bilateral pelo qual as
contados a partir da tradição ou do registro. partes fazem concessões mútuas, previnem (não
criam condições) ou extinguem obrigações
• Art. 513. Parágrafo único. O prazo para litigiosas. As partes denominam-se transigentes ou
exercer o direito de preferência não transatores.
poderá exceder a cento e oitenta dias, se
a coisa for móvel, ou a dois anos, se Natureza jurídica: Acordo bilateral (vontade
imóvel. comum).
Não havendo prazo contratualmente estabelecido
aplica-se os de lei, que são:
Nem todos os capazes podem transigir: como o 2) Judicial – (842) – Celebrada mediante
tutor nos bens do tutelado, o curador nos bens do termo nos autos do processo, onde se
curatelado. debate o litígio. É submetida ao juiz.
A esposa (sobre os dela, pode) não pode transigir A transação vale a partir de sua
sobre os bens particulares e imóveis, comuns de celebração, não depende de homologação
ausentes. do juiz.
No mandato, é necessário constar o direito para Homologação só é necessária para conferir
transigir p/ que o mandatário assim o possa. (dar) ao documento a natureza de título
judicial.
Requisitos:
1) Acordo de vontades; PRINCÍPIOS INCIDENTES À TRANSAÇÃO:
2) Existência de litígio ou dúvida (questão
controversa); 1) Interpretação Restritiva (843) – Se houver
3) Intenção de por fim ao litígio (por termo ao alguma dúvida sobre algum objeto, não se
litígio); amplia a interpretação, restringe-se,
4) Reciprocidade de obrigações e direitos; portanto, não havendo a transação para tal
5) Prevenção (extinção, evitar) de um litígio objeto.
existente.
• Art. 843. A transação interpreta-se
Objeto da Transação: restritivamente, e por ela não se
transmitem, apenas se declaram ou
- Direitos Patrimoniais, privados e disponíveis – que reconhecem direitos.
envolve bens;
2) Indivisibilidade (848) – A interpretação é
- Bens públicos, com a lei autorizando; feita em blocos. Não pode haver
Lei 9009/95 – art. 61 – no Direito Penal – Não concessões somente de uma parte
extingue a Ação Penal Pública
• Art. 848. Sendo nula qualquer das
- Não é possível transigir: cláusulas da transação, nula será esta.
1) O Estado Civil da pessoa; • Parágrafo único. Quando a transação
2) Validade do casamento; versar sobre diversos direitos
3) Regime de bens imposto por lei; contestados, independentes entre si, o
4) Direitos sucessórios eventuais de fato de não prevalecer em relação a um
pessoa viva (426); não prejudicará os demais.
REQUISITOS ESPECIAIS:
vivem juntos sob o “IMPÉRIO DO AMOR”. Por uma
1. Capacidade ativa: Quem pode ser doador? questão moral é que se protege. Contudo é possível
a doação remuneratória (1647, IV) ou a doação para
casamento de filho para o estabelecimento do outro
Ascendente pode doar para descendente cônjuge. “Doações Módicas”.
• Art. 544: A doação de ascendentes a • Art.O 1647: Ressalvado o disposto no
descendentes, ou de cônjuge a outro, art. 1648, nenhum dos cônjuges
importa adiantamento do que lhes cabe podem sem autorização do outro,
por herança. exceto no regime da separação
(Na compra e venda de um bem absoluta: IV – fazer a doação, não
qualquer, o valor do bem é de 10 sendo remuneratória, de bens
mil e o pai vende ao filho por 3 comuns, ou dos que possam integrar
mil, não pode!!!!!!! É feio!!!!) futura meação.
No regime de separação total é
Na compra e venda é necessário possível, pois os patrimônios são
anuência! distintos.
O cônjuge adúltero não pode doar para seu O mandatário do doador não pode doar à pessoa da
cúmplice. sua escolha. Admissível ratificação posterior do
• Art. 550: A doação do cônjuge adúltero mandante
ao seu cúmplice pode ser anulada pelo • Art. 662: Os atos praticados por
outro cônjuge, ou por seus herdeiros quem não tenha mandato, ou o tenha
necessários, até dois anos depois de sem poderes suficientes, são
dissolvida a sociedade conjugal. ineficazes em relação àquele em cujo
Feita a doação por cônjuge adúltero, nome foram praticados, salvo se este
pode ser anulada num prazo de 2 os ratificar. Parágrafo único: A
anos a contar do divorcio. Quem ratificação há de ser expressa, ou
pode requerer é o cônjuge vitima + resultar de ato inequívoco, e retroagirá
herdeiros. à data do ato.
Caso o bem doado for substituído Campa é nosso procurador com poderes
por terceiro: doou o Ap. X e trocou para doar. Ele não poderá escolher o
por Ap. A. A mulher (se foi a donatário. Isso caberia ao mandante (nós).
prejudicada) não poderá reaver o Ap. No entanto se ele escolhe futuramente nós
X. Só poderá se este estiver nas podemos ratificar. Sem ratificação é
mãos da amante, senão ira ferir facilmente anulável.
direito de terceiros. Se provar a má-
fé, ainda dá para se discutir. 2. Capacidade passiva. Quem pode ser
donatário?
O tutor/curador não pode doar pelos seus pupilos • Qualquer um, inclusive o
(bens destes). nascituro,sendo aceita a doação por
• Art. 1749: Ainda com a autorização seu representante. Art. 542: A
judicial, não pode o tutor, sob pena de doação feita ao nascituro valerá,
nulidade: II – dispor dos bens do sendo aceita pelo seu
menor a titulo gratuito. representante legal.