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DIREITO CIVIL II

PARTE ESPECIAL - DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

PROF. CAMPANELLI
1.º BIMESTRE vários.
O sujeito ativo ou credor pode ser um ou

O credor pode ser individual ou pode ser


coletivo.
O Código Civil não conceituou obrigação.
Direito é conceito, não pode ser definição. Não é
O credor pode ser um quando se celebrou
ciência exata. Vamos trabalhar com conceitos.
o negócio e pode ser outro posteriormente.
Eu sou credor, cedo o meu crédito a outra
OBRIGAÇÃO: Conceito: É a relação pessoa.
jurídica de caráter transitório, estabelecida entre
devedor e credor, cujo objeto consiste numa O credor pode ser também pessoas
prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, inexistentes ou entidades futuras? Sim.
devida pelo primeiro ao segundo, sendo o seu Pagarei R$ 10.000,00 a empresa a ser
adimplemento garantido pelo patrimônio do constituída pela Turma 4000. (entidade futura).
devedor. Pagarei ao primeiro filho que nascer deste
casamento. (pessoa inexistente).
Relação: É um negócio
Jurídica: Não vamos estudar relação Um credor pode ser conhecido ou não.
moral. Você era meu credor e endossa o cheque
De caráter transitório: a obrigação não é a um terceiro, portanto meu credor no início era
eterna, ela começa e ela termina. conhecido, agora não é mais.
Estabelecida entre devedor (sujeito
passivo) e credor (sujeito ativo). Sujeito Passivo: É o devedor
Tem sempre que existir devedor e credor
(sujeito ativo e passivo). O devedor pode ser menor? Pode ser
Cujo objeto consiste numa prestação: O incapaz?
objeto do negócio é o ato de entregar, e eu de Sim, mas será representado ou assistido.
pagar (devedor). Pode ser capaz, incapaz, menor ou maior.
Prestação pessoal: Se eu estiver
devendo, outra pessoa não tem obrigação de pagar. Pode ser mais de um devedor. O sujeito
Econômica: ninguém cria lei para regular passivo pode ser coletivo ou individual.
o que não tem valor. As nossas obrigações regulam
interesses econômicos. Pode ser pessoa jurídica.
A prestação sempre será positiva ou
negativa. O sujeito passivo pode ser um no início e
Positiva: dar ou fazer outro no final do negócio.
Ex: Vender o relógio – dar o relógio e pagar Pode ser substituído o sujeito passivo?
o preço. Pode, desde que com a anuência do
Fazer – aparar a grama; pintar o prédio; credor.
construir uma casa.
Negativa: não fazer Pode ser o sujeito passivo desconhecido?
Ex: Compromete-se a não praticar certo O devedor pode ser desconhecido. A
ato. prefeitura não sabe quem é o devedor do IPTU do
Devida pelo primeiro ao segundo. Primeiro imóvel. Consta um nome no carnê de pagamento e
é o devedor, segundo o credor. no registro de imóveis consta outro.
Adimplir=cumprir. Adimplemento é
cumprimento – não é pagamento. O devedor pode ser uma pessoa
Cujo adimplemento é garantido pelo inexistente? Não.
patrimônio do devedor. Pode ser desconhecida, mas inexistente
não.
O sujeito ativo é o credor.
Objeto: Objeto da obrigação é a prestação,
O credor pode ser incapaz? que pode ser de dar, fazer, ou não fazer.
Aquele que herda os direitos de seus pais, O objeto da prestação é a coisa material ou
sendo menor, não é credor da herança? imaterial.
Ele não poderá praticar os atos por sua Material= madeira, mesa.
conta, mas ele é credor. Imaterial= o ato de lecionar.
O credor pode ser capaz, incapaz, maior
ou menor.
O objeto imediato é a prestação; o Vínculo
objeto mediato é a coisa. Obrigações segundo o vínculo
Fontes das obrigações
Características da prestação: Classificação das obrigações

1ª) Possibilidade: A prestação tem que Vínculo: Elemento imaterial da obrigação que sujeita o
ser possível. A regra é a possibilidade. A devedor a determinada prestação em favor do
impossibilidade é a exceção. credor.Ex: Se eu não pagar a prestação estou
Quando se dá a impossibilidade da sujeito à multa.
prestação:
Três teorias tentam explicar o vínculo:
Pode ser física: É impossível fisicamente a
execução da prestação. Ex: trazer o oceano para 1) Teoria Monista: Sustenta a existência de um
Londrina; ir e voltar à lua em 1 minuto. Na física a único vínculo ligando o devedor ao credor.
coisa existe, mas é impossível a execução da
prestação. 2) Teoria Dualista: Há dois vínculos. O primeiro
1) Impossibilidade material: A matéria não vínculo: Dever de prestar. Tem o devedor um
existe. Entregar um fantasma, um centauro, dever de prestar. O segundo vínculo: A
uma sereia, um lobisomem. Na impossibilidade autorização para exigir. O credor tem a
material a coisa não existe. autorização para exigir o cumprimento da
2) Impossibilidade legal ou obrigação.
jurídica: A lei proíbe aquela
prática, aquela abstenção ou
aquela entrega. A venda ou 3) Teoria Eclética ou Mista: O débito e a
cessão de herança de pessoa obrigação são essenciais. Reúnem-se e
viva (art. 426 CC); bens completam-se. O devedor tem que prestar,
públicos (art. 100 CC) mas há casos de responsabilidade sem débito.

A impossibilidade da prestação gera a nulidade Na segunda teoria o devedor é colocado


da obrigação (art. 166 e 104 CC). numa situação de subjugação total.
Nem toda a impossibilidade gera a nulidade da Na terceira teoria, sustenta que tanto o
obrigação. Só gera a nulidade da obrigação débito, quanto a obrigação são essenciais.
a impossibilidade anterior ou concomitante Se ela tem o débito, cabe a ela pagar, agora,
à celebração do negócio e desde que você é avalista dela, você não tem o débito, mas
absoluta. tem a responsabilidade. Se a devedora não pagar
Contratamos hoje sem saber que hoje mudou a você tem que pagar ou tem a responsabilidade.
lei.
A impossibilidade não é relativa para um grupo Aval: Garantia de título de crédito: cheque,
de pessoas, é para todos. nota promissória. Não precisa da assinatura do
cônjuge.
A impossibilidade posterior à celebração do
negócio, o negócio será nulo? Fiança: Garantia contratual. Precisa da
Examinaremos se resultou de culpa ou não assinatura do cônjuge.
do devedor.
O avalista não é co-devedor; ele é co-
A anulação do negócio normalmente decorre de responsável do débito. O débito é do devedor.
vícios de consentimento: estado de perigo,
lesão. Obrigações segundo o vínculo:

2ª) Característica: A prestação tem que ser O vínculo pode ser: Civil: +
determinada ou determinável. ação + sanção
Natura
3ª) Característica: A patrimonialidade. Traz l: + ação - sanção
ínsita, é inerente a patrimonialidade. Moral:
dever de consciência
4ª) Característica: A licitude. Antes de a prestação ser
juridicamente possível, deve ser moralmente No vínculo civil, obrigação jurídica
possível. A prestação deve obediência à moral, aos propriamente dita, o credor dispõe de meios para
bons costumes. exigir o cumprimento da obrigação pelo devedor, e o
devedor inadimplente fica sujeito a sanção.
(penalidades/cláusula penal/juros). Teoria Clássica: Indica as seguintes fontes:

Já na obrigação natural, o credor não 1) Fonte imediata: A lei. Da lei nascem


dispõe de meios para exigir o cumprimento da deveres. Ex: O dever de votar, o dever de prestar
obrigação, e o devedor inadimplente não fica sujeito serviço militar, o dever de pagar alimentos, o dever
à sanção. (multa/penalidades). de pagar juros das obrigações em dinheiro, o dever
de pagar imposto. A FONTE IMEDIATA É A LEI.
Um contrato comercial é um vínculo civil e
o devedor fica sujeito a sanções no caso de 2) Fontes mediatas: Atos jurídicos
descumprir. stricto sensu são aqueles atos que geram
conseqüências previstas em lei e não pelas partes.
Já a dívida de jogo (art. 814 CC) é uma Ex; Notificação, protesto. Quando protesto um título
obrigação natural. O credor não dispõe de ação quero receber, mas gero outras obrigações embora
para exigir o cumprimento nem o devedor fica não desejadas.
sujeito a sanção.
Fontes mediatas/ negócios jurídicos: Ato
O mútuo (empréstimo) feito ao menor (art. ilícito gera obrigação? Do ato ilícito gera obrigação
588 CC) também é dívida natural, não tem como de indenizar os prejuízos causados. Ex; dirigir
cobrar. As gorjetas, dívida prescrita (art. 882 CC). bêbado, furar sinal, causar danos materiais.
Segundo a concepção moderna. A lei ou a vontade,
Nesses casos, o credor é credor. Ele não por ação ou omissão. Ex; omissão de socorro.
mais dispõe de ação para exigir e nem o devedor
fica sujeito a penalidades se descumprir. Classificação das Obrigações segundo
Prof. Caio Mário:
Enquanto o vínculo moral é aquele mero
dever de consciência, o vínculo de urbanidade. Segundo essa teoria as obrigações podem
ser assim classificadas:
Obrigação Natural: É aquela em que o
credor não pode exigir a prestação do devedor, 1) Classificação Objetiva: Todas as
embora, no caso de adimplemento espontâneo, obrigações têm classificação objetiva. Qual o objeto
possa retê-la a título de pagamento e não de mera da obrigação? A prestação. DAR – FAZER – NÃO
liberalidade. FAZER.

Características da Obrigação Natural: 2) Classificação Subjetiva: Por essa


consideram-se os sujeitos, a forma como recebem e
1) Não é moral: Não é um mero dever de suportam o vínculo. Ex: Somos 40 e devemos ao
consciência. professor R$ 40.000,00. Quando a obrigação é
2) Inexigibilidade da prestação. divisível o professor pode exigir R$ 1.000,00 de
3) Validade do pagamento espontâneo por pessoa cada. Se formos devedores solidários o professor
capaz. poderá exigir R$ 40.000,00 de um só que depois
4) Irretratabilidade do pagamento. Feito o cobrará regressivamente dos outros – Somos 40 e
pagamento por pessoa capaz, ele é irretratável. devemos ao professor uma girafa. O que o
(Não pode pedir de volta o dinheiro). professor pode exigir de cada um? Uma girafa.
Nesse caso a obrigação é indivisível.
A obrigação natural pode ser pura ou
degenerada.
3) Elementos acidentais ou não
Pura: Aquela que sempre foi natural. Ex: a fundamentais: Neste item da classificação
dívida de jogo, o empréstimo ao incapaz. examinam-se as modalidades que assumem as
obrigações (obrigações condicionais – obrigações a
Degenerada: Foi civil e passou a ser termo) ou a variedade da prestação para o credor
natural. Era obrigação civil, com o advento da ou o devedor (obrigações facultativas, obrigações
prescrição passou a ser natural. alternativas), ou ainda, em relação umas as outras.
(obrigações principais ou acessórias).
Fontes das Obrigações:

Onde nasce a obrigação. É o ato ou fato da


origem da obrigação segundo as regras do
Direito.
Modalidades das Obrigações:
1)Obrigação de dar coisa certa: A obrigação de
Como é o modo de cumprimento das obrigações. dar coisa certa segue o principal. O acessório segue
Ex: Você me deve R$ 100,00. o principal salvo convenção em contrário (art.233
CC) – envolve os seus acessórios.
Condicionais: Você me deve R$ 1.000,00 se tal
time for campeão. O que é tradição? É a efetiva entrega da coisa.
Quando se dá a tradição dos bens móveis ou
Facultativas: Você me deve R$ 100,00 ou um semoventes? A transferência do domínio
jantar – Você me deve R$ 1.000,00 ou entregar dois (propriedade) do bem móvel ou imóvel se dá com a
curiós. tradição. (art. 1267 CC). O contrato por si não
transfere nada. Quando for entregue a coisa, aí sim.
Obrigação acessória: Multa se não pagar. Ex: Carro. O nome no DETRAN é questão
administrativa. O domínio das coisas móveis é
Obrigação de meio: É aquela cuja inexecução transferido com a tradição.
caracteriza-se pelo desvio de certa conduta ou E a tradição se opera nos bens imóveis com o
omissão de certas precauções a que alguém se registro da matrícula averbado em cartório.
comprometeu, sem se cogitar do resultado final. Ex: Se você tem a escritura pública de compra e venda
Tens o dever de agir com diligência. - Utilizou-se de você é proprietário? Ainda não. Tem que pegar esta
todos os meios e de toda tecnologia existente e escritura e registrar no cartório de registro de
mesmo que não alcance o resultado final, faz jus ao imóveis.
pagamento. Ex: médico. Lavrar a escritura pública o adquirente passa a ser
proprietário do imóvel?
Obrigação de resultado: É aquela que se Quando se dá a tradição do bem imóvel?
considera cumprida (adimplida) quando o devedor Com o registro da escritura no cartório de registro
cumpre o objetivo final. Na obrigação de resultado o de imóveis.
devedor atua para alcançar o resultado final. Ex:
cirurgia plástica, transporte, advogado na área Frutos pendentes: Ainda estão ligados à coisa que
trabalhista (normalmente é por resultado). o gerou. Ex: café no pé, jaca na árvore, milho não
colhido. Ainda não se destacou da coisa que o
Obrigação Propter Rem gerou.

Conceito: É aquela em que o devedor, por ser Frutos percebidos: São aqueles já destacados da
titular de um direito sobre a coisa, fica sujeito a coisa que o gerou, seja por força da natureza, por
determinada prestação que não derivou da sua força humana ou por força mecânica.
vontade, mas do fato de ser titular da coisa. Ex: O
proprietário de veículo paga IPVA; o proprietário de A quem pertencem os frutos pendentes. Ao
imóvel paga IPTU; o proprietário de imóvel em comprador ou ao vendedor? (nada foi especificado
condomínio paga o condomínio. no contrato).
(O condomínio e o IPTU não são obrigação do Os frutos pendentes pertencem ao comprador e os
inquilino – podem ser cobrados se o contrato assim frutos percebidos ao vendedor. (art. 237 § 2 CC)
o determinar).
Pelas vantagens que a coisa gerar o vendedor pode
Características: pedir aumento de preço? Ex: a vaca estava prenha
e o vendedor não sabia, pode pedir aumento?
1) O vínculo decorre da titularidade sobre a coisa e Vendeu a vaca. Não vendeu o bezerro. Pode pedir
não da vontade. Ex: O fato de ser proprietário é que aumento de preço até a tradição.
o faz devedor.
2) O abandono da coisa libera o devedor da dívida. Ex: Se o vendedor realizou benfeitorias necessárias ou
A coisa é resgatada, mas eu não contratei esse úteis o comprador tem que ressarcir. Se não
resgate. Posso abandonar. ressarcir pode desfazer o negócio. (art. 237 CC).
Até a tradição.
Obrigação de Dar
Concentração: Significa a escolha da prestação. A
Conceito: É aquela que tem por objeto mediato concentração em regra cabe ao devedor. Na omissão
uma coisa que pode ser certa ou determinada (art do contrato cabe ao devedor.
233 a 242) ou incerta (art 243 a 246) cuja execução
se dá pela tradição. 2) Obrigação de restituir: Na obrigação de restituir o
devedor devolve a coisa móvel ou imóvel
Modalidades: temporariamente em seu poder (art. 238 a 242 CC).
Cataratas do Iguaçu. – Economicamente
Aquele que recebe a coisa em depósito não tem a impossível: quando o valor gasto para resgatar a
obrigação de restituir? Se você deixa o carro no coisa é superior ao valor da coisa.
estacionamento o dono do estacionamento tem
obrigação de restituir. – Você entrega a casa ao 4) Quando a coisa se torna indisponível: Não pode
inquilino que tem obrigação de restituir. Não há mais ser objeto de comércio. Vendi a casa, mas ela
interesse de transferir o domínio da coisa. Só usufrua foi desapropriada, tornou-se indisponível.
a coisa temporariamente.

3) Obrigação de contribuir: O condômino tem a 5) Confusão: A coisa se mistura a outra de tal modo
obrigação de contribuir com as despesas do que não pode mais ser destacada, identificada,
condomínio. (art. 1688 CC). individualizada. Ex: água mineral com gás cai na
piscina, mistura-se à água da piscina. – Quando na
4) Obrigações pecuniárias: São aquelas que devem mesma pessoa reúnem-se as qualidades de devedor
ser solvidas em moeda corrente. (em dinheiro). e de credor. Ex: O único filho devia para o pai. O pai
falece e o filho passa a ter a qualidade de devedor e
5) Obrigação de dar coisa incerta: A coisa é fixada de credor. O filho que deve ao pai e acaba herdando
pelo menos pela quantidade e pelo gênero. Ex: Um a herança. – O noivo devia para a noiva – casaram-se
cavalo; 10 Kg de arroz; um pássaro; um telefone; 60 sob o regime de comunhão universal de bens. Agora
Kg de soja. Porque a coisa ainda não está não deve mais, o patrimônio passa a ser um só.
determinada. (art. 243 CC).
O que é deterioração?
A concentração no caso de dar coisa incerta cabe ao
devedor, salvo convenção em contrário. Ex: Eu vendi A coisa se deteriorou. É a perda parcial. Perdeu parte
para você um cavalo. Eu escolho o cavalo. de suas qualidades essenciais. Ex: carro com farol
quebrado; assento manchado.
Com a concentração, a obrigação que era de dar
coisa incerta passou a ser de dar coisa certa. As conseqüências da perda e da deterioração nas
obrigações de dar:
Princípio da Qualidade Média: É aquele pelo qual o
devedor não é obrigado a entregar a coisa de melhor Conseqüências da perda na obrigação de dar
qualidade e nem pode impor a de pior. A coisa certa:
concentração se dá em coisa de qualidade média.
(art. 244 II Parte). 1) Perda sem culpa: Resolve-se a obrigação (art. 234 –
I Parte). Ex: eu fiquei de lhes entregar o cavalo, mas
Hipóteses de Perda e deterioração com suas antes da tradição o cavalo morreu picado por uma
conseqüências nas Obrigações de Dar e cobra, ou atingido por um raio. As partes retornam ao
Obrigações de Fazer: status quo. O dinheiro que você já me deu eu lhe
devolvo. – Com ou sem correção monetária? – Com
Quando a obrigação se tornou inexeqüível? correção monetária – A correção monetária não é
pena – é mera reposição do valor monetário da
Hipóteses de Perda: moeda. – Com ou sem juros? Sem juros – Porque
juro é pena e eu não tive culpa.
1) Desaparecimento total da coisa: Ex: Não posso
mais entregar o carro porque foi roubado. (Não estou 2) Perda com culpa: O devedor responde pelo
discutindo se houve culpa ou não). – Oxigênio preso equivalente mais perdas e danos (art. 234 II Parte).
tem valor – disperso perde o valor. – Gases – presos Ex: bateu o carro – matou o cavalo. Devolvo o
têm valor – soltos – perdem valor. dinheiro, mais correção monetária, juros e multa. –
Equivalente + PD (perdas e danos).
2) Quando a coisa perde suas qualidades essenciais
que nortearam a contratação: Ex: Adquiriu um touro
reprodutor. Não vai aceitar o mesmo touro castrado. – 3) Deterioração sem culpa: O carro que vendi estava
pilha gasta – motor que não tem força – perdeu sua estacionado e bateram. Opção do CREDOR DA
qualidade essencial. ENTREGA DO CARRO.
a) Resolve a obrigação;
3) Quando a coisa se torna inatingível: Não é mais b) Aceita a coisa deteriorada, abatido o valor da
passível de ser alcançada. Insusceptível de deterioração.
recuperação. Fisicamente não pode ser resgatada. E se o credor aceita ficar com o carro mas sustenta
Ex: Deixar cair seu anel no oceano, ou algo cai de um que o valor da deterioração é de R$ 3.000,00 e o
helicóptero sobre a Selva Amazônica ou algo cai nas
devedor sustenta que é de R$ 2.000,00. O credor O compromisso tem que ser lícito e possível. Não é
continua com as suas opções (art. 235 CC). obrigação a de fazer o compromisso de matar a freira,
ou de enforcar o padre, etc.
4) Deterioração com culpa:(art. 236 CC): Eu estava
vindo entregar o carro e bati o carro. Opções do Material: fabricar uma porta, um boné, etc.
CREDOR: Imaterial: cantar, lecionar, etc.
a) Resolve a obrigação mais PD Locar um imóvel também é uma obrigação de fazer.
b) Aceita a coisa deteriorada mais PD Esse ato de fazer positivo pode ser satisfeito pelo
Digamos que hoje o credor optou pela solução A – devedor ou por terceiro em favor do credor ou de
depois, no dia seguinte mudou de idéia e optou pela terceiro.
B. Pode? NÃO.
Você era credor de uma prestação alternativa – Espécies da Obrigação de Fazer:
quando você fez a opção você concentrou – não tem
mais a outra opção. 1) Obrigação de fazer infungível: É aquela que leva
E se o devedor aceitar a mudança de opção do em conta as qualidades pessoais do devedor. A
credor? Não haverá problema nesse caso. prestação só por ele deve ser executada, se levaram
em conta suas qualidades pessoais. O devedor é
Perda na Obrigação de Restituir Coisa Certa insubstituível.
2) Obrigação de fazer fungível: O devedor pode ser
1) Perda sem culpa: (art. 238 CC): O inquilino tem substituído. Não se levaram em conta as qualidades
obrigação de restituir o imóvel alugado. O depositário pessoais do devedor.
tem obrigação de restituir a coisa. – Resolve-se a
obrigação, ressalvados os direitos até a perda. Exemplos:
Inquilino – a casa pegou fogo – inundação. Locou o
carro – foi roubado. O credor, proprietário da casa, 1)Obrigação de fazer infungível: Se o professor
tem direito de receber o aluguel até o dia da perda. contratar a banda U2 para a festa de formatura dos
Se pagou adiantado terá direito à restituição dos dias alunos de Direito da turma 4000, a mesma não
que pagou a mais. poderá ser substituída pelo cantor Reginaldo Rossi.
O empregado assume obrigação de fazer de natureza
2) Perda com culpa: (art 239 CC): Responde pelo infungível. Se contratei uma doméstica e ela não pode
equivalente mais PD. vir trabalhar hoje, não poderá mandar seu vizinho no
lugar dela.
3) Deterioração sem culpa: (art. 240 CC I Parte): Se contratarmos a Seleção Brasileira para jogar aqui
Queimou uma porta, queimou o assoalho – restituo a em Londrina, não iremos aceitar que venha em seu
coisa simplesmente. lugar o time do Nacional de Rolândia.
Se o contrato é omisso, não esclarece que se levaram
4) Deterioração com culpa: (art.240 CC II Parte): em conta as qualidades pessoais. Não precisa
Restitui o equivalente mais PD. constar no contrato para que a obrigação seja
infungível. A análise feita pelo intérprete levará a essa
Perda e deterioração nas Obrigações de Dar Coisa conclusão.
Incerta:
O marceneiro que se compromete a fazer os móveis
Eu me comprometi a lhe dar um cavalo. Morreu de sua cozinha assume a obrigação de fazer ou de
aquele cavalo. Dá outro. Não é o cavalo certo. Não há dar. De FAZER. O objetivo principal é a confecção. O
perda, salvo quando o gênero é limitado. ato de entregar não é o mais importante.
Comprometi-me a entregar um quadro do pintor Sato.
Ele só pintou dois quadros. Um não está à venda e o Inadimplemento na Obrigação de Fazer:
outro se perdeu. Desaparecimento de todas as
espécies. 1) Impossibilidade da prestação:

Obrigação de Fazer e Obrigação de Não Fazer (art. a) Impossibilidade sem culpa do devedor: (art. 248 I
247 a 249 CC) Parte). A impossibilidade tem que ser permanente e
irremovível. Eu ia construir num terreno, mas a lei
Conceito: Obrigação de fazer é a que vincula o municipal hoje proíbe. Solução: Resolve-se a
devedor à prestação de um serviço ou ato positivo obrigação. As partes retornam ao status quo.
material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício
do credor ou de terceiros. b) Impossibilidade com culpa do devedor: (art. 248 II
Parte) O devedor responde com perdas e danos. Ex:
O material único que seria utilizado ele danificou.
Solução: Vai responder por perdas e danos.
1) Comporta execução específica (in natura)
2) Recusa injustificada do devedor: 2) Em regra não é admitida a execução específica.

a) Obrigação de fazer infungível: Ex: o devedor é 1) São compensáveis


um pintor, um cantor, etc. Solução: (art. 247 CC) 2) Não são compensáveis
Perdas e danos mais astreintes. O juiz determina que Ex1: Eu lhes devo R$ 5.000,00 e vocês me devem R$
cante ou que pinte sob pena de astreintes, (Art. 461 § 2.000,00. Podemos compensar.
4º, 5º e 6º CPC). Ex2: Eu me comprometi a construir um prédio para
b) Obrigação de fazer fungível: (Art 249 CC) Opção você e você se comprometeu de fazer uma represa
do credor. Não se levou em conta as qualidades para mim. Não tem como compensar.
pessoais do devedor. Ex: aparar a grama, pintar a
porta, etc. Opções possíveis do credor: Obrigações de Não Fazer (art 250 e 251 CC)

b1) Pedir a execução pelo devedor ou por terceiro às Conceito: É aquela em que o devedor assume o
custas do devedor, mais astreintes, mais perdas e compromisso de se abster de algum ato, que poderia
danos; praticar livremente se não tivesse se obrigado para
b2) Perdas e danos; atender interesse seu ou de terceiro.
b3) Peço ao juiz que designe um terceiro a executar o
serviço às custas do devedor. Não poderá ser cláusula abusiva e ilegal como, por
exemplo: Não se casar, não se separar, não sair de
Ex: Contratei com um primeiro marceneiro para fazer casa por seis anos. É ilegal quando implica
as carteiras da minha escola por R$ 10.000,00 e ele cerceamento de direito de liberdade.
não executou.(já paguei) Ex: Comprometeu-se a não construir em determinado
O orçamento de um terceiro ficou em R$ 12.000,00. terreno.
Contrato com o terceiro pago os R$ 12.000,00 O inadimplemento se dá com a prática do ato a que
contratados e depois cobro do que não executou a se deveria abster.
prestação. Ele vai pagar os R$ 12.000,00, mais PD,
mais astreintes. Conseqüências da Prática:
Era uma escola, fiquei 60 dias sem aulas, sem poder
cobrar mensalidades, e perdendo alunos. A impossibilidade da abstenção: O devedor
Vai apresentar ao juiz os orçamentos. Nas hipóteses comprometeu-se se abster, mas praticou o ato.
de urgência, o devedor pode por sua conta e risco
indicar o terceiro (Art. 249 § único). 1) Impossibilidade de abstenção sem culpa (Art. 250
CC): Resolve-se a obrigação. Ele não deveria ter
Astreintes: É uma pena de caráter pecuniário que praticado o ato. Praticou porque foi forçado (coagido).
tem por objetivo compelir (forçar) o devedor a Ex: Eu me comprometi a não deixar que pessoas
satisfazer a obrigação de fazer ou de não fazer.(multa passassem nesta propriedade, mas fui obrigado a
diária) permitir mediante ordem judicial. Eu me comprometi a
não revelar segredo industrial da empresa. Revelei
Principais Diferenças entre as Obrigações de Dar sob coação. Solução: Resolve-se a obrigação.
e as Obrigações de Fazer:
2) Praticar o ato com culpa (Art. 251 CC):
1)Obrigação de Dar Desfazimento, mais astreintes, mais perdas e danos.
2)Obrigação de Fazer Ex: Muro construído na frente da porta do hotel em
Londrina (Prof. Chutou os tijolos); Janela para prédio
1) Tem por objetivo a entrega de uma coisa para na Av. São Paulo (decisão demorou 11 anos – já nem
transferência do domínio. havia mais a janela).
2) Tem por objetivo a realização de um ato ou a
confecção de uma coisa. Existem hipóteses nas quais o desfazimento é
impossível. Ex: Comprometeu-se a não revelar o
1) Requer tradição (entrega da coisa) segredo industrial, mas revelou. Comprometeu-se a
2) Não requer tradição não publicar as fotos, mas publicou. Solução: Perdas
e danos (art. 251)
1) O devedor está em plano secundário
2) O devedor pode ser essencial.
Obrigações Alternativas
1) Raramente se anula por erro sobre a pessoa do Obrigações Simples
devedor Obrigações Cumulativas
2) Pode ser anulado Obrigações Facultativas (art. 252 a 256)
Obrigação Alternativa: Conceito: É a que contém Princípio da Qualidade Média: Aplica-se este
duas ou mais prestações com objetos distintos, da princípio às obrigações alternativas? SIM.
qual o devedor se libera com o adimplemento de
uma só delas, mediante escolha sua, ou do credor Primeiro tem que concentrar. A obrigação
ou de terceiro ou do juiz ou por sorteio. (Apresenta persiste, mas não mais alternativa. Obrigação de
multiplicidade de prestações. Ex: pagar R$ dar. Coisa certa ou incerta? Sendo coisa incerta vai
200.000,00 ou entregar aquele automóvel). aplicar-se o princípio da qualidade média.
Considerar-se-á cumprida a obrigação se o devedor
satisfizer uma só das prestações. Conseqüência da impossibilidade e da
inexeqüibilidade das prestações:
Características:
1) Impossibilidade física: Duas prestações
1) Multiplicidade de prestações alternativas. Uma entregar um touro, outra,
2) Exoneração do devedor pela satisfação de entregar um fantasma. Se ocorrer a
uma só delas. Essas prestações podem impossibilidade física (material), temos a
ser de dar ou de fazer ou de não fazer. concentração automática. A obrigação não
será alternativa, será simples.
Concentração: Escolha da prestação.
2) Impossibilidade jurídica: Duas
A quem cabe proceder à escolha da prestação? prestações. Se uma delas for impossível
A concentração na omissão do contrato caberá juridicamente. Ex: Entregar um touro ou
ao devedor. matar o professor. Se a impossibilidade for
A concentração também pode ser feita pelo jurídica, a obrigação toda será nula (isso
credor quando assim dispuser o contrato ou não está escrito no artigo 253 – doutrina) O
quando o devedor não proceder a concentração art. 253 trata da impossibilidade física ou
uma vez notificado (intimado). material.
As partes podem também determinar que a
concentração caberá a terceiro ou a terceiros. Impossibilidade com culpa ou sem culpa de
Se o terceiro não concentrar, ou houver ambas as prestações:
divergência entre os terceiros não solucionada
pelas partes, a concentração passará a ser do 1) Sem culpa do devedor: 2 prestações
juiz. alternativas. Impossível a 1, entrego a 2.
Ao professor não parece correto, pois cabe ao (art 253);
juiz interpretar a vontade das partes e não 2) Sem culpa do devedor: Impossíveis 1 e 2.
contratar por elas. Resolve-se a obrigação. (art. 256);
Artigo 817 CC – A concentração também 3) Com culpa do devedor: Escolha do
poderá ser por sorteio (Ex: quando envolve devedor ou de terceiro: Impossível 1,
bens móveis a serem partilhados pela família). entrega o 2.
4) Com culpa do devedor: Escolha do
Obrigação Alternativa, também denominada devedor ou de terceiro. Impossíveis 1 e 2 .
Obrigação com prestações alternativas. Esta Perdas e danos sobre o último que se
espécie de obrigação se sujeita ao princípio da perdeu. (art. 254)
indivisibilidade (art. 252 §1º) – O credor só 5) Com culpa do devedor: Escolha do
poderá exigir uma das prestações. Só não se credor. Impossível 1 ou 2: Escolho a
aplicará este princípio quando as prestações prestação que se perdeu mais perdas e
vencerem periodicamente. (art. 252 § 2º). danos ou a prestação remanescente sem
Ex: A cada ano o Sr. me entregará uma de perdas e danos. O credor exige a
suas lavouras, ou de soja, ou de trigo. Posso prestação remanescente ou o valor da que
num ano escolher soja, outro ano escolher ser perdeu mais perdas e danos (art 255 1ª
trigo. parte).
6) Com culpa do devedor: Escolha do
Outro princípio da obrigação alternativa é o credor: Impossíveis 1 e 2. Perdas e danos
princípio da irretratabilidade. Procedida a sobre um ou sobre outro. (art 255 2ª parte).
concentração não se poderá retratar para a escolha
de outra, salvo se forem prestações periódicas. Obrigações Simples
(252§2º).
Conceito: É aquela cuja prestação recai somente
A obrigação alternativa perde a qualidade de sobre uma coisa ou sobre um ato, liberando-se o
alternativa quando ocorre a concentração. devedor quando a cumprir. Ex: Comprometeu-se a
entregar um livro ou um caderno.
inexeqüibilidade for da prestação
Obrigações Cumulativas: (Composta) alternativa, persiste a obrigação.

Conceito: É aquela em que o devedor se 4) É mais favorável ao devedor do que a


compromete a realizar várias prestações e só se obrigação alternativa.
considerará cumprida quando todas forem
satisfeitas. Ao contrário da alternativa, a obrigação 5) Uma vez em atraso o devedor perde o
cumulativa apresenta diversas prestações, todas direito de optar pela prestação facultada.
devidas. Só se considerará cumprida a obrigação
quando todas as prestações forem cumpridas. 6) Em caso de dúvida, (alternativa/facultativa)
cabe ao exegeta (intérprete) decidir. Qual
será? Facultativa. É menos onerosa, posto
Obrigações Facultativas: que incumbe ao credor ser mais atento na
confecção do contrato.
Conceito: É aquela que tem por objeto uma
prestação (in obligatione), mas permite a lei ou o
contrato ao devedor substituí-la por outra (in Obrigações Divisíveis e Indivisíveis e Início de
facultate), para facilitar-lhe o cumprimento. A Obrigações Solidárias: (art. 257 a 263 CC)
obrigação facultativa apresenta uma obrigação
contratada, mais a lei ou o contrato faculta para Obrigações Divisíveis:
facilitar ao devedor a substituição. É uma faculdade
legal ou convencional. Conceito: Diz-se que a obrigação é divisível,
quando a sua prestação pode ser fracionada sem
O legislador não dedicou um capítulo específico no perder as características essenciais do todo e nem
código civil para tratar das obrigações facultativas, sofrer depreciação acentuada.
mas não desconsiderou sua existência. Ao contrário
das obrigações alternativas, a concentração só Já na obrigação indivisível o fracionamento da
caberá ao devedor. prestação é impossível.

Devo R$ 200.000,00 ou entregar uma casa (a A indivisibilidade se dá de quatro maneiras diversas:


faculdade é para facilitar).
1) Indivisibilidade física ou material: Ex: Se
Qual obrigação é mais onerosa? A alternativa. Há eu me comprometo a entregar a vocês um
várias prestações. livro, não posso dividi-lo em 30 partes
porque ele perderá as características
Obrigação alternativa: O livro ou o anel. O livro se essenciais.
perdeu, entrego o anel.
2) Indivisibilidade legal: Até é possível
Obrigação facultativa: Lhes devo este carro, ou dividir, mas é a lei que estipula, que
como facultat aquele touro. Se o carro se perder determina a indivisibilidade. Ex: módulo
sem culpa minha não lhes devo nada. rural (menor porção de terra agrícola que
pode ser individualizada). Difere de região
Exemplo no CC (Art. 1254) O proprietário da coisa para região. Outro ex: lotes urbanos não
resgatada tem o dever de pagar a recompensa se podem ser divididos em área inferior a área
não preferir abandonar a coisa. Outros ex: art 1382; determinada pelo código de postura do
art 635; IPTU. município.

Obrigação facultativa é simples. É uma só prestação


em obligacione. 3) Indivisibilidade convencional: Até dá
para dividir, mas as partes convencionam a
Conseqüências jurídicas: indivisibilidade. Ex: Compramos uma
fazenda e convencionamos que a mesma
1) O credor pode exigir a prestação in não poderá ser dividida.
obligacione, mas não a facultativa.
4) Indivisibilidade econômica: A divisão
2) É direito do devedor a concentração acarretará diminuição substancial do valor.
Ex: Um anel com brilhante de 1 Kilate
3) A impossibilidade ou inexeqüibilidade da dividido em 10 anéis com brilhantes
prestação in obligacione sem culpa do pequenos.
devedor, resolve a prestação. Se a
Se houver pluralidade de devedores e/ou de Obrigações Solidárias: (Art. 264 a 285).
credores a obrigação será divisível se for possível a
divisão. Cada credor pega sua quota parte. Conceito: Há solidariedade quando na mesma
Se há unidade de devedor e credor, em regra é obrigação concorre pluralidade de credores e/ou de
indivisível. devedores. Cada um com direito ou obrigado à
dívida por inteiro. A solidariedade resulta da lei ou
Conseqüências da indivisibilidade: da vontade das partes. Não se presume a
solidariedade. Todos os devedores estão obrigados
1) Cada devedor responde por toda a a pagar tudo ou todos os credores estão habilitados
dívida.(art. 259) a receber tudo.

2) Cada credor pode exigir a dívida por Requisitos:


inteiro. Por que? Porque não dá para
dividir. 1) Pluralidade subjetiva: tem que haver mais
de um credor ou mais de um devedor.
3) O devedor que paga, exonera-se quanto
aos demais credores com a ressalva do 2) Unidade objetiva: Uma só obrigação.
artigo 260 inciso 2º. Caução de ratificação: Vocês são meus devedores solidários de
uma garantia (verbal, escrita, com móveis, R$ 35.000,00
com imóveis) de que a sua quitação será
aceita pelo outro credor. Pode até pagar 3) Decorre da lei ou da vontade das partes.
sem caução de ratificação, mas ficará sem Na dúvida não é solidária. A solidariedade
garantia. é um instituto eminentemente técnico.
Resulta da lei ou da vontade das partes –
4) O credor não pode recusar o pagamento NÃO SE PRESUME!!!! Ex: O avalista é
por inteiro regular. solidário. Decorre da lei (art. 942 CC)

5) Se um só dos credores receber a 4) A solidariedade é compatível com todo o


prestação por inteiro, os demais credores tipo de obrigação (dar, fazer ou não fazer).
poderão dele exigir a sua quota parte em 5) Pode ser pura e simples para alguns e
dinheiro. (art. 261) condicional para os outros – ou a prazo.

6) A remissão (perdão) não extingue a dívida O avalista é co-responsável solidário


para com os outros credores, mas esses O fiador também é co-responsável solidário
só poderão exigir, descontado o valor da quando renuncia o benefício de ordem (ordenar
quota parte remitida. (art. 262 CC). Ex: que antes de apreender os bens dele, apreenda
Caneta, carro. Entregamos o bem ao os bens do afiançado).
credor e solicitamos a ele o valor da quota Fiador – co-responsável – sempre
parte remitida. Pagar o valor Solidário – quando renuncia o benefício de
correspondente à quota parte. ordem.

7) Cessa a indivisibilidade quando a Todo devedor solidário que paga tem direito
prestação se converte em perdas e danos. regressivo contra os demais?
(art. 263). Se a culpa for de todos os Não, se pagar dívida que só a você interessa.
devedores, todos responderão por partes Ex: inquilino/fiador.
iguais. (art. 263 § 1º). Culpa só de um. Só
o culpado responde por perdas e danos. ( Fiador é devedor solidário? Não. Só é co-
art. 263 § 2º). (234) responsável – somente será solidário se
renunciar o benefício de ordem.
8) Insolvência do devedor: Obrigação
divisível: O credor só perde a quota parte Artigos sobre solidariedade:
do insolvente. Obrigação indivisível: O
credor pode exigir a prestação por inteiro Art. 585 – Se duas ou mais pessoas forem
dos demais, salvo se retardar simultaneamente comodatárias de uma
injustificadamente a cobrança. Insolvência coisa, ficarão solidariamente responsáveis
do devedor: indivisível – o credor pode para com o comodante.
demandar de cada um dos devedores,
salvo se retardar injustificadamente a Art. 680 – Se o mandato for outorgado por
cobrança. duas ou mais pessoas, e para negócio
comum, cada uma ficará solidariamente
responsável ao mandatário por todos os
compromissos e efeitos do mandato, salvo
direito regressivo, pelas quantias que pagar,
contra os outros mandantes.

Art. 829 – A fiança conjuntamente prestada a


um só débito por mais de uma pessoa
importa o compromisso de solidariedade
entre elas, se declaradamente não se
reservarem o benefício de divisão.

Art. 266 – A Obrigação solidária pode ser


pura e simples para um dos co-credores ou
co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou
pagável em lugar diferente, para o outro.

Solidariedade pode ser pura, condicional, a


termo.

Pura: Vocês são meus devedores solidários de


R$ 30.000,00

Condicional: Vocês são meus devedores


solidários de R$ 30.000,00 se o São Paulo for
campeão paulista de 2005.

A termo: Vocês são meus devedores solidários


de R$ 30.000,00 com vencimento no dia
31/05/2005. Só poderei cobrar a partir desse
dia.
Espécies de Solidariedade: 6) O falecimento de um dos credores
solidários não faz solidários os seus
1) Solidariedade ativa: onde há herdeiros individualmente, mas o serão
multiplicidade de credores: em conjunto (espólio): Ex: Tenho 4
credores solidários de R$ 100.000,00. O
2) Solidariedade passiva: onde há credor 1 faleceu e deixou 2 herdeiros. O
multiplicidade de devedores que o herdeiro 1 poderá exigir? R$
12.500,00. O espólio (conjunto de bens
3) Solidariedade mista: Há multiplicidade de antes da partilha) é solidário. Morreu o
credores e de devedores credor 1, o que o credor 2 pode exigir? R$
100.000,00. Art 270 CC – Se um dos
Solidariedade ativa: Características credores solidários falecer deixando
herdeiros, cada um destes só terá direito a
1) Cada credor pode exigir o seu crédito exigir e receber a quota do crédito que
por inteiro. Ex: Vocês são meus credores corresponder ao seu quinhão hereditário,
solidários de R$ 30.000,00. Cada credor salvo se a obrigação for indivisível. Art.
solidário pode exigir tudo. Art. 267 CC – 270 CC – Se um dos credores solidários
Cada um dos credores solidários tem falecer deixando herdeiros, cada um
direito a exigir do devedor o destes só terá direito a exigir e receber
cumprimento da prestação por inteiro. a quota do crédito que corresponder ao
seu quinhão hereditário, salvo se a
2) Prevenção judicial: É a preferência de obrigação for indivisível.
recebimento de que goza o credor solidário
que primeiro acionar ou demandar o 7) A um dos credores solidários não se
devedor a partir da sula ciência efetiva da pode opor exceções (defesas) pessoais
propositura da ação. Art. 268 CC – oponíveis só aos outros: As exceções
Enquanto alguns dos credores comuns podem ser opostas a todos. Art.
solidários não demandarem o devedor 273 CC – A um dos credores solidários
comum, a qualquer daqueles poderá não pode o devedor opor as exceções
este pagar. A partir de quando começa pessoais oponíveis aos outros. Defesas
esta preferência? A partir do momento que comuns são as defesas gerais. Ex: Eu já
o devedor tiver ciência efetiva que o credor paguei (recibo); prescrição; transação (já
ingressou com ação contra ele. celebrei um acordo – transigi – vai cobrar
de quem fez o acordo). Defesas pessoais:
3) O pagamento pode ser total ou parcial, e só podem ser opostas quanto àquela
extingue a dívida na mesma proporção: pessoa do credor – não contra todos. Ex:
Ex: vocês são meus credores solidários de Vícios de consentimento. Vocês são 30 e
R$ 30.000,00. Art. 269 CC – O pagamento eu me comprometi a pagar R$ 30.000,00,
feito a um dos credores solidários extingue mas você me coagiu (somente um coagiu).
a dívida até o montante do que foi pago. Só um é credor a prazo para 30 de Maio,
os demais são credores à vista.
4) A solidariedade perdura/ persiste/
permanece com a conversão da 8) O julgamento contrário a um dos
prestação em perdas e danos: Ex: Vocês credores solidários não prejudica os
são meus devedores solidários de uma demais; o favorável beneficia-os, salvo se
casa no valor de R$ 100.000,00. O que baseado em exceção pessoal daquele
cada um pode exigir? Uma casa no valor credor. Art 274 CC – O julgamento
de R$ 100.000,00. Art. 271 CC – contrário a um dos credores solidários
Convertendo-se a prestação em perdas não atinge os demais; o julgamento
e danos, subsiste, para todos os efeitos, favorável aproveita-lhes, a menos que
a solidariedade. se funde em exceção pessoal ao credor
que o obteve.
5) O credor que remitir ou receber,
responde aos outros pela parte que lhes Solidariedade Passiva: Características
caiba: No acerto interno cada um só é
titular de sua quota parte. Art. 272 CC – O Diz-se que a solidariedade é passiva
credor que tiver remitido a dívida ou quando há multiplicidade de devedores,
recebido o pagamento responderá aos todos obrigados pela mesma dívida. A
outros pela parte que lhes caiba. solidariedade não se presume.
Art. 275 CC – O credor tem direito a dos demais devedores. Pode exigir os R$
exigir e receber de um ou de alguns dos 30.000,00 contratados, mas não pode
devedores, parcial ou totalmente, a agravar para os demais devedores.
dívida comum; se o pagamento tiver
sido parcial, todos os demais devedores Ex: Contrato de locação. Locador aumenta
continuam obrigados solidariamente o valor do aluguel e não pega a assinatura
pelo resto. do fiador. Agravou para o fiador

O credor tem o direito de exigir toda a E se a cláusula beneficiar os demais


dívida de qualquer um deles. devedores? PODE, mesmo sem o
consentimento deles.
Parágrafo único. Não importará renúncia
da solidariedade a propositura de ação Se todos consentiram pode agravar?
pelo credor contra um ou alguns dos PODE.
devedores.
A solidariedade não precisa nascer
O que não se admite é o abuso de direito. concomitantemente com a obrigação.
Ex: Se um inquilino deve 6 meses de Poderá ser contratada depois.
aluguel, em vez do locatário entrar em juízo
e pedir todos os 6 meses, faz 6 ações Art. 279 CC – Impossibilitando-se a
diferentes e põe 6 oficiais de justiça na prestação por culpa de um dos
frente da casa da pessoa só para humilhar. devedores solidários, subsiste para
(isso é abuso de direito). todos o encargo de pagar o equivalente,
Art. 276 CC – Se um dos devedores mas pelas perdas e danos só responde
solidários falecer deixando herdeiros, o culpado.
nenhum destes será obrigado a pagar
senão a quota que corresponder ao seu Impossibilidade da prestação. Todos
quinhão hereditário, salvo se a respondem pelo equivalente. Só o culpado
obrigação for indivisível; mas todos pelas perdas e danos.
reunidos serão considerados como um
devedor solidário em relação aos A solidariedade é compatível com todo o
demais devedores. tipo de obrigação. A obrigação pode ser
indivisível e solidária? Sim. Vocês são
Morreu o devedor. Os herdeiros do meus devedores solidários de um telefone
devedor não são individualmente no valor de R$ 300,00. A obrigação é
solidários. Feita a partilha só poderão ser solidária e também a prestação é
individualmente cobrados de sua quota indivisível.
parte. Os herdeiros reunidos na figura do Se quebrar o telefone acaba a
espólio são devedores solidários. indivisibilidade porque se converte em
perdas e danos, mas não acaba a
Art. 277 CC – O pagamento parcial feito solidariedade.
por um dos devedores e a remissão por Pelas perdas e danos só responde o
ele obtida não aproveitam aos outros culpado. Acaba a indivisibilidade, mas não
devedores, senão até à concorrência da acaba a solidariedade.
quantia paga ou relevada.
Art. 280 CC – Todos os devedores
O pagamento parcial ou o perdão respondem pelos juros da mora, ainda
beneficiam os demais devedores. Tem que que a ação tenha sido proposta somente
ser feito o abatimento da quota parte contra um; mas o culpado responde aos
remitida. outros pela obrigação acrescida.

Art. 278 CC – Qualquer cláusula, Juros da mora são os juros decorrentes do


condição ou obrigação adicional, atraso no cumprimento da obrigação.
estipulada entre um dos devedores Ex: Vocês me devem um cavalo no valor
solidários e o credor, não poderá de R$ 10.000,00. Ela matou o cavalo. Davi
agravar a posição dos outros sem pagou o cavalo e vai cobrar da culpada as
consentimento destes. perdas e danos.
Vocês me devem R$ 300,00. Venceu dia
A cláusula adicional feita com um só dos 30/03. Cada um se comprometeu a pagar
devedores não pode agravar a situação R$ 30,00.
Não pagando em dia todos respondem A Aline ficou insolvente (faliu). Você vai
pelos juros da mora. Se houve culpado pagar a sua parte e mais a parte dela. Vai
depois cobro regressivamente dele os juros dividir entre todos os co-devedores na
da mora. proporção de suas quotas partes.
As perdas e danos só o culpado paga.
Art. 284 CC – No caso de rateio entre os
Art. 281 CC – O devedor demandado co-devedores, contribuirão também os
pode opor ao credor as exceções que exonerados da solidariedade pelo
lhe forem pessoais e as comuns a credor, pela parte que na obrigação
todos; não lhe aproveitando as incumbia ao insolvente.
exceções pessoais a outro co-devedor.
O Davi foi exonerado da solidariedade.
Para solidariedade passiva é a mesma Apesar de exonerado tem que participar do
coisa que para solidariedade ativa. rateio da quota parte da Aline. A renúncia à
Todos os devedores solidários podem solidariedade foi só da quota parte dele,
apresentar as defesas comuns. não foi dela. Ele continua com interesses
Exceções pessoais: Vocês todos são meus comuns.
devedores solidários à vista. Aline só é
devedora a partir de 10/07. Se o professor Diferentes efeitos da solidariedade ativa e
cobra hoje, é uma defesa pessoal. A dívida passiva:
ainda não está vencida para a Aline, e O credor solidário pode receber tudo e
somente para ela. pode perdoar tudo, depois o outro credor
cobra dele regressivamente os R$
Art. 282 CC – O credor pode renunciar à 15.000,00.
solidariedade em favor de um, de alguns
ou de todos os devedores. Art. 285 CC – Se a dívida solidária
interessar exclusivamente a um dos
Ex: O professor renuncia ao vínculo de devedores, responderá este por toda ela
solidariedade do Davi. Somos devedores para com aquele que pagar.
solidários de R$ 30.000,00, mas do Davi o
professor só cobra R$ 1.000,00. Se a dívida interessar a um dos devedores
É diferente de perdão. Exemplos: apenas e ele a quitar, não terá direito
A dívida é de R$ 30.000,00 e perdoei o regressivo contra os demais.
Davi. Quanto posso cobrar de você? R$
29.000,00. Ex: O professor assinou uma nota
A dívida é de R$ 30.000,00 e renunciei à promissória no valor de R$ 10.000,00 para
solidariedade do Davi. Quanto posso o Davi, sendo a Eveny avalista. O
cobrar de você? R$ 30.000,00 Nesse caso professor tem direito regressivo contra a
o professor não perdoou a dívida do Davi, Eveny? Não, porque só o professor tem
só renunciou à solidariedade dele. interesse na dívida.

Parágrafo único. Se o credor exonerar Avalista e fiador são co-responsáveis.


da solidariedade um ou mais devedores, O fiador só será solidário se renunciar ao
subsistirá a dos demais. benefício de ordem.
O professor renunciou a solidariedade em O avalista não tem esse benefício.
favor do Davi. Todos os outros continuam
solidários. Hipóteses de Extinção da Solidariedade:

Art. 283 CC – O devedor que satisfez a 1) Do mesmo modo como a solidariedade


dívida por inteiro tem direito a exigir de nasce pode se extinguir;
cada um dos co-devedores a sua quota,
dividindo-se igualmente por todos a do 2) A morte extingue a solidariedade em
insolvente, se o houver, presumindo-se relação aos herdeiros do falecido
iguais, no débito, as partes de todos os individualmente (Art. 270-276)
co-devedores.
3) Renúncia expressa. A renúncia é
Se o contrato não estabelece as quotas expressa quando for falada ou escrita;
partes, presumem-se idênticas.
4) Renúncia tácita: A renúncia é tácita em
razão de um comportamento ou de
uma omissão. A lei não estabelece 2) Na indivisível: só o culpado.
hipótese de renúncia tácita, a
jurisprudência sim. 1)A nulidade ou anulabilidade não se estende a
todos na solidária necessariamente. Ex: Vocês
a) Se o credor recebe só a são meus credores solidários, o Davi me
quota parte. O professor coagiu, a obrigação é nula quanto ao Davi, não
poderia cobrar do André R$ se estende aos demais.
30.000,00 somente cobrei R$ 2)na indivisível sim, afeta a todos.(indivisível –
1.000,00. Tacitamente pato – afeta a todos)
renunciei quanto ao André,
permanece quanto aos 1) Caução de ratificação. Não se exige na
demais. solidária.
2) Exige-se na indivisível.
b) Se o credor receber por
tempo fracionadamente.
Recebo por tempo e não a 2.º BIMESTRE
prestação por inteiro. A
prestação é de R$ 3.000,00, Obrigações Condicionadas:
o professor poderia cobrar 3
mil todo o mês, mas só cobra Conceito: Obrigação condicional é aquela que
a quota parte do André. contém cláusula que subordina a eficácia ou a
ineficácia do ato jurídico a evento futuro e incerto.
c) Se o credor demandar só a Diz-se que a obrigação é condicional porque ela
quota parte. Podia cobrar do contém uma cláusula que subordina a sua eficácia a
Davi os R$ 30.000,00, só evento futuro e incerto. A sua ocorrência pode ou
cobrou R$ 1.000,00. não acontecer. Ex: Pagarei R$ 1.000,00 sob a
condição de tal time ser campeão nacional de 2005.
Demandar=cobrar judicialmente
Seguro de vida é obrigação condicional: sob a
Há semelhanças entre as obrigações solidárias e as condição de o segurado falecer em certo período.
indivisíveis. Principais diferenças: Somente a morte não é condição, porque todos
estão sujeitos. Chover também não é condição
1) Solidária porque um dia ou outro choverá. Nem todas as
2) Indivisível obrigações podem ser condicionais.
Não se admite condição à paternidade; não se
1) A fonte da solidariedade é o título, é o admite casamento sob condição; direito à vida, ao
negócio. (Vocês convencionaram no nome, à emancipação; não pode ser condicional.
contrato)
2) A fonte da indivisibilidade é o objeto da A obrigação condicional pode ser cumulativa ou
prestação. (Vocês me devem um pato) alternativa.
Cumulativa: apresenta diversas condições a ser
1) A morte de um dos co-devedores ou co- implementadas.
credores extingue a solidariedade para os Alternativa: as cláusulas condicionais são
herdeiros (Art. 270-276) alternativas. O implemento de qualquer uma delas
2) Não cessa a indivisibilidade. Se o Davi estará cumprida a obrigação.
falecer os herdeiros dele vão ter que pagar
o pato. As condições podem ser classificadas quanto:

1) Persiste a solidariedade quando a Possibilidade (Art. 123 e 124): as condições devem


prestação se converte em perdas e danos. ser possíveis física e juridicamente. Quando a
Ex: Vocês me devem um telefone. condição for física ou materialmente impossível não
Quebrou. Cessa a indivisibilidade, haverá condição. A obrigação será pura, simples,
permanece a solidariedade. (art. 263). sem condição. Quem se compromete a pagar sob
2) Acaba a indivisibilidade se a obrigação se uma condição impossível, assume o compromisso
converter em perdas e danos. O pato pura e simplesmente. Quando a condição for
morreu. (valor do pato). juridicamente impossível a obrigação toda estará
contaminada. O negócio todo estará viciado. Ex:
1) Juros de mora: na solidária todos sob a condição de você não se casar; de você não
respondem; (solidária – todos se se divorciar.
comprometem a entregar tudo)
Licitude (Art. 122): as condições devem ser lícitas, pilotar Ferrari. Ocorre um evento dificultador, passa
não apenas juridicamente, mas num conceito mais a ser promíscua.
amplo. As condições não podem atentar contra a 4.4) Mistas: dependem em parte da vontade e em
moral, os bons princípios, a ordem pública. Se parte do elemento casual que pode ser até a
atentarem, estaremos diante da nulidade do vontade de terceiro. Pagarei R$ 1.000,00 sob a
negócio. condição de você constituir uma empresa se
associando a fulano. Pagarei sob a condição de ser
Natureza: quanto ao aspecto da natureza jurídica verificar tal fato decorrente da natureza.
podem ser:
3.1) Necessárias: há uma impropriedade quando se Modo de atuação: também podemos classificar as
fala condição necessária ou condicio sine qua non. condições quanto ao modo de atuação:
Ex: maioridade. (condicio sine qua non não são 5.1) Suspensivas: São aquelas que subordinam a
condições, são requisitos). eficácia do negócio jurídico a evento futuro e
3.2) Voluntárias: decorrem da vontade das partes da incerto. Diz-se que a condição é suspensiva porque
contratação. São as verdadeiras condições. Ex: não a eficácia do negócio é retardada. Pagarei R$
chover nos próximos 60 dias. 5.000,00 sob a condição de você ser aprovada em
Direito Civil II. Não há direito adquirido na pendência
Vontade: quanto à vontade dos contratantes se da condição suspensiva? Ocorre a prescrição do
classificam em: direito (Art. 199 I) não ocorre a prescrição. Essa
4.1) casuais: Esta condição resultou da vontade, do condição suspensiva pode ser expressa ou tácita. A
contrato, mas a sua ocorrência dependerá de um condição suspensiva subordina a eficácia do
evento casual. Ex: eventos da natureza. negócio. Não há obrigação ainda de pagar, mas
4.2) potestativas: as condições podem ser quanto à isso não significa que aquele credor em potencial
vontade dos contratantes potestativas. As condições não tenha a condição de ser precaver, de se
potestativas se subdividem em duas: potestativas acautelar. Não tem direito de ação, mas está se
puras e potestativas simples. esforçando para fazer jus. É possível àquele credor
4.2.1) potestativas puras: são nulas porque a sua em potencial exercer medidas acautelatórias para
ocorrência fica sujeita ao mero arbítrio de uma das proteger o seu direito em potencial. Ex: carro para
partes. Porque decorre do mero arbítrio, da vontade não ser roubado.
exclusiva de um dos contratantes. Invalidam o 5.2) Resolutivas: São aquelas que subordinam a
negócio ou mesmo a condição. Ex: pagarei R$ ineficácia do ato a evento futuro e incerto. É a
2.000,00 sob a condição de você gritar, ou de você ineficácia do negócio que fica subordinada a um
levantar o braço. Um exemplo muito comum é do evento futuro e incerto. Ex: pagarei R$ 200,00
empregado que contrai dívida com o patrão. enquanto ela cursar Direito. Se interromper o curso
Ocorrerá o vencimento antecipado se o empregado gera a ineficácia do negócio. Na pendência da
for demitido com ou sem justa causa. Essa condição condição resolutiva há direito adquirido? Sim.
é potestativa pura. Enquanto não ocorrer o evento que determine a
4.2.2) potestativas simples: são válidas porque não ineficácia do negócio ela tem direito adquirido. Tem
decorrem do mero arbítrio. Dependem da prática de direito à ação na pendência da condição resolutiva?
atos, inclusive fatores externos, exógenos. Por Sim. Corre o prazo prescricional na pendência da
exemplo: pagarei R$ 500,00 ao ator, sob a condição condição resolutiva? Sim. Três anos, nada exigiu,
de ele representar bem na peça “As Valquírias” no prescreve. Todos os contratos bilaterais trazem
teatro de Manaus. Pagarei R$ 200,00 sob a ínsita a condição resolutiva. Ex: contrato de compra
condição de Bobô atuar bem pelo Corinthians. e venda. Expressa ou tacitamente o inadimplemento
Contrato de locação onde a parte (locador) já aceita resolve o contrato. Eu tenho o direito de resolver o
a renovação do contrato por mais um ano e fica sob negócio se inadimplir.
a condição do locatário aceitar ou não a renovação.
Esta condição seria potestativa pura ou simples? Obrigações a termo:
Simples. Há uma série de fatores que vão
influenciar. Conceito: Obrigação a termo é aquela que contém
4.3) Promíscuas: São aquelas que no início são cláusula que subordina os seus efeitos a evento
potestativas puras, vindo a perder essa futuro e certo. Ex: pagarei quando da morte. É certa
característica por fato superveniente; alheio à a morte. É um evento a termo. Pagarei quando
vontade das partes que vem dificultar o seu chover. Se limitar o evento no tempo passa a ser
implemento. No início são potestativas puras, mas condicional. Ex: pagarei se chover em 15 dias; se
elas perdem essa característica no decorrer do morrer em 1 ano.
negócio porque ocorre um elemento dificultador. Era
potestativa, deixa de ser e passa a ser válida. Não Espécies:
depende só do agente. Ex: jogador, sofre contusão,
depende do médico, etc. Shumaker é escalado para Termo inicial: É o instante quando tem início o
exercício do ato. Ex: contrato de locação que Cláusula Penal (multa)
começa a viger em 1º de junho. Termo inicial: 1º de Garantia que o vendedor dá ao comprador de que a
junho. coisa comprada não tem defeito.
Termo final: é o momento quando deve cessar o
exercício. O contrato acima tem o seu termo final Conseqüências Jurídicas:
em 31/05/2006. (locação).
Termo certo: É aquele com data certa, fixa. Ex: 30 1. A extinção da principal implica a da acessória.
de junho – a nota promissória é a termo. Termo 2. A nulidade ou a anulação da principal implica a
certo é 30 de junho. da acessória, salvo no caso de declaração da
Termo incerto: É aquele de ocorrência certa em nulidade da principal por incapacidade do devedor,
data incerta. Ex: a chuva. É de ocorrência certa, é quando prevalece a fiança. Nula ou anulada a
termo, mas de data incerta. obrigação principal, nula será a acessória, salvo
Termo impossível: É aquele astronomicamente quando a nulidade da principal decorrer da
impossível. Ex: 30 de fevereiro. Passa para o incapacidade do devedor. Ex: O devedor é menor. A
primeiro dia útil subseqüente fiança não é nula. Só dá fiança; aquele que conhece
o afiançado, (Art. 824, CC).
Prazo: É o interstício temporal. O tempo que separa 3. A prescrição da principal afeta a da acessória.
(medeia) o termo inicial do termo final. Prazo de um Prescrito o direito de exigir a obrigação principal,
ano (1º de junho de 2005 a 31 de maio de 2006). Na também fica fulminada de prescrição a acessória.
dúvida interpretar-se-á a favor do devedor, porque 4. A obrigação acessória estipulada por um co-
se entende que competiria ao credor ser mais claro. devedor solidário não agrava os demais sem o
consentimento destes, (Art. 278, CC).
Obrigação Modal 5. A cessão de um crédito abrange todos os
acessórios, salvo estipulação em contrário, (Art.
Conceito: É aquela que conta com um modo ou um 287, CC). Ex: O professor era nosso credor. Cede o
encargo que impõe ônus à pessoa contemplada na seu crédito ao professor Eduardo. Cedeu também
relação jurídica creditória. as obrigações acessórias.
6. A obrigação de dar inclui os acessórios mesmo
- Diferente do que ocorre na obrigação condicional, não convencionados, exceto se o contrário resultar
a obrigação modal impõe um ônus. das circunstâncias ou do contrato. Quem se
- Ex: Doação Onerosa. Faço doação à essa turma compromete a entregar a coisa assume o
de R$ 50.000,00 com o ônus de prestarem serviços compromisso de entregar com os acessórios
comunitários por seis meses a uma entidade de (accessorium secundum principalis). Ex: Vende um
caridade. Se não cumprirem o ônus, ficarão sujeitos carro, vende com todos os acessórios. No entanto,
à revogação do negócio e, se, parte desse dinheiro, pode o contrato estabelecer o contrário, ou haver
já tiver sido pago, terá que ser devolvido. circunstâncias tais que elidem (afastam) a
- Normalmente a obrigação modal está na doação. presunção de que os acessórios devam seguir o
- O Encargo pode ser uma Ação ou uma Omissão. principal. Ex: Sempre vendeu carros sem
- Na Obrigação Condicional não há ônus, na acessórios. Mas essa é uma circunstância
Obrigação Modal há ônus que, se não for cumprido, excepcional, difícil de comprovar.
pode levar a revogação do negócio. - O acessório pode valer mais que o principal? Sim.
7. A nulidade e a extinção da obrigação acessória
Obrigação Principal: não afeta a principal. Ex: Lhes devo R$ 10.000,00
mais juros abusivos.
Conceito: É aquela que tem existência por si, - Se os juros são abusivos, deixo de dever o
abstrata ou concretamente, não se subordinando a principal? Não. Juros entre particulares (não é o
qualquer outra relação jurídica. caso dos bancos) é de no máximo 1% ao mês.

Obrigação Acessória: CESSÃO DE CRÉDITO

Conceito: É aquela cuja existência depende da Conceito: É negócio jurídico pelo qual o credor
obrigação principal. Tem que existir uma obrigação (cedente) de uma obrigação a transfere a outrem
principal. (cessionário) independentemente da vontade do
devedor.
-Ex: Contrato de Compra e Venda – Obrigação
Principal; Pagar Juros – Obrigação Acessória. - Ex: Professor é credor da turma. Cede seu crédito,
independentemente do nosso consentimento, a um
Aval terceiro.
Fiança
Garantia Real Requisitos:
1. Capacidade especial para atos de alienação 1. Transferência da relação jurídica
(para vender; para transferir; para alienar o crédito). 2. O cedente responde pela existência do crédito
Ex: Pode o marido vender um imóvel sem a cedido ao tempo da cessão (Art. 295, CC), mas não
anuência da esposa? Não. responde pela solvência (pela liquidação) da dívida,
2. Objeto: (Art. 286 CC) O que pode ser objeto da salvo estipulação em contrário. (Art. 296, CC). Ex: O
cessão de crédito? Nem todos os direitos. Nem Prof. Campanelli vai garantir ao Prof. Diniz a
todos os créditos são passíveis de cessão. Existem existência do seu crédito, não que nós iremos lhe
direitos que são inalienáveis: Os direitos de pagar.
personalidade – nome, maternidade, paternidade, - Garantias Subsidiárias – Se o cedente garantir,
crédito, alimentício. Ex: O Prof. Campanelli tem também, a liquidação, ele será Devedor Subsidiário,
direito junto a nós de receber uma casa. Cede o ou seja, responderá subsidiariamente pela dívida –
crédito ao Prof. Eduardo e como ele vai pagar em NÃO SERÁ DEVEDOR SOLIDÁRIO.
parcelas, proíbe de cedê-la a terceiros enquanto 3. O crédito penhorado não mais pode ser cedido
não pagar todas as parcelas. Devedor e credor pelo credor ciente da penhora, mas se o devedor
proíbem a cessão de crédito, mas a lei também não ciente, pagar ao novo credor estará quites
pode proibir. As indenizações decorrentes de (eximido). Ex: O Prof. Campanelli não tem mais
acidente de trabalho não podem ser cedidas. nada de seu, além de um crédito de R$ 1.000,00
3. Forma: O contrato de cessão de crédito não é um com a turma 4000. Um credor seu pede ao juiz a
contrato formal, não exige forma. A cessão de penhora desse crédito. O credor deverá notificar ao
crédito não precisa ser solene. Pode ser verbal ou Professor para que este não ceda seu crédito, de
pode ser feito numa folha de papel. Quando tiver boa-fé, a outro credor. O credor deverá, também,
por objeto a transferência de imóveis será celebrado notificar à turma 4000 para que não pague mais ao
por meio de escritura pública e levada a registro Professor e sim a ele.
público. O contrato particular não precisa de registro
público. O endosso de um cheque é uma cessão de ASSUNÇÃO DE DÍVIDA:
crédito. Não é necessária a anuência do devedor.
Conceito: É o negócio pelo qual o devedor transfere
Notificação do devedor: para terceiro sua posição na relação jurídica, que o
- Qual a razão de se formalizar a Cessão de substitui mediante o consentimento expresso ou
Crédito?- Para dar conhecimento público. tácito do credor. (Art. 292 a 303).
Finalidades: Na assunção de dívidas transfere a sua posição na
1. Ligar o devedor à nova relação para que não mesma obrigação a um novo devedor que o
mais pague ao antigo credor (cedente) – Art. 292, substitui mediante consentimento do credor.
CC –, pois, se não cientificado poderá pagar ao Assume posição na mesma dívida. O consentimento
antigo credor. Ex: Se eu não sei que o Prof. pode ser verbal ou escrito (expresso).
Campanelli transferiu o seu crédito a terceiro posso Quando o credor aceita receber de outro devedor
pagar a ele. Paguei bem ou mal? Paguei bem reiteradamente (tácita). Ex: contrato de gaveta, ou o
porque não tinha obrigação de saber se não fui credor ao invés de cobrar do devedor original, cobra
notificado. diversas vezes o novo devedor (subentende-se que
2. Permitir ao devedor apresentar ao cessionário as este aceitou a substituição do devedor).
mesmas defesas que poderia opor ao cedente (Art.
294, CC). O Senhor está notificando que o Prof.
Campanelli lhe transferiu o crédito. Saiba que já
pagamos, ou está prescrito, ou a obrigação é nula.
Se os devedores podem apresentar alguma defesa,
foram notificados da cessão e não apresentaram de Conseqüências Jurídicas:
pronto essa defesa ao serem notificados, não
poderão apresentá-la posteriormente, (Art. 294, O devedor primitivo (antigo) permanecerá vinculado
CC). O silêncio equivale a anuência. Ex: O crédito se o terceiro for insolvente ao tempo da assunção e
vencerá em julho de 2006. Em maio de 2005 foi o credor ignorar. Não há necessidade de má fé do
feita a cessão. O devedor foi notificado e, na época, devedor primitivo. A responsabilidade do devedor
não apresentou defesa. Não poderá fazê-lo quando primitivo permanecerá se este estado for
do vencimento do crédito. Se notificado, o devedor desconhecido do credor. O devedor primitivo não
permanece silente, não pode posteriormente querer será devedor solidário, mas devedor subsidiário,
se defender. O silêncio equivale à anuência. se o novo devedor insolvente não pagar então
Dispensa-se a notificação do devedor quando o estarei obrigado a pagar. Não é devedor solidário o
devedor já tem ciência. (Art. 290, CC). devedor primitivo.

Efeitos da cessão de crédito:


O devedor primitivo e o novo podem estipular prazo vencíveis em 24/05/2005. Pago R$ 530,00 três
para que o credor consinta. Podem estabelecer meses depois, ou ofereço um objeto em quitação.
prazo para que o credor consinta, se neste prazo o (dação em pagamento).
credor não consentir presume-se a recusa (Art.
299).
O silêncio, não presume aceitação por parte do
credor. Pelo contrário. Se o credor tem x dias para Quem deve pagar? Em princípio qualquer um pode
se manifestar acerca da assunção e não o fizer, pagar, inclusive o terceiro não interessado, se o
subentende-se que este recusou a troca. fizer em nome e por conta do devedor, salvo
oposição deste (Art. 304 e 306).
Pode ser paga pelo devedor ou por terceiro
interessado ou não interessado. Terceiro
Cessam as garantias dadas a partir da assunção, interessado é aquele que de alguma forma pode ser
salvo expressa concordância do devedor primitivo afetado pelo inadimplemento. Ex: o avalista, o
(Art. 300). Só prevalecem se ele concordar. fiador, o co-devedor são terceiros interessados. O
terceiro não interessado é aquele que não será
alcançado, atingido, prejudicado pelo
inadimplemento. O amigo, o irmão, o pai, a mãe,
Anulada a assunção, restauram-se o débito e as noivo, amante, são não interessados. Se o devedor
garantias, exceto as dadas por terceiros, que só desconhece o pagamento feito pelo terceiro não
permaneceria vinculado se conhecia o vínculo interessado e tinha meios para afastar aquela
(vício) (Art. 301). cobrança, não precisará reembolsar.

O novo devedor não pode opor as exceções É importante distinguir terceiro interessado de
pessoais que competiam ao primitivo (Art. 312). terceiro não interessado. Quando um terceiro
Comprei o anel de vocês, o anel era falso, quem interessado substitui o credor, sub-roga-se no direito
tem que alegar; sou eu. Ele foi coagido, eu não. do credor. Avalista que paga o aluguel, vai se voltar
contra o inquilino. Quando é terceiro não
interessado só terá direito ao reembolso do que
As defesas pessoais do primitivo devedor não pagou (Art. 305). Se pagar antes do vencimento não
podem ser argüidas pelo novo (Art. 302). poderá cobrar senão no vencimento.

O adquirente do imóvel hipotecado assumirá a


responsabilidade de pagamento do crédito garantido
se notificar o credor e este não impugnar a O Art. 307 traz regra fundamental de pagamento.
transferência no prazo de 30 dias. Superado o Quem paga tem que ter capacidade para transferir a
prazo, o consentimento é presumido (Art. 303). coisa dada em pagamento. Se eu transfiro ao meu
Vocês são devedores de um banco e deram um credor o domínio da coisa dada em pagamento de
imóvel em garantia hipotecária. Adquiro o imóvel, quem passa a ser o domínio? Do credor. E se eu
comunico o banco. O banco terá 30 dias para depositar para discutir? Dei em pagamento? Não.
responder. O legislador ao solicitar ao novo devedor Nomear a penhora não é pagar. Um dos predicados
a comunicação andou bem, O Prof.Campanelli da propriedade é o direito de uso da coisa. Quem
discorda do Prof. Silvio, que diz que não seria paga deve de ter capacidade para transferir o
necessário comunicar. domínio da coisa. Eu posso pegar o seu carro para
pagar dívida minha? Não porque não tenho
capacidade para transferir o domínio do seu carro.
Aquele que recebe é o accipiens. Aquele que
oferece em pagamento (solvens) deve ter
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS capacidade para transferir o domínio da coisa, mas
OBRIGAÇÕES: ele transferiu ao credor de boa fé que consumiu.
Consumida não é comida só, pode ser também
Pagamento strictu sensu: É o exato e voluntário vendida. Se der em pagamento coisa fungível não
cumprimento da obrigação. Ex: devo R$ 500,00 se poderá mais reclamar do credor que a recebeu e
vencíveis em 24/05/2005. Pago os R$ 500,00 no dia consumiu ainda que o solvente não tivesse meio de
24/05/2005 espontaneamente. aliena-la (Art. 307).
Pagamento latu sensu: É o cumprimento
generalizado da obrigação. Ex: devo R$ 500,00
A quem se deve pagar?
Objeto, Lugar e Tempo do Pagamento.
A quem se deve pagar: Deve-se pagar ao credor.
Deve-se pagar ao credor ou ao seu representante. Credor putativo é aquele que aparece (aparente)
Eu vou pagar ao credor ou ao seu representante. O
representante pode ser judicial (em juízo) Ex: oficial
de justiça, representante do juiz; síndico em É sempre válido o pagamento feito ao credor real?
processo de falência; comissário em processo de Nem sempre é válido o pagamento feito ao credor
concordata; o inventariante, o tutor, o curador, o real. Se, mesmo depois da penhora, o devedor
síndico no condomínio, os pais são os decide pagar, corre o risco de pagar outras vezes
representantes legais dos filhos menores, e também (pode ser constrangido).
podemos pagar ao representante legal – ao Pode o devedor ser intimado a não pagar a o credor
procurador. real em função de prova crédito ou a sua
impugnação, (Art. 321, CC). Nessa caso o devedor
pode depositar em juízo e se livrar da dívida.
Mandato é contrato (instrumento – procuração) É
indispensável constar da procuração esse poder
para receber e dar quitação. Nós devíamos para a OBJETO DO PAGAMENTO
turma 5000 e pagamos para a turma 6000.
Pagamos bem? Não. Pagamos mal. Mas a turma
6000 repassou o dinheiro para a turma 5000 e a - O devedor tem a obrigação de pagar, mas tem o
turma 5000 ratificou o pagamento. O pagamento direito de exigir a quitação do pagamento que faz.
valerá quando comprovado que se reverteu em
favor do credor. O pagamento apresenta algumas características:
O pagamento feito ao incapaz é nulo? O que é nulo
não pode ser ratificado. Você deve um trator novo 1. Identidade: paga-se o que é devido. Ex: Eu devo
para um menor e entrega o trator para outra pessoa laranjas; pago laranjas e não abacates.
que não o menor na fazenda do menor e vem sendo 2. Integridade: paga-se tudo o que é devido,
usado em benefício do mesmo. Você pagaria de integralmente. Ex: Eu devo dez caixas de laranjas;
novo? Não. pago as dez caixas de laranjas.
3. Indivisibilidade: paga-se tudo o que é devido, de
uma só vez. (não confundir com anterior). Ex: Eu
devo dez caixas de laranjas; pago as dez caixas de
CREDOR PUTATIVO: laranja de uma só vez.

Conceito: É o credor aparente. É aquele que surge


diante dos olhos de todos como legítimo credor,
sem o ser (Art. 309). Ex: Tonico, filho de Tonhão.
Morreu Tonhão, a quem se deu a herança? Deu
para Tonico. Depois constatamos que Tonico não São essas as três características que tem o
era filho de Tonhão, ele foi roubado em uma pagamento.
maternidade. E então, valerá esse pagamento? (Art.
309). E o credor real como fica? Agora apareceu o Existem Dívidas que devem ser solvidas em
credor real, era Antonia. Vai cobrar de quem? Do dinheiro (Arts. 315 e 318, CC). Devem ser solvidas
Tonico, ou do devedor, ou de nós que pagamos? (quitadas) em moeda corrente nacional (Art. 315,
CC), inclusive com reajuste, aumento progressivo
(Art. 316, CC), se assim for tratado.
Art. 311 O portador dá quitação. Aquele que porta o
título presume-se autorizado a receber. Esta é uma É válido contratar em moeda estrangeira?
presunção juris tantum (relativa). Admite-se prova É válido para os contratos de importação e
em contrário. Pode ser ilidida pelas circunstâncias. exportação. Mas contratar é diferente de pagar.
Não é juris et de jure (absoluta). E para os outros contratos?
Uma situação é contratar em dólar. Outra é pagar
em moeda estrangeira.
Se uma pessoa porta nota promissória, duplicata, Há divergências sobre a possibilidade de se
recibo, presume-se que a mesma está autorizada a contratar ou não em moeda estrangeira.
receber. Podem existir circunstâncias tais que ilidam Uma das três turmas do STJ aceita a contratação
a presunção. em dólar, mas, as outras duas não aceitam nem a
É sempre válido o pagamento feito pelo credor real? contratação nem o pagamento em dólar.
É vedado o pagamento em moeda estrangeira no
nosso meio. parcelas posteriores gera a presunção do
pagamento das anteriores. Esta presunção admite
prova em contrário. Caberá ao credor informar que
não foram pagas.
Essa presunção vale para as dívidas públicas? Não.
Se o devedor vai pagar a última parcela do IPTU
O devedor está sujeito ao pagamento, mas pode tem que provar que pagou as anteriores.
retê-lo se não lhe for dada a quitação regular. Art.
319, CC – O devedor que paga tem direito a
quitação regular e pode reter o pagamento caso não
lhe seja dado. Art. 323, CC – O credor não recebeu juros e deu a
quitação da dívida. Presumem-se pagos os juros. A
não ser que declare que recebeu a dívida principal,
ressalvados os juros, ainda em pagamento.
Art. 320, CC. Explicita o que vem a ser quitação
regular.
Não precisa ser feita por instrumento público,
mesmo que o contrato tenha sido feito por
instrumento público. Art. 324, CC – O credor devolveu o título. Presume-
Pode a quitação ser verbal? Não existe assinatura se feito o pagamento. É relativo (iuris tantum).
verbal. Art. 324, PU, CC – Caberá ao credor que deu a
quitação provar que não foi feito o pagamento. Tem
o prazo de 60 dias para notificar o devedor. Esse
prazo é decadencial.
A quitação será escrita e mencionará o nome do
devedor, o valor e a espécie da dívida, a data e o
lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou
de seu representante, o qual tem que ter poderes
especiais para dar e receber quitação. Art. 325, CC – As despesas com o pagamento
cabem ao devedor. Mas, as despesas acrescidas
por culpa do credor ficará a cargo deste.
Pode valer o pagamento feito pelo devedor ao Ex: Eu tenho que entregar uma mercadoria em
credor real sem que o credor tenha dado quitação Presidente Prudente, mas o credor se mudou e
real? Sim, desde que se reverta em benefício dele agora quer que eu entregue em Cuiabá. Até
(credor) e desde que o devedor possa provar, (Art. Presidente Prudente cabe ao devedor. De
320, PU, CC). Presidente Prudente até Cuiabá, o que acrescer
cabe ao credor.
O Art. 325 é uma Norma dispositiva.

Art. 321, CC – O devedor quer pagar. O credor


perdeu o cheque (título). Para você pagar você não
quer o cheque? Se extraviar o título o devedor pede
ao credor uma declaração de que o título se
extraviou e entra-se com uma ação declaratória Art. 326 – Prevalecem os usos e costumes do lugar
pedindo ao juiz que declare a nulidade desse título. da execução da prestação. Aplica-se a medidas de
Se alguém se encontrar na posse desse título e se área (hectare, alqueire, etc), de peso (quilo, arroba,
julgar legítimo credor, que se apresente de posse do etc), entre outros.
título. Se não se apresentar no prazo, o juiz Ex: Eu contratei em Cuiabá, mas devo cumprir a
declarará quitado o título. obrigação em Sorocaba. Terei que faze-lo de
Vocês pagam mediante recibo sem a devolução do acordo com os usos e costumes de Sorocaba.
título? A devolução do título gera a presunção de
quitação relativa. Peguem a quitação no verso do
título. Caberá ao credor dizer que não foi feito
pagamento. Não rasguem as Notas Promissórias*.
QUITAÇÃO PRÓ SOLVENDO E QUITAÇÃO PRÓ-
SOLUTO

- Pró-Solvendo: É aquela que só ocorre com a


Art. 322, CC – Cotas periódicas. O pagamento das efetiva quitação do título. Só se confirmará quando
o título for efetivamente pago. Ex: Cheque, quando CC – Se surgirem motivos graves que impeçam o
for compensado. pagamento no lugar determinado, poderá o devedor
- Pró-Soluto: É aquela que se dá pagar em outro, sem prejuízo do credor. Art. 330,
independentemente da quitação do título pelo CC – O devedor tinha a prerrogativa de pagar em
banco. Quando não tem ressalva, a quitação é pró- seu domicílio ATUAL.
soluto.

Lugar do Pagamento:
Onde deve ser feito o pagamento.
Dívida Querable (Quesíveis) e Dívida Portable
******O PAGAMENTO DEVE SER FEITO NO (Portáveis)
DOMICÍLIO ATUAL DO DEVEDOR******
- Dívidas Querables ou Quesíveis: São aquelas cujo
Regra Geral: pagamento é buscado pelo credor no domicílio atual
É o domicílio do devedor ao tempo da execução e do devedor. É a regra. Ex: Aluguel, Nota
não da contratação. Promissória (duplicata). Cabe ao credor ir buscar o
O pagamento deve ser feito ao devedor no seu pagamento no domicílio ATUAL do devedor.
domicílio ao tempo da execução. (Art. 327, CC).

Há exceções: - Dívidas Portables ou Portáveis: São aquelas em


1. Estipulação em Contrato: Podem as partes que o pagamento deve ser levado (portado) até o
estipular outro local para o pagamento? Em regra domicílio do credor. É a exceção. Ex: Salários,
sim. Mas, há hipóteses em que não é permitida, por Alimentos, Tributos.
força de lei - salários, relações de consumo,
alimentos, tributos. Quesíveis: O credor quer? Vai buscar.
Portáveis: O devedor porta o pagamento. Leva até o
credor.
2. Circunstâncias Especiais: Existem obrigações,
negócios que, não podem ser satisfeitas,
executadas, no domicílio do devedor. Ex:
Reparação em Edifícios, empréstimos contraídos Art. 330 – Se o credor aceita, reiteradamente, o
por viajantes, etc. pagamento em outro local que não aquele
convencionado, subentende-se que renunciou
àquele lugar. Se o devedor, depois de pagar
3. Natureza da Obrigação: Pode ser de natureza tal reiteradamente em outro local, voltar e pagar no
que afaste a regra geral de que o pagamento se faz local convencionado, ele não pode mais pagar em
no domicílio ATUAL do devedor. Ex: Mercadoria outro local. Para pagar novamente em outro local
com pagamento contra entrega. O credor pode estar deverá obter a concordância do credor. Primeiro
passando férias no Costão do Santinho e pede para renunciou o credor, que aceitou o pagamento em
entregar lá um livro. O seu domicílio atual é Cambe, local diferente do convencionado. Depois renunciou
mas ele contratou para receber lá no Costão. o devedor que, tendo o direito de pagar em local
diferente, volta a pagar no convencionado. Ex:
Credor e devedor Convencionaram pagamento em
4. Se a Lei Dispuser Outro Local: A lei pode dispor, Paranavaí. O devedor pagou quatro prestações em
pode regulamentar. O lugar onde deve ser satisfeita Londrina e a quinta em Paranavaí. Não poderá
a obrigação. Ex: Dívidas Fiscais – devem ser pagas voltar para pagar a sexta em Londrina.
no domicílio do credor; Alimentos – devem ser
pagos no domicílio do alimentando; Salários –
devem ser pagos no domicílio do empregado; O
pagamento relativo a imóveis, deve ser realizado na Tempo do Pagamento:
localidade onde se situar o imóvel, (Art. 328, CC).
Ex: O devedor comprou uma fazenda em Goiânia; o O pagamento pode ser exigido de imediato (de
pagamento deve ser feito lá, salvo estipulação em pronto), salvo disposição especial de lei ou contrato
contrário. Art. 327, PU, CC – Podem as partes (Art. 331, CC). Se não estabelecido prazo para
estabelecer locais alternativos para pagamento. Ex: pagamento o credor tem o direito de exigir o
O devedor pagará em Cambé ou em Rolândia. Ao pagamento à vista. De imediato.
aceitar domicílio alternativo, o devedor renunciou ao
direito que lhe conferia o caput do Art. 327, ficando
à escolha do credor o local do pagamento. Art. 329,
Não! A dívida vencerá antecipadamente porque os
bens que foram nos dados em garantia foram
HÁ EXCEÇÕES: penhorados por outro credor.
1. Natureza da Obrigação: A obrigação pode ser de - Garantia Fidejussória: é aquela dada mediante
tal natureza que não seja possível o seu promessa. O juiz exigiu caução fidejussória. Ex:
cumprimento imediato, pagamento à vista. Ex: Fiança.
Quando contratamos a fabricação de móveis com
um marceneiro; Quando uma indústria compra uma
safra que ainda será colhida, de laranja, de soja, de - Garantia Real: é aquela dada com bens móveis ou
café; Quando contratamos o transporte de uma imóveis. Ex: Hipoteca, Penhor.
mercadoria para uma região distante. São casos em Ex: O Professor Campanelli é nosso devedor de R$
que não há como exigir a entrega imediata. 100.000,00 e o avalista dele morreu. Solicitamos ao
professor que o substitua sob pena de vencimento
antecipado.

2. A Lei: A lei pode dispor épocas para o


pagamento, (Art. 331, CC). As obrigações
condicionais são satisfeitas quando do implemento - As garantias se tornaram insuficientes. Ex: Deu em
das condições e o devedor tiver ciência do garantia um carro que valia R$ 50.000,00. O
implemento das condições, (Art. 332, CC). professor bateu o carro que agora vale R$
15.000,00. Se não substituir ou reforçar as
garantias, a dívida vence antecipadamente.

- Há hipóteses de vencimento antecipado das


obrigações. Há casos em que o credor pode exigir o
cumprimento antes mesmo do vencimento das - As partes podem contratar outras formas de
obrigações. Em algumas hipóteses pode o credor vencimentos antecipados. Ex: O não pagamento de
exigir o pagamento antecipadamente. É o que se três parcelas consecutivas, ou seis alternadas,
chama de pagamento antecipado ou vencimento provoca vencimento antecipado.
extraordinário.

- Art. 333, PU, CC – Solidariedade Passiva. Ex:


O Art. 333, CC traz algumas dessas hipóteses: Vocês são meus devedores solidários. Só um está
1. No caso de falência do devedor decretada por falido. Só deste o professor pode exigir o
sentença. Vencimento antecipado com concurso de vencimento antecipado.
credores. Ex: Faliu o devedor e o credor só poderia
exigir o cumprimento da obrigação e 2007. Mas,
diante da falência, ele pode apresentar - Normalmente o prazo é concedido em favor do
imediatamente o seu crédito. devedor. Se o prazo é favorável ao devedor, ele
* Concurso de credores – Os credores vão pode pagar antecipadamente com desconto de juros
concorrer com seu crédito perante a massa falida e correção monetária, inclusive.
(patrimônio que o devedor deixou).

2. Bens Hipotecados. São os bens imóveis dados - Existem hipóteses nas quais o prazo é favorável
em garantia. ao credor.

3. Bens Empenhados – Garantia Pignoratícia. São


os bens dados em penhor. Bens móveis. Ex: A safra
agrícola é Penhor Agrícola. Um anel que é - Quando for interesse do credor, o devedor não
empenhado na Caixa Econômica Federal. poderá realizar o pagamento antecipado. Ex: Nós
Ex: O Professor Campanelli nos deve e ofereceu em compramos móveis de cozinha para nosso
Garantia Pignoratícia um carro e em Garantia apartamento. A empresa já recebeu o pagamento.
Hipotecária uma casa. O Professor Eduardo Somos credores da entrega, mas só queremos
executa o Professor Campanelli, que tem dívida receber em dezembro, quando o apartamento
com ele também, e pede ao juiz que determine a estiver pronto. Ex: O Professor Campanelli vendeu
penhora (Garantia Judicial). O vencimento do nosso cem cabeças de gado. O credor da entrega pediu
crédito era só em 2012 e o Prof. Eduardo pediu a noventa dias porque não tinha pasto. Já marcou o
penhora sobre a casa e o carro. Não impede o juiz gado. Quando marca e separa, mesmo não levando
de mandar penhorar. Vamos aguardar até 2012? consigo, considera-se ocorrida a tradição*.
mandou representante. Ex: Vendeu uma fazenda e
- Pagamento por Consignação: (Art. 334 a 345, CC). não compareceu no cartório para receber o valor
Conceito: É meio indireto do devedor exonerar-se combinado. O devedor deve registrar que esteve no
da obrigação, mediante o depósito judicial ou local para realizar o pagamento e credor não
extrajudicial da coisa ou quantia devida, nos casos e compareceu.
forma legais (Art. 335, CC), o qual, se aceito pelo
credor ou reconhecido como válido pelo juiz
extingue a obrigação e libera o devedor. 3. Credor Desconhecido. Faz-se o depósito e pede-
se ao juiz citar por Edital. Credor declarado ausente
- É meio indireto. Não se paga direto ao credor por sentença, (Art. 22, CC). Incapaz sem
(consignare – por em depósito). representante legal. Opera automática sucessão.

- É feito mediante depósito. Faz o depósito em juízo


ou extrajudicial.
4. Credor Residir em Lugar Incerto. Basta que o
- O pagamento por consignação apresenta dupla devedor não saiba como chegar até o credor.
natureza jurídica. Diferente de lugar de acesso perigoso que é um
lugar de acesso difícil. Ex: Caíram barreiras; Caíram
1. Natureza Civil (Art. 334 a 345, CC). pontes; Local intransitável.

5. Dúvida sobre que é o Credor. Ex: Pago para


quem? Para Paulo ou para Pedro? Paulo diz que é
2. Natureza Processual Civil (Art. 890 a 900, CPC). o credor, mas Pedro afirma que foi coagido a ceder
- É uma faculdade do devedor pagar por o crédito. O devedor faz o depósito e deixa que o
consignação, mas não é uma obrigação. juiz tome a decisão.
- Como é facultado ao devedor pagar por
consignação através de depósito judicial ou
extrajudicial.
- O depósito extrajudicial só se faz em valores 6. Pende litígio sobre o que é devido. Ex: Eu digo
pecuniários (dinheiro), porque só pode ser feito em que devo R$ 800,00. O meu credor diz que eu lhe
bancos. Ex: Depositar honorários. devo R$ 1.000,00. Vou pagar os R$ 800,00, que é o
- O credor tem 10 dias para informar se aceita ou que eu entendo que lhe é devido.
não o pagamento. Se não responder fica entendido
como aceito e o devedor fica liberado da dívida. Requisitos Subjetivos:
- Caso o credor não aceite, o devedor terá trinta
dias para fazer o depósito judicial. 1. Consignação dirigida ao credor ou ao seu
- Às vezes é bom fazer o pagamento extrajudicial representante com poderes para receber e dar
primeiro. Lembrando-se que depósito extrajudicial, quitação;
obrigatoriamente, se aplica a quantias em dinheiro.
- Depósito Judicial – Pode ter como objeto
obrigações pecuniárias ou obrigação de dar coisas 2. Pagamento feito pelo devedor ou por terceiro
móveis ou semoventes. Ex: Se o devedor tem que interessado ou não, nos casos em que a lei o
entregar uma girafa, pedirá ao juiz que nomeie um autoriza. (Art. 335, 337, CC).
depositário, normalmente o próprio devedor. Quem faz o pagamento? O devedor, um terceiro
- Há coisas ou quantias devidas em que só se interessado ou até um terceiro não interessado.
admite pagamento em consignação quando a lei
autorizar. Quando a lei não autorizar não poderá ser Requisitos Objetivos:
realizado. Se aceito pelo credor ou, aceito como
válido pelo juiz, extingue a obrigação e libera o 1. Dívida líquida e certa, resultante de obrigação. De
devedor. valor já liquidado – valor já conhecido. Ex: Quando
você bate o carro do amigo, ainda não sabe o
quanto vai ter que pagar. Não é dívida líquida. A
dívida é certa, ela existe. Só é líquida quando você
Casos Legais de Consignação: Art. 335, CC. sabe o valor a ser pago.
1. O credor não pode dar quitação ou se a receber
sem justa causa.

2. Depósito integral, incluindo os frutos, juros,


2. O credor não compareceu para receber, não correção monetária, multa. Ex: Se eu devo R$
1.000,00 não posso pretender pagar R$ 900,00. 5. Oferta no local convencionado. Não há nulidade
Quem se dispõe a pagar, tem que fazê-lo sem prejuízo. Convencionado pagamento em
corretamente. Se a recusa for justificada não posso Cambe. Credor mora em Joaçaba/SP.
fazer o pagamento por consignação.
EFEITOS DO DEPÓSITO POR CONSIGNAÇÃO
** ATENÇÃO ** O Art. 899 do CPC autoriza o
devedor a complementar o depósito se for 1. Pagamento strictu sensu. Quem faz o pagamento
insuficiente. por consignação fez voluntariamente.

- O devedor pode complementar o depósito até dez 2. Constitui o credor em mora. O devedor quer
dias depois da contestação. O juiz julgará pagar, o devedor não quer receber. O credor está
procedente o pedido de pagamento em em mora. O atraso é do credor.
consignação.
-

O devedor vai ganhar a causa, mas será 3. Cessam os juros e transferem-se para o credor
condenado ao pagamento dos honorários do os riscos sobre a coisa. O risco é do credor. Ex:
advogado e das custas processuais. Paradoxos: Vendi os bois para você, vem pegar. Não veio pegar
Quem perde é quem ganha a causa. – depósito em juízo. Um boi é picado por uma cobra
e morre. Não preciso devolver o dinheiro do boi para
você.

3. Débito vencido ou quando já verificada a


condição a que se subordinava. A dívida está
vencida. Pode pagar por consignação. O devedor 4. Libera os fiadores e as garantias, (Art. 339, CC);
pode se antecipar e fazer o pagamento por
consignação, mesmo não estando vencida a dívida,
quanto o prazo lhe é favorável. Ex: O Professor
Campanelli está indo para o Iraque. Tem dívida de
R$ 100.000,00, a juros de 3,5%. Pode pagar 5. O credor deve reembolsar as despesas com o
antecipadamente? Pode pagar por antecipação, depósito (art. 338, 343, CC). Nós só pagamos por
caso e o credor se recuse a receber. consignação porque o nosso credor se recusou a
receber injustificadamente. O credor vai pagar os
honorários do advogado, as custas processuais e
do depósito.

4. Respeito às condições contratuais. Deve-se


respeitar o que foi contratado. O pagamento é
daquilo que foi contratado. Até quando o devedor 6. Depósito na Obrigação de Dar Coisa Incerta. Se
pode pagar por consignação? Carvalho Santos diz: a escolha for do devedor, ele deve fazê-la dentro do
“Tem que pagar no dia do vencimento ou no dia princípio da qualidade média. Mas, se a escolha for
seguinte”. O pagamento por consignação é possível do credor e este não a fizer, o devedor deve intimá-
enquanto houver interesse do credor em receber. lo para fazer a concentração, sob pena de perder
Pode ser que no dia seguinte ao vencimento já não esse direito, que passa para o devedor e o libera da
seja mais possível. Ex: Traje para dia da Formatura obrigação. Ex: Um touro; Um carneiro.
– Adianta a costureira entregar no dia seguinte à
sua realização? Não, porque não interessa mais ao PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
credor. Ex: O devedor tem um dívida de IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
R$100.000,00 vencida há dois anos – É evidente DAÇÃO EM PAGAMENTO
que interessa ao credor recebê-la.
Pagamento com Sub-Rogação:
- É a substituição, nos direitos creditórios daquele
que solveu obrigação alheia ou emprestou a quantia
necessária para o pagamento do credor. Esta é a
idéia de sub-rogação pessoal. Aquele que solveu
sub-roga-se nos direitos do credor. Passa a ocupar 3ª Hipótese: Terceiro Interessado: Fiador, Avalista,
a posição antes do credor. Co-devedor. Ex: a seguradora que indeniza o seu
segurado pelos prejuízos que sofreu por culpa de
terceiro se sub-roga nos direitos que o segurado
possuía perante um terceiro.

Natureza Jurídica:
- É forma de pagamento que mantém a obrigação,
apesar da satisfação do credor antigo. Um terceiro
emprestou ao devedor para que este pagasse a sua - Estas três hipóteses não são as únicas. Eles são
dívida. Libera-se o credor primitivo. Mantém-se a meramente exemplificativas. Há outras.
dívida. É uma forma de pagamento mediante a qual
se quita a dívida perante o credor primitivo.

- Outra Hipótese: Art. 13, PU, CDC (Código de


Defesa do Consumidor). Perante o consumidor,
- Duas Espécies: todos aqueles que atuaram na cadeia que
1. Sub-rogação Legal: A lei é que dispõe, prejudicou o consumidor são responsáveis. Ex:
independentemente de convenção. O credor não Dono da Farmácia que vendeu um medicamento
precisa transferir nada. Opera-se de pleno iuri. que causou a morte de um cliente. O comerciante,
Espécies: Art. 346, CC – A sub-rogação se dá por para evitar maiores problemas, indeniza o
força da lei, basta que ocorra o pagamento. consumidor. Pode ter vindo, também, faltando
cápsulas. Não era obrigação dele indenizar porque
tem o nome do fabricante lá. Se o farmacêutico
indenizar terá direito regressivo contra o fabricante.
1ª Hipótese: Do credor que paga a dívida do
devedor comum.

C1 = (Vencimento em 06/06/05) é credor de D no


valor de R$ 70.000,00 - Sub-rogação Convencional:
D = (Patrimônio de R$ 80.000,00) O credor recebe e transfere expressamente. Art 347
C2 = (Vencimento em 10/10/05) é credor de D no CC A sub-rogação é convencional porque,
valor de R$ 30.000,00. expressamente, ele recebeu de terceiro e,
expressamente, ele transferiu os seus direitos de
- Se C2 não pagar a dívida de D para C1; C1 vai credor.
executar D e provavelmente D vai falir. É vantagem Art. 347, I, CC – Cogita de terceiro não interessado.
então para C2 pagar C1. Como não pagou no dia Se não transferiu expressamente para quem solveu,
06/06/05 + 10% + honorários + multa. aquele terceiro não interessado só terá direito a
reembolso.

Art. 347, II, CC – Terceiro não interessado empresta


o dinheiro ao devedor para solver a dívida com a
2ª Hipótese: Aquele que adquirir o imóvel que está condição expressa de ficar sub-rogado nos direitos
hipotecado, se quitar a hipoteca, sub-roga-se nos do credor satisfeito.
direitos do credor hipotecário. Passa a ocupar a
mesma posição do credor hipotecário. Aquele que
está na posse do imóvel pode pagar a dívida. Por
exemplo, Inquilino, a casa que ele mora está para
ser leiloada pela Caixa Econômica Federal e ele
será despejado. O inquilino pode pagar o agente C D
financeiro. Sub-roga-se nos direitos do agente TERCEIRO NÃO INTERESSADO
financeiro. MÚTUO
MUTUANTE (AQUELE QUE EMPRESTA).

Ex: Terceiro não interessado (amigo, filho, pai, tio,


parente) paga o banco e torna-se credor hipotecário
de D.
Banco débitos satisfazer dentre várias prestações de coisa
C = é credor de R$ 700.000,00 de D fungível, devidas ao mesmo credor, pelo mesmo
C1 = é credor de R$ 40.000,00 devedor.
C2 = é credor de R$ 20.000,00 - Imputar é atribuir
- Imputação = atribuição
- Na sub-rogação legal substitui-se o credor até o - Atribuição do pagamento
limite do que foi pago, (Art. 350, CC).

Quando se verifica a Imputação de Pagamento?


- Quem tem o direito de imputar o pagamento? O
- Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá credor ou o devedor?
exercer os direitos e as ações do credor, senão até - Ex: Vocês têm duas dívidas: D1 a título de Aluguel
a soma do que tiver desembolsado para desobrigar de R$ 500,00 e D2 de R$ 500,00 a título de
o devedor. Honorários. Qual irão pagar primeiro? Aluguel tem
- Ex: O avalista pagou uma dívida de R$700,00 por multa; Honorários não têm.
R$600,00. O sub-rogado só pode cobrar os
R$600,00. REQUISITOS DA IMPUTAÇÃO:
- Na sub-rogação convencional vai até o limite do
que foi expressamente transferido. 1. Multiplicidade de Dívidas: mais de uma dívida.
- Ex: O sub-rogado pode cobrar pode cobrar os R$ Quando só uma dívida rende juros, considera-se
700,00. como sendo mais de uma dívida. Para fins de
imputação, neste caso, primeiro se fará a imputação
sobre juros para evitar que juros incidam sobre
juros, salvo convenção em contrário, (Art. 354, CC).

Efeitos da sub-rogação:

1. Liberatório: porque ele libera o antigo credor da 2. Identidade do Devedor e do Credor: Quando
relação jurídica ocorrer solidariedade passiva ou solidariedade ativa,
qualquer um deles pode fazer a imputação, pois se
considera, para fins de imputação como um só.

2. Translativo: porque transfere a quem solveu ou a


quem emprestou o dinheiro necessário, os direitos
creditórios.

3. Débitos da Mesma Natureza, Líquidos e


- Art. 351, CC – A sub-rogação não foi total. Foi Vencidos: Ex: Vocês me devem uma caneta e um
parcial. O credor primitivo tem preferência. telefone. Me mandam um telefone. Estão pagando o
telefone (não são débitos da mesma natureza). Ex:
Pesquisa: (Para estudar) Vocês me devem duas obrigações: uma de entregar
1000 sacas e outra de 1100 sacas de café (são de
mesma natureza).
É possível a sub-rogação convencional após o - Dívida Líquida é a dívida de valor já definido.
pagamento da dívida? - Dívida Vencida: Esse requisito se aplica quando o
A dívida foi paga ontem e hoje pode sub-rogar os prazo é em favor do credor*. Quando o prazo é
direitos creditórios? / Só se sub-rogará se o credor estabelecido em favor do devedor, ele pode se
lhe transferir os direitos creditórios. / Só se sub- negar à imputação adiantada.
rogará se pagar e se expressamente sub-rogar.

IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO (Art. 352 a 355, 4. Prestação suficiente para pagamento de uma das
CC) dívidas. O credor não é obrigado a receber a menor.
Pode se recusar. Ex: O devedor tem uma dívida de
R$1000,00 e quer pagar apenas R$700,00.

Conceito: É a faculdade de escolher qual dos ESPÉCIES DE IMPUTAÇÃO NO PAGAMENTO:


1. Imputação feita pelo Devedor (Art. 352, CC): O
devedor é que tem o direito de fazer a imputação,
observados os requisitos já analisados. Ex: Estou DAÇÃO EM PAGAMENTO E NOVAÇÃO:
devendo duas obrigações: uma no valor de
R$800,00 e outra no valor de R$600,00. Quero Dação em pagamento (Art. 356 a 359, CC).
pagar a de R$800,00.

Conceito: É acordo liberatório entre credor e


devedor em que o credor consente em receber
2. Imputação feita pelo Credor (Art. 353, CC): Se o coisa diversa da devida (Art. 356, CC). O devedor
devedor não imputar, o direito de imputação passa a oferece em dação em pagamento coisa diferente da
ser do credor. Ex: Várias dívidas com o banco. O devida. Ex: Se vocês me devem um carneiro não
devedor manda o dinheiro para o banco e não diz sou obrigado a aceitar um jabuti.
para quê. O banco faz a imputação. O devedor, é
evidente, poderá anular a imputação feita pelo
credor (no caso de coação, por exemplo), desde Quando se oferece em dação em pagamento quita-
que comprove que houve dolo. se a dívida. Desde que o credor consinta.

Objeto: Pode-se oferecer qualquer prestação: dar,


fazer ou não fazer, inclusive dinheiro, desde que a
coisa seja diferente da devida.
3. Imputação Legal (Art 355, CC): Quando o Antigamente havia a proibição da dação em
devedor não fizer e nem o credor. Será feita a pagamento em dinheiro. Hoje a proibição não mais
imputação da dívida vencida em primeiro lugar. Em sobrevive.
caso de dívidas simultâneas, será feita a imputação
da mais onerosa. Natureza jurídica: É meio indireto de pagamento
mediante acordo liberatório com a entrega de coisa
diversa da devida com consentimento do credor. É
um meio indireto de pagar, porque o meio direto
seria o pagamento correto.
EFEITOS DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO:
Requisitos:

Existência de um débito: Para que a dação em


- Extinguir a Dívida e suas Garantias. A dívida sobre pagamento seja regular tem que haver uma dívida.
a qual foi feita a imputação fica extinta e também as
garantias.

Pesquisar: Animus solvendi ou intenção de solver (pagar): O


É possível a imputação do pagamento nas Professor Campanelli nos deve R$ 500,00 e oferece
obrigações sob condição suspensiva? em dação em pagamento esta caneta. Não é venda,
Pagamento com sub-rogação é diferente de cessão empréstimo, comodato. É oferta em pagamento.
de crédito. A aparente identidade dos institutos Tem o objetivo de pagar. E este animus solvendi
reside em que transfere-se o crédito para terceiros. tem que ficar claro.
Cessão de crédito é um contrato. Requer
necessariamente e sempre a anuência do credor.
Na sub-rogação legal a transferência do crédito se
opera de pleno direito (Art. 346) o que não ocorre na Diversidade do objeto ofertado do devido: Requer a
cessão de crédito, onde necessariamente o credor oferta de coisa diversa da devida.
tem que ceder.
A cessão de crédito pode ser também feita
gratuitamente, sem ônus. Já no pagamento com
sub-rogação o pagamento tem que ocorrer. Consentimento do credor: Se o credor não aceitar
Estas são as duas distinções significativas. receber tartaruga no lugar de carneiro não vai
Existem pontos de confusão. Quando a sub-rogação receber. Pode ser expresso ou tácito.
é convencional.

Art 359 – Para oferecer em pagamento a coisa (ex:


telefone) tem que ter capacidade para transferir o época da novação (Art. 367, CC).
domínio da coisa.
Domínio = propriedade.
Se o credor que receber coisa diversa da devida
vier a perder a coisa para terceiro restabelecer-se-á As partes estão novando e sabem do vício e
a obrigação anterior. expressamente mencionam o vício na novação.
Agora estão ratificando o negócio. Ex: negócio
anterior houve coação.

Evicção: É a perda dos direitos sobre a coisa A anulabilidade só será reconhecida depois de
recebida por força de decisão judicial ou declarada por sentença. Dívida prescrita, dívida de
administrativa, que a atribui a terceiro. Ex: o carro jogo, (obrigação natural) pode ser objeto de
foi furtado de nós em Votuporanga?SP e achado em novação? Sim, pode. (opinião dominante). Clóvis
Londrina na mão de um pagodeiro. O delegado vai Beviláqua diz que não, mas a sua opinião é vencida.
apreender o carro. O sujeito comprou no Obrigação condicional pode ser objeto de novação?
estacionamento Havaí na Higienópolis. O carro vai Sim.
voltar para Votuporanga. E se o carro tivesse sido
oferecido em dação em pagamento? Restabelecer-
se-ia a obrigação inicial. (primitiva).
Mas se aquele que comprou presumiu que a coisa Criação de uma nova obrigação em substituição à
fosse dele? Se o devedor oferece coisa sobre a qual anterior, que se extinguiu. Cria-se uma nova
o credor venha a ser evicto responde por multa ou obrigação em substituição à anterior. E se a nova
não? A doutrina sustenta que ele está eximido de obrigação for nula? Novação não há. Continua
juros e multa. Somente com correção monetária, a sendo a antiga. (não volta a antiga – continua sendo
qual é mera reposição do valor aquisitivo da moeda. a antiga). Se a obrigação anterior fosse pura e
simples. Vocês devem R$ 10.000,00 e a nova for
Na dação em pagamento também há hipóteses de condicional (subordinada a um evento futuro e
fraude (nulidade): incerto) Ex: Se o Brasil vencer a Argentina amanhã.
Só se considerará extinta a primeira cm o
implemento da condição da nova obrigação.
Efetuada por ascendente a descendente sem o
consentimento dos demais descendentes;

A operada, ocorrida, efetuada, no período suspeito Para que a parte possa novar ela tem que ter
da falência. O juiz quando decreta a falência ele capacidade especial para contrair obrigações.
estabelece um período anterior onde as operações
feitas são consideradas suspeitas.

Elemento novo. Há uma nova obrigação na


novação. Primeiro se cria para depois extinguir a
Levada a efeito com fraude a credores. qual tem por força extinguir a anterior.

Animus novandi (Art. 361, CC): Intenção de novar.


NOVAÇÃO: (Art. 360 a 367, CC) Tem que ficar clara e escancarada. Não se
presume. Para que possamos concluir que se trata
Conceito: É a constituição de uma nova obrigação mesmo de uma novação, tem que ficar clara a
para extinguir a anterior. Ex: papagaio no banco. intenção de novar, senão o intérprete (exegeta)
pode concluir que são duas obrigações.

Requisitos: ESPÉCIES DE NOVAÇÃO:

Objetiva: Na novação objetiva há uma mudança da


Existência de uma obrigação anterior: Esta substância do negócio. Ex: Bruno devida aluguel.
obrigação anterior pode ser nula? Se ela for nula ela Celebramos um novo negócio de honorários de R$
é passível de novação? As obrigações nulas ou 3.000,00e mencionamos que este contrato quita o
extintas não podem ser objeto de novação. E as aluguel. Muda-se a substância do negócio, não as
anuláveis? Essas podem ser novadas, mas a causa partes.
da anulabilidade deve ser conhecida das partes à
Subjetiva: (Art. 360, II e Art 362, CC): Na novação Libera os co-devedores se não novarem. (Art. 365,
subjetiva há alteração não do negócio, mas das CC). Vocês são meus devedores solidários, só o
partes, Constituo com André um negócio. O devedor Bruno novou. Vocês não têm nada a ver com a
é afastado e considerado quitado. Subdivide-se em novação. Vocês estão liberados não participaram da
dois tipos nova. Só o Bruno novou.

Extinção das ações ligadas à obrigação anterior. Ex:


O Professor Campanelli estava movendo um
Novação subjetiva por delegação (Art. 360, II, CC): processo contra o Bruno porque não pagava o
É a substituição do devedor por indicação sua de aluguel. Houve a novação. Fica extinto o processo.
um terceiro, mediante o consentimento do credor.
Ex: O Bruno indica o André. O André vai assumir a Desaparecimento da fiança: liberação dos fiadores,
dívida. avalistas (Art. 366, CC);
Novação subjetiva por expromissão (Art. 362, CC):
Verifica-se com a substituição do devedor por A insolvência do novo devedor é risco do
terceiro, sem o consentimento do devedor, só do credor, salvo se a transferência for maliciosa
credor. O devedor praticamente é expulso, expelido, (Art. 363, CC) *** Ex: Bruno fala para o Professor,
indicando um terceiro para assumir a posição do vamos novar e ele indica o André. O Professor
devedor. aceitou e depois constata que o André era
insolvente. É risco do credor. O credor só poderá ter
ação regressiva contra o devedor se provar que o
devedor agiu dolosamente (Art. 363, CC).

Novação subjetiva objetiva: Nesta há substituição Efeitos quanto à nova obrigação:


do credor ou do devedor e do objeto. Ex: a turma
4000 deve R$ 10.000,00 para a turma 5000 Há um novo débito. Há uma nova dívida. Constitui-
relativos a serviços prestados. A turma 4000 paga a se um novo negócio.
turma 5000 mediante um cheque da turma 6000. Aí
já temos novação subjetiva. A turma 5000 aceitou o Não há mais elemento vinculativo. A obrigação nova
cheque da turma 6000. O novo devedor é o não tem mais vinculação com a antiga. Hoje os
emitente do cheque – novação subjetiva. Agora há tribunais vêm decidindo que pode o devedor
uma nova obrigação. O novo devedor tem obrigação rediscutir as bases do negócio primitivo para provar
de pagar o cheque. Não é mais referente a serviços que houve juros abusivos, por exemplo. Os bancos
prestados. Estamos diante de uma novação objetiva passaram a extorquir tanto que forçou a mudança
subjetiva. da posição jurisprudencial. Não é que vai anular o
negócio, mas vai reduzir os juros.

Pesquisa:
EFEITOS DA NOVAÇÃO:
Se houver cláusula no contrato primitivo
estabelecendo que o fiador continuará vinculado no
caso de novação. O avalista estará liberado porque
não participou da novação (Art. 366, CC)?
Quanto à obrigação extinta: Cessam-se os juros;
A insolvência do Art. 363, CC é ao tempo do
Extinção das garantias e dos acessórios; salvo vencimento ou da novação? Ex: O Bruno pensava
estipulação em contrário (Art. 364, CC). Não que André era bom e era, mas à época do
mencionou, as garantias estão extintas. Ex: Bruno e vencimento estava ruim.
Professor Campanelli têm um negócio. Quem deu o
imóvel em garantia foi o André. De nada adianta COMPENSAÇÃO:
colocar cláusula no contrato se não vier o André e
disser no contrato que aceita. Só permanecerão O instituto da Compensação é tratado nos artigos
vinculadas as garantias dadas por terceiro se o 368 a 380, CC.
terceiro participar da novação;
CONCEITO:
- É meio especial de extinção das obrigações até
onde se equivalem, entre pessoas que são ao
Desaparecimento da mora; mesmo tempo, devedoras e credoras recíprocas.
São, portanto, devedoras e credoras recíprocas. fixado – já está liquidada).
- Ex: Você deve para Paulo R$ 1.000,00 e Paulo - Ex: Quando você bate o carro, não sabe ainda o
deve para você R$ 700,0. Vamos Podem qual será o valor do conserto. Nesse caso o valor
compensar as obrigações até onde se equivalerem. não é líquido, ou seja, enquanto não se fizer o
levantamento dos custos do conserto a dívida será
ilíquida e, portanto, não é possível fazer a
compensação.

NATUREZA JURÍDICA:
- É meio indireto de pagamento. É pagamento até
onde se compensam.
2. Fungibilidade dos Débitos (Art. 369, CC): Não é
possível fazer a compensação com bens
infungíveis.
- Ex: Eu lhes devo este relógio. Eu lhes devo este
ESPÉCIES DE COMPENSAÇÃO: livro. São infungíveis.
- Ex: Eu lhes devo R$500,00. É fungível.
1. Compensação Judicial: É aquela determinada por
decisão judicial mediante prévio requerimento da
parte. Diz-se, portanto, que a compensação é
judicial porque ela se opera por força de
determinação judicial, mas o juiz não pode fazê-la 3. Identidade de Qualidade das Dívidas (Art. 370,
ex officio, depende do requerimento da parte CC).
interessada. O momento oportuno é o da - Ex: Vocês me devem café tipo A; Vocês me devem
contestação. café tipo B. As dívidas não são de coisas iguais.
- Ex: Vocês devem para Paulo R$ 1.000,00. Paulo São coisas distintas. A qualidade não é idêntica.
entra em juízo para cobrar os R$ 1.000,00. Paulo
lhes deve R$ 700,00. Cabe-lhes, no momento da
contestação solicitar ao juiz a compensação, que
não se fará ex officio, dependerá de requerimento. 4. Reciprocidade de débitos (Art. 368, CC): C deve
para D e D deve para C. Reciprocidade de débitos
2. Compensação Convencional: Diz-se que a entre duas pessoas. Compensação exige o requisito
compensação é convencional porque resulta de da reciprocidade entre duas pessoas que são, ao
acordo entre as partes. As partes convencionaram mesmo tempo, devedoras e credoras.
proceder à compensação. Se as partes já
convencionaram não são necessários os requisitos
exigidos nos procedimentos da compensação legal.
- Ex: Vocês devem para Paulo um coelho e Paulo
deve para vocês um curió. Não dá para fazer a CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS:
compensação. No entanto, se as partes quiserem,
podem convencionar qualquer coisa. - O Terceiro Não Interessado poderá pagar se o
fizer em nome e por conta do devedor (Art. 304 PU,
CC), porém não poderá compensar essa dívida com
a que o credor lhe dever (Art. 376, CC).

3. Compensação Legal: É aquela que se verifica por


força da lei, mesmo contra a vontade de uma das - O devedor notificado que não se opôs a cessão de
partes. Inclusive entre incapazes. É legal porque crédito, não pode compensar o crédito que antes
ocorre por força da lei. possuía junto ao cedente. Se for notificado tem que
Ex: Eu lhes devo R$ 1.000,00 e vocês me devem avisar que no futuro vai compensar.
R$ 700,00. Eu quero compensar, mas vocês não - Ex: Carlos e Daniel eram, ao mesmo tempo,
querem. A lei me permite pedir judicialmente a credores e devedores um do outro. Carlos devia
compensação. Mesmo nesse caso a compensação R$700,00 para Daniel e Daniel devia R$1000,00
não se determinará ex officio. para Carlos. Carlos cedeu seu crédito a Bruno e
Daniel não se opôs. Se houver sido feita a
REQUISITOS DA COMPENSAÇÃO LEGAL. notificação, no futuro, quando Bruno for cobrar o
crédito de Carlos, este irá pagar somente R$300,00.
1. Liquidez Das dívidas (Art. 369, CC). Só se podem O restante deverá ser pago por Daniel. Mas, caso
compensar dívidas líquidas. (já tem o seu valor Daniel não pague a Bruno, será Carlos deverá
complementar o valor, pagando mais R$700,00 e vem e pede a dívida de R$ 1.000,00. Se o professor
cobrar os R$1000,00 de Daniel. deu um prazo de favor, pode então compensar. Se
ambos os débitos estão vencidos compensa. Os
dois tem que ter exigibilidade atual (in preteritum
non vivitum – não se vive do passado). Se um dos
débitos não está vencido não compensa.Quando o
- O fiador pode compensar sua dívida com a do seu prazo for de favor pode compensar. NÃO SE PODE
credor ao afiançado (Art. 371, CC). O fiador e o COMPENSAR DÉBITO COM DÍVIDA PRESCRITA.
avalista podem compensar suas dívidas.

6. A diversidade de causa não impede a


- O procurador não pode opor crédito da pessoa que compensação (Art. 373, CC):
representa para compensar débito seu. - Ex: Vocês me devem R$ 1.000,00 a título de
- Ex: O Professor Campanelli ganhou processo para honorários. Eu lhes devo R$ 1.000,00 a título de
a turma 6000, referente a danos morais, contra o mútuo. Podemos compensar? Sim.
Carrefour. O professor tem uma dívida com o - Esbulho é a tomada de posse mediante violência.
Carrefour. Não pode compensar. Ele não pode ir lá - Turbação é a tentativa de tomada de posse.
e dizer não paga porque seu cliente tem crédito a - Dívida de Alimentos não pode ser objeto de
receber do Carrefour. compensação.
- Comodato é empréstimo gratuito da coisa.
- Coisa não suscetível de penhora: Salários, Bens
de Família, não são suscetíveis de penhora.
- Art. 374, CC. Era possível a compensação de
dívida tributária (eu devo para o Estado e o Estado
- O cônjuge casado em regime da comunhão parcial me deve) compensava. Lula revogou este artigo.
ou total de bens pode opor crédito do seu cônjuge Só podem ser compensadas aquelas previstas em
para compensar os seus próprios. legislação especial.
- Ex: Uma empresa de Ponta Grossa devia para
uma empresa em Londrina. O empresário de
Londrina, então, fez uma dívida equivalente com
aquela empresa. Comprou bastante. Quando
chegou o boleto de pagamento disse ao banco: A 7. Falta de estipulação excluindo a compensação
empresa me deve, quero compensar. (Art. 375, CC): A compensação é um benefício que
a lei atribui à parte. É um direito que ela atribui, mas
pode renunciado. A renúncia pode ser expressa ou
tácita. Cabe aos advogados das partes colocarem
cláusula no contrato dizendo que esta dívida não
- O co-credor ou co-devedor solidário só pode poderá ser objeto de compensação.
compensar até o limite da sua cota parte no crédito - Ex: Vocês são meus credores de R$ 1.000,00. Já
ou no débito. colocamos no contrato que esses R$ 1.000,00 não
- Ex: Vocês são meus devedores solidários de R$ poderão ser objeto de compensação.
100.000,00. Como solidários posso cobrar de
qualquer um. A Pamela é minha credora de R$
2.000,00. Ela pode compensar? Sim. Até R$
1.000,00. Até o limite da quota parte dela. Dela só
poderia cobrar R$99.000,00. 8. Dedução das despesas necessárias com o
pagamento se as dívidas não forem pagáveis no
mesmo local (Art. 378, CC). Podem ser feitas, mas
as partes deduzem as despesas.

5. Exigibilidade Atual da Prestação (Art. 372, CC): O


prazo de favor, embora consagrado pelo uso, não
obsta a compensação. Não impede que ela se
realize. 9. A ausência de prejuízo a terceiros (Art. 380, CC).
- Ex: O professor deve R$ 1.000,00 para o - Ex: Eu devo R$1000,00 e vocês também me
Alessandro e o Alessandro deve R$ 100.000,00 devem R$1000,00. Mas o Professor Eduardo
para o professor, (Dívida Solidária contraída pela penhorou a minha dívida e você tiveram que pagar
Turma 4000). O Professor deu um prazo de mais em juízo. Não dá mais para compensar. Vocês terão
dois anos para o Alessandro, mas o Alessandro que receber de mim.
extinta.

CONFUSÃO, REMISSÃO E MORA.

CONFUSÃO (Art. 381 a 384, CC): REMISSÃO DE DÍVIDAS. (Art. 385 a 388, CC).
CONCEITO:
CONCEITO: - É a liberação graciosa do devedor pelo credor,
- É a reunião em uma única pessoa das qualidades mediante a vontade de ambos e sem prejuízo de
de credor e de devedor, por ato inter vivos ou mortis terceiro. A remissão é o perdão de dívidas.
causa, numa mesma relação jurídica que se
extingue. Aquele que era devedor passa a ser
também credor.
Ex: O noivo deve para noiva e depois com ela se NATUREZA JURÍDICA:
casa sob o regime de comunhão universal de bens; - Negócio jurídico bilateral e consensual (na nossa
Um herdeiro universal (único herdeiro) deve para o Legislação). Não basta apenas o credor querer
pai. Com a morte do pai ele herda todo o patrimônio perdoar. O devedor deve consentir. Caso não
deixado. consinta pode então depositar em consignação.

Requisitos:

1. Unidade de relação jurídica: casamento, morte, ESPÉCIES DE REMISSÃO:


fusão de empresa.
1. Total ou Parcial: Pode ser de toda a dívida ou de
parte da dívida.
2. União das qualidades de credor e devedor na
mesma pessoa. 2. Expressa ou Tácita: Expressa é a verbal ou
escrita. Tácita é aquela decorrente do
3. Patrimônios comuns. comportamento das partes – Remissão Tácita. (Art.
386, CC).

ESPÉCIES: 3. Remissão à Garantia, (Art. 387, CC). É perdoada


a garantia, mas não há extinção da dívida.
1. Total ou Própria: Ex: O único herdeiro (universal).
Extingue-se toda a obrigação.

2. Parcial ou Imprópria: A confusão é só de parte. EFEITOS DA REMISSÃO:


Ex: o herdeiro devia para o pai, mas tem herança
para receber. A dívida se extingue totalmente, ou 1. Extinção da Obrigação. Perdoada a dívida está
em parte, porque tinha mais irmãos. extinta a obrigação.

2. Extinção das Garantias. Libera fiador, avalista,


EFEITO: garantias reais (casa, carro, etc). Portanto, estão
- A extinção da obrigação e dos acessórios (Art 381, liberadas as garantias acessórias;
CC).
- A confusão só vai até o limite da sua quota parte
no caso de devedores ou credores solidários (Art.
383, CC).
3. A exoneração de um dos co-devedores só
3. Confusão Nula ou Temporária: Cessa a confusão extingue a sua parte na dívida. (Art. 388, CC).
e restaura-se a obrigação e todos os seus - Ex: Nós somos devedores do Prof. Campanelli. Ele
acessórios quando a obrigação for nula ou de perdoa o Davi. Pode cobrar tudo, de qualquer um de
caráter transitório. (Art. 384, CC) ***O FIADOR nós, menos a quota parte remitida.
PERMANECE VINCULADO.***

4. A Exoneração do Devedor por um dos co-


- Durante o período de confusão não corre o prazo credores solidários extingue a dívida por inteiro.
prescricional. O credor não pode ser punido por não - Ex: Todos somos credores solidários do Prof.
ter cobrado a dívida, pois presumia que estava Campanelli. Se um de nós perdoar a sua dívida, ela
será feita na sua totalidade, como se tivesse sido - Ex: O sujeito tinha que pagar no dia 30 do
perdoada por todos. Cabe aos demais entrar com mês corrente. Não pagou, já está em mora.
ação para receber daquele que perdoou a sua quota
parte.
2. Mora solvendi ex personae (Art 397 § 1º, CC):
Obrigações positivas, negativas, líquidas e sem
termo certo. A obrigação não tem termo certo.
- Ex: O marceneiro se comprometeu a fazer nossos
5. A indivisibilidade impede a extinção, móveis, mas não deu prazo para entrega.
permanecendo os demais devedores vinculados. - Ex: Indenização referente a acidente de trânsito é
- Ex: Elefante – não dá para dividir. Vocês me positiva, é liquida, mas não a termo. Porém é
entregam o elefante e eu lhes devolvo em dinheiro o proveniente de delito.
valor da quota parte remetida. Mas, como o Davi foi - Ex: Você comprou uma casa, não estabeleceu
perdoado, ele não entra no rateio e terá que receber prazo para pagamento – mora solvendi ex
sua quota parte em dinheiro. personae.

MORA (Art. 394 a 401, CC)


- A partir de quando se verificará essa mora? A
CONCEITO: partir da notificação. Dentro da mora solvendi ex
- É a inexecução culposa da obrigação ou a injusta personae precisamos acrescentar algumas
recusa de receber a prestação no tempo, lugar e exceções:
forma convencionados. 1. Obrigações decorridas do compromisso de
- Diz-se que o devedor está em mora quando ele compra e venda de imóveis loteados ou não;
descumpre culposamente a obrigação que lhe é 2. Contratos de Leasing;
imposta. 3. Contrato de compra e venda com reserva de
- Diz-se que o credor está em mora quando ele se domínio ou com alienação fiduciária.
recusa injustificadamente a receber a prestação no - A lei só considera moroso o devedor após a
tempo, lugar e modo convencionado. notificação – É necessária a notificação. É a Mora
Sovendi Ex Personae.
- Quando a obrigação é a termo ou proveniente de
delito, o vencimento constitui em mora do devedor,
salvo as exceções.
- Quando não tem data de vencimento, a despeito
de ser a termo, é indispensável a notificação.

ESPÉCIES DE MORA.

1. Mora do Devedor ou Solvendi: É o devedor que


culposamente descumpre a obrigação. Existem Requisitos da Mora Solvendi:
duas modalidades (sub-espécies).
1. Exigibilidade imediata da prestação – Para se
considerar o devedor, a prestação já deve ser
suscetível.
2. Mora do Credor ou Accipiendi: É a mora do 2. Inexecução total ou parcial da obrigação
credor, que se verifica quando este, (descumpriu em parte ou totalmente a obrigação).
injustificadamente, se recusa a receber (em tempo, 3. Culpa do devedor – culpa em sentido lato (pode
lugar ou modo). ser culpa ou dolo);
4. Interpelação judicial ou extrajudicial (ex personae
– obrigação não é a termo, precisa notificar – Art.
3. Mora de Ambos os Contratantes: Ambos incidem 397, § 1º, CC). Interpelação pode ser judicial ou
em mora, devedor e credor. extrajudicial. Esse requisito só é da mora solvendi
- Ex: Marcam no dia 8 de agosto, no Pinicão, à meia ex personae. Tem que ser no cartório de títulos?
noite e, ambos não comparecem. Não. Pode ser por carta, por e.mail, desde que o
devedor tenha sido interpelado é o que basta.
Mora do Devedor.
1. Mora solvendi ex re: É aquela que se verifica nas
obrigações positivas (dar / fazer), negativas (não Efeitos da mora solvendi:
fazer), líquidas e com termo certo, ou provenientes
de delito, (Art. 397,398 e 390, CC). 1. Responsabilidade do devedor pelos prejuízos
causados ao credor pela sua mora (Art. 389, CC). O tácita. O credor se recusou a receber. Está em
devedor que está em mora tem que responder pelos mora.
juros da mora, multa, custos, lucros cessantes. O
devedor responde pelos prejuízos que a sua mora
der causa ao credor. 5. Constituição do Credor em Mora. Constitui-se
mediante notificação ou interpelação (Art. 397, PU,
CC), ou mediante pagamento por consignação.
2. Rejeição da prestação se a mora a tornou inútil
ou se perdeu seu valor (Art 395 PU, CC) – o credor Efeitos:
pode rejeitar a coisa. Ex: De nada adianta entregar
o vestido de noiva um dia depois do casamento. 1. Liberação do devedor pela conservação da coisa.
Não se autoriza o dolo. Ex: O sujeito tinha que
entregar um cavalo ao Prof. Campanelli em dia
certo, mas o ele se recusou a receber,
3. Responsabilidade do devedor por caso fortuito ou injustificadamente. Isso foi há 15 dias e hoje caiu
de força maior ocorrido durante o atraso, salvo se um raio e matou o animal. O sujeito tem o direito de
provar isenção de culpa ou que o dano sobreviria receber preço do cavalo, mesmo ele tendo morrido.
ainda que a obrigação fosse cumprida a tempo. A Mas isso não dá ao sujeito de descuidar do animal
mora perpetua a obrigação. O devedor pode se de forma proposital.
eximir se provar que o dano sobreviria mesmo que
ele tivesse entregado a termo.
- Ex: O devedor tinha que entregar um touro a 20
dias atrás, mas o animal foi picado por uma cobra e
morreu. O devedor estava em mora, responde pelo 2. Direito do devedor de ressarcimento das
dano. despesas com a conservação da coisa recusada.
- Ex: O devedor tinha que entregar um touro em 20 Não geram direito a ressarcimento, as benfeitorias
de outubro. Hoje caiu um raio e o matou. O devedor voluptuárias e úteis. Mas, as necessárias e de
não responde, desfaz-se a obrigação. conservação, sim.
- Ex: O inquilino tinha que entregar a casa ao dono
dentro do prazo de 15 dias, mas não o fez. Veio
uma inundação. O devedor não responde pelo dano
porque, mesmo que tivesse cumprido o prazo, ainda
assim adviria a inundação. 3. Recebimento pela estimação mais favorável ao
devedor. Se o preço da coisa que deveria ser
entregue oscilou entre o dia da efetiva entrega e o
dia em que deveria ter sido entregue, o devedor tem
direito ao melhor preço do período, (Art. 400, CC).
Mora do Credor ou Accipiendi:
Conceito:
- É a mora do credor, que se verifica quando este
injustificadamente se recusa a receber a prestação 4. Possibilidade de pagamento por consignação. O
na forma, tempo e lugar convencionados. É a injusta devedor tem direito de pagar por consignação
recusa do credor de receber a prestação no tempo, diante da recusa injustificada do recebimento.
lugar e forma convencionados.
Mora de Ambos os Contratantes.
Requisitos da Mora Accipiendi: Conceito:
1. Dívida positiva e líquida; - Ambos incidem em mora. Devedor e credor. Não
gera efeitos. É como se ambos não estivessem em
atraso.
2. Estado de solvência do devedor. Se o devedor for
falido ou insolvente não pode pagar. Nesse caso a
recusa será justa. - Ex: Marcam meia noite do dia treze de agosto,
sexta-feira, no Penicão, para pagamento. Ambos
não comparecem. Um não comparece para pagar
3. Oferta real e regular da prestação. A oferta de nem o outro para receber. Ambos estão em mora.
fato é real. Ela foi regular. Era para pagar em
Piracicaba e ele pagou lá.
- A mora de ambos os contratantes é a mora
concomitante – nenhum compareceu. Não confundir
4. Recusa Injustificada do Credor. Expressa ou a mora de ambos com a mora sucessiva.
contratante, para firmar a presunção de acordo final
Mora Sucessiva e tornar obrigatório o negócio; ou ainda,
- No dia certo o devedor foi pagar o credor não excepcionalmente, com o propósito de assegurar o
estava. No dia seguinte o credor quer receber e o direito de arrependimento.
devedor não quer pagar, (se recusa
injustificadamente a cumprir). Nesse caso prevalece
sempre a última. É a importância ou a coisa dada ao outro
contratante para garantir o negócio. É o que nós
vulgarmente chamamos de sinal do negócio. Aquele
que deixa as arras está deixando porque firma o
Purgação da Mora negócio e esse negócio é sério. Excepcionalmente
- É a eliminação da mora e dos seus efeitos, (Art. as arras são dadas para punir a retratação
401, CC). (arrependimento) da parte. Se vocês me vendem
- No caso do Devedor - Paga a obrigação e todos os uma casa e eu já lhes deixo um dinheiro, é
seus acréscimos advindos da mora: juros, multas, pagamento, é preço. Contanto, se nesse negócio
etc. contiver uma cláusula de arrependimento, daí pode
No caso do Credor – Se sujeita a receber e haver o arrependimento, se não tiver essa cláusula,
responde pelos acréscimos advindos da mora: não tem previsão de direito de arrependimento.
juros, multas, etc.

se quem se arrepender foi quem deu as arras. Se


houver arrependimento (sem cláusula) de quem deu
as arras, perde as arras; quem recebeu se
Juros Legais (Art. 406 e 407 CC) arrepender devolve em dobro.

Antigamente eram de 6% a.a. podendo as partes Quem se arrepende:


contratar até o máximo de 1% a.m., o novo código
mudou o percentual dos juros de mora, mudou Comprador? Inquilino?
também para as ações que estavam em curso? Perdê-las-á em favor do contratante.
Quando na época a sentença cogitou juros na forma
da lei, o que queria dizer com isso? O juiz tem que
declarar qual a forma da lei. Quem vendeu? Contratou?
Com base no art. 406 os tribunais chegaram à Perdê-las-á em dobro em favor do comprador ou
conclusão que os juros legais passaram a ser de contratante.
1% a.m., portanto, 12% a.a.; isso representava um
aumento de 100% nos juros, daí os advogados
pedirem que os juros legais incidissem desde o Só é possível se considerar o direito de
início da ação. Há decisões dos dois lados. arrependimento se houver cláusula contratual.
Prevalece o entendimento de que os juros legais de
12% ao ano prevalecem a partir do novo código. Natureza Jurídica: É um pacto acessório. É uma
Ao fazer petições, nunca deveremos solicitar juros obrigação acessória. Poderíamos celebrar o
de 1%, mas sim, juros na forma da lei. negócio sem arras. É um pacto acessório.
Para fazer jus aos juros da mora não é preciso que Outra natureza jurídica importante e perigosa de
o credor alegue prejuízo. Basta alegar e comprovar cair na prova*****
a mora. Comprovou a mora, tem direito aos juros da
mora. As instituições financeiras têm a autorização
legal para cobrar juros maiores do que os juros As arras têm natureza REAL. Ela se difere do pacto
legais. Os cartões de crédito, as decisões consensual.
majoritárias, permitem a cobrança de juros maiores Consensual = vontade Ex: compra e venda.
que os juros legais. Real = vontade + ENTREGA Ex: arras, depósito.

Diz-se que o contrato é de natureza consensual


quando ele existir apenas pela vontade das partes.
Quando o contrato é de natureza real, o consenso
Arras ou Sinal (Art. 417 a 420 CC) só não é suficiente. Tem que haver a entrega da
coisa. Tem que entregar. Feita a entrega há o
Conceito: É a importância em dinheiro ou a coisa contrato. Não pode dizer que entregará as arras em
dada, quando da contratação, por um ao outro 15 dias.
1) Por acordo entre as partes;
2) Havendo culpa ou
Ex: Compra e venda de um carro. R$ 20.000,00 – arrependimento recíproco
combinaram as arras – não entregaram as arras. (ambos contratantes se
Existe o negócio principal? EXISTE. Não existem as arrependeram);
arras. 3) Ocorrência de motivo de força
Consensual – basta a vontade. maior ou de caso fortuito.

As arras da relação de consumo:


Real – tem que haver o depósito.
O CDC não impede a contratação de arras.
Espécies das arras: É admitida, mas com limites, elas não
podem ser abusivas. O Art. 51 do CDC
1) Confirmatórias ou probatórias (Art. 417): As elenca uma série de hipóteses abusivas
arras são parte do preço. As arras são (são meramente exemplificativas) não é
imputadas ao preço. Ex: preço R$ uma relação exauriente.
10.000,00; dei R$ 1.000,00; falta pagar R$ Ex: Matrícula em instituição de ensino
9.000,00. Se o vendedor, por exemplo, não superior particular. Devolvem apenas 80%
cumpre, entrega a coisa defeituosa, da matrícula e não devolvem a primeira
aquelas arras é preço, tem que ser mensalidade.
devolvidas. Item 16 da portaria nº 3 de 15/03/2001 –
• (Art 418) As arras não englobam juros, Portaria do Secretário de Direito
não englobam custas processuais, não Econômico do Ministério da Justiça.
englobam os honorários advocatícios. Não somos obrigados a fazer e nem a
• (Art. 419) Indenização suplementar: A deixar de fazer por portarias.
parte inocente sustenta que as arras
não cobrem todos os prejuízos, se
conseguir provar, receberá. As arras
serão atribuídas como indenização. Esta orientação veio apenas consagrar a
Quer pedir mais? Então prove. jurisprudência dos nossos tribunais,
• (Art 413) Redução das arras: podem Enriquecimento ilícito, porque não houve
ser reduzidas as arras? Se provar que uma contrapartida (prestação de serviços –
o valor é exagerado, pode pedir a no caso do aluno não haver freqüentado as
devolução. Princípio da alteralidade ou aulas ainda). O vestibular ele já pagou.
da função social dos contratos. Retirar da matrícula, 10 ou 20% a
Demonstrado também que o valor das jurisprudência considera razoável, mas a
arras é excessivo, se pode, também mensalidade não pode ser retida.
pretender a sua indenização.

Funções das Arras (3 funções):


2) Penitenciais (Art. 420): São aquelas arras
que asseguram o direito dos contratantes 1) Confirmam o contrato;
ao arrependimento, com a perda do sinal 2) Antecipa o pagamento;
por quem o deu ou a sua devolução em 3) Fixa previamente as perdas e danos.
dobro por quem o recebeu. Só há
indenização quando houver cláusula de
arrependimento. Estipulação expressa –
arras penitenciais. Quem as deu perdê-las-
á em benefício da outra parte e quem Art. 51 CDC : São nulas de pleno direito
recebeu pagará em dobro. Se o contrato (por força da lei) as cláusulas contratuais
tiver cláusula de arrependimento aplica-se referentes ao fornecimento de produtos e
o Art. 420. serviços. V – Que subtraiam do consumidor
o direito de reembolso da quantia paga.
Ainda com relação ao CDC – Art. 49 – O
consumidor pode desistir do contrato no
Há hipóteses em que a devolução em prazo de sete dias contados da data de sua
dobro não ocorre: celebração, sempre que a contratação
ocorrer fora do estabelecimento comercial.
Esse direito é absoluto. O consumidor não 130%? Nula a cláusula? Nula só na
precisa nem sequer alegar defeito. parte excedente. Há percentuais
Devolução com correção monetária. menores – hipóteses menores por
determinação de lei. Ex:

Cláusula Penal (Art. 408 a 416 CC) • Condomínios – 2%


• Relação de consumo – 2%
Conceito: É um pacto acessório, pelo qual • Aluguéis – 10%
as partes contratantes estipulam • Compra e venda de imóveis loteados –
previamente pena pecuniária ou não contra 10%
a parte infringente da obrigação, como • Contratos de mútuo – 10%
conseqüência da sua inexecução culposa
ou do seu retardamento, fixando, assim, o
valor das perdas e danos e garantindo o
exato cumprimento da obrigação principal.
5) Imutabilidade relativa: aqui é que o
novo legislador cometeu erro. Se as
partes contratam 100% de Cláusula
Características: Penal, o juiz poderá reduzi-la? A
obrigação foi cumprida em parte. Deve
1) Acessoriedade: A cláusula penal é um o juiz reduzi-la. E se a parte não pedir
pacto acessório. Uma obrigação a redução, deve o juiz reduzi-la de
acessória à obrigação principal que é o ofício? Sim (Art. 413); E se as partes
próprio contrato. Nula a obrigação contratarem que o juiz não poderá
principal; nula a cláusula penal. reduzir? Esta regra não tem eficácia,
porque a norma do Art. 413 dirige-se
ao juiz e não às partes. Se a obrigação
foi cumprida em parte, deverá o juiz
2) Condicionalidade: Diz-se que se trata reduzir a Cláusula Penal
de um negócio condicional, porque a eqüitativamente. Se o juiz constatar
cláusula penal está subordinada a um que o valor da Cláusula Penal contém
evento futuro e incerto. valor manifestamente excessivo,
deverá ele reduzir. Não pagou na data
marcada, no horário marcado, já está
em mora.
3) Compulsoriedade: Constrange a parte Há um conflito entre os Artigos 413 e
a adimplir o contrato. Já estão lá 416:
fixadas as perdas e danos. (Art 416 – • No art. 416 – O credor não precisa
Para exigir não é necessário que alegar sequer prejuízo (essa regra
alegue prejuízo; PU – só pode pedir que inspirou a cláusula penal)
indenização complementar se tiver • No art. 413 – Se o juiz observar
cláusula contratual que permita, só que a multa é manifestamente
quando convencionado). Se há excessiva ele tem que reduzir.
previsão de indenização maior que a
• Paradoxo: se o credor não alega
cláusula penal (tem que ser
prejuízo, então a cláusula é
expressamente contratada) então a
excessiva e o juiz tem que reduzir,
cláusula penal é o mínimo.
ou seja, a regra do art 413 é
inconciliável com a regra do art.
416. O professor prefere a regra
do artigo 413.
4) Ressarcibilidade: Porque visa prefixar
• As custas não estão incluídas. As
o valor das perdas e danos. Caráter
custas são devidas ao escrivão,
ressarcitório. É a prévia estimação das
não à outra parte; os honorários
Perdas e Danos. Qual o valor máximo
são devidos ao advogado, não à
da cláusula penal? (Art. 412 – O valor
outra parte.
máximo da cláusula penal é de 100%
da obrigação principal) E se o
estabelecido pelas partes for de
6) Subsidiariedade (Art. 410 e 411): A
cláusula penal substitui a obrigação
principal. É um benefício, uma c) Quando da
alternativa, a favor do credor (Art. execução
410). Só para as hipóteses de imperfeita ou
inadimplemento total (absoluto). O art insatisfatória
410 parte da suposição de da prestação.
inadimplemento absoluto. Ex: O pintor Ex: conserto
que se recusa a pintar – o credor exige de
a pintura ou Cláusula Penal. O encanamento
locatário não pagou o aluguel e não s – contrata
ingressa no imóvel – o locador exige material de
os aluguéis ou a multa. A Cláusula primeira e
Penal é uma alternativa em benefício colocou de
do credor. terceira.
Executou mal.
O credor pode
exigir a
obrigação
Espécies de Cláusula Penal: principal mais
a cláusula
1) Compensatória (Art 410): penal. É o
Incide na hipótese de caso de quem
inadimplemento absoluto. não pagou a
Exige ou a cláusula penal prestação do
ou a obrigação principal. consórcio, por
Feita uma das opções a exemplo.
escolha é irretratável.

Nessas três hipóteses a cláusula penal


será moratória e, portanto cumulativamente
2) Moratória (Art. 411): (três exigível.
tipos)
a) Se ocorrer
mora do
devedor: Distinção entre Cláusula Penal e
houve atraso, Institutos Afins (Institutos
cláusula penal Semelhantes):
moratória.
Cláusula Penal
• A Quantia já está pré-fixada
b) Segurança de
cláusula
especial.
Quando a Perdas e Danos
cláusula penal • São fixados após o
garantir uma inadimplemento
cláusula
especial do
contrato. Ex:
condomínio Cláusula Penal
que proíbe • Só é exigida após o
animais e a inadimplemento
transgressão • Visa beneficiar ao credor
a essa • Pode ser reduzida pelo juiz
cláusula • Tem limites legais inferiores a
especial 100%
incide • De natureza consensual
cláusula
penal.
principal, que é o próprio
Arras contrato. Nulo o contrato, nula
• São pagos por antecipação (sinal) a Clausula Penal.
art. 417
• Beneficiam o devedor
• Não são reduzidas pelo juiz 2. Condicionalidade: Se diz que se trata de um
• Podem ser estipuladas até 100% condicional porque a sua incidência se dá em
(não têm limites legais) evento futuro incerto, que é o inadimplemento.
• Têm natureza real (consenso +
entrega)
3. Compulsoriedade: Constrange a parte a cumprir
contrato, a adimplir o negócio.
- Art. 416, CC – Basta ao credor alegar o
Cláusula Penal inadimplemento. Não precisa provar, nem alegar
• É uma pena resultante do prejuízo.
inadimplemento - Art. 416, PU, CC – Indenização Suplementar
quando houver previsão contratual.
- A Clausula Penal já é um instituto que
normalmente o credor estabelece, por isso não
Juros poderia exigir a indenização.
• São frutos civis pelo uso da coisa
e podem ser exigidos
cumulativamente (Art. 404)
4. Ressarcibilidade: Se diz que esta característica
visa pré-fixar perdas e danos. Pré-avaliação das
Clausula Penal. Perdas e Danos.
- Até que montante pode ser estabelecida a
Conceito: Clausula Penal?
- É um pacto acessório. Depende da existência de - Art. 421, CC. O valor máximo da Cláusula Penal
um negócio principal. não pode exceder a 100% da obrigação principal.
- Esta Clausula Penal é fixada, previamente, não
antes do contrato, mas antes do inadimplemento. - Ex: Se, as partes estabelecerem 130% a Clausula
Não será antecedente ao contrato, mas é anterior é nula só na parte excedente.
ao inadimplemento. - Mas há percentuais legais inferiores. Há casos em
- A Clausula Penal deve ser estabelecida no próprio que esse percentual de 100% não pode ser
contrato, num consenso das partes. É um contrato contratado: Condomínios, 2%; Relação de
consensual Consumo, 2%; Aluguéis, 10%; Compra e Venda de
- Incidirá na Clausula Penal a parte que infringir a Imóveis Loteados, 10%; contratos de mútuo
obrigação. (empréstimo de dinheiro), 10%.

- Mas há que se prestar atenção aos conhecidos


Funções da Clausula Penal. casos de desconto no valor do condomínio, pois,
1. Compulsório: Porque compele, força, constrange muitas vezes eles não passam de multa embutida.
ao exato cumprimento da obrigação contra ele. O valor do condomínio é o rateio das despesas. Se
2. Indenizatória: Porque por ela as partes pré-fixam, estão podendo dar desconto é porque estão
pré-avaliam, pré-estipulam o valor das perdas e cobrando um valor acima do que, de fato, é justo.
danos. É para evitar ter que provar perdas e danos
(que são de difícil comprovação) que se estabelece
a Clausula Penal.
5. Imutabilidade Relativa: Pacta sunt servanda.
- Se as Clausulas são estipuladas a 100%, pode o
juiz modificá-la?
- Art. 143, CC. Se, a obrigação foi cumprida em
Características. parte, deve o juiz reduzi-la, eqüitativamente.
1. Acessoriedade: É um pacto
acessório. Uma obrigação
acessória à obrigação - E, se a parte que vai pagar não pede redução,
pode pedir o juiz de ofício? Sim.
- E, se as parte contratarem que o juiz não pode 2. Moratória (Art. 411, CC).
reduzir? Esta disposição contratual não tem a) Se ocorrer nora do devedor: Atrasou Obrigação
eficácia, porque a norma do Art. 413, CC dirige-se Principal + Clausula Penal Moratória. Visa punir o
ao juiz e não às partes. atraso.
b) Segurança de Clausula Especial. Para garantir o
exato comprimento desta Clausula Especial do
- Art. 413, CC – Quer dizer eu se o juiz constatar Contrato.
que a Cláusula Penal tem valor manifestamente - Ex: Não é permitido o ingresso de animais no
excessivo ele deverá reduzi-la. prédio residencial. O condomínio estabelece
Clausula Penal Moratória, que é uma clausula
especial garantida pela Clausula Penal, Obrigação
- Ex: O Prof. Campanelli ganhou uma causa de R$ Principal + Clausula Penal.
100.000,00 contra uma empresa. A empresa
chamou o reclamante (cliente do professor) para
fazer um acordo e ele aceitou (contra a vontade do
professor). No dia do pagamento o representante da 3. Quando da Execução Imperfeita ou Insatisfatória
empresa não compareceu. O Professor pode exigir da Prestação.
mais 100% de Clausula Penal sobre o valor devido. - Ex: Contratamos um engenheiro para a construção
de uma obra. Solicitamos que ele utilize só material
de primeira qualidade (para não carregarmos o mico
nas costas). Ele executa a obra, mas utilizou
- Hoje isso não seria mais possível. Há um material de terceira qualidade. Ele executou mal, de
confronto entre os Arts. 413 e 416, CC. Enquanto o maneira satisfatória ou de forma imperfeita. É caso
Art. 416 diz que a parte prejudicada não precisa de Clausula Penal Moratória e o credor pode exigir
alegar e nem sequer provar prejuízo, o Art. 413 diz Obrigação Principal + Clausula Penal.
que, se o juiz observar excesso, poderá reduzir o Clausula Penal Compensatória – Escolhe ou a
valor a ser pago. Isso quer dizer que se não for Obrigação Principal ou a Clausula Penal.
alegado prejuízo o juiz deve reduzir. Eles são Clausula Penal Moratória - Obrigação Principal +
inconciliáveis Clausula Penal.

Distinções entre Clausula Penal e Institutos


- O valor das custas judiciais e dos honorários já Semelhantes (Afins).
estão embutidos? 1. Clausula Penal # Perdas e Danos. Na Clausula
- Não. O juiz define o valor a ser pago ao Penal o quantum (quantia) já está pré-fixado. Nas
reclamante. As custas judiciais são devidas ao Perdas e Danos é fixado após o inadimplemento.
escrivão e os horários aos advogados.

Subsidiariedade.
- A Cláusula Penal tem característica de 2. Clausula Penal # Arras. Clausula Penal é exigida
subsidiariedade porque ela é um benefício em favor após o inadimplemento. As Arras são pagas por
do credor. O credor deve escolher a obrigação antecipação, são um sinal, (Art. 417, CC). A
principal ou a Cláusula Penal. É uma alternativa. Clausula Penal visa beneficiar o credor. As Arras
- Só nas hipóteses de inadimplemento absoluto, beneficiam o devedor (Se houver Clausula de
quando a obrigação não dá mais para ser cumprida, Arrependimento ele não precisa cumprir o contrato,
quando não interessa mais ao credor. somente perderá o sinal). A Clausula Penal pode
- Ex: O inquilino deve Aluguéis. O credor escolhe a ser reduzida pelo juiz. As arras não podem ser
Cláusula ou os Aluguéis. reduzidas pelo juiz. A Clausula Penal tem limites
- A Cláusula Penal é um benefício para o credor. legais inferiores a 100%. As Arras podem ser
estipuladas até 100 % e não há limites legais. A
Clausula Penal é de natureza consensual (basta a
contratação, a convergência de vontade). As arras
têm natureza real (consenso + entrega).
Espécies de Clausulas.

1. Compensatória (Art. 410, CC). Incide na hipótese 3. Clausula Penal # Juros. A Clausula Penal é uma
de inadimplemento absoluto. Exige Clausula Penal pena que resulta do inadimplemento. Os Juros são
ou Obrigação Principal. Não admite a retratação. A frutos civis pelo uso da coisa e podem ser exigidos
escolha é irretratável. cumulativamente, (Art. 404, CC).
contrato. Não pode dizer que entregará as arras em
15 dias.
3.º BIMESTRE Ex: Compra e venda de um carro. R$ 20.000,00 –
combinaram as arras – não entregaram as arras.
Existe o negócio principal? EXISTE. Não existem as
AULA 1 arras.
DAS ARRAS OU SINAL Consensual – basta a vontade.
Art. 417 - 420 Código Civil Real – tem que haver o depósito.

Conceito: É a importância em dinheiro ou a coisa Espécies das arras:


dada, quando da contratação, por um ao outro
contratante, para firmar a presunção de acordo final Confirmatórias ou probatórias (Art. 417): As arras
e tornar obrigatório o negócio; ou ainda, são parte do preço. As arras são imputadas ao
excepcionalmente, com o propósito de assegurar o preço.
direito de arrependimento.
É a importância ou a coisa dada ao outro Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do
contratante para garantir o negócio. É o que nós contrato, uma parte der à outra, a título de arras,
vulgarmente chamamos de sinal do negócio. Aquele dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras,
que deixa as arras está deixando porque firma o em caso de execução, ser restituídas ou
negócio e esse negócio é sério. Excepcionalmente computadas na prestação devida, se do mesmo
as arras são dadas para punir a retratação gênero da principal.
(arrependimento) da parte. Se vocês me vendem
uma casa e eu já lhes deixo um dinheiro, é Ex: preço R$ 10.000,00; dei R$ 1.000,00; falta
pagamento, é preço. Contanto, se nesse negócio pagar R$ 9.000,00. Se o vendedor, por
contiver uma cláusula de arrependimento, daí pode exemplo, não cumpre, entrega a coisa
haver o arrependimento, se não tiver essa cláusula, defeituosa, aquelas arras é preço, tem que ser
não tem previsão de direito de arrependimento. devolvidas.
Quando o contrato tiver cláusula de
arrependimento, então, aquelas arras dadas serão Art. 418. Se a parte que deu as arras não
devolvidas, se quem se arrepender foi quem deu as executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
arras. Se houver arrependimento (sem cláusula) de desfeito, retendo-as; se a inexecução for de
quem deu as arras, perde as arras; quem recebeu quem recebeu as arras, poderá quem as deu
se arrepender devolve em dobro. haver o contrato por desfeito, e exigir sua
devolução mais o equivalente, com atualização
Quem se arrepende: monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, juros e honorários de advogado.
Comprador? Inquilino? : Perdê-las-á em favor do • As arras não englobam juros, não
contratante. englobam custas processuais, não
englobam os honorários advocatícios.
Quem vendeu? Contratou? : Perdê-las-á em dobro
em favor do comprador ou contratante. Art. 419. A parte inocente pode pedir
indenização suplementar, se provar maior
Só é possível se considerar o direito de prejuízo, valendo as arras como taxa mínima.
arrependimento se houver cláusula contratual. Pode, também, a parte inocente exigir a
execução do contrato, com as perdas e danos,
Natureza Jurídica: É uma obrigação acessória. valendo as arras como o mínimo da indenização.
Poderíamos celebrar o negócio sem arras. É um
pacto acessório. • Indenização suplementar: A parte
Outra natureza jurídica importante e perigosa de inocente sustenta que as arras não
cair na prova***** cobrem todos os prejuízos, se
As arras têm natureza REAL. Ela se difere do pacto conseguir provar, receberá. As arras
consensual. serão atribuídas como indenização.
Consensual = vontade Ex: compra e venda. Quer pedir mais? Então PROVE !
Real = vontade + ENTREGA Ex: arras, depósito.
Diz-se que o contrato é de natureza consensual Art. 413. A penalidade deve ser reduzida
quando ele existir apenas pela vontade das partes. eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
Quando o contrato é de natureza real, o consenso principal tiver sido cumprida em parte, ou se o
só não é suficiente. Tem que haver a entrega da montante da penalidade for manifestamente
coisa. Tem que entregar. Feita a entrega há o excessivo, tendo-312se em vista a natureza e a
finalidade do negócio.
Não somos obrigados a fazer e nem a
• Redução das arras: podem ser deixar de fazer por portarias.
reduzidas as arras? Se provar que o
valor é exagerado, pode pedir a Esta orientação veio apenas consagrar a
devolução. Princípio da alteralidade ou jurisprudência dos nossos tribunais, Enriquecimento
da função social dos contratos. ilícito, porque não houve uma contrapartida
Demonstrado também que o valor das (prestação de serviços – no caso do aluno não
arras é excessivo, se pode, também haver freqüentado as aulas ainda). O vestibular ele
pretender a sua indenização. já pagou. Retirar da matrícula, 10 ou 20% a
jurisprudência considera razoável, mas a
mensalidade não pode ser retida.
Penitenciais (Art. 420): São aquelas arras que
asseguram o direito dos contratantes ao Funções das Arras:
arrependimento, com a perda do sinal por quem o
deu ou a sua devolução em dobro por quem o 4) Confirmam o contrato;
recebeu. 5) Antecipa o pagamento;
6) Fixa previamente as perdas e danos.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito
de arrependimento para qualquer das partes, as Art. 51 CDC : São nulas de pleno direito (por força
arras ou sinal terão função unicamente da lei) as cláusulas contratuais referentes ao
indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê- fornecimento de produtos e serviços. V – Que
las-á em benefício da outra parte; e quem as subtraiam do consumidor o direito de reembolso da
recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em quantia paga.
ambos os casos não haverá direito a Ainda com relação ao CDC – Art. 49 – O
indenização suplementar. consumidor pode desistir do contrato no prazo de
sete dias contados da data de sua celebração,
• Só há indenização quando houver sempre que a contratação ocorrer fora do
cláusula de arrependimento. estabelecimento comercial.
Estipulação expressa – arras Esse direito é absoluto. O consumidor não precisa
penitenciais. Quem as deu perdê-las-á nem sequer alegar defeito. Devolução com correção
em benefício da outra parte e quem monetária.
recebeu pagará em dobro. Se o
contrato tiver cláusula de DIFERENÇAS ENTRE ARRAS E CLÁUSULA
arrependimento aplica-se o Art. 420. PENAL:

Há hipóteses em que a devolução em dobro não


ocorre: CLÁUSULA PENAL ARRAS OU SINAL

1) Por acordo entre as partes;


Só é exigido mediante São exigidas
2) Havendo culpa ou
o inadimplemento ou a independentemente de
arrependimento recíproco
mora mora ou inadimplemento
(ambos contratantes se
(exige antes)
arrependeram);
3) Ocorrência de motivo de força É consensual Tem natureza real (exige
maior ou de caso fortuito. consenso + entrega)
Tem limites legais bem Não tem limites legais,
As arras da relação de consumo: inferiores a 100% salvo nas relações de
consumo
O CDC não impede a contratação de arras. É Visa beneficiar o credor As arras visam beneficiar
admitida, mas com limites, elas não podem ser (Obrigação principal + o devedor (ele pode se
abusivas. O Art. 51 do CDC elenca uma série de perdas e danos) livrar apenas pagando o
hipóteses abusivas (são meramente sinal)
exemplificativas) não é uma relação exauriente. Pode ser estipulada em Só se aplicam aos
Ex: Matrícula em instituição de ensino contratos unilaterais e contratos bilaterais
superior particular. Devolvem apenas 80% bilaterais (qualquer
da matrícula e não devolvem a primeira contrato)
mensalidade.
Item 16 da portaria nº 3 de 15/03/2001 –
Portaria do Secretário de Direito CONSEQUENCIAS DO INADIMPLEMENTO DAS
Econômico do Ministério da Justiça. OBRIGAÇÕES
Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de
Nem todo inadimplento gera perdas e danos. pagamento em dinheiro, serão pagas com
1.Ex: O advogado foi contratado mas foi proibido de atualização monetária segundo índices oficiais
substabelecer. Ele descumpre o combinado, e regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
substabelece para outro advogado. Esse por sua custas e honorários de advogado, sem prejuízo
vez, ganha a causa. Existe perdas e danos? Não, da pena convencional.
ele ganhou a causa.
2.Ex: Ao locatário é proibido sublocar o imóvel. O Parágrafo único. Provado que os juros da mora
inquilino descumpre a cláusula e subloca para um não cobrem o prejuízo, e não havendo pena
terceiro. convencional, pode o juiz conceder ao credor
A) Há lesão ou dano? Não. indenização suplementar.
B) B) Há inadimplemento? Sim
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a
DANOS citação inicial.
É a lesão de um bem jurídico material ou
moral.
AULA 2
MODALIDADES DE DANO
RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA
1) Danos Emergentes: É a lesão
efetivamente sofrida, resultante
diretamente do fato ou do ato. Ex: danos
em acidente de trânsito (danos materiais RESPONSABILIDADE OBJETIVA: Independe de
no carro e motorista) (danos morais culpa, mas só
oriundos: danos estéticos). nas hipóteses
previstas em
Art. 402. Salvo as exceções expressamente lei. É
previstas em lei, as perdas e danos devidas ao obrigatório
credor abrangem, além do que ele efetivamente ressarcir aos
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. danos
independente
2) Lucros Cessantes: É o que mente de
razoavelmente se deixou de lucrar. O ônus agir.
da prova de que não há dano é do Pressupostos:
causador (réu). No entanto cabe a quem Dano + Nexo
alega demonstrar que é razoável o tempo de
em que ficou parado e o que deixou de Causalidade.
lucrar. Ex. Vendedor de lingerie (porta a
porta) que deixa o carro na oficina para o Se o Estado concede serviços a
mecânico consertar. Este demora dois particulares estas respondem objetivamente pelos
meses para entregar o carro. Nesse danos causados. Ex. Copel, TCGL, Sanepar,
período todo, o vendedor deixou de lucrar, Rodonorte etc. As concessionárias, atuando em
conseqüentemente faz jus as Perdas e nome do Estado, indenizam e cobram
Danos. regressivamente o que pagou, do agente causador
do dano, pois a responsabilidade independe de
PROBLEMAS NAS INDENIZAÇÕES NO culpa.
BRASIL
O Estado não responde só por atos ilícitos
As indenizações brasileiras são mas também por atos lícitos:
medianas, baseadas em declarações de Imposto de 1. Ex: O proprietário que foi expropriado,
renda, que muitas vezes são injustas e fraudadas. tem que ser ressarcido (ato lícito);
2. Ex: Caçamba da Sanepar em frente ao
bar, causando prejuízo;
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo 3. Ex: Construção dos elevados em São
do devedor, as perdas e danos só incluem os Paulo e o casal em lua-de-mel, não
prejuízos efetivos e os lucros cessantes por tem culpa e o imóvel foi desvalorizado
efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do pelo barulho.
disposto na lei processual.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e de
187), causar dano a outrem, fica obrigado a Causalidade
repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de + Culpa (em
reparar o dano, independentemente de culpa, sentido
nos casos especificados em lei, ou quando a amplo: Dolo
atividade normalmente desenvolvida pelo autor ou Culpa)
do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem. CULPA

Art. 932. São também responsáveis pela É toda a violação de um dever jurídico
reparação civil: (contratual / extracontratual) proveniente de fato
intencional ou negligência, imprudência e imperícia.
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem Quando se fala em culpa temos:
sob sua autoridade e em sua companhia;II - o
tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, A) Culpa stricto sensu: Negligência,
que se acharem nas mesmas condições; III - o imprudência ou imperícia.
empregador ou comitente, por seus B) Dolo: o ânimo de violar.
empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; NATUREZA DA CULPA
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, Contratual: Violação do contrato
mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos; V - os que Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o
gratuitamente houverem participado nos devedor por perdas e danos, mais juros e
produtos do crime, até a concorrente quantia. atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V advogado.
do artigo antecedente, ainda que não haja culpa
de sua parte, responderão pelos atos praticados Extracontratual (aquiliana): É aquela que não é
pelos terceiros ali referidos. oriunda de
um contrato,
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, mas que gera
nacional ou estrangeiro, e o importador responsabiliz
respondem, independentemente da existência ação. Ex:
de culpa, pela reparação dos danos causados roubo,
aos consumidores por defeitos decorrentes de acidente de
projeto, fabricação, construção, montagem, trânsito,
fórmulas, manipulação, apresentação ou danos ao
acondicionamento de seus produtos, bem como imóvel do
por informações insuficientes ou inadequadas vizinho.
sobre sua utilização e riscos. (CODIGO DEFESA
CONSUMIDOR) Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, direito e causar dano a outrem, ainda que
independentemente da existência de culpa, pela exclusivamente moral, comete ato ilícito.
reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
dos serviços, bem como por informações I - os praticados em legítima defesa ou no
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição exercício regular de um direito reconhecido;
e riscos. (CODIGO DEFESA CONSUMIDOR) II - a deterioração ou destruição da coisa alheia,
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: É aquela que iminente.
sem culpa Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será
não há legítimo somente quando as circunstâncias o
responsabilid tornarem absolutamente necessário, não
ade. Três são excedendo os limites do indispensável para a
os remoção do perigo.
pressupostos:
Danos + Nexo
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que danos causados por seus
causar, se as pessoas por ele responsáveis não empregados
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem
de meios suficientes. Art. 936. O dono, ou detentor, do animal
ressarcirá o dano por este causado, se não
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade provar culpa da vítima ou força maior.
pessoal consistirá no pagamento das perdas e
danos que sobrevierem ao ofendido, e se este Art. 937. O dono de edifício ou construção
não puder provar prejuízo, tem aplicação o responde pelos danos que resultarem de sua
disposto no parágrafo único do artigo ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
antecedente. necessidade fosse manifesta.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da
liberdade pessoal: Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte
I - o cárcere privado; dele, responde pelo dano proveniente das
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de coisas que dele caírem ou forem lançadas em
má-fé; lugar indevido.
III - a prisão ilegal.

In eligendo: É a má escolha da pessoa a quem se


ESPÉCIES DE CULPA
confia a prática do ato ou
adimplemento da obrigação.Ex1:
In Committendo: O agente pratica um ato positivo,
admitir ou manter a seu serviço
isto é, com imprudência.
empregado não habilitado
legalmente ou sem aptidões
In Omittendo: Omitiu o ato que lhe cumpria praticar,
requeridas. Ex2: O meu empregado
culposamente. Ex: um professor
derruba um muro e mata uma
de natação que, por estar
pessoa. O empregador responderá
distraído, não socorre o aluno,
objetivamente (933).
deixando-o morrer afogado. O
dono de um carro que não
Art. 932. São também responsáveis pela
promove o conserto.
reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus
In Vigilando: Falta de atenção em procedimento de
empregados, serviçais e prepostos, no exercício
terceiro. Falta de atenção com
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
pessoas. Ex. pai que não vigia o
filho e este causa dano. Ex.2:
NEXO DE CAUSALIDADE
Empresa de ônibus que permite a
saída de veículo sem freios, o
É a relação direta e imediata de causa e efeito entre
qual causa acidentes.
o dano e a ação ou omissão
Art. 932. São também responsáveis pela
1) Não pode haver interferência de outra
reparação civil:
causa (concausa): As concausas afastam a
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem
responsabilidade e o nexo causal.
sob sua autoridade e em sua companhia;
2) A causa próxima exclui a causa remota:
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e
Exemplo – A tutora deixa que uma terceira
curatelados, que se acharem nas mesmas
pessoa cause loucura em sua tutelada. A
condições;
causa próxima é a falta de cuidado da
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
tutora. A causa remota é a de quem
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro,
causou a loucura. Pode haver varias
mesmo para fins de educação, pelos seus
concausas, mas o que vale é a última.
hóspedes, moradores e educandos;
3) A causalidade incerta afasta a
responsabilidade.
4) Basta um grau elevado de probabilidade
In Custodiendo: É a falta de cautela ou a intenção
para identificar o nexo causal. Ex: aquele
em relação a uma coisa ou
animal tinha aftosa. Colocaram ele com
animal. No direito brasileiro,
outros animais. Existe uma grande
em regra, presumem-se
possibilidade do doente ter infectado os
culpados os representantes
outros.
legais por seus
5) A inércia do credor exclui a
representados; o patrão pelos
responsabilidade. Ex. Não vou tocar o boi
que pasta sobre o meu milho, vou esperar patrimônio moral tem uma
e pedir indenização. Ex. 2: Eu não paguei o pessoa acima da dignidade).
padeiro porque não recebi meu salário. Campaneli sustenta que é
(exceção: se houver clausula contratual patrimonial.
dispondo a condição) A dor, o sofrimento, a tristeza são as
Nova causa sendo fato natura, exclui a conseqüências do dano moral.
responsabilidade. Ex. Deixou um trator aqui, era Quando Morre um ente querido, também
para ter deixado em Londrina e inundou. sentimos dor. Não confundir fato gerador com efeito.
A morte de um familiar idoso também
AULA 3 constrange.
DANO MORAL Os danos morais são perfeitamente
ressarcíveis na atualidade.
Conceito: o dano moral é qualquer lesão aos
direitos da personalidade. É a lesão à dignidade. A) Quem pode pleiteia danos morais?
Antigamente não era reconhecido,o STF passou a Qualquer pessoa, física ou jurídica .
reconhecê-lo à partir da década de 60. Súmula 227 do STJ.
Ex 1: Da mulher que sofreu acidente no Ex 1: Do ciclista atropelado. A mulher
bonde em Paris. Ela pleiteou indenização e a corte deste pleiteia danos morais. Contudo ambos
francesa deferiu. estavam separados. Não conseguiu.
Ex 2: O marido também entrou com uma STJ Súmula nº 227 - 08/09/1999 - DJ 20.10.1999.
ação pela tristeza da mulher. Deferiram. Pessoa Jurídica - Dano Moral
Ex 3: O vizinho também pediu, pois ele se A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
sentiu constrangido. Deferiram. Pessoa jurídica também tem direito a conseguir
Antigamente os danos morais não podiam danos morais.
ser cumulados aos danos materiais. (Caso da Ex 2: Bubbaloo com cocaína.
menina em choque anafilático, que toma o
medicamento, passa mal e morre. Os pais pedem
danos materiais e recebem apenas 6 meses, uma STJ Súmula nº 37 - 12/03/1992 - DJ 17.03.1992
mísera quantia) Indenizações - Danos - Material e Moral - Mesmo
Fato – Cumulação
PREVENÇÃO DOS DANOS MORAIS Possibilidade de acumulação de danos
morais com danos materiais.
Artigo 5º, inc X da CF: São invioláveis a São cumuláveis as indenizações por dano material
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem e dano moral oriundos do mesmo fato.
das pessoas, assegurando o direito a Pessoa jurídica também tem dignidade.
indenização pelo dano material ou moral Porém o dano moral que prejudicou a pessoa
decorrente de sua violação. jurídica deve ser provado. ( No caso do SPC já é
inerente)
 Não há necessidade de
Artigo 6° do CDC: São direitos básicos
provar o dano moral quando
do consumidor
este é inerente ao caso
VI - a efetiva prevenção e reparação de
ocorrido.
danos patrimoniais e morais, individuais,
Ex: Nome no SPC ou SERASA
coletivos e difusos;
indevidamente.
VII - - o acesso aos órgãos judiciários e
Não receber aluguéis, honorários... não
administrativos, com vistas à prevenção ou
geram danos morais. Contudo há muitos casos de
reparação de danos patrimoniais e morais,
inadimplemento de contrato que podem haver.
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção jurídica, administrativa e técnica aos
Ressarcimento é diferente de
necessitados;
Reparação. Pois reparar o dano, configuraria um
concerto, deixando-o como no estado inicial, desta
Artigo 186 do CC : Aquele que, por ação maneira, é preferível falar em ressarcimento do
ou omissão voluntária, negligencia ou dano e não em reparação!
imprudência, violar direito e causar dano a Ex: Acidentes aéreos, o contrato previa
outrem, ainda que exclusivamente moral, levar a pessoa de um lugar a outro com segurança,
comete ato ilícito. com a queda do avião o contrato foi quebrado.
Porém não é todo inadimplemento
 Danos morais – imaterial contratual que gera dano moral, mas pode
(nomes com problemas)/ acontecer.
extrapatrimonial (que
Quando se fala em dano moral, Ex 1: em um acidente grave a pessoa veio
semanticamente é melhor dizer ressarcimento do a perder um membro inferior, ficou com cicatrizes
dano e não reparação. pelo corpo.

FUNÇÃO DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL (2)

1ª) Função de satisfação ou Ex 2: Invalidez parcial.


compensatória: estabelece uma indenização para a
vitima do dano moral proporcionando a sua 2º Publicidade dos danos:
satisfação.
Ex: Português que difama médico em carta aberta.
Se houve agravo, esta função desagrava.

2ª) Função punitiva: estabelece uma


punição a parte infratora, para evidenciar que 3º Irreversibilidade: Os danos são
aquela conduta é repreendida pelo ordenamento irreversíveis. As seqüelas ficam para sempre.
jurídico. A punição é para inibir que a conduta venha
a ser feita novamente.
Ex: Invalidez permanente.

Dano moral não se confunde com dano


4º Capacidade do ofensor
estético, pois o dano estético é relacionado com a
integridade física, porém o dano estético agrava o
dano moral. 5º Necessidade e posse da vítima:alguns
autores criticam. Não da para medir a indenização
pela vitima ser mais rica ou mais pobre.
Ex: Miss Londrina sofreu um acidente de
transito ficando com cicatrizes pelo corpo. Pediu
dano estético.

DICA: Pedir separado. Na maioria dos Argumento 1: Alimentos: são baseados em


casos em que se pede junto dano moral + dano um padrão, nível de vida, capacidade econômica.
estético, os juizes estipulam um valor menor do Como por exemplo, um banco que fatura
que se pedido separadamente. bilhões, é mesquinho pagar R$ 3.000.00 a um
cliente incluso indevidamente no SERASA.
As indenizações devem verificar vários
 Terceiros não poderão pedir
fatores, e ser exemplar. Cumprir a função punitiva.
danos morais em nome de
Campaneli faz uma relação entre
outra pessoa.
indenizações irrisórias e o acréscimo de
empresas/pessoas que tendem a repetir o erro,
Ex: Pai morreu e foi lesado pelo SERASA. causando dano a outrem.
O filho entra com um pedido de danos morais do
pai. Não tem como, a não ser que o pai já havia
• Profissionais desqualificados =>
entrado com o pedido. Pois não podem os
banqueiros ricos => Pessoas lesadas.
sucessores cobrar danos morais próprios e
exclusivos do falecido.
AULA 4
A ÉPOCA DO DANO
CRITÉRIOS PARA LIQUIDAÇÃO DE DANOS
MORAIS (liquidação seria a quantificação do valor):
Os autores acreditam que o retardamento
Artigos 944 e 945 do CC.
na propositura da ação, causaria uma relativização
do dano e redução da indenização.
Cabe ao juiz o exame prudente para
arbitramento dos danos. Contudo não será motivo
Ex: a indenização mede-se pela extensão
para reduzir a indenização.
do dano, não pela data da propositura da ação. (
artigo 944 do CC)
1º Extensão dos danos: os danos foram
extensos.
Artigo 944 do CC: A indenização se
mede pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva de seus servidores no exercícios de suas
desproporção entre a gravidade da culpa e o funções, etc.
dano, poderá o juiz reduzir , equitativamente a • A emancipação voluntária não afasta a
indenização. responsabilidade dos pais.

Se a vitima propõem demanda dentro do Artigo 934 do CC: Aquele que ressarcir o dano
prazo, não tem porque diminuir. causador por outrem pode reaver o que houver
pago daquele por quem pagou, salvo se o
CORREÇÂO MONETÁRIA – Súmula 362 do STJ causador do dano for descendente seu, absoluta
ou relativamente incapaz.
STJ Súmula nº 362 - 15/10/2008 - DJe 03/11/2008
Correção Monetária do Valor da Indenização do • Ex: Sujeito de 30 anos louco, causa
Dano Moral danos a outrem. Os pais podem cobrar
A correção monetária do valor da indenização do regressivamente dele? Não, pois não
dano moral incide desde a data do arbitramento se cobra de absolutamente ou
• A correção monetária existe desde o relativamente incapaz.
arbitramento, não após o dano,
citação, propositura. Artigo 935: a responsabilidade civil é
• Ex: arbitramento de sentença: R$ independente da criminal, não se podendo
100.000.00. O tribunal analisou um questionar mais sobre a existência do fato, ou
ano depois e estipulou R$ 70.000.00. sobre quem seja o seu autor, quando estas
Passa a ocorrer com base nesse valor. questões se acharem decididas no juízo
criminal.

JUROS DE MORA - Súmula 54 do STJ • A responsabilidade civil é


independente da criminal. Não pode
STJ Súmula nº 54 - 24/09/1992 - DJ 01.10.1992 haver decisões conflitantes.Para a
Juros Moratórios - Responsabilidade condenação penal é necessário prova
Extracontratual induvidosa. Indubio pro réu, já na civil
Os juros moratórios fluem a partir do evento não é necessário essa mesma carga.
danoso, em caso de responsabilidade • No penal quando se condena o réu, no
extracontratual civil não se discute mais. Se
• Os juros de mora correm após o reconhecidos no criminal, encerra-se
evento danoso. Da data do ato lesivo. no cível.
Pois a indenização deveria ter sido • Se no juízo criminal não der para
paga desde a lesão, a parte lesante provar a autoria, devido a duvidas não
ficou usufruindo desse dinheiro, então, esclarecidas,e o réu for absolvido, não
paga-se os juros. vale o mesmo para o cível, pois neste
• O STF diz que não pode ser fixado os o réu pode ser condenado.
danos com base em salário mínimo,
contudo todos os tribunais tinham essa Artigo 936: O dono, ou detentor, do animal
prática. ressarcirá o dano por este causado, se não
• O que motivou o STF fixar as provar culpa da vitima ou força maior.
indenizações em correções
monetárias, foi que o salário mínimo O dono e o detentor respondem solidariamente. (
subiu acima da inflação e as artigos 932 e 942-segunda parte)
indenizações seriam muito altas. E não
é comum na Justiça brasileira Artigo 932. São também responsáveis pela
indenizações altas em casos de danos reparação civil:
morais. I – os pais, pelos filhos menores que estiverem
sob sua autoridade e m sua companhia;
Muitas vezes respondemos por atos de outrem: II – o tutor e o curador, pelos pupilos e
curatelados, que se acharem nas mesmas
• Patrões respondem pelos atos de seus condições;
empregados no exercício de seus III – o empregador ou comitente, por seus
trabalhos, os pais respondem pelos atos de empregados, serviçais e prepostos, no exercício
seus filhos incapazes ou relativamente do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
incapazes, o Estado responde pelos atos
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou Artigo 938: Aquele que habitar prédio, ou parte
estabelecimento onde se albergue por dinheiro, dele, responde pelo dano proveniente das
mesmo para fins de educação pelos seus coisas que dele caírem ou forem lançadas em
hóspedes, moradores e educandos; lugar indevido.
V – os que gratuitamente houverem praticados
nos produtos do crime, até a concorrente • Existe prédios com fosso para lixo, que
quantia. é um local devido.

Artigo 942: Os bens do responsável pela ofensa


Artigo 940: Aquele que demandar por divida já
ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à
paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver
quantias recebidas ou pedir mais do que for
mais de um auto, todos responderão
devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no
solidariamente pela reparação
primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e,
Parágrafo único. São solidariamente
no segundo, o equivalente do que dele exigir,
responsáveis com os autores os co-autores e as
salvo se houver prescrição.
pessoas designadas no artigo 932. ( pais, tutor,
curador, empregador, etc.)
• Se o seu credor cobrou R$ 2.000.00
de uma divida que já tinha pago.
• Ex 1: Pitbull X “Schnauzer”, no
Cobra dolosamente. O que já havia
elevador do Arcádia!
recebido, devolve em dobro. E
• Ex 2: Criança que pula no quintal do
indispensável provar o dolo.
pitbull. O dono indeniza. O fato de ter
cão, não autoriza a matar.
Se a vitima fica provocando o cão, o dono Artigo 939: O credor que demandar o devedor
não tem culpa e não paga a indenização. antes de ter vencido a divida, fora dos casos em
• Ex 3: animal silvestre que mata que a lei permita, ficará obrigado a esperar o
bezerro no vizinho. Não tem que tempo que faltava para o vencimento, a
indenizar. Agora se o animal for de um descontar os juros correspondente, embora
circo, por exemplo, caberá estipulados, e a pagar as custas em dobro.
indenização.
• Ex 4: Animais nas rodovias. Se for • Se a parte se retrata ela agiu com
pedagiada, pedirá da concessionária culpa. Indispensável provar o dolo.
que entrará regressivamente contra o
dono do animal. Se não for pedagiada Artigo 943: O direito de exigir reparação e a
responsabilidade do dono do animal. obrigação de presta-la transmitem-se com a
herança.
Artigo 937: O dono do edifício ou construção
responde pelos danos que resultarem de sua • Não podem os sucessores cobrar
ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja danos morais exclusivos e próprios do
necessidade fosse manifesta. falecido.Somente se o falecido houver
proposto a demanda antes de sua
• Cabe ao dono promover a reparação, morte. Pois o patrimônio moral é da
não ao locatário. O inquilino não pessoa, não se transmite.
precisará repara nada. Agora, caso o nome da pessoa foi
No caso da marquise da UEL, responde a “manchado”, pode entrar com a ação.
UEL e o arquiteto, solidariamente. Patrimônio moral fica com a vitima.
Os danos materiais os sucessores podem
Artigo 942: Os bens do responsável pela ofensa pleitear.
ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à EX: Carro batido, com perca total, os
reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver herdeiros poderão pleitear para fazer parte
mais de um auto, todos responderão do espólio.
solidariamente pela reparação
Parágrafo único. São solidariamente
responsáveis com os autores os co-autores e as INDENIZAÇÃO – 944 à 954 do CC
pessoas designadas no artigo 932.
Artigo 944. A indenização mede-se pela
• O patrimônio responde, a extensão do dano.
responsabilidade é solidária.
Parágrafo único: se houver excessiva na sentença. Exemplo:
desproporção entre a gravidade da culpa e o Indenizações
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a trabalhistas.
indenização. b. Arbitramento: Faz-se
quando assim se orientar
• Parte causadora age com culpa leve a sentença. Exemplo: O
mas com dano grave. juiz arbitra o montante
Ex: Taça que cai do prédio e mata alguém, dos honorários.
a culpa é levíssima. c. Artigos: Nesta espécie é
necessária a prova de
fatos para a apuração de
Artigo 945. Se a vitima tiver concorrido
danos, ou seja, o dever
culposamente para o evento danoso, a sua
de indenizar está
indenização será fixada tendo-se em conta a
garantido na sentença,
gravidade de sua culpa em confronto com a do
mas para quantificar
autor do dano.
necessita de provas.
Exemplo: acidente de
• Culpa concorrente.
trânsito com ferido, é
necessário que se prove
EX: Carro A – 10.000,00 em danos – tem o valor do tratamento
70% de culpa no acidente. hospitalar e/ou
Carro B - 6.000,00 em danos - tem 30% fisioterápico. Dessa
de culpa no acidente. forma, pode ocorrer
A pagará 70% para B, ou seja, 4.200,00. quantificação posterior. A
B pagará 30% para A, ou seja, 3.000,00. indenização deve ser a
Pode ser feita a compensação. mais ampla possível,
Antigamente somava e dividia por 2. abrangendo todos os
(critério injusto) danos que foram
produzidos.
AULA 5 Normalmente para a
LIQUIDAÇÃO DO DANO vítima é difícil ser
Art. 944 a Art. 954 do CC humilhada com
indenizações irrisórias.

Liquidação do Dano significa quantificar o Jurisprudência: permitiu casos de


dano. Há 3 espécies de liquidação: pensões alimentícias sem vínculo de parentesco
(por força de ato ilícito).
1. CONVENCIONAL: as partes
convencionam o montante dos Família favorecida judicialmente pela morte
danos. Exemplo: Cláusula Penal, de um filho menor deverá ser indenizada da
a perda de desconto. seguinte maneira: (mesmo a lei só aceitar trabalho
2. LIQUIDAÇÃO LEGAL: se dá por infantil acima dos 14 anos, se leva em consideração
força de lei (ela é a exceção no o menor que mesmo não tendo completado seus 14
nosso sistema), é ela que anos, trabalhava informalmente para ajudar sua
determina o valor dos danos. No família). Supõe-se que o filho recebia R$600,00 ao
Direito Português a perna do mês, sendo assim, a família deverá receber 2/3 do
presidente vale o mesmo que a seu salário ao mês (R$400,00) pelo período da
perna de um comum. Exemplos: morte do filho até a época que este completaria 25
Aviso prévio, multa do FGTS, em anos, pois se acredita que o falecido gastaria 1/3
ambos é a lei que estabelece o com despesas pessoais e se tem a presunção
valor dos danos. Multa nas relativa de que aos 25 anos o filho casaria e iniciaria
relações de consumo é de 2%. sua própria família. Se comprovado que o filho
3. JUDICIAL: é aquela que se dá em empregado recebia 13° e férias, também se somará
juízo e se verifica nos autos. Ela a indenização os 13° e férias que o filho teria direito.
pode ser feita em: Do período que o finado teria 25 anos até a idade
a. Cálculos: o juiz condena considerada como sobrevida na região pelo IBGE,
a pagar multa + juros, neste caso 73 anos, os pais passam a receber
cláusula penal. São metade do que recebiam no primeiro período por
meros cálculos definidos mês (R$200,00), pois se presume que mesmo o
filho formando uma nova família não deixaria de 1. Correção Monetária: desde o
contribuir com os seus familiares. evento ilícito ou do desembolso.
Súmula 562 do STF. Exemplo de
Se o réu não for culpado faz jus a desembolso: pagamento da
repetição. (não entendi!) cirurgia.
2. Juros de Mora: 1% ao mês; ou
Caso o filho não trabalhasse, será arbitrado 0,5% ao mês para as pessoas
em salário mínimo, mas não constará na sentença jurídicas de direito público
dessa forma, pois salário mínimo não é medida
correta. Nivela o filho falecido por baixo, afinal há a Art. 405: Contam-se os juros de mora
possibilidade dele não receber um salário mínimo a desde a citação inicial.
vida toda.
Termo Inicial: desde o evento danoso na
Art. 950 – Parágrafo Único: O responsabilidade extracontratual (aquiliana), desde
prejudicado, se preferir, poderá exigir que a a citação no caso da responsabilidade contratual.
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Exemplo: O fato do pai morrer por evento ilícito aos
75 anos, não isenta a indenização, apenas mudará
Mas se preferir receber picado, também os critérios de estabelecimento da indenização.
pode pedir, desde que seja capitalizados (garantia
de pagamento).

Reserva o patrimônio de quem paga para CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR


constituir a indenização.
É a exoneração convencional do dever de
Se a empresa (devedora) for grande reparar o dano. As partes estabelecem cláusulas de
poderá dispensar a capitalização e incluir a vítima não indenizar A esta cláusula se dá interpretação
em folha de pagamento. Não serão salários, nem restritiva. Exemplo: Abriu mão de 1 ou 2, não de
tampouco aumentados anualmente. Somente na ambos.
forma de lei.
CARACTERÍSTICAS:
A pensão alimentícia por ato ilícito não leva
o réu para a cadeia. 1. Declaração não receptícia da
parte prejudicada: Tem que
No exemplo anterior, se ao invés do filho é ser recebida pelo outro
o pai quem morre, não ocorre a divisão de valores contratante; Exemplo: Placa –
na indenização (a mãe precisará muito). Não nos responsabilizamos
por coisas deixadas no carro.
Se a mãe casa com outra pessoa perde a Implicitamente renunciou ao
pensão. direito de indenização. Deve
ser expressa. Este exemplo
não é válido porque o silencio
Exemplo: Viúva de juiz, que continua a
não gera presunção de
receber a pensão, só se casa novamente no
aceitação, desta forma o
religioso, para que legalmente possa continuar
outro contratante não aceitou
como viúva e pensionista do governo.
a cláusula.

Exemplo: O homem morreu, recebia


R$6000,00 por mês. Ele também tinha um seguro
de 2 milhões de reais. O seguro não interfere na
indenização, pois o seguro foi pago para terceiro e 2. É renúncia unilateral da parte
não tem relação com a indenização. prejudicada ou de ambos: A
parte prejudicada é que
renuncia ou ambos. Exemplo:
Súmula 246 do STJ: O valor do seguro
Contrato de Compra e venda.
obrigatório deve ser deduzido da indenização
Se um atrasar a entrega, o
judicialmente fixada.
outro não pede danos.

ATUALIZAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS


3. É irrevogável: Exemplo: para o comerciante, tenta
Fabricante contrata com enganá-lo. Exemplo: o
comerciante, fabricante Colchão custa R$10,00, mas
atrasa 4 meses na entrega e o advogado fala para o
o comerciante não cobra fabricante dizer que eles
danos. Se foi estabelecido no valem R$20,00 e com o
contrato a cláusula de não desconto que o comerciante
indenizar. A parte prejudicada merece, o colchão passará a
não pode, com o decorrer do custar R$10,00, dando a
tempo, pleitear o impressão de que o
ressarcimento, se tinha comerciante teve vantagem
renunciado ao direito no no negócio.
contrato.

HIPÓTESES DE NÃO-CABIMENTO
4. Informal mas expressa: Ela
pode até ser informal mas 1. Só cabe na responsabilidade
deve ser expressa, pode contratual, não há contrato, não
ocorrer verbalmente também. há cláusula. Não cabe na
responsabilidade aquiliana
(extracontratual).
2. Quando o devedor age com dolo
5. Renúncia a direito existente ou culpa grave.
(não futuro): A cláusula de 3. Quando atentar contra a ordem
não indenizar é renuncia a pública, moral, bons costumes e
um direito existente. Exemplo: boa fé. Art. 25 do CDC: É
Outros contratos que um dia vedada a estipulação contratual
iremos negociar não seram de cláusula que impossibilite,
influenciados por este. exonere ou atenue a obrigação
de indenizar prevista nesta e
nas Seções Anteriores.

6. Não exime o dolo ou a culpa 1.° Havendo mais de um


grave: Exemplo: Contrato responsável pela causação do
com cláusula de não dano, todos responderão
indenizar, mas a parte que solidariamente pela reparação
tinha que entregar 1000 prevista nesta e nas Seções
colchões agiu com culpa e Anteriores.
ateou fogo nos colchões pois
não tinha que pagar multa. Φ 2.° Sendo o dano causado
Nesse caso se afasta a por componente ou peça
cláusula. incorporada ao produto ou
serviço, são responsáveis
solidários seu fabricante,
construtor ou importador e o
que realizou a incorporação.
7. Deve ser proporcionada
vantagem a parte
renunciante. O fabricante 4. Quando imposta por uma das
solicita ao comerciante não partes. É uma declaração não
pedir danos em atraso de 30 receptícia.
dias. No caso, para que o 5. Quando não há liberdade para
comerciante aceite esta não contratar. Exemplo: Contrato
cláusula ele deveria ganhar de Trabalho. Não queremos
alguma vantagem, como o contratar o INSS. Mas somos
desconto. Há casos, em que obrigados. Exemplo: Seguro
o advogado do fabricante na Obrigatório de Carro, nesse casso
hora de estipular a vantagem essa cláusula não pode ser
concebida.
6. Os direitos do consumidor são 2. Sociabilidade: O contrato não tem
irrenunciáveis. mais apenas importância para os
7. Nos contratos de transporte contraentes. Tem função social
(pessoas/coisas). Súmula 161 notável. Os contratos
STF. massificados atingem um n°
8. Quando tornar inócua a prestação imenso de pessoas. Exemplo:
principal do contrato. Exemplo: Contrato de Internet (atinge
Cofre de aluguel. O cofre de pessoas do norte ao sul). Os
aluguel busca segurança e não advogados elaboram uma minuta
espaço. Por isso não se pode que serve para todos.
colocar cláusula de não indenizar.
Porque a prestação principal é a
de responsabilidade pela
segurança. 3. Operacionalidade: Os contratos
devem apresentar regras
*Exemplo: Cláusula de não acessíveis e de fácil interpretação.
indenizar no Condomínio. Não se Cláusulas rebuscadas ferem
responsabiliza por furto em área esses princípios. Há um autor
comum. Mesmo que não tenha essa francês, séc. XIX, que cogitava na
cláusula. Se for expressa, aí sim, publicização dos contratos. Hoje
responsabiliza. estamos vivendo essa realidade.
Exemplo: Plano de Saúde.
TEORIA GERAL DOS
CONTRATOS (421 A 564) PRINCÍPIOS CONTRATUAIS GERAIS

Contrato: É acordo de vontades para 1. Autonomia da vontade: pacta sunt


adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar, servanda. Anseio de segurança,
ou extinguir direitos celebrados nos limites da lei, da cumprimento dos contratos.
ética, probidade e da boa fé, com atenção a sua Devem ser celebrados para serem
função social. cumpridos. É errado dizer que o
contrato é como lei para as partes,
Fundamento ético: Vontade Humana pois lei é feita por quem tem esta
manifestada nos limites da lei. competência, o que se quer dizer
é que o contrato vincula e gera
Habitat: Ordem Jurídica. uma obediência. A autonomia da
vontade não é absoluta. Visto que
Cria e extingue (obrigações/direitos). em muitas vezes somos obrigados
a contratar. Exemplo: Seguro
Obrigatório, INSS, Copel.
Art. 421. A liberdade de contratar será
Conteúdo também não: muitos
exercida em razão e nos limites da função social
contratos possuem cláusulas de
do contrato.
adesão. A intervenção do Estado
é indispensável: Entre pobres e
Função Social: Fator psicológico e moral ricos: a liberdade escraviza/ a lei
da promoção de riquezas e sua circulação. Dentro liberta.
do âmbito MORAL.
O Contrato é fonte formal de
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS direitos e obrigações. Relatividade
FUNDAMENTAIS dos contratos produz efeitos
relativos aos contratantes
1. Eticidade: Rompimento do
formalismo contratual do Direito Imutabilidade: É irretratável, não
Romano. Hoje, permanece a pode ser tangido, modificado. É a regra. Salvo em
informalidade. Só há forma situações excepcionais
quando a lei determina. As partes
devem agir com ética, priorizar a
Consensualista: Basta acordo de
ordem social.
vontade. Consenso de vontades. Boa fé
objetiva/subjetiva. Só a proposta faz nascer o I – pelos tutores, curadores,
contrato? testamenteiros e administradores, os
bens confiados à sua guarda ou
administração

d) consentimento das partes contratantes, visto que


AULA 7 o contrato é originário do acordo de duas ou mais
REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO vontades isentas de vícios (erro, dolo, coação,
05/10/2009 lesão). É o acordo volitivo que cria a relação jurídica
que vincula os contraentes sobre determinado
objeto.
REQUISITOS SUBJETIVOS
REQUISITOS OBJETIVOS: Dizem respeito ao
a) exigência de duas ou mais pessoas, já que o objeto do contrato, ou seja, à obrigação constituída,
contrato é um negócio jurídico bilateral ou modificada ou extinta. A validade e eficácia do
plurilateral; contrato, dependem da:
b) capacidade das partes para praticar os atos da
vida civil, não podendo se enquadrar nos artigos a) Licitude: o objeto tem que ser lícito, não
abaixo: contrário à lei, à moral, aos princípios da
ordem publica e aos bons costumes.
• Art. 3.º São absolutamente incapazes de Assim, ilícitos e inválidos serão os
exercer pessoalmente os atos da vida negócios que ajustem pagamento pelo
civil: assassinato de alguém, que favoreça a
I – os menores de dezesseis anos; exploração de jogo de bicho, etc.
II – os que, por enfermidade ou b) Possibilidade física ou jurídica do
deficiência mental, não tiverem o objeto. Se o negócio tiver objeto físico ou
necessário discernimento para a prática materialmente impossível, de modo que o
desses atos; agente jamais possa vencer o obstáculo à
III – os que, mesmo por causa sua realização, por contrariar as leis físico-
transitória não puderem exprimir sua naturais. (por exemplo levar o lago Igapó
vontade. para o meio da floresta amazônica).
Configuram-se hipóteses de exoneração
• Art. 4.º São incapazes, relativamente a do devedor e invalidade do contrato.
certos atos, ou à maneira de exercer: Contudo é preciso esclarecer que a
I – Os maiores de dezesseis e menores impossibilidade material deve existir no
de dezoito anos; instante da constituição do contrato,
II – os ébrios habituais, os viciados em porque se aparecer em momentos
tóxicos, e os que, por deficiência posteriores, ter-se-á a inexecução do
mental, tenham o discernimento contrato com ou sem PD, conforme ocorra
reduzido; ou não a culpa do devedor. É
III – os excepcionais, sem perfeitamente admissivel a contratação
desenvolvimento mental completo; sobre coisa futura, como por exemplo, uma
IV – os pródigos colheita de café futura, se nada se colher
desfaz-se o negócio, ou o contraente paga,
c) aptidão especifica para contratar, pois a ordem de acordo com o ajuste contratual. A
jurídica impõe certas limitações à liberdade de impossibilidade dever ser ABSOLUTA. A
celebrar determinados contratos. Os contratantes relativa não invalida o contrato e sujeita o
portanto devem ter legitimação: inadimplente a perdas e danos, juros,
atualização monetária, etc.
• Art. 496. É anulável a venda de c) Objeto determinado: o objeto deve ser
ascendente a descendente, salvo se os certo ou pelo menos determinável. O
outros descendentes e o cônjuge do contrato deverá conter, portanto os
alienante expressamente houverem elementos necessários e suficientes
consentido. (especificação do gênero, da espécie, da
quantidade) para que a obrigação do
devedor tenha sobre o que incidir. Se
• Art. 497. Sob pena de nulidade, não
indeterminável o objeto, o contrato será
podem ser contratados, ainda que em
invalido e ineficaz.
hasta pública:
d) Economicidade de seu objeto: deve ser
economicamente auferível, capaz de se
converter direta ou indiretamente em Gerais para cá, saber da sua Proposta... “. Gera
dinheiro. Ex: venda de um grão de arroz, perdas e danos.
por não representar valor nenhum, não
interessa ao direito, pois de tão irrisório • Art. 427. A proposta de contrato obriga
jamais levaria o credor a mover uma ação o proponente, se o contrário não
judicial para reclamar do devedor, o resultar dos termos dela, da natureza do
adimplemento da obrigação. negócio ou das circunstâncias do caso.

FORMIS ATENÇÃO: A proposta vincula o


proponente. Contrato ainda não há. O proponente
REQUISITOS FORMAIS: A regra nos contratos é a que retirar a proposta está sujeito a perdas e danos,
informalidade (contrato sem forma). Só quando a lei salvo nas relações de consumo. Como a oferta
determinar, deverá ser formal. Ex. contratos formais: cria ao oblato a crença de que o contrato em
leasing, compra e venda de imóveis, doação, etc. perspectiva será celebrado, levando-o a despesas,
Casamento, é contrato ou instituição? Hoje em dia é à cessação de certas atividades, dispêndio de
contrato. tempo, o proponente responderá por perdas e
danos, se injustificadamente retirar a oferta.
• Art. 107. a validade da declaração de A retirada da proposta gera a obrigação de
vontade não dependerá de forma perdas e danos, mas não a obrigação de contratar.
especial, senão quando a lei Só terá direito a contratar, nas relações regidas pelo
expressamente exigir. direito do consumidor. Ex: “Campanelli oferece um
apartamento seu no jornal, vou comprar, ele retira a
proposta. Posso exigir dele as perdas e danos, por
FASES DE FORMAÇÃO DOS CONTRATOS ter ido até lá fechar o negócio, mas não impor a
contrato de compra e venda”.
QUANTO AO TEMPO E LUGAR Ex: Anúncio de jornal diz que certa loja
venderá uma super TV de LSD (top de mercado)
O contrato só está concluído com o por R$ 1.000,00. O preço de mercado dessa tv gira
consentimento de ambas as partes. Nesse em torno de 10 mil reais. Não é possível exigir essa
momento se dá o nascimento do contrato. Contudo oferta, por manifesto equívoco o consumidor está
antes de ser concluído, o contrato passa por agindo de má-fé. Posicionamento do STJ. Valores
inúmeras fases: desproporcionais. Contudo se os valores eram
próximos, o consumidor pode exigir o cumprimento
A) Negociações preliminares, tratativas, do que foi ofertado.
prolegôminos ou fase de pontuação: Nesta fase
ocorrem as negociações inerentes ao contrato. Ex. • Art. 422. Os contratantes são obrigados
“eu estou pensando em arrendar meu lote de terras a guardar, assim na conclusão do
mas ainda não tenho certeza... Ai, Jesus, me tira contrato, como em sua execução, os
daqui, me tira daqui”. Fase de tratativas princípios de probidade e boa-fé.
preliminares. NÃO VINCULA AS PARTES.
Aquele que abandona nessa fase não tem
responsabilidade. Só excepcionalmente, quando da O artigo 427 (acima citado), obriga o
tratativa incutir perdas e danos. Ex. “você me disse proponente, salvo se houver cláusula de não
que iríamos contratar... Você falou para eu não obrigatoriedade. Ex: o comerciante quando propõe
contratar com meu vizinho...”. Se provar, gera vender mercadorias em promoção, não precisa
perdas e danos. garantir além do que ele possui em estoque.
Acabaram se os produtos, acaba-se a proposta. Se
B) Proposta: Declaração unilateral receptícia de exaure. É uma proposta de natureza aberta.
vontade. É declaração unilateral, por parte do Ex2: Joel vai comprar uma BMW e paga
proponente que convida o aceitante a contratar 100 mil reais. No outro dia, o mesmo carro é
apresentando os termos a que deseja faze-lo. ofertado pela concessionária por um valor de 75 mil
Quem propõe: “proponente” ou “policitante” reais. O Joel não pode exigir nada da
A quem é dirigida: ao “oblato”. concessionária, por ter desembolsado valor maior,
A proposta deve ser séria e concisa: no dia anterior.
“pretendo arrendar minhas terras, por 10 anos, por O artigo 428 mostra outras hipóteses que a
50.000... estipulo multa, fiador, e outras garantias... proposta não é obrigatória:
“. Pode ser formulada por pessoa física ou jurídica.
Até por máquina: Ex. máquina de café expresso. • Art. 428. Deixa de ser obrigatória a
A retirada da proposta, pode gerar perdas proposta:
e danos. Ex. “o senhor propôs nós virmos de Minas
I – se, feita sem prazo a pessoa
presente, não foi imediatamente aceita. • Art.111. O silêncio importa anuência,
Considera-se também presente a quando as circunstâncias ou os usos o
pessoa que contrata por telefone ou por autorizarem, e não for necessária a
meio de comunicação semelhante. declaração de vontade expressa.

O professor propõe vender o relógio por mil Silêncio perante a LEI: sujeito é chamado em juízo
reais agora. Amanhã eu resolvo comprar. Proposta para se manifestar e depor. Não aparece. Sinal que
sem prazo à pessoas presentes. Não vincula o aceitou
professor, pois eu não aceitei na hora. Se eu Silêncio contratual: “se houver silêncio, o contrato
respondesse imediatamente, vincularia. ser prorroga automaticamente”.
“Comerciante de sapatos recebe mercadoria que
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, não pediu. Reiteradamente aproveita essas
chegar ao conhecimento da outra parte mercadorias e se põe a vendê-las. Houve silêncio,
a retratação do proponente. portanto deve pagar ao fornecedor que as enviou.
Aceitou tacitamente."
Se o professor se retrata e esta retratação
chegar antes ou concomitantemente com a proposta Quando é considerado aceito um contrato
ao oblato (aluno), essa proposta não vincularia. por correspondência? Ex: Proponho a venda de
A oferta persiste, mesmo em face da morte um apartamento para uma pessoa em Pernambuco.
do proponente antes da aceitação do oblato. Assim Mando por correio, o sujeito recebe a proposta mas
sendo, ante o critério da obrigatoriedade da oferta, a não lê. Será que o recebimento já vincula? Ou
proposta do morto vincula os herdeiros e somente quando ele enviar a r esposta? Ou ainda
sucessores, pois permitido está ao ofertante a quando a resposta chegar até mim? As teorias
retratação de sua proposta, desde que esta chegue abaixo, explicam a situação
ao conhecimento da outra parte antes da oferta ou
simultâneamente. Ex. O Campanelli quer vender um 1) Teoria da Informação / Cognição: Por
AP para uma pessoa ausente. Ele falece. A essa teoria o contrato se conclui quando o
proposta dele vincula seus herdeiros. proponente toma conhecimento da
EXCEÇÃO: Obrigação personalíssima: A aceitação. NÃO quando chega a resposta.
Ivete Sangalo se propõe a cantar na formatura da Sõ quando a outra parte tiver
4.000. Ela morre ou fica doente. Os herdeiros dela conhecimento. CRÍTICA: é difícil
não podem aparecer na festa e cantar no lugar dela. determinar o momento do recebimento e
“poeira, levantou poeira!!” do conhecimento.
2) Teoria da recepção: Se consuma quando
C) ACEITAÇÃO: É a formulação da vontade recebida a aceitação, mesmo que não haja
concordante do oblato, feita dentro do prazo e com lei. Entende que o contrato se efetiva
adesão integral à proposta, sob pena de se quando a resposta favorável chegar,
considerar uma nova proposta. materialmente ao poder do ofertante,
Com a aceitação nasce o contrato. O mesmo que ele não leia. O importante é
oblato aceita a proposta no prazo válido, receber a carta ou o telegrama, não
integralmente. Não pode da proposta se desviar. Se importa se ele leu. São as exceções do
aceita parcialmente é como se uma nova proposta nosso Código Civil:
estivesse sendo feita pelo oblato.
Ex.: Professor propõe vender uma casa, a • Art.433. Considera-se inexistente a
vista, no valor de R$ 100 mil reais. Eu faço uma aceitação, se antes dela ou com ela
CONTRAPROPOSTA, pagar 95 mil reais a vista e o chegar ao proponente a retratação do
restante a prazo. Ele aceita. aceitante.

A aceitação pode ser expressa ou tácita: • Art.434. Os contratos entre ausentes


Ex: um comerciante propõe vender frutas. tornam-se perfeitos desde que a
Consumidor leva a caixa. É aceitação tácita. aceitação é expedida, exceto:
Quando o oblato se cala, ele aceitou? I – no caso do artigo antecedente;
NÃO. O silêncio não obriga, não é manifestação II – se o proponente se houver
tácita de vontade. O proponente é que se obriga: comprometido a esperar resposta;
Ex. O cartão de crédito envia correspondência que III – se ela não chegar no prazo
você não solicitou. Você não se manifesta, com convencionado.
isso, não aceita.
Contudo o silêncio só é aceito quando o A expedição fecha o contrato, porém ainda
contrato assim o dispuser (silêncio qualificado): há um período dentro do qual é permitido ao
aceitante sustar o efeito. No inc. II, do artigo
anterior, o CC mostra que o contrato entre ausentes • Art.435. Reputar-se-á celebrado o
se torna perfeito desde que a aceitação é expedida, contrato no lugar em que foi proposto.
exceto se o proponente se houver comprometido a
esperar a resposta, estabelecendo com isso que o houver dúvida quanto ao local, permanece os usos
momento de consumação é o da recepção e não da e costumes do local da proposta.
expedição.
No inc. III, apresenta-se uma outra REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DOS
exceção, ao prescrever que o contrato entre CONTRATOS
ausentes não se perfaz com a expedição da
aceitação, se ela não chegar no prazo 1) Prevalece a intenção comum dos
convencionado. contratantes sobre o significado literal. Não
basta interpretar literalmente, é necessário
investigar as tratativas, as propostas,
observar a intenção, etc.
3) Teoria da declaração ou agnição: Por
esta teoria o negocio se consumaria • Art.112. Nas declarações de vontade se
quando o oblato escrevesse a aceitação, atenderá mais à intenção nelas
ou seja, por meio de uma declaração. O consubstanciado do que ao sentido
vínculo obrigacional se estabelece no literal da linguagem.
momento em que o aceitante formula a
resposta, redigindo a carta ou o telegrama. 2) Quando o contrato apresenta dois
A maior crítica feita a essa teoria é que significados, deve se prevalecer a
nada mais fácil para o declarante destruir a interpretação que produz algum resultado.
carta, sem que possam saber que a Ex. Se interpretamos o contrato da forma A
mesma foi formulada. e esta não produz efeitos; interpretamos da
forma B, esta gera efeitos, com isso
4) Teoria da Expedição: O contrato por prevalecerá a maneira B. (Princípio da
correspondência estará finalizado quando conservação do contrato)
expedida a aceitação pelo oblato. É regra 3) Quando o contrato possui duplo
do nosso Código Civil. Pelo nosso significado. Examina-se a natureza do
ordenamento, não basta escrever a contrato. Pergunta-se: Que tipo de contrato
resposta favorável; é preciso remete-la. foi celebrado? Doação (interpreta-se de
uma forma), locação? (interpreta-se de
outra).
• Art.434. Os contratos entre ausentes 4) Ambigüidade: prevalece os usos e
tornam-se perfeitos desde que a costumes do local da contratação. Quais
aceitação é expedida. são os costumes da região?

• Art.428. Deixa de ser obrigatória • Art.113. Os negócios jurídicos devem


a proposta: ser interpretados conforme a boa-fé e
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver os usos e costumes do lugar de sua
sido expedida a resposta dentro do celebração.
prazo dado.
5) Dúvida em contrato de adesão: Interpreta-
Se a aceitação chegar fora do prazo tem que avisar se contra quem o redigiu (o estipulante) em
o aceitante, IMEDIATAMENTE, senão gera perdas favor do aderente. Também não deve-se
de danos. Ex: contrato entre ausentes, existindo modificar o contrato, mas sim investiga-lo.
prazo, este deverá ser obedecido, mas se a
aceitação atrasar, por falha de correio, o proponente • Art.423. Quando houver no contrato de
deverá dar ciência ao aceitante de forma imediata. adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a
• Art.430. Se a aceitação, por interpretação mais favorável ao
circunstância imprevista, chegar tarde aderente.
ao conhecimento do proponente, este
comunica-lo-á imediatamente ao
aceitante, sob pena de responder por AULA 8
perdas e danos. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS
ART. 112 e 113 do CC.
LUGAR DA CELEBRAÇÃO DOS CONTRATOS
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de
6) Contrato de adesão – é nula a cláusula de consumo não obrigarão os consumidores, se
renúncia antecipada, a direito resultante da não lhes for dada a oportunidade de tomar
natureza do negócio. Art. 424 do CC. conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os
respectivos instrumentos forem redigidos de
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as modo a dificultar a compreensão de seu sentido
cláusulas que estipulem a renúncia antecipada e alcance.
do aderente a direito resultante da natureza do
negócio. Art. 47. As cláusulas contratuais serão
interpretadas de maneira mais favorável ao
EX: Os cofres de aluguel - o banco não objetiva dar consumidor.
espaço para o contratante e sim SEGURANÇA, a
natureza é proporcionar segurança, porém o
contrato contém cláusula isentando o banco da 13) Cláusula redigida ao tempo da contratação
responsabilidade. tem preferência sobre a pré-elaborada.

7) A citação de exemplo não afasta a Ex: em um contrato de locação, uma cláusula do


incidência de outros exemplos. tempo da contratação coloca que o aluguel será
pago no dia 10 de todo mês, no final do contrato,
outra cláusula estipula o dia 05, prevalece a
O fato de os contratantes citarem um exemplo não
cláusula do tempo da contratação, ou seja, a do dia
impede que outro exemplo se amolde melhor.
10.

8) Contrato gratuito – interpreta-se 14) Cláusulas principais tem preferência sobre


restritivamente e em favor do devedor – as cláusulas acessórias.
art. 114 do CC.
Cláusula secundária em conflito com a principal, da-
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a se preferência a principal, pois as cláusulas
renúncia interpretam-se estritamente. principais despertam muito mais atenção que as
secundárias.
Ex: Doação – vantagem para uma das partes (
donatário) e ônus para a outra. Ex: O valor do aluguel/ a data do pagamento/ o local
Professor Campanelli doa R$16 mil reais para a do pagamento.
formatura da turma 4000 em 2016, no contrato uma
cláusula diz R$ 16 e outra 17 mil - interpreta-se em 15) Considerações tratativas preliminares -
favor do professor que está doando, ou seja, a fase de pontuação.
cláusula que valerá é a que estipula R$ 16 mil.
Ex: ficou estabelecido nas tratativas o Modo 1 e no
9) Dúvida de má-fé – interpreta-se contra o contrato o modo 2 – prevalece o modo das
contratante que deu origem a dúvida. tratativas, por estar de acordo com a vontade das
partes.
10) Cláusulas sem significado – é rejeitada

EX: Cláusula que estipula a entrega da safra de CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS


milho na Cooperativa de Tamarana, e outra
estipulando a entrega em São Paulo ( devido a A classificação dos contratos tem razão de ser, não
copia do modelo do contrato). Rejeita a que é meramente acadêmica, é feita para se conhecer
estipula SP. as regras e os efeitos incidentes sobre eles.
Essa classificação se altera de acordo com o autor,
11) Como o contrato vem sendo cumprido - o Professor Campanelli, usou a classificação do
Princípio da Conservação. Silvio Rodrigues.

Ex: Em um contrato de locação, vem sendo


cumprido a mais de 4 anos o pagamento do aluguel 1ª) Quanto a natureza, os contratos podem ser:
todo dia 10, porém contém cláusula estipulando o
dia 5 – prevalece o costume. a.) Unilaterais ou Bilaterais;
b.) Onerosos ou Gratuitos;
12) Interpretação favorável ao consumidor. Art. c.) Cumulativos ou aleatórios;
46 e 47 do CDC. d.) Causais ou abstratos.
que lhe foi prometido, desde que de sua parte
Obs: Todo contrato na sua FORMAÇÃO é bilateral, não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada
os efeitos do contrato podem fazer dele unilateral ou do avençado venha a existir.
bilateral.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o
artigo antecedente poderá ser anulada como
a.) Contratos Bilaterais: quando gera dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro
obrigações e direitos recíprocos. contratante não ignorava a consumação do
risco, a que no contrato se considerava exposta
Ex: compra e venda, locação, troca, arrendamento, a coisa.
etc.
Na compra e venda, o vendedor é credor do preço e d.) Contrato abstrato – é aquele que independe da
devedor da coisa que vendeu, já quem compra é causa que ele onerou.
credor da coisa e devedor do preço. ( relação
recíproca de direitos e obrigações). Ex: Nota promissória, cheques. Valem pelo
valor que aparentam, pelo o que está
Contratos unilaterais: Nestes não se escrito, e não pela causa a que foi dado.
misturam as posições de devedor e credor. Quem é
devedor é sempre devedor e quem é credor é
sempre credor. Contrato Causal – é aquele que fica dependente da
Gera obrigações para uma das partes e causa que o gerou.
direitos para a outra.
Ex: Duplicata.
Ex: doação, empréstimo gratuito (comodato),
mandato. 2ª) Quanto a forma, os contratos podem ser:

 Todo contrato bilateral traz cláusula a.) consensuais ou reais;


RESOLUTIVA, que pode ser tácita ou b.) solenes ou não solenes.
expressa. ( é inerente).
a.) Contratos consensuais são aqueles que nascem
b.) Contrato Oneroso – quando implica simplesmente do consenso dos contratantes.
sacrifícios e vantagens para as partes.
Ex: compra e venda, locação, permuta.
Ex: Troca, locação, compra e venda, leasing,
seguro.
Contratos reais – exige para a sua existência,
consenso + entrega.
Contrato gratuito – é aquele que há sacrifício Não basta o acordo de vontades, tem que haver a
somente para uma das partes e vantagem para a entrega da coisa.
outra.
Ex: Empréstimo, mútuo, arras, depósito.
Ex: doação sem encargos, empréstimo gratuito.
b.) Contratos Solenes são aqueles que exigem
forma.
ATENÇÃO – caiu na prova de Magistratura de SP -
NEM TODO CONTRATO UNILATERAL É Ex: compra e venda de imóveis, leasing,
GRATUITO, EXCEPCIONALMETE PODE SER casamento.
ONEROSO.

Ex: Empréstimo com cobrança de juros - é unilateral Contratos não solenes são os chamados informais,
e oneroso. não exigem forma estabelecida na lei.

c.) Contratos Cumulativos e aleatórios serão 3ª) Quanto ao tempo, os contratos podem ser:
estudados, quando tratar dos artigos 458 e 461 do
CC. a.) De execução instantânea - compra e
venda à vista, ( toma lá, da cá).
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer
respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de b.) De execução diferida – ( projetada/
não virem a existir um dos contratantes assuma, prorrogada) .
terá o outro direito de receber integralmente o
b. 1) Execução prorrogada no FUTURO - ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS
aqueles que serão cumpridos no futuro;

Ex: compra e venda de um terreno para pagar É contrato pelo qual uma das partes
em 30 de dezembro de 2009. (estipulante) convenciona com outra (promitente ou
devedor) certa vantagem patrimonial em proveito de
b.2) execução diferida SUCESSIVA, terceiro (beneficiário, alheio à formação do
(continuada) – aquele que é prorrogado contrato). A estipulação trata daquele caso em que
sucessivamente; se contrata em favor de terceiro.

Ex: Contrato de trabalho – é executado  Ex. O pai que contrata com a seguradora
diariamente em caso de morte para que pague a
Consorcio - se paga todo o mês. indenização do seguro ao filho.
 Ex. O professor Campanelli doa R$
4ª) Quanto ao modo de formação – podem ser: 4.000,00 para que a nossa turma preste
serviços à instituição filantrópica.
a.) Paritários – (igualdade)  Ex. Marido que convenciona com a mulher,
b.) Por adesão - aqueles em que as cláusulas em dar os bens aos filhos.
não são discutidas em paridade.
ATENÇÃO: a estipulação não pode ser contra
5ª) Quanto a denominação – os contratos podem terceiro mas sempre em prol deste.
ser:

a.) Nominados ou atípicos: aqueles aos quais NATUREZA JURÍDICA


o legislador atribuiu nomes .Possuem
regras típicas. É um contrato que tem natureza sui generis
(específica) e produz efeitos a quem não participa
Ex: Contratos de arrendamento, parceria, do contrato. É uma exceção ao princípio da
compra e venda. relatividade dos contratos (ou seja, aquele que
declara o efeito do contrato relativo às partes).
b.) Inominados ou atípicos - o legislador não O beneficiário não precisa ser capaz. Mais
atribuiu nomes nem regras para estes. uma exceção à regra dos contratos (agente capaz).

Ex: Cessão de energia, Cofres de aluguel em


bancos, não são configurados como locação. REQUISITOS

A) Subjetivos: 1) Estipulante – age em seu próprio


6ª) Em relação ao outro: nome em benefício de terceiro. (ex. pai)
2) Promitente - obriga-se perante
a.) Principais ou acessórios; estipulante a beneficiar terceiro
3) Beneficiário – é o terceiro a
Ex. de acessórios - arras, multa, cláusulas penais. quem o contrato aproveitará, é
Ex. de principais – compra e venda, locação. estranho ao contrato podendo ser
pessoa capaz, determinada ou
7ª) Quanto ao objeto – os contratos podem ser : futura (ex. 1.º filho desse
casamento).
a.) Definitivo ou preliminar – será estudado com os
artigos 462 à 466 do CC. B) Objetivos: Prestação lícita, possível, em favor de
terceiros. Poderá ser gratuita ou
onerosa (mas tem que ser benéfica
ao terceiro).
 Ex. gratuita: O seguro
DIREITO CIVIL de vida é um bom exemplo, em que
4.º BIMESTRE o terceiro nada pagou mas recebe a
indenização.
 Ex. onerosa: Estipulo
com outra pessoa a transferência de
AULA 1 um imóvel à turma 4000, desde que
26/10/2009 este me pague R$ 1.500,00.
C) Formal: É contrato, não solene, isto é, informal.
Pode ser verbal ou escrito, mas se for • Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se
de imóvel obrigatoriamente deverá ser fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-
da segunda maneira. lhe a execução, não poderá o estipulante
É consensual, não precisa entregar. exonerar o devedor.
 Ex. a seguradora não entrega o valor ao
beneficiário antes de haver o sinistro.  Se o terceiro tem o direito de exigir, não
poderá o estipulante revogar o benefício.
• Art. 436. O que estipula em favor de terceiro Se o estipulante revoga essa prerrogativa
pode exigir o cumprimento da obrigação. não será mais estipulação em favor de
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem terceiro e o negócio se limitará ao
se estipulou a obrigação, também é permitido Estipulante e ao Promitente. O estipulante
exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e é quem será beneficiado.
normas do contrato, se a ele anuir, e o
estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
 Ex. Prof. Campanelli estipula com
o JL certo benefício em favor da É o defeito oculto, não comum, que torna a
turma 4.000. Ele poderá EXIGIR o coisa imprópria ao uso ou lhe diminui o valor, de tal
benefício. modo que se à parte o conhecesse não contrataria
 Com relação ao parágrafo único, ou lhe pagaria preço menor.
ele poderá exigir NOS LIMITES do São defeitos comuns, ocultos, que tornam
contrato. Se o valor acordado é de a coisa imprópria para o uso.
R$ 1.200,00, não poderá cobrar R$ Uma garantia a quem aliena em título
1.500,00. oneroso, garante ao alienatário contra os riscos dos
defeitos (vícios redibitórios). É uma garantia ex lege,
ou seja, mesmo não prevista no contrato, a lei
• Art. 438. O estipulante pode reservar-se o garante. Art. 1102 (procurei no Código Civil parece
direito de substituir o terceiro designado no não ter nada a ver com a matéria).
contrato, independentemente da sua
anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita REQUISITOS DO VÍCIO
por ato entre vivos ou por disposição de última
vontade. 1) Oculto: defeito oculto em
apreciação em abstrato.
 Ex. A Marta era a beneficiária da  Ex. comprou carro com a frente detonada...
estipulação. Mas resolvemos trocar Vai falar que o defeito era oculto?
e pôr a Cantora Vanusa (risonho e  Se só o comprador não vê, não é oculto.
límpido) no lugar.  Exceto se o comprador é cego.
 Por atos entre vivos (efeitos em
vida) ou, 2) Desconhecido: o defeito é oculto
 Disposição de última vontade mas se o vendedor revelou ao comprador, cabe ao
(mortis causa: efeitos por causa da advogado do vendedor alegar que o comprador quis
morte – “testamento”). comprar mesmo fundido.

EXCEÇÕES AO ART. 438 3) Existência ao tempo da alienação:


o defeito existia na contratação. Se surgiu só
1) Se for contratada a cláusula de irrevogabilidade. depois, não é defeito oculto.
 Ex. Contrataram cláusula de não substituir.
É IRREVOGÁVEL. • Art. 444. A responsabilidade do alienante
subsiste ainda que a coisa pereça em poder
2) Em face da natureza do contrato. do alienatário, se perecer por vício oculto, já
 Ex. se forem impostos ônus aos existente ao tempo da tradição.
beneficiários. “JL doará um imóvel se a
turma 4000 limpar a Uel inteira. Não 4) Reduz a utilidade ou o valor e
poderá o estipulante modificar isso”. torna inapta a coisa.

3) Se a prestação for personalíssima, ou seja, só o Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato
indivíduo possa cumprir. comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso máximo de 180 dias, em se tratando de bens
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. móveis; e de 1 ano, para os imóveis.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste
artigo às doações onerosas. Se a coisa já estava em poder do
adquirente na data que adquiriu, os prazos se
5) Verifica-se em contrato reduzem á metade.
comutativo. O contrato comutativo há prestações
recíprocas. § 2.º Tratando-se de venda de animais, os prazos
 Se for comutativo: o carro adquirido vier de garantia por vícios ocultos serão os
com defeito oculto pode reclamar. estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta,
 Se for gratuito: o Campanelli dá um celular pelos usos locais, aplicando-se o disposto no
sem bateria para a turma. Não caberá parágrafo antecedente se não houver regras
reclamação alegando vícios redibitórios. disciplinando a matéria.
Foi gratuito.  Ex. Inquilino que compra o imóvel em que
este já residia como locatário. Conta-se o
6) Não existir cláusula de renúncia expressa prazo a partir da alienação, sendo esse
ou tácita. Esse requisito não se aplica às relações prazo reduzido à metade.
de consumo. Quem aliena garante, mas podem as
partes estabelecer a renúncia. Todavia não nas Há hipóteses que os defeitos não se revelam.
relações de consumo (direitos irrenunciáveis). Surgem a posteriori.

CONSEQUENCIAS  Ex. Defeito na formulação de produto


químico jogado na lavoura. Só constato o
O que poderá reivindicar o comprador? efeito em 60 dias. Ao invés de matar a
praga, alimentou-a e deixou mais forte.
A) Ação quantii minoris – é a ação para pleitear o Nessas situações contar-se-á o prazo da
abatimento do preço da coisa adquirida. ciência (art. 445 § 1.º).
 A partir do conhecimento tem 180 dias
• Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo para reclamar (bens móveis) e 1 ano (bens
o contrato (art. 441), pode o adquirente imóveis); animais (vaca com cisto ovariano
reclamar abatimento no preço. – 180 dias - art. 445 § 2.º)

• Art. 446. Não correrão os prazos do artigo


B) Ação redibitória – Para pedir o desfazimento do antecedente na constância de cláusula de
contrato. O comprador não tem mais interesse no garantia; mas o adquirente deve denunciar o
negócio. defeito ao alienante nos 30 dias seguintes ao
 Ex. Não quero mais o carro. Devolva-me o seu descobrimento, sob pena de decadência.
valor do automóvel com o preço atualizado.  Tinha um ano de garantia na compra de
 Ex. Perdas e danos, com base no item um produto. Os prazos para tomar
anterior. A opção pela primeira ou segunda conhecimento de defeito não incorrem
alternativa é IRRETRATÁVEL. nesse prazo, salvo se o comprador tomou
ciência do defeito e não reclamou em 30
PRAZO PARA RECLAMAR dias . Se reclamar, os prazos se iniciarão
depois do período da garantia.
Qual é o prazo para reclamar?  Ex. Na garantia não tenho ciência de
O prazo é de natureza decadencial. Bens defeito, então não incorre esse tempo
móveis 30 dias, imóveis 1 ano, contados a partir da para reclamar. Se eu tiver a ciência,
entrega efetiva da coisa (e não da ciência do estando na garantia, tenho 30 dias para
defeito). reclamar. Se reclamo no prazo, os outros
prazos persistirão (180 dias / 1 ano)
• Art. 445. O adquirente decai do direito de obter
a redibição ou abatimento no preço no prazo • Art. 26. O
de 30 dias se a coisa for móvel, e de um ano direito de
se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já reclamar
estava na posse, o prazo conta-se da pelos vícios
alienação, reduzida à metade. aparentes ou
§ 1.º Quando o vício, por natureza, só puder ser de fácil
conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do constatação
momento em que dele tiver ciência, até o prazo caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de embalagem, rotulagem ou mensagem
serviço e de produtos não duráveis; publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de consumidor exigir a substituição das
serviço e de produtos duráveis. partes viciadas.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo
partir da entrega efetiva do produto ou do de trinta dias, pode o consumidor exigir,
término da execução dos serviços. alternativamente e à sua escolha:

. I - a substituição do produto por outro da mesma


espécie, em perfeitas condições de uso;
.
II - a restituição imediata da quantia paga,
. monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo


decadencial inicia-se no momento em que ficar III - o abatimento proporcional do preço.
evidenciado o defeito.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato
 30 dias para bens não duráveis (que se das alternativas do § 1° deste artigo sempre que,
exaurem com o uso: alimento, em razão da extensão do vício, a substituição
medicamento, insumos agrícolas) das partes viciadas puder comprometer a
 90 dias: bens duráveis (não se acaba com qualidade ou características do produto,
o primeiro uso): mesa, cadeira, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto
computador. O prazo é contado da ciência. essencial.
Prazo decadencial.
B) Restituição do preço, atualizado (art.18 § 1.º II);
CONSEQUENCIAS
C) Abatimento proporcional do preço (art.18 § 1.º III)
O que poderá reclamar o consumidor?

1) Preliminarmente: conceder 30
dias para o fornecedor sanar o defeito. Por ATENÇÃO: Em todas as hipóteses, independente
convenção entre as partes poderá ser de 7 dias até de má-fé, poderá o consumidor pedir Perdas e
180 dias. Danos:

2) Se o defeito for insanável (motor


 Ex. do taxista que deixa o carro para o
explodiu, já usei o produto químico), existem 3
mecânico por um longo prazo e este não
opções IRRETRATÁVEIS:
conserta. Pede os lucros cessantes
A) Substituição do produto por outro da mesma
 Quem tem que provar é o prestador dos
espécie (art.18 § 1.º):
serviços (fornecedor).
 Ex. Esse Gol está com defeito e quero outro
 É comum ao prestador de serviços (fornecedor)
igual. Se não tiver igual aceito outro. Se for um
atribuir mau uso, no ato da troca, mas caberá a
modelo de maior valor eu pago a diferença. Se
ele provar
for um modelo de valor menor, sou ressarcido
 Saber diferenciar o erro do vício redibitório
dessa diferença. (art.18 § 3.º) .

• CDC Art. 18. I Art. 18. Os fornecedores
de produtos de consumo duráveis ou Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
que os tornem impróprios ou inclusive com a inversão do ônus da prova, a
inadequados ao consumo a que se seu favor, no processo civil, quando, a critério
destinam ou lhes diminuam o valor, do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
assim como por aqueles decorrentes da ele hipossuficiente, segundo as regras
disparidade, com a indicações ordinárias de experiências;
constantes do recipiente, da
Vício tem prazos pequenos para reclamação. No erro o pra
Art. 178 É de
AULA 2 pleitear-se a
II – no de erro
VÍCIOS REDIBITÓRIOS (CONTINUAÇÃO) de perigo ou
jurídico.
27/10/2009

.
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
.

(início da aula eu perdi, se alguém puder,


complemente) É contrato pelo qual uma das partes
(promitente) compromete-se com outra (credor) a
obter prestação de terceiro (não participante do
negócio). O promitente se compromete a obter
anuência de terceiro. O compromisso é imperfeito.
- Quando se adquire Não obtive ainda concordância. É informal, podendo
coisas levando em conta ou não ser escrito.
a integridade (Ex.
Coleção). Se um dos
itens estiver com defeito,
poderá devolver tudo.
- Quando se adquire por  Ex. Campanelli (promitente) promete que o
amostragem (ex. Avon) e JL (terceiro) ministrará para Turma 4000
o produto apresenta (credor), aulas de Direito Civil.
defeito.
- Quando compramos uma O Campanelli assume a obrigação de fazer
coisa usada e esta (obter anuência do JL) e só se liberará se este
apresenta defeito, aceitar. O aceite é retroativo e o JL assume o lugar
podemos reclamar, do promitente “efeitos retro-operantes”.
alegando os vícios
presentes. Não podemos CONSEQUENCIAS JURÍDICAS
exigir o desempenho de
um Ford Fusion, se
compramos uma Brasília 1) Se o terceiro não assumir o
detonada. compromisso o promitente responderá por Perdas e
danos. O art. 439 é mal redigido e merece ser
interpretado dessa forma. Quando não houver a
execução da prestação de terceiro (isso é questão
entre o terceiro e o credor)
DIFERENÇAS ENTRE VÍCIOS REDIBITÓRIOS E
ERRO
• Art. 439. Aquele que tiver prometido fato
de terceiro responderá por perdas e
danos, quando este não o executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não
VÍCIOS REDIBITÓRIOS existirá se oERROterceiro for o cônjuge do
O negócio é cumprido. “me comprometi a entregar a Há inadimplemento.
promitente, “me comprometida
dependendo a entregar um o ato a
sua anuência
coisa contratada, mesmo com defeito”. carro 2002,ser
mas entrego um
praticado, do ano
e desde 2001.
que, peloInduzo
regimeo do
casamento, a indenização, de algum modo,
outro ao erro”
venha
O vício está na coisa, é de ordem objetiva. Não é O erro é um a recair
defeito de ordemsobre os seusNão
subjetiva. bens.
está na
comum àquela coisa. É um defeito, um desgaste, coisa, mas sim na vontade. Ocorre quando a
uma imperfeição. 2)Salvo
vontade real é diferente dase o terceiro
vontade for o cônjuge
declarada. “Eu do
queria umpromitente
carro 2002 e oe ato
medependia da anuência
entregaram um carrodo cônjuge
2001”. “Euou a obrigação
comprei recaía sobre
um candelabro seu patrimônio
de ouro, mas me (art.439
entregaram§ um
único).
queATENÇÃO:
era apenas Se o terceiro que não assume
dourado”.
é o cônjuge, não terá efeito o compromisso. Não • Art. 447. Nos contratos onerosos, o
podemos pedir Perdas e Danos. alienante responde pela evicção.
 Transferência de imóvel, não poderá ser Subsiste esta garantia ainda que a
feita sem anuência do cônjuge. Se aquisição se tenha realizado em hasta
pedirmos perdas e danos, estaremos pública.
desfalcando o patrimônio do casal. NÃO
TEM PD.  A cláusula contratual, contrária à
evicção, não é legal, pois a
3) Se o JL deu anuência ao Campanelli e evicção é garantida por lei. (art.
não executou, a responsabilidade é dele. O 447)
promitente não terá nada a ver com isso.
REQUISITOS DA EVICÇÃO
• Art. 440. Nenhuma obrigação haverá
para quem se comprometer por outrem, 1) Perda total ou parcial do direito de propriedade,
se este, depois de se ter obrigado, faltar ou de posse, ou de uso da coisa.
à prestação.  Ex. adquire a propriedade e perde
inteiramente.
 Ex. Loca o imóvel e não tem a posse.
DISTINÇÕES ENTRE PROMESSA DE FATO E  Ex. a perda pode ser total ou parcial. Eu
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. perdi 10 alqueires de uma fazenda de
1000.
Promessa de fato de terceiro Estipulação em favor de terceiro
O terceiro só se obrigará der anuência O terceiro 2)
nãoAlienação onerosa. Você pagou pela coisa.
se obriga.
O credor será sempre o mesmo. Ex. Nós recebemos uma doação do
O credor poderá ser substituído

Os devedores são sucessivos e não simultâneos. O devedor é sempre o mesmo. mas era coisa de outro e
Campanelli,
“obtive anuência do JL ele assume, nós não somos somos obrigados a devolver. Não requer
simultâneos”. nada.
Objetiva-se obrigar a terceiro  Ex.oDoação
O objetivo é favorecer terceiropara casamento com
Na promessa o terceiro tem que ser capaz determinada
Na estipulação o terceiro pode serpessoa. Casou com fulano,
incapaz.
tendo em vista a fazenda. Não recebe.
Pode reclamar.
DA EVICÇÃO
• Art. 552. O doador não é obrigado a pagar
É a perda total ou parcial do direito sobre a juros moratórios, nem é sujeito às
coisa, por força de decisão judicial ou extrajudicial conseqüências da evicção ou do vício
que atribuir a terceiro, por direito anterior. redibitório. Nas doações para casamento
com certa e determinada pessoa, o doador
ficará sujeito à evicção, salvo convenção em
contrário.
quem compra e perde a coisa

3) Decisão judicial ou extrajudicial


ALIENANTE EVICTO  Atribui posse da coisa a terceiro
 Pode ser judicial (juiz atribui) ou
extrajudicial (delegado)
quem transfere

4) Anterioridade do direito do evictor


 Aquele que alega tem condição de dono
antes de eu possuir.
EVICTOR
5) Denunciação da lide ao alienante imediato ou
qualquer dos anteriores:
reivindica a coisa para si
• Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória:

I - ao alienante, na ação em que terceiro


Ocorre a evicção quando se perde o direito
reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à
sobre a coisa, por decisão judicial ou extrajudicial
parte, a fim de que esta possa exercer o direito
(ex. por delegado) pois atribui direito anterior a
que da evicção Ihe resulta;
terceiro.
2 – As vantagens auferidas pelo adquirente não
indenizadas ao evictor devem ser deduzidas do
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da valor a ser pago pelo alienante (art. 452)
evicção lhe resulta, o adquirente notificará do
litígio o alienante imediato, ou qualquer dos • Art. 452. Se o adquirente tiver auferido
anteriores, quando e como lhe determinarem as vantagens das deteriorações, e não tiver
leis do processo. sido condenado a indenizá-las, o valor das
vantagens será deduzido da quantia que lhe
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à houver de dar o alienante.
denunciação da lide, e sendo manifesta a  Evandro vende a fazenda, com um preço de
procedência da evicção, pode o adquirente R$ 1 milhão para o Joel. O Joel extrai da
deixar de oferecer contestação, ou usar de fazenda: bois, safras. A Dona Maria tem os
recursos. direitos sobre a fazenda e reivindica o imóvel.
Ela também tem direito aos frutos, mas não
os pede, pois foi o Evandro (alienante) foi
quem pôs o gado e plantou a lavoura.
 O Joel vai exigir o quê do Evandro? O
 Adquiro um carro roubado. Posso cobrar valor atualizado do bem (R$ 1 milhão). Ele
do alienante direto ou dos anteriores. não indenizou os frutos para a Dona Maria,
Posso denunciar a lide: se eu perdi a então o Evandro pode descontar o valor
posse para o evictor, vou cobrar de você. destes, direto do R$ 1 milhão que será pago.

DIREITOS DO EVICTO 3 – Benfeitorias necessárias ou úteis (não as


voluptuárias). Se não indenizadas pelo evictor será
O que o evicto pode reivindicar e de quem: pagas pelo alienante, que tem direito regressivo
(SEPULCRO DE ALUNO. ATENÇÃO) contra o evictor, para evitar enriquecimento ilícito
(art. 227) e sub-roga-se no direito do evicto.
1 – Indenização no valor da coisa - não do preço  Joel pagou R$ 1 milhão na fazenda com
pago – (art.450), ao tempo da evicção (art.439 § mato. Ele prepara o solo, faz cercas,
único) + as indenizações previstas no (art. 450 I, II, benfeitorias úteis e necessárias. A Dona
III) Maria aparece e quer tudo. É justo ela
pegar tudo pronto? NÃO ! ELA TEM QUE
• Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem INDENIZAR. (vai besta!.. rs) (art. 453)
direito o evicto, além da restituição integral  Se o Evandro indeniza o Joel, ele sub-
do preço ou das quantias que pagou: rogará no lugar deste e cobrará
benfeitorias da Dona Maria.
I - à indenização dos frutos que tiver sido • Art. 453. As benfeitorias necessárias ou
obrigado a restituir; úteis, não abonadas ao que sofreu a
evicção, serão pagas pelo alienante.
II - à indenização pelas despesas dos contratos
e pelos prejuízos que diretamente resultarem da • Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova
evicção; exclusivamente testemunhal só se admite
nos negócios jurídicos cujo valor não
III - às custas judiciais e aos honorários do ultrapasse o décuplo do maior salário
advogado por ele constituído. mínimo vigente no País ao tempo em que
foram celebrados. (TALVEZ TENHA
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou MARCADO O ARTIGO ERRADO, POIS ESSE
parcial, será o do valor da coisa, na época em ACHO QUE NÃO TEM NADA A VER COM O
que se evenceu, e proporcional ao desfalque CONTEÚDO ACIMA).
sofrido, no caso de evicção parcial.
4 – Evicção parcial ou considerável
 Eu sofri evicção parcial. Perdi 100 alqueires das
Restituição do preço (valor pago) – Cuidado (caput) minhas terras. Poderei:
Parágrafo único – valor da época da evicção A) Rescindir o contrato + exigir Perdas e
 Comprei por R$ 100.000,00. Hoje o carro danos.
custa R$ 70.000,00 e houve evicção. Vou B) Pedir indenização proporcional ao valor
ser indenizado em R$ 70.000,00. do desfalque (art. 455) ao tempo da
evicção (art. 450 único) + exigir Perdas e
Danos.
 Eu perdi 30 alqueires, de 500 não houve sinistro. Contrato aleatório. Se
que possuo, mas quero paga 3.000,00 por uma indenização.
indenização na época da Podem ser desproporcionais, sinistro
evicção. 60.000,00 tendo pago 3.000,00 de prêmio.

• Art. 455. Se parcial, mas considerável, for à CARACTERISTICAS:


evicção, poderá o evicto optar entre a
rescisão do contrato e a restituição da parte
do preço correspondente ao desfalque 1) É possível desigualdades entre as
sofrido. Se não for considerável, caberá prestações. 3.000,00 Vs 60.000,00.
somente direito a indenização. 2) Impossibilidade de previa da fixação da
prestação.
5 – Evicção não considerável (mínima) - Não é raro comprar uma safra de laranja com
 Caberá apenas a indenização. Comprei 1000 produção futura. Com risco. O produtor não
alqueires e perdi 1. É mínimo. (art.455 parte garante a quantidade.
final). - Pago 3.000,00 se alguma coisa for resgatada
daquele navio “alia jacta est” – a sorte está
lançada.

AULA 3
03/11/2009 - alia total - não vem nada
Artigo 448 E 449. Assume o risco de a coisa nem existir e ainda
assim ter que pagar.
• Art. 448. Podem as partes, por cláusula
expressa, reforçar, diminuir ou excluir a  EX: Comprei uma safra de café que não
responsabilidade pela evicção. existiu.
Seguro.
• Art. 449. Não obstante a cláusula que
exclui a garantia contra a evicção, se - Alia parcial – Tem que vir alguma coisa.
esta se der, tem direito o evicto a
receber o preço que pagou pela coisa - Alia de existência - emptio spei – 458 do CC.
evicta, se não soube do risco da Assume o risco de a coisa nem existir, e ainda
evicção, ou, dele informado, não o assim ter que pagar.
assumiu.  EX: o segurado paga o prêmio, mesmo
sem receber.
A cláusula de exclusão tem que ser expressa. Não
basta apenas informar o possível risco, mas o • Art. 458. Se o contrato for aleatório, por
adquirente tem que aceitar expressamente. dizer respeito a coisas ou fatos futuros,
cujo risco de não virem a existir um dos
 EX: Fazenda do Campa. Vende para nós, contratantes assuma, terá o outro
mas exclui a responsabilidade com direito de receber integralmente o que
cláusula. A fazenda tem risco de ser lhe foi prometido, desde que de sua
invadida. A simples cláusula não basta. parte não tenha havido dolo ou culpa,
Temos que aceitar o risco da evicção ainda que nada do avençado venha a
expressamente. existir.

CONTRATOS ALEATÓRIOS – 458 – 461 do CC. - Alia de quantidade – emptio rei speratae – 459 do
CC. Assume o risco não mais da existência, mas
Conceito: é o contrato do qual uma ou ambas as apenas da quantidade. Algo tem que vir.
prestações apresentam-se incertas, pois a sua
quantidade/ extensão fica subordinada a fato futuro  EX: Contratos de exploração de jazidas .
e incerto. Empresa contrata independente de minas
ou não.
 EX: seguros, jogo e aposta, contrato
pessoa a declarar.
• Art. 459. Se for aleatório, por serem
É aleatório, pois as prestações são incertas. objeto dele coisas futuras, tomando o
 Na seguradora, o segurado paga o prêmio adquirente si o risco de virem a existir
3.000,00. Não recebe indenização, pois em qualquer quantidade, terá também
direito o alienante a todo o preço, desde
que de sua parte não tiver concorrido  EX 2: Comprei em várias parcelas. Até eu
culpa, ainda que a coisa venha a existir pagar tudo fico no compromisso. Depois há
em quantidade inferior à esperada. a formalização da compra e venda.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada
vier a existir, alienação não haverá, e o REQUISITOS:
alienante restituirá o preço recebido.
Todos do contrato a ser celebrado, exceto a forma –
Também pode haver a venda de coisa existente e 462 e 463, PU.
exposta a risco. 460 do CC.
Alia refere à coisa existente. O adquirente assume o • Art. 462. O contrato preliminar, exceto
risco. Terá o alienante direito ao preço. quanto à forma, deve conter todos os
 EX: Tenho a intenção de comprar, do requisitos essenciais ao contrato a ser
Professor Campanelli, um barco que está celebrado.
no porto de Manaus. Mas, não há garantia
de que está lá. Pois o porto é perigoso e • Art. 463. Concluído o contrato
podem ter roubado. Aceito o risco mesmo preliminar, com observância do
o barco podendo não existir. Tenho que disposto no artigo antecedente, e desde
pagar o preço todo. que dele não conste cláusula de
arrependimento, qualquer das partes
• Art. 460. Se for aleatório o contrato, por terá o direito de exigir a celebração do
se referir a coisas existentes, mas definitivo, assinando prazo à outra para
expostas a risco, assumido pelo que o efetive. Parágrafo único. O
adquirente, terá igualmente direito o contrato preliminar deverá ser levado ao
alienante a todo o preço, posto que a registro competente.
coisa já não existisse, em parte, ou de
todo, no dia do contrato.
 EX 1: Marido celebra o compromisso de
vender a casa. A mulher não aceita. O
Art. 461 do CC: Campa vendeu o barco e contrato preliminar tem que ter os mesmos
sabia que o barco já havia sido roubado. Ele requisitos do contrato normal. A mulher
não recebe. Tem que pagar perdas e danos tem que aceitar também, desde o contrato
para mim. Houve dolo. preliminar.
Entro com uma ação ANULÁTORIA (diferente
da redibitória).  EX2:Marido e mulher têm uma casa. O
Marido quer locar, a mulher não. Marido
• Art. 461. A alienação aleatória a que se alega ter metade e quer aluga. Não tem
refere o artigo antecedente poderá ser como, porque o bem é indivisível e o
anulada como dolosa pelo prejudicado, contrato preliminar deve ter os mesmos
se provar que o outro contratante não requisitos. Só pode se a mulher assinar.
ignorava a consumação do risco, a que
no contrato se considerava exposta a OBJETO: Obrigação de fazer. O que? O
coisa. contrato definitivo.

 No contrato condicional a existência dele CONSEQUÊNCIAS:


fica condicionado a evento futuro e incerto.
Já nos contratos aleatórios, AS 1) Cláusula de arrependimento – o contrato
PRESTAÇÕES ficam sujeitas a evento preliminar tem a cláusula de
futuro e incerto. arrependimento. Não tem como exigir o
contrato definitivo.

CONTRATO PRELIMINAR 462 A 466 DO CC. 2) Sem cláusula de arrependimento - o


contrato é irrevogável.
Conceito: é o contrato cujo objetivo é a celebração
de contrato definitivo. PACTUM DE CONTRAENDU. Opções:
É preliminar do definitivo.
a) Qualquer dos contratantes pode exigir a
 EX 1: Promessa de compra e venda, celebração do contrato definitivo, pedindo
promessa de locação. (compromissos) ao juiz prazo para a outra parte firmar o
contrato, sob pena de responder por
astreintes mais perdas e danos e a
sentença substituir a vontade do outro propaganda nos classificados dos jornais locais, ou
contratante e valer como título aquisitivo. seja, teve gastos. Então, tem direito a comissão. Ele
assumiu o risco e obteve sucesso. A sorte estava
 EX: Cliente fez contrato preliminar, de lançada. Se o dono do negócio desiste o problema é
comprar. Pagou todas as prestações. O dele.
vendedor se arrepende, e o contrato não
tem cláusula de arrependimento. O juiz faz  EX3: Se intermediado, o negócio de
ele responder por astreintes e perdas e conclui depois do prazo, o corretor tem o
danos e sua sentença substituía a vontade. direito da comissão mesmo assim. Pois ele
O Comprador pode levar a sentença e começou a negociação dentro do prazo.
registrar o bem em seu nome. Então se a celebração do negócio passar
do prazo, porém inicio-se dentro do prazo, o corretor
Fundamento legal: terá direito a comissão.

• Art. 463. Concluído o contrato • Art. 463. Parágrafo único. O contrato


preliminar, com observância do preliminar deverá ser levado ao registro
disposto no artigo antecedente, e desde competente.
que dele não conste cláusula de
arrependimento, qualquer das partes A jurisprudência coloca que não precisa registrar.
terá o direito de exigir a celebração do Contrato de gaveta, não precisa registrar.
definitivo, assinando prazo à outra para  EX: Estou com a posse do imóvel e o
que o efetive. compromisso, quero formalizar. Peço
Parágrafo único. O contrato preliminar embargos de terceiros. Não preciso
deverá ser levado ao registro competente. registrar.

• Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o • Art. 227. Salvo os casos expressos, a
juiz, a pedido do interessado, suprir a prova exclusivamente testemunhal só
vontade da parte inadimplente, se admite nos negócios jurídicos cujo
conferindo caráter definitivo ao contrato valor não ultrapasse o décuplo do maior
preliminar, salvo se a isto se opuser a salário mínimo vigente no País ao
natureza da obrigação. tempo em que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o
b) Pleitear indenização: valor do negócio jurídico, a prova
testemunhal é admissível como
• Art. 465. Se o estipulante não der subsidiária ou complementar da prova
execução ao contrato preliminar, poderá por escrito.
a outra parte considerá-lo desfeito, e
pedir perdas e danos. Na compra de imóveis tem que ser por escrito, mas
é afastado o registro.

Nem sempre a promessa é bilateral. Pode haver


promessa unilateral. Nesta hipótese o credor tem DO CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
que se manifestar no prazo dado. Se não houver
prazo, responde em tempo razoável. Conceito: é o contrato pelo qual uma das partes
reserva o direito de se fazer substituir por pessoa
 EX1: A promete vender uma casa no valor cujo nome oculta quando da contratação. 467 do
de R$ 50.000,00, B tem 30 dias para dar CC.
sua resposta. Tem promessa escrita? SIM!
B se interessa? SIM. Então vincula o • Art. 467. No momento da conclusão do
promitente a aceitação dentro do prazo. contrato, pode uma das partes reservar-
se a faculdade de indicar a pessoa que
 EX2: O corretor esta mediando a venda de deve adquirir os direitos e assumir as
um imóvel no Estado do Pará no valor de obrigações dele decorrentes.
R$ 500.000,00. Encontra um interessado
em comprar esse imóvel com todas as Pouco usual!!!
prerrogativas do proprietário (vendedor).
Porém o proprietário desiste de vender o  EX: A pessoa contrata comigo a compra de
imóvel. O corretor faz jus a comissão? uma casa. Mas você me reserva o direito
Evidente que sim. Ele encontrou o comprador, levou de em certo prazo, uma terceira pessoa,
até o Pará, falou bem do imóvel, gastou com
que eu indicar, pode comprar em meu desconhecia no momento da indicação.
lugar.
EX: Indiquei uma pessoa que era insolvente na
 Prazo para a indicação: 5 dias, se outro época da contratação, e nós não sabíamos.
não for estabelecido. Este prazo é PERMANEÇO VINCULADO.
decadencial. Art. 468 do CC.
4) Se o nomeado é incapaz ou insolvente à
• Art. 468. Essa indicação deve ser época da indicação.
comunicada à outra parte no prazo de Quem indica responde pela solvência do
cinco dias da conclusão do contrato, se indicado AO TEMPO da indicação e não a
outro não tiver sido estipulado. posteriori.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa
nomeada não será eficaz se não se  Pode a indicação ser recusada pelo outro
revestir da mesma forma que as partes contratante?
usaram para o contrato. SIM, pode recusar o nome indicado, desde que
fundamentado.
A aceitação do terceiro, ocorrerá na mesma forma
exigida em lei. Ou seja, a aceitação se dará pela  Já que se pode recusar, e se ele não
mesma forma EXIGIDA EM LEI para o contrato. recusar e o substituo for insolvente?
Permanecem as partes vinculadas.
 Contrato escrito = aceitação escrita
 Contrato verbas= aceitação verbal.  Haverá responsabilidade solidária?
NÃO. A responsabilidade é SUBSIDIÁRIA. Se o
O terceiro aceitou, então ele entra no lugar substituto não pagar, poderá cobrar do
como se originariamente ele tivesse celebrado. originário.
Art. 469 do CC.
Ex: contratamos uma empresa de limpeza que
• Art. 469. A pessoa, nomeada de indica outra. Não é obrigação personalíssima,
conformidade com os artigos mas podemos recusar por a empresa indicada
antecedentes, adquire os direitos e não apresentar as qualidades necessárias.
assume as obrigações decorrentes do
contrato, a partir do momento em que
este foi celebrado. AULA 4
10/11/2009
Será que o Terceiro pagará? Não sei. DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
HIPOTÉSES DE MANUTENÇÃO DO CONTRATO
ENTRE AS PARTES ORIGINÁRIAS:
a.) Há causas extintivas anteriores ou
1) não indicação do substituto – 470, inc I. concomitantes ao contrato:

• Art. 470. O contrato será eficaz somente - Há causas extintivas que surgem antes do
entre os contratantes originários: I - se contrato e podem acarretar a nulidade absoluta
não houver indicação de pessoa, ou se se transgredir norma imperativa pública (
o nomeado se recusar a aceitá-la; intransigível)

2) O nomeado recusar a indicação – 470, inc - Pleno direito retroagem ( ex tunc) não se
I, segunda parte. consertam com os anos.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os • Art. 169. O negócio jurídico nulo não é
contratantes originários: I - se não houver suscetível de confirmação,nem
indicação de pessoa, ou se o nomeado se convalesce pelo decurso do tempo.
recusar a aceitá-la; (absoluta).

HÍPOTESES DE NULIDADE ABSOLUTA – 166,


3) Se desconhecida à insolvência do inc. I á VII.
indicado, quando da indicação. 471, inc II.
• Art. 166. É nulo o negócio jurídico
• Art. 470, inc. II - se a pessoa nomeada quando: I - celebrado por pessoa
era insolvente, e a outra pessoa o absolutamente incapaz; II - for ilícito,
impossível ou indeterminável o seu
objeto; III - o motivo determinante,
comum a ambas as partes, for ilícito; IV b.) Causas extintivas posteriores:
- não revestir a forma prescrita em lei; V
- for preterida alguma solenidade que a b.1) Resolução por inexecução voluntária do
lei considere essencial para a sua contrato.
validade;VI - tiver por objetivo fraudar Oriundo de inadimplemento.
lei imperativa; VII - a lei taxativamente o EX: Comprou a casa e não pagou o preço.
declarar nulo, ou proibir-lhe a
prática,sem cominar sanção. REQUISITOS:

1) Nulidade relativa de anulabilidade: Nesse 1-) Inadimplemento: JÁ TRAZ A CULPA, se não


caso são transgressões, mas não de seria apenas inexecução.
ordem pública, pois os defeitos são
sanáveis, ou seja, o contrato é defeituoso, 2-) Dano: tem que haver o dano, para haver o
mas eficaz. (Artigo 171 do CC) inadimplemento.

Art. 171. Além dos casos expressamente EX: inquilino subloca o imóvel, contudo o 3º para o
declarados na lei, é anulável o negócio qual foi sublocado cuida do imóvel e o devolve em
jurídico: I - por incapacidade relativa do perfeito estado.Houve inadimplemento, mas dano
agente; II - por vício resultante de erro, dolo, não.
coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores. 3-) Nexo causal: o dano que ocorreu resulta daquele
inadimplemento.
Há efeitos EX TUNC, ou seja, a partir da sentença é
que produzirão efeitos. ( 172 a 174 do CC)
EFEITOS:
• Art. 172. O negócio anulável pode ser
confirmado pelas partes, salvo direito EX TUNC (retrospectivos) se o contrato for de
de terceiro. prestação única.

• Art. 173. O ato de confirmação deve Ex: você me vendeu a casa e eu não paguei. Ação
conter a substância do negócio de inexecução de contrato. As partes voltam ao
celebrado e a vontade expressa de status quo, e sujeitos a perda e danos, se deu
mantê-lo. causa.

• Art. 174. É escusada a confirmação


expressa, quando o negócio já foi EX NUNC : se o contrato for de execução
cumprido em parte pelo devedor, ciente continuada.
do vício que o inquinava.
EX: Patrão não paga corretamente. Resolução por
Enquanto não houver reclamação do defeito, como inadimplemento (Contrato de Trabalho), os salários
por exemplo, vícios redibitórios, por erro, o negócio passados foram pagos. Só daqui para frente
persiste, até que a sentença venha desconstituir. resolve.

 É anulável, mas não retroage. b.2) Resolução por inexecução voluntária -


decorrentes de caso fortuito ou força maior.
2) Rescisão: decorre de causa anterior ou
concomitante a celebração do contrato. EX: A vendeu o carro para B, porém não ocorreu a
A rescisão se refere às causas extintivas do tradição porque o carro foi roubado.
contrato, anteriores ou concomitantes a sua feitura.
Resolução do contrato, sem perdas e danos.
- vícios redibitórios - causa anterior. (quando não houver culpa);
- coação - causa extintiva anterior ou concomitante.
Perda com culpa, da se a resolução mais as perdas
EX: Advogado dizendo rescisão de contrato de e danos.
trabalho. ERRADO. Só se a causa for concomitante
ou anterior que pode se falar em rescisão. Como
por exemplo no caso de vícios redibitórios ou b.3) resolução por onerosidade excessiva ( art.
incapacidade das partes. 478)
• Art. 478. Nos contratos de execução Consumidor basta o desequilíbrio. (art. 6º,
continuada ou diferida, se a prestação inc V do CDC)
de uma das partes se tornar
excessivamente onerosa, com extrema • Art. 6º São direitos básicos do
vantagem para a outra, em virtude de consumidor: V - a modificação das
acontecimentos extraordinários e cláusulas contratuais que estabeleçam
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a prestações desproporcionais ou sua
resolução do contrato. Os efeitos da revisão em razão de fatos
sentença que a decretar retroagirão à supervenientes que as tornem
data da citação. excessivamente onerosas;

O surgimento de circunstâncias imprevisíveis para o Ex: Contratos de Construção Civil. Normalmente


homem médio, mudanças nas condições do essas revisões acontecem nos contratos de
contrato inicial. Há um desequilíbrio das prestações. Construção Civil. Prestação Continuada. Como por
=> Cláusula rebus sic stantibus - Teoria da exemplo quando sobe os preços dos materiais de
Imprevisão. construção, como irá entregar o imóvel pelo preço
=> Exclusiva dos contratos comutativos. estipulado no inicio do contrato se houve um grande
aumento do preço.
ALEATÓRIOS NÃOOOOO! São de risco.
 A lei com base nos princípios da boa-fé.

CONSEQUÊNCIAS :
Execução instantânea não pode alegar.
a) Resolução; Ex: Comprei uma casa. Dois meses depois pode
b) Revisão das bases do contrato. (479 do pedir revisão?
CC) NÃO. Já foi extinto.

• Art. 479. A resolução poderá ser evitada, b.4) Resilição bilateral ou distrato – 472 do CC
oferecendo-se o réu a modificar
eqüitativamente as condições do • Art. 472. O distrato faz-se pela mesma
contrato. forma exigida para o contrato.

 A parte prejudicada alega a onerosidade e As partes distratam. Resilição bilateral por mútuo
pede a resolução contratual. (478 do CC) consentimento - Resilir = “voltar para trás” .É o
distrato.
• Art. 478. Nos contratos de execução
continuada ou diferida, se a prestação ARTIGO 472 – TÚMULO DE ALUNO – Mesma
de uma das partes se tornar forma exigida em Lei!
excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de Ex: Deny vendeu uma bicicleta por contrato escrito.
acontecimentos extraordinários e A resilição pode ser verbal?
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a SIM. Não exige forma escrita a lei. Só será escrito
resolução do contrato. Os efeitos da se o contrato distratado tiver forma de lei. Efeitos EX
sentença que a decretar retroagirão à NUNC.
data da citação.
Ex: Distrato de trabalho.
 se a outra parte resolve revisar o contrato,
pode evitar a resolução. (479 do CC) • Art. 473. A resilição unilateral, nos
casos em que a lei expressa ou
• Art. 479. A resolução poderá ser evitada, implicitamente o permita, opera
oferecendo-se o réu a modificar mediante denúncia notificada à outra
eqüitativamente as condições do parte.
contrato.
A resilição unilateral, só quando alei autorizar e sob
as penas da lei, poderá um dos contratantes, por
Intuito: Preservar o contrato. causa posterior, resilir o contrato, sujeito às penas
da lei.
 O requisito de inexigibilidade é exigido
apenas pelo Código Civil, no Código do Resolução: inadimplemento.
Resilição: ambas as partes querem resilir ( bilateral), 475 do CC – a parte lesada pelo
ou apenas uma delas (unilateral). inadimplemento pode exigir a resolução
ou execução.
EX : Resilição do contrato de trabalho.
O contratante que resilir unilateralmente só poderá • Art. 475. A parte lesada pelo
fazer nas hipóteses da lei, com ônus se for o caso. inadimplemento pode pedir a resolução
do contrato, se não preferir exigir-lhe o
Hipóteses legais de resilição UNILATERAL: cumprimento, cabendo, em qualquer
dos casos, indenização por perdas e
1-) Dispensa/despedida/demissão: funcionário ou danos.
patrão quer.
EX: Professor Campanelli descumpriu o contrato,
2-) Revogação. O doador poderá revogar. mas não quer desfazer o negócio. Quero exigir a
execução. Ação de resolução de contrato.
EX: Revogação por ingratidão.
Cliente revoga mandato outorgado ao advogado.
 Execução de contrato não cumprido :
3-) Renúncia: Renunciou a herança. O advogado
renuncia ao mandato. O político renuncia ao cargo. - Aquele que apresenta/ argúi defesa
(exceção): é o EXCIPIDIENTE.
4-) A morte de um dos contratantes quando a - Aquele a quem é dirigido a defesa é o
prestação é personalíssima. EXCEPTUO.
Ex: morre a domestica . Não sou obrigada a aceitar
o irmão dela para trabalhar na minha casa. É defesa exclusiva dos contratos bilaterais que não
nega a obrigação, apenas contesta sua
INEXIGIBILIDADE por não ter o exceptuo cumprido
5-) Resgate: O devedor resgatou o título - liberar o com a prestação.
ônus da coisa.
EX: A não entrega carro para B porque B não
cumpriu com a obrigação de pagar o carro.
 Clausula resolutiva – expressa. Tácita. A não nega a obrigação, mas B não pode cobrar
Conseqüências. pois ele tinha o dever de dar o dinheiro. Art. 476 do
CC.
O contrato pode trazer expressa uma
clausula resolutiva ou não trazer. • Art. 476. Nos contratos bilaterais,
nenhum dos contratantes, antes de
EX: O inadimplemento: se dará por cumprida a sua obrigação, pode exigir o
resolvido o contrato se uma das partes não implemento da do outro.
pagar. Assegura as partes. Pode ser
expressa ou tácita, pois todo contrato  Nos contratos bilaterais nenhum dos
bilateral tem essa cláusula resolutória contratantes pode exigir, se não cumprir:
intrínseca.
- A entrega da coisa:
- Se a cláusula for expressa o simples EX1: do carro. Eu não entrego, pois você
inadimplemento acarreta resolução de não cumpriu.
pleno direito do contrato.
EX2: das res. Enquanto não entregar ao
- se for tácita a resolução só ocorrerá professor ele não paga. Vai requerer a
depois do prazo concedido por busca e apreensão da vaca.
interpelação, notificação, judicial ou
extrajudicial - artigo 474 do CC. Evita a mora solvendi.

• Art. 474. A cláusula resolutiva expressa REQUISITOS:


opera de pleno direito; a tácita depende
de interpelação judicial. a) Prestações recíprocas em contrato
bilateral.
Não tem cláusula? Primeiro interpela.
EX : A entrega o boi, B entrega o dinheiro.
b) Prestações simultâneas ou antecedentes mas não tem o direito de reivindicar a coisa em
(a prestação do exceptuo). posse de terceiro.

EX: Aline vende um carro de 100 mil.


Professor não paga. Ela não entrega. O Classificação:
que alega? Exceção de contrato não
cumprido. 1)bilateral: obrigações e direitos recíprocos.

c) Prestações proporcionais. 2)Oneroso: implicam em sacrifício patrimonial de


ambas as partes.
Para argüir exceção de contrato não cumprido,
as prestações devem ser proporcionais. 3)Consensual: a compra e venda se consumam
com a celebração do contrato. Independente das
EX: A comprou um carro de 250 mil reais de B. arras, mútuo que precisa da entrega.
A deixou de efetuar o pagamento porque o
carro não veio polido, e B havia prometido o 4)comutativo/aleatório:
polimento. Desproporcionalidade. -Comutativo:as prestações são proporcionais. EX:a
casa vale 50 mil, pago porque vale.
-Aleatório: Assumo o risco da perda da coisa. EX:
• Art. 477. Se, depois de concluído o compro uma safra que ainda não foi plantada.
contrato, sobrevier a uma das partes
contratantes diminuição em seu 5)Solene/não solene
patrimônio capaz de comprometer ou -Solene:imóveis, mediante a escritura publica
tornar duvidosa a prestação pela qual -Não solene: moveis ou semoventes
se obrigou, pode a outra recusar-se à
prestação que lhe incumbe, até que 6)Translativo de domínio
aquela satisfaça a que lhe compete ou -Ele transfere o domínio por si só.
dê garantia bastante de satisfazê-la. - Mas está apto a requerer a busca e apreensão se
o bem estiver em posse do vendedor. Para evitar
EX: Na época de entrega, há duvida. que a venda novamente, pleiteia junto ao judiciário.
Entrega carro antes (cláusula). Mas se houver
dúvida quanto ao seu patrimônio. Não há garantias. Elementos essenciais
Pode cobrar antecipado, se não recusa a entregar.
1)Coisa (res)
2)Preço (“pret um”)
3)consenso (consensus)
AULA 5 4)solene
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
23/11/2009 O contrato pode ter por objeto qualquer coisa desde
que passível de ser alienada. A coisa deve ter
Conceito: é o contrato em que uma pessoa existência potencial. EX:Estou vendendo um avião
(vendedor) se obriga a transferir a outra (tem existência potencial).Já vender uma sereia não
(comprador) o domínio de uma coisa da (não tem existência potencial).
corpórea/incorpórea mediante ao pagamento de
certa quantia em dinheiro. -A coisa tem que ser individualizada até a
entrega.Determinável ou determinada (ART 243)
Objeto: transferir o domínio (objeto imediato)
posse situação fática de detenção da coisa. O Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao
contrato por si só não transfere o domínio . menos, pelo gênero e pela quantidade.

-Ele viabiliza a transferência mas por si só não -Pode vender por amostra. EX:Avon, milho.
transfere.
-A coisa tem que ser comerciável, pois a coisas
-Obrigação pessoal: ele, vendedor, se compromete indisponíveis
transferir o domínio . O contrato em si só não .
-Indisponibilidade natural: o ar, o mar.
-Exemplo: Vendo um carro para uma pessoa . Não
entrego. Vendo o mesmo carro para outra pessoa e -Indisponibilidade legal (a lei proíbe):venda de
entrego. Quem celebrou primeiro só tem o direito, herança de pessoa viva;área inferior ao modulo
rural.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de
-Indisponibilidade convencional:é indisponível por preço ou de critérios para a sua determinação,
convenção das partes se não houver tabelamento oficial, entende-se
que as partes se sujeitaram ao preço corrente
EX1:você me vende um imóvel em 10 parcelas.O nas vendas habituais do vendedor.
imóvel será indisponível até eu pagar tudo.Por Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter
consenso acertamos a clausula restritiva. havido diversidade de preço, prevalecerá o
termo médio.
EX2:Doador ao donatário: dôo essa casa aos meus
filhos mas não poderão vender até completarem 30 Não pode ficar ao mero arbítrio de uma só parte
anos. (489)

-A coisa tem que ser passível de transferência ao Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda,
comprador. EX:vender o mesmo imóvel duas vezes quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
A coisa litigiosa pode ser vendida? Sim .EX:minhas
terras foram tomadas por sem terras.Estão em litígio O preço integra a proposta e num leilão o
,posso vender desde que assuma o risco da evicção comprador fixa se não houver um preço mínimo , a
o comprador . venda se Dara a quem der o maior lance, não a
arbítrio.
Preço Ex:Corintiano compra uma camisa por x depois quer
pagar y
Pecuniariedade:O preço na compra e venda fica
expresso em dinheiro ou algo em que nele possa se No caso da escritura, quem paga o preço?-O
exprimir.EX:duplicata. comprador. E os imóveis com impostos atrasados é
responsabilidade do vendedor (490)
Moeda corrente, exceto no contrato de exportação
.EX: Vendo um apartamento, em troca o comprador Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as
me da um cavalo e um carro. despesas de escritura e registro a cargo do
comprador, e a cargo do vendedor as da
Se até 50% for em dinheiro:compra e venda. tradição.
EX:pago com um carro que vale120 mil, mas 80mil
em dinheiro, é troca. Se a venda não é a vista o vendedor não precisara
entregar a coisa de imediato (491)
Seriedade: o preço tem que existir não pode
mascarar uma doação.EX: Ivete vendeu uma vaca Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o
por 6 milhões . Viram que era um negocio vendedor não é obrigado a entregar a coisa
simulado.Só artistas davam lance. antes de receber o preço.
-O preço tem que ser real e não fictício.
-Não pode ser irrisório. Ex: Casa vale 200ml e Se o vendedor ficou insolvente deve.
vendo 5 mil.
Consentimento
Certeza:é nula a venda assim estabelecida:
Ex: “quer pagar quanto?”, o comprador fixara o -É provado da mesma forma exigida pelo negocio.
preço Se a lei não impõe forma para o contrato, o
-O preço pode ficar s/ arbitro de terceiro .ex:perito. consentimento poderá ser verbal.
-Cotações e taxas de mercado também podem
(ART 486) EX: TR, SELIC. -Se o contrato foi escrito mas a lei não estipulava, o
consenso poderá ser verbal
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do
preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e - Nem todos capazes podem consentir.
determinado dia e lugar. -Pessoa casada sem consentimento (1647,I)

-Se as partes não fixarem preço, o preço será o Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648,
médio por aquela coisa naquele local e tempo (ART nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
488) EX: comprei feijão e “penderei”, não estabeleci outro, exceto no regime da separação absoluta:
preço.Vou pagar dois meses depois.Cobra se o 1 — alienar ou gravar de ônus real os bens
preço médio. imóveis;
- O marido não pode vender para a mulher , salvo comprar e vender em seu nome. Não será
na separação absoluta. procuração será compra e venda.
-EX:Um marido quer vender um bem de quando era
solteiro para a mulher , não pode. A mulher faz o - O advogado pode comprar bem de cliente?-Pode
que quer com o homem (499). dez de que não aja abuso

Art. 499. É lícita a compra e venda entre


cônjuges, com relação a bens excluídos da Forma.
comunhão.
-Exigida na compra e venda com reserva de
-O ascendente não pode vender ao descendente domínio, venda de moveis.
sem anuência dos demais filhos e conjugue. Doar
pode. -Efeitos:

-Pela compra e venda o vendedor se compromete a


Art. 496. É anulável a venda de ascendente a transferir o domínio da coisa. EX: vendeu o carro
descendente, salvo se os outros descendentes e mais tirou todos os acessórios. Tem que ressalvar .
o cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido. - O vendedor tem a obrigação de conservar a coisa
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa- ate a tradição.
se o consentimento do cônjuge se o regime de
bens for o da separação obrigatória. -O vendedor responde por todos os débitos ate a
tradição (502). Podem as partes estabelecer o
- Também não podem por dever de oficio o leiloeiro, contrario. Mas via de regra é o 502 .
curador, funcionário público os bens da prefeitura e
o juiz no processo em que atua. Art. 502. O vendedor, salvo convenção em
contrário, responde por todos os débitos que
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser gravem a coisa até o momento da tradição.
comprados, ainda que em hasta pública:
I — pelos tutores, curadores, testamenteiros e -Onde se fará a tradição?-No lugar onde estava a
administradores, os bens confiados à sua coisa quando da venda(493)
guarda ou administração;
Arts. 493. A tradição da coisa vendida, na falta
II — pelos servidores públicos, em geral, os de estipulação expressa dar-se-á no lugar onde
bens ou direitos da pessoa jurídica a que ela se encontram, ao tempo da venda.
servirem, ou que estejam sob sua administração
direta ou indireta; -O vendedor pode solicitar (suspender) a entrega da
coisa se o comprador cair em insolvência (495).
III — pelos juízes, secretários de tribunais, Suspende a entrega.
arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre Art 495. Não obstante o prazo ajustado para o
que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no pagamento, se antes da tradição o comprador
lugar onde servirem, ou a que se estender a sua cair em insolvência, poderá o vendedor
autoridade; sobrestar na entrega da coisa, até que o
comprador lhe dê caução de pagar no tempo
IV — pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens ajustado.
de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo - Cômodos são as vantagens advindas da coisa .
estendem-se à cessão de crédito. Alugueis por exemplo, são do vendedor ate a
entrega salvo estipulação em contrario (237§único)
- O procurador pode comprar os bens do
mandante?-Em regra não. EX:Angels esta
vendendo e o Diego é o seu representante . Quem Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a
compra quer pagar menos, por isso ele não pode coisa, com os seus melhoramentos e
comprar.Vai querer pagar menos.O interesse dela acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento
seria a venda por um preço bom. no preço; se o credor não anuir, poderá o
- Mas se o representante participa do negocio pode. devedor resolver a obrigação.

-EX:compro um imóvel mas não faço contrato. Parágrafo único. Os frutos percebidos são do
Fazemos uma procuração que me possibilita devedor, cabendo ao credor os pendentes.
EX:comprei uma fazenda no Piauí . Serei obrigado a
- Frutos percebidos:Já destacados da coisa que lhe aceitar o complemento da área no Amazonas?-Não.
gerou.EX:Fo colhido o café da fazenda já vendida. -Ação ex empto.
-Pode se pedir perdas e danos mesmo se o
-Pendente:ainda esta ligada à coisa que o gerou. vendedor completar?-pode.
Salvo estipulação em contrario. -Nesse tempo fiquei sem 70 alqueires e não
produzi, perdas e danos.
-Clausula de decaimento. Nulidade (53 CDC)
-Segunda opção: se não for possível completar, o
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de comprador pode exigir:
móveis ou imóveis mediante pagamento em a)A resolução do negocio.EX:não me interessa a
prestações, bem como nas alienações fazenda com 30 alqueires a menos.
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de b)Abatimento proporcional do preço em qualquer
pleno direito às cláusulas que estabeleçam a hipótese mais perdas e danos (500)
perda total das prestações pagas em benefício
do credor que, em razão do inadimplemento, Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular
pleitear a resolução do contrato e a retomada do o preço por medida de extensão, ou se
produto alienado. determinar à respectiva área, e esta não
corresponder, em qualquer dos casos, às
§ 1° (Vetado). dimensões dadas, o comprador terá o direito de
exigir o complemento da área, e, não sendo isso
possível, o de reclamar a resolução do contrato
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de
ou abatimento proporcional ao preço.
produtos duráveis, a compensação ou a
restituição das parcelas quitadas, na forma
2)Excesso de área ignorada pelo
deste artigo, terá descontada, além da vantagem
vendedor.EX:vendeu 200 mais tinha 300.
econômica auferida com a fruição, os prejuízos
-Pode se pedir o complemento do preço
que o desistente ou inadimplente causar ao
correspondente ao excesso
grupo.
-Não sendo complementado o preço:
-Pede se a resolução do contrato e as partes voltam
ao estado quo.
- O comprador decai e perde os valores -pede a devolução da área excedente mas percas e
pagos.EX:consórcio de imóveis com clausula de danos em qualquer das hipóteses
perde tudo o que pagou. É nulo.Tanto em relações
req objetiva e subjetiva. Art 500§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e
-Artigo 287 veda o enriquecimento ilícito. o vendedor provar que tinha motivos para
ignorar a medida exata da área vendida, caberá
ao comprador, à sua escolha, completar o valor
Compra e venda. correspondente ao preço ou devolver o excesso.

1)Ad mensuram:é a compra e venda celebrada por Em que prazo?


medida de imóvel (extensão). EX: vendi um sitio por - natureza decadencial :1 ano a contar do registro
mil reais o alqueire paulista. Levou se em conta a da escritura.não é da data da venda (501);
área, extensão.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações
2)Ad corpus: Leva-se em conta o corpo certo previstas no artigo antecedente o vendedor ou o
-Podem até as partes fazer relação à área, a comprador que não o fizer no prazo de um ano,
referencia é meramente ilustrativa. a contar do registro do título.
EX:vendo o sitio tupinambá por 30 mil
-Presunção iuris tantum (relativa) -Ou, a partir da emissão na posse, se essa Fo
-Será Valida a compra quando a diferença de área retardada por culpa do vendedor . Posse entrega
não exceder 5% da área total, presume-se a venda com atraso com culpa do vendedor, esse ato
ad corpus. decadencial contara da emissão da posse não do
registro (501§único)

As conseqüências são opostas: Art 501,Parágrafo único. Se houver atraso na


imissão de posse no imóvel, atribuível ao
1)-Pagou x por alqueire, se faltar área : alienante, a partir dela fluirá o prazo de
-Primeira opção: completar a área (fazer o pedido), decadência.
se houver área contigua.
Leilão:Pode o comprador em leilão pedir as regras Podem as partes criar essa cláusula, o
ad mensuram?-Não. vendedor guarda para si o direito de recompra,
-Se o leilão for publico , previsto em lei não incide. dentro de um certo prazo.
-EX:se for particular e o banco resolver leiloar Com o preço atualizado, benfeitorias
terrenos. necessárias, despesas como contrato, etc...

Condomínio pro diviso e pro indiviso. • Art. 506. Se o comprador se recusar a


receber as quantias a que faz jus, o
-Pro diviso:conta com áreas exclusivas para cada vendedor, para exercer o direito de
condômino (proprietário) mesmo havendo áreas resgate, as depositará judicialmente.
comuns.EX:condômino residencial, tem áreas Parágrafo único. Verificada a
comuns como elevadores e salão de festas. insuficiência do depósito judicial, não
será o vendedor restituído no domínio
-Pro indviso: As áreas são comuns e cada individuo da coisa, até e enquanto não for
é dono de tudo. integralmente pago o comprador.
-EX:Pai morre e deixa tudo para os cinco filhos.
Todos fazem jus a tudo.
Vantagens da cláusula de retrovenda
-O condômino no caso de venda tem preferência em
relação a terceiro.Se um irmão quiser vender o
 Eu vou para o exterior, mas pretendo
outro tem preferência em relação a terceiro.
retornar. Vendo meu apartamento. Seu eu
voltar em certo tempo eu posso recomprar,
desde que pagando tudo, menos as
EX:Um sitio esta em posse de 3 filhos, um terceiro
benfeitorias voluptuárias (essas não são
quer comprar a parte de um dos irmãos, os outros
ressarcíveis).
dois tem preferência na compra.
- Um irmão fez benfeitoras mais valiosas
Prazo
- O outro não fez benfeitoria mais tem o maior
quinhão (504§único)
• Art. 505. O vendedor de coisa imóvel
pode reservar-se o direito de recobrá-la
Art 504,Parágrafo único. Sendo muitos os
no prazo máximo de decadência de três
condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de
anos, restituindo o preço recebido e
maior valor e, na falta de benfeitorias, o de
reembolsando as despesas do
quinhão maior. Se as partes forem iguais,
comprador, inclusive as que, durante o
haverão a parte vendida os comproprietários,
período de resgate, se efetuaram com a
que a quiserem, depositando previamente o
sua autorização escrita, ou para a
preço.
realização de benfeitorias necessárias.

Decadencial. Máximo de 3 anos para


AULA 6
exercer direito de recompra. Vale até para
incapazes. Se acontecer de ser estipulado 4 anos,
CLÁUSULAS ESPECIAIS DE COMPRA E VENDA
recorta o excesso. Inicia-se a contagem da
(505 - 532)
consecução do negócio.
24/11/2009
A cláusula só é admitida pro compra e
venda de imóvel. Não seria conveniente reservar
por 3 anos um móvel. A compra e venda de móvel
A compra e venda têm cláusulas adjetas
podem ser verbal, já imóvel não.
(qualificam, alteram o negócio de compra e venda).
Quem adquire imóvel com cláusula de
muitas delas não são exclusivas do instituto em
retrovenda, adquire domínio resolúvel.
questão.
 Ex.O professor me vendeu imóvel com
I – CLÁUSULA DE RETROVENDA (505 - 508)
cláusula Eu sou o novo proprietário, tenho
o domínio, mas esse domínio é resolúvel e
É a cláusula adjeta à compra e venda pela
não definitivo. Se o comprador quiser
qual o vendo se reserva o direito de em certo prazo,
recomprar ele pode
reaver o imóvel alienado, restituindo ao comprador o
• Art. 647. É depósito necessário: I - o que
preço atualizado com despesas - inclusive as
se faz em desempenho de obrigação
benfeitorias necessárias e as realizadas mediante a
legal;II - o que se efetua por ocasião de
sua prévia e expressa autorização.
alguma calamidade, como o incêndio, a
inundação, o naufrágio ou o saque.
Depois de 3 anos, não houve a recompra,
então o domínio passa a ser definitivo. Contento? Venda que se realiza sob a condição de
só se tornar perfeita e obrigatória após declaração
Forma do comprador e que a coisa o satisfaça. Trata-se
sem venda sob condição suspensiva. Só ocorre se
Tem que ser escrita por meio de escritura o comprador se contentar com a coisa.
pública do imóvel.
Se a cláusula estiver contida na escritura o • Art. 509. A venda feita a contento do
3º que vier a comprar não poderá alegar comprador entende-se realizada sob
desconhecer a cláusula de retrovenda. A solenidade condição suspensiva, ainda que a coisa
neste para este tipo de cláusula é imprescindível lhe tenha sido entregue; e não se
para torna-la com efeito "erga omnes". reputará perfeita, enquanto o adquirente
O direito de recompra não se transfere por não manifestar seu agrado.
meio de ato "inter vivos", apenas por ato "mortis
causa". Ou seja, se morrer o vendedor, os herdeiros  Ex. Fica com o carro por uma semana. Se
tem o direito de recompra. Ex. Nós vendemos um você gostar você compra.
imóvel ao professor com a cláusula em questão.
Qualquer um pode exercer a recompra, mas desde Conseqüências jurídicas
que na totalidade do imóvel. Não pode querer só a
cota-parte. 1) Apesar da tradição, o domínio da coisa
Se um vender a cota parte, faz jus apenas permanece como o vendedor. O vendedor é o dono
a essa cota parte. da coisa até o comprador manifestar a satisfação.
 Dona Maria vendeu uma casa com Transferência nua, sem domínio.
cláusula de retrovenda ao professor. A
casa pegou fogo. Dona Maria tem direito a 2) O vendedor sofre as perdas em "caso fortuito" ou
Perdas e Danos? Não, pois a recompra "força maior". O vendedor ainda é o dono. Apesar
fica a critério dela, recompra se quiser. de ter entregado a coisa, ele ainda tem o domínio.

• Art. 507. O direito de retrato, que é 3) O comprador é mero comodatário. Posse é


cessível e transmissível a herdeiros e precária
legatários, poderá ser exercido contra o
terceiro adquirente. • Art. 511. Em ambos os casos, as
obrigações do comprador, que recebeu,
Utilização da cláusula de retrovenda como sob condição suspensiva, a coisa
garantia real sobre usura: comprada, são as de mero comodatário,
Sabemos que não posso cobrar juros que enquanto não manifeste aceitá-la.
ultrapassem a 1%. E acontece que o professor
empresta R$ 100.000,00, e ele pede a minha casa  Ex. vende-se a coisa para a Dani com
(casa que vale 160.000,00) como garantia real do cláusula a contento. Ela ainda não se
valor emprestado, mais os juros. Pois, o manifestou. Portanto, a posse é precária. É
convencionado era que em 6 meses eu devolvesse como se a coisa estivesse emprestada a
os 160.000,00, parecendo que eu recomprei a casa. ela.
Mas, se passado os seis meses eu não pagar,
então, o professor fica com a casa, utilizando-se 4) Potestativa Simples: O professor vende imóvel a
assim de uma forma legal para acobertar algo que é Dani. Não depende só da vontade dela. Essa
ilícito (juros abusivos). cláusula não é nula, ela é válida. O comprador não
precisa se manifestar o porquê não quer o imóvel.
Como reconhecer? Não precisa expressar os motivos.

- o comprador geralmente toma posse do imóvel, se 5) Se não houver prazo para manifestar o
isso não correr, ou seja, o vendedor continuar na contentamento, cabe ao vendedor notificar o
casa. comprador (judicial ou extra). Se houver o silêncio
- Se o comprador que deixo o vendedor morando na do comprado o negócio está consumado.
casa está recebendo os aluguéis advindos da
imóvel? • Art. 512. Não havendo prazo estipulado
- O comprador tem hábito de emprestar dinheiro? para a declaração do comprador, o
vendedor terá direito de intimá-lo,
II – VENDA A CONTENTO E A SUJEITO A judicial ou extrajudicialmente, para que
PROVA (509-512) o faça em prazo improrrogável.
recebimento do produto ou serviço,
6) Direito Personalíssimo e transmissível a terceiro sempre que a contratação de
em qualquer tipo. Esse direito é do comprado, mas fornecimento de produtos e serviços
pode ser transmitido a terceiro pode meio de ato ocorrer fora do estabelecimento
"inter vivos". comercial, especialmente por telefone
ou a domicílio.
- Essa cláusula pode ser confundida com o direito Há uma exceção na aplicação do artigo 49
de troca? Não, pois a compra e venda a contento do CDC. Quanto é um hábito do consumidor
está sob condição suspensiva. Já, na compra e comprar aquele produto, ou seja, por várias vezes
venda normal pode haver troca. comprou aquilo, não é inexperiente, sabe do que se
O consentimento pode ser expresso ou tácito. trata o produto e já esteve em contato outrora.

 Ex. Eu fiz um contrato de compra e venda IV – CLÁUSULA DE PREEMPÇÃO OU


a contento de um telefone. O comprador PREFERÊNCIA (513-520)
revende para terceiro. Subentende-se,
então, que o comprador aceitou o domínio É cláusula adjeta a compra venda em que
e o negócio, pois até revendeu aquilo que o comprador de móvel ou imóvel fica obrigado a
até então não havia expressamente oferecê-lo ao vendedor, para este usar ou não do
declarado. seu direito de prelação, em igualdades de
Perceba que se trata de um consentimento condições, se pretender vendê-lo ou oferecê-lo em
tácito, assim como, o pagamento do preço dação em pagamento.
é uma outra forma. A compra e venda podem ter cláusula
especial pela qual o comprado de bem imóvel fica
III – CLÁUSULA DE VENDA SUJEITA A PROVA obrigado a oferecer ao vendedor se um dia eu
(510) quiser vender ou oferecer em dação em pagamento.
Quem goza de preferência deve cobrir a oferta de
É a cláusula que subordina a eficácia da terceiro.
venda à prova das qualidades e finalidades  Ex. O professor vai vender sua casa. Eu
asseguradas pelo vendedor. tenho a preferência, mas o JL que pagar X.
Se eu realmente quiser comprar devo
• Art. 510. Também a venda sujeita a cobrir a oferta de JL.
prova presume-se feita sob a condição
suspensiva de que a coisa tenha as A preferência pode advir de contrato ou da lei.
qualidades asseguradas pelo vendedor e
seja idônea para o fim a que se destina. a) Contratual: por força de contrato,
as partes convencionam a
 Ex. vendedor propala que o seu produto preferência.
tem várias finalidades. Ao comprovar que b) Legal: por força de lei
existem realmente as qualidades está determinados negócios adquirem
efetuado o negócio. Tem característica de preferência quanto ao comprador
condição suspensiva, mas não se é o caso do inquilino, arrendatário.
confunde com a cláusula a contento, pois a A cláusula de preferência deve
venda se aperfeiçoa independente da ser verbal ou escrita, ou seja,
vontade do comprador. É venda sujeita a expressa, não há cláusula de
prova. preferência tácita. Não é exclusiva
dos contratos de compra e venda.
O art. 49 do CDC autoriza o consumidor a • Art. 520. O direito de preferência não se
desfazer o negócio se o produto adquirido advir de pode ceder nem passa aos herdeiros.
fora do estabelecimento comercial - por exemplo,
internet - visto que não houve possibilidade do Trata-se de direito pessoal e
cliente provar antes de fechar o negócio, não intransmissível a qualquer título, não se transfere a
examinou o produto para poder fechar o negócio ninguém.
com segurança. Vale lembrar que, via de regra a
troca não é direito do cliente, o comerciante acaba • Art. 517. Quando o direito de preempção
trocando as mercadorias por motivos for estipulado a favor de dois ou mais
mercadológicos (para conquistar clientes). indivíduos em comum, só pode ser
exercido em relação à coisa no seu
• Art. 49. CDC. O consumidor pode todo. Se alguma das pessoas, a quem
desistir do contrato, no prazo de 7 dias a ele toque, perder ou não exercer o seu
contar de sua assinatura ou do ato de
direito, poderão as demais utilizá-lo na 3 dias para bens móveis e 60 dias para bens
forma sobredita. imóveis, prazos que se iniciam a contagem a partir
da afronta.
Se dois ou mais tiver o direito de
preferência qualquer um poderá exercê-lo, desde Conseqüências
que o faça para adquirir todo o bem.
• Art. 518. Responderá por perdas e danos
Preferência coletiva ou individual. o comprador, se alienar a coisa sem ter
dado ao vendedor ciência do preço e
Afronta: é quando o vendedor chama o comprador das vantagens que por ela lhe oferecem.
que detém a preferência expõe a proposta do Responderá solidariamente o
terceiro e o convida a derrubar tal proposta. adquirente, se tiver procedido de má-fé.

• Art. 514. O vendedor pode também Em caso de venda para terceiro sem que
exercer o seu direito de prelação, tenha sido feita afronta. Grande maioria da doutrina
intimando o comprador, quando lhe entende que essa situação, em que existe
constar que este vai vender a coisa. preferência contratual, dá ensejo apenas a perdas e
danos. Assim, preferência estritamente contratual
Responsabilidade solidária de terceiro gera perdas e danos.
No caso de preferência legal é possível
Quando o terceiro tenta burlar, responde reivindicar o imóvel das mãos de terceiro mais as
solidariamente 518 "in fine” · perdas e danos.

• Art. 518. Responderá por perdas e  Campa vende a casa para JL, mas nós
danos o comprador, se alienar a coisa temos a preferência, pois somos inquilinos
sem ter dado ao vendedor ciência do de Campa. Judicialmente podemos pedir o
preço e das vantagens que por ela lhe imóvel que agora se encontra sob o
oferecem. Responderá solidariamente o domínio de JL, além de, perdas e danos
adquirente, se tiver procedido de má-fé. causados por Campa, mas se JL agiu de
má-fé para cercear o direito de preferência
 Ex. Venda de imóvel para terceiro que não nosso, então responde solidariamente com
tem preferência, se o terceiro agiu de má- Campa.
fé juntamente com o vendedor para burlar
a cláusula de preempção então responde • Art. 519. Se a coisa expropriada para fins
solidariamente. de necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, não tiver o destino
Requisitos: para que se desapropriou, ou não for
utilizada em obras ou serviços públicos,
1) Que o comprador queira vender ou oferecer em caberá ao expropriado direito de
dação em pagamento a coisa. preferência, pelo preço atual da coisa.
2) Que o vendedor queira readquiri-la.
3) Oferta de preço pelo menos pelo menos igual à • Art. 515. Aquele que exerce a preferência
feita por terceiro. Com o mesmo preço, mesmas está, sob pena de a perder, obrigado a
garantias. pagar, em condições iguais, o preço
 Ele ofereceu 200 mil em 5 parcelas para o encontrado, ou o ajustado.
terceiro, então deve oferecer para o
preferencial também.
AULA 7
4) Que o vendedor exerça o direito no prazo 30/11/2009
contratual: Os prazos são decadenciais e de 180
dias para móveis 513 e 2 anos para imóveis, Conceito: é negócio jurídico bilateral pelo qual as
contados a partir da tradição ou do registro. partes fazem concessões mútuas, previnem (não
criam condições) ou extinguem obrigações
• Art. 513. Parágrafo único. O prazo para litigiosas. As partes denominam-se transigentes ou
exercer o direito de preferência não transatores.
poderá exceder a cento e oitenta dias, se
a coisa for móvel, ou a dois anos, se Natureza jurídica: Acordo bilateral (vontade
imóvel. comum).
Não havendo prazo contratualmente estabelecido
aplica-se os de lei, que são:
Nem todos os capazes podem transigir: como o 2) Judicial – (842) – Celebrada mediante
tutor nos bens do tutelado, o curador nos bens do termo nos autos do processo, onde se
curatelado. debate o litígio. É submetida ao juiz.
A esposa (sobre os dela, pode) não pode transigir A transação vale a partir de sua
sobre os bens particulares e imóveis, comuns de celebração, não depende de homologação
ausentes. do juiz.
No mandato, é necessário constar o direito para Homologação só é necessária para conferir
transigir p/ que o mandatário assim o possa. (dar) ao documento a natureza de título
judicial.
Requisitos:
1) Acordo de vontades; PRINCÍPIOS INCIDENTES À TRANSAÇÃO:
2) Existência de litígio ou dúvida (questão
controversa); 1) Interpretação Restritiva (843) – Se houver
3) Intenção de por fim ao litígio (por termo ao alguma dúvida sobre algum objeto, não se
litígio); amplia a interpretação, restringe-se,
4) Reciprocidade de obrigações e direitos; portanto, não havendo a transação para tal
5) Prevenção (extinção, evitar) de um litígio objeto.
existente.
• Art. 843. A transação interpreta-se
Objeto da Transação: restritivamente, e por ela não se
transmitem, apenas se declaram ou
- Direitos Patrimoniais, privados e disponíveis – que reconhecem direitos.
envolve bens;
2) Indivisibilidade (848) – A interpretação é
- Bens públicos, com a lei autorizando; feita em blocos. Não pode haver
Lei 9009/95 – art. 61 – no Direito Penal – Não concessões somente de uma parte
extingue a Ação Penal Pública
• Art. 848. Sendo nula qualquer das
- Não é possível transigir: cláusulas da transação, nula será esta.
1) O Estado Civil da pessoa; • Parágrafo único. Quando a transação
2) Validade do casamento; versar sobre diversos direitos
3) Regime de bens imposto por lei; contestados, independentes entre si, o
4) Direitos sucessórios eventuais de fato de não prevalecer em relação a um
pessoa viva (426); não prejudicará os demais.

• Art. 426. Não pode ser objeto de Exceções - 848 PU


contrato a herança de pessoa viva. - Juros sobre juros – afeta apenas a
cláusula, que é nula.
5) Com bens fora do comércio (a lei - Dtos independentes, não
proíbe o comércio, como o crimes – condicionantes. Ex: Concessão de
tráfico, contrabando) Ponta Grossa e concessão de
6) Normas de ordem pública, como o Rondônia não são condicionadas são
CDC (pela imperatividade); independentes.
7) Sobre o pátrio poder. - Nulidade de cláusula e não da
transação.
ESPÉCIES:
EFEITOS
• Art. 842. A transação far-se-á por
escritura pública, nas obrigações em 1) Extingue a obrigação (aquela litigiosa);
que a lei o exige, ou por instrumento 2) Não extingue a Ação Penal Pública (a
particular, nas em que ela o admite; se transação é somente da pena) e vice-versa
recair sobre direitos contestados em a Responsabilidade Civil (846);
juízo, será feita por escritura pública, ou
por termo nos autos, assinado pelos • Art. 846. A transação concernente a
transigentes e homologado pelo juiz. obrigações resultantes de delito não
extingue a ação penal pública.
1) Extrajudicial – (842) – As partes podem 3) Declaratório (843), não está impedida de
transigir por escritura pública (imóveis) ou transferir dtos;
instrumento particular.
• Art. 843. A transação interpreta-se • Celebrada por incapazes ou envolvendo
restritivamente, e por ela não se bens de incapaz, sem intervenção do
transmitem, apenas se declaram ou Ministério Público e do juiz;
reconhecem direitos. • A celebrada quando celebrada em prejuízo
de credores ou de terceiros. Ex: Transação
4) Efeito da coisa julgada (849 PU). É para prejudicar credores com quando
imutável para as partes, irretratável (é reduz o valor do bem envolvido no negócio
como se fosse coisa julgada); jurídico;
Hipótese impossível – art. 850 – Coisa julgada sem
• Art. 849. A transação só se anula por conhecimento das partes – Só se houver trânsito
dolo, coação, ou erro essencial quanto à em julgado, pode haver transação por prerrogativa
pessoa ou coisa controversa. das partes.
• Parágrafo único. A transação não se
anula por erro de direito a respeito das • Art. 850. É nula a transação a respeito
questões que foram objeto de do litígio decidido por sentença passada
controvérsia entre as partes. em julgado, se dela não tinha ciência
algum dos transatores, ou quando, por
título ulteriormente descoberto, se
5) Pessoalidade – só produz efeitos entre os verificar que nenhum deles tinha direito
transatores (844); sobre o objeto da transação.

• Art. 844. A transação não aproveita, nem


prejudica senão aos que nela AULA 8
intervierem, ainda que diga respeito a 01/12/2009
coisa indivisível.
o
o § 1 Se for concluída entre o DOAÇÃO
credor e o devedor, desobrigará
o fiador.
o
o § 2 Se entre um dos credores Conceito: É contrato que uma pessoa (doador), por
solidários e o devedor, extingue liberalidade, transfere bens ou vantagens para o de
a obrigação deste para com os outrem (donatário).
outros credores. Doação é contrato ou ato unilateral?
o
o § 3 Se entre um dos devedores No direito romano era ato jurídico,
solidários e seu credor, bastava doar.
extingue a dívida em relação No brasileiro é negócio jurídico bilateral.
aos co-devedores. Não há doação sem aceitação do donatário, é
necessária a aceitação!
6) Libera o fiador (844 §1º);
7) Libera o devedor junto aos demais CLASSIFICAÇÃO:
credores solidários (844 §2º); • Unilateral: envolve prestação de uma só
8) Libera os demais devedores solidários (844 das partes. Inclusive se houver encargo.
§3º); Não na formação, mas no efeito.
9) Com a evicção, não haverá o retorno da • Gratuito: mera liberalidade, inclusive com
transação, com Perdas e Danos ao evicto encargo.
(845). • Animus donandi: intenção de doar.
• Consensual: requer o consenso das
• Art. 845. Dada a evicção da coisa partes. Doação por si só não transfere.
renunciada por um dos transigentes, ou Diferente do contrato real, que necessita
por ele transferida à outra parte, não a entrega da coisa. É consensual, é titulo
revive a obrigação extinta pela hábil para transferir.
transação; mas ao evicto cabe o direito • Contrato formal: a doação se faz por
de reclamar perdas e danos. escritura particular, salvo bens móveis de
pequeno valor com entrega imediata
Hipóteses de Nulidade da Transação: deles. Doação de bem móvel de pequeno
• Quando celebrada com o flagrante valor. Sendo avaliado o valor do bem em
rompimento (quando há lesão enorme) da cotejo com o montante do patrimônio do
comutatividade; doador.

REQUISITOS ESPECIAIS:
vivem juntos sob o “IMPÉRIO DO AMOR”. Por uma
1. Capacidade ativa: Quem pode ser doador? questão moral é que se protege. Contudo é possível
a doação remuneratória (1647, IV) ou a doação para
casamento de filho para o estabelecimento do outro
Ascendente pode doar para descendente cônjuge. “Doações Módicas”.
• Art. 544: A doação de ascendentes a • Art.O 1647: Ressalvado o disposto no
descendentes, ou de cônjuge a outro, art. 1648, nenhum dos cônjuges
importa adiantamento do que lhes cabe podem sem autorização do outro,
por herança. exceto no regime da separação
 (Na compra e venda de um bem absoluta: IV – fazer a doação, não
qualquer, o valor do bem é de 10 sendo remuneratória, de bens
mil e o pai vende ao filho por 3 comuns, ou dos que possam integrar
mil, não pode!!!!!!! É feio!!!!) futura meação.
 No regime de separação total é
Na compra e venda é necessário possível, pois os patrimônios são
anuência! distintos.

 Na doação implica o adiantamento  O falido/insolvente também não


da herança. Se doar com um valor pode. Ele deve quitar as dívidas.
menor, destaca? Não, o bem volta ao Já foi nomeado síndico e o falido
montante da herança. O donatário não administra mais seu capital.
também não poderá vender.

O cônjuge adúltero não pode doar para seu O mandatário do doador não pode doar à pessoa da
cúmplice. sua escolha. Admissível ratificação posterior do
• Art. 550: A doação do cônjuge adúltero mandante
ao seu cúmplice pode ser anulada pelo • Art. 662: Os atos praticados por
outro cônjuge, ou por seus herdeiros quem não tenha mandato, ou o tenha
necessários, até dois anos depois de sem poderes suficientes, são
dissolvida a sociedade conjugal. ineficazes em relação àquele em cujo
 Feita a doação por cônjuge adúltero, nome foram praticados, salvo se este
pode ser anulada num prazo de 2 os ratificar. Parágrafo único: A
anos a contar do divorcio. Quem ratificação há de ser expressa, ou
pode requerer é o cônjuge vitima + resultar de ato inequívoco, e retroagirá
herdeiros. à data do ato.
 Caso o bem doado for substituído  Campa é nosso procurador com poderes
por terceiro: doou o Ap. X e trocou para doar. Ele não poderá escolher o
por Ap. A. A mulher (se foi a donatário. Isso caberia ao mandante (nós).
prejudicada) não poderá reaver o Ap. No entanto se ele escolhe futuramente nós
X. Só poderá se este estiver nas podemos ratificar. Sem ratificação é
mãos da amante, senão ira ferir facilmente anulável.
direito de terceiros. Se provar a má-
fé, ainda dá para se discutir. 2. Capacidade passiva. Quem pode ser
donatário?

O tutor/curador não pode doar pelos seus pupilos • Qualquer um, inclusive o
(bens destes). nascituro,sendo aceita a doação por
• Art. 1749: Ainda com a autorização seu representante. Art. 542: A
judicial, não pode o tutor, sob pena de doação feita ao nascituro valerá,
nulidade: II – dispor dos bens do sendo aceita pelo seu
menor a titulo gratuito. representante legal.

 O menor não pode doar, salvo se • Também pode aos absolutamente


estiver autorizado para se casar. incapazes desde que seja pura e
Também não pode o menor de 16 a simples sem encargo. Art. 543: Se
18 anos doar, pois é em seu o donatário for absolutamente
desfavor. incapaz, dispensa=se a aceitação,
desde que se trate de doação
Não pode ter o cônjuge ao outro no regime da pura.
comunhão parcial ou total de bens. É imoral já
pode fixar prazo ao donatário, pára
declarar se aceita ou não a
• Pode também ser doado à pessoa liberalidade. Desde que o donatário,
indeterminada. Doarei ao melhor ciente do prazo, não faça, dentro
aluno (melhor nota) em Civil II no dele, a declaração, entender-se-á
ano que vem. que aceitou, se a doação não for
sujeita a encargo.
• Também pode haver doação
incondicional sujeito a evento futuro • Doação com prazo e encargo.
e incerto. Doarei se você casar em Exemplo: Faço a doação, no prazo de
2 anos. Art 546: A doação feita em dois anos com a condição de
contemplação de casamento prestarem serviço a certa comunidade
futuro com certa e determinada nesse prazo. Se não satisfez, presume
pessoa, quer pelos nubentes recusada a doação.
entre si, quer por terceiro a um
deles, a ambos, ou aos filhos que, • Morte do doador: antes do aceite do
de futuro, houverem um do outro, donatário. Doação com prazo.
não pode ser impugnada por falta Exemplo: Morreu o doador, antes do
de aceitação, e só ficará sem prazo dado. Nada impede da doação
efeito se o casamento não se se efetivar. O doador, já tinha
realizar. concedido, quem tem prazo é o
donatário.
• Morte do donatário antes da aceitação,
• Entidade futura a ser constituída. doação com prazo. Exemplo: quem
Doarei para a empresa que formará morreu foi o donatário sem aceitar,
as turmas. Art. 554: A doação a mesmo dentro do prazo. Doação não
entidade futura caducará se, em haverá. Não podem os herdeiros
dois anos, esta não estiver requererem. Pois não é ato unilateral,
constituída regularmente. não basta só o doador querer.

Como o donatário manifesta seu • Consentimento ficto: A lei expressa o


consentimento? consentimento. Art. 543: Se o
donatário for absolutamente
1) Expresso – Eu aceito 5 milhões. Art. 538: incapaz, dispensa=se a aceitação,
Considera-se doação o contrato em que desde que se trate de doação pura.
uma pessoa, por liberalidade, transfere do Hipótese de doação pura e simples à
seu patrimônio bens ou vantagens para o de incapaz. Se o donatário for
outra. absolutamente incapaz, dispensa-se a
aceitação desde que seja doação
2) Tácito – resultante do comportamento. Faço a pura, sem encargo para ele. É ficto
doação se você se casar. Você se casa, não (previsto em lei).
precisa expressar aceitação. Art. 546: A
doação feita em contemplação de REQUISITOS ESPECIAIS: OBJETO
casamento futuro com certa e determinada
pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer Em princípio todos os bens em comércio,
por terceiro a um deles, a ambos, ou aos corpóreos ou incorpóreos, inclusive órgãos
filhos que, de futuro, houverem um do outro, humanos, leite materno, sangue são doáveis.
não pode ser impugnada por falta de Contudo, não é passível doar órgão em prejuízo do
aceitação, e só ficará sem efeito se o doador. Campa quer doar o coração! Nem rola!
casamento não se realizar.
Doação Universal. Proibida.
• Art. 548: É nula a doação de todos os
3) Consentimento presumido: o consentimento é bens sem reserva de parte, ou renda
presumido por lei: suficiente para a subsistência do
• Doação com prazo para aceitar, sem doador.
encargo. Exemplo: seremos  O doador não pode doar 100%
contemplados por cinco mil, no dos bens. Proteção dos seus
silêncio, presume a aceitação, pois, bens. Mas se houver a reserva do
vem em benefício. Art. 539: O doador usufruto para o doador não há
problema. Exemplo: O donatário extingue a doação. Se o donatário
irá pagar três mil para o doador se morrer não transmite ao herdeiro.
este lhe doar 100% do patrimônio. 
Não pode ocorrer tal situação. Ele Doação de bens alheios: em tese possível desde
não reservou nada para si. que o doador os adquira.

Doação Inoficiosa: É a parte da doação que FORMA


supera a cota parte disponível do doador.
• Art. 541: A doação far-se-á por escritura
• Art. 549: Nula também é a doação pública ou instrumento particular.
quanto à parte que exceder à de que o Parágrafo Único: A doação verbal será
doador, no momento da liberalidade, válida, se, versando sobre bens móveis
poderia dispor em testamento. e de pequeno valor, se lhe seguir
 Cada um de nós podemos doar incontinenti a tradição.
bens até um limite de 50%. Só o  Através de instrumento particular
que ultrapassar esses 50% ou público. Verbalmente, só se
(excesso) será nulo, inoficioso. admite em bens móveis de
pequeno valor, entrega imediata.
• Art. 1789: Havendo herdeiros  Debate com promessa de
necessários, o testador só poderá dispor doação: A doutrina atual admite
da metade da herança. mas o doador pode cancelar a
• Art. 1846: Pertence aos herdeiros qualquer momento, sem ônus.
necessários, de pleno direito, a metade Exemplo: Prometo doar um
dos bens da herança, constituindo a Apartamento, mas agora estou
legitima. meio quebrado, nem vou mais
doar!
 O pai pode doar 50% ao amigo,
limita-se para preservar o direito ESPÉCIES DE DOAÇÃO
dos herdeiros.
 Doação sucessiva também não 1) Doação pura e simples: é a doação sem
pode. Salvo se angariar mais encargo
bens. Quando se mede a cota • Art. 540: A doação feita em
parte? Quando doa ou quando contemplação do
morre? Quando mede os 50%? merecimento do donatário
É no momento que o ato jurídico não perde o caráter de
se reveste de validade. liberalidade, como não o
 Prazo para reclamar com doação perde a doação
inoficiosa: Exemplo: Ele doou remuneratória, ou a gravada,
75% da herança. Computa no no excedente ao valor dos
momento da doação. Prazo para serviços remunerados ou ao
requerer a anulação dos 25% é encargo imposto.
de 10 anos. Levantamento do  Exemplo: Vou doar
valor do bem na época da quatro mil para a
doação.” Venosa e Diniz não Dani.
estabelecem prazo.
2) Doação remuneratória (artigo 540,
Doação de bens futuros: doação de uma safra de segunda parte): é aquela feita a
café, desde que tenha existência potencial. determinada pessoa por serviço
prestado por ela, que não tinha como
Doação com subvenção periódica. cobrar.
• Art. 545: A doação em forma de  Ex.: o médico já
subvenção periódica ao beneficiado tinha recebido cem
extingue-se morrendo o doador, salvo mil para fazer a
se este outra coisa dispuser, mas não cirurgia de implante
poderá ultrapassar a vida do donatário. de silicone numa
 O doador comete a liberalidade mulher “ovo frito”.
periódica, se compromete a doar Ela fica satisfeita e
para o Evandro cinco mil até ele doa mais um
se formar. A morte do doador milhão.
3) Meritória: Contempla o mérito do doação permanece para
donatário. o cônjuge vivo desfrutar
 Pelo Denis ter se como achar melhor.
formado em 2016,
PARABÉNS. 7) Para entidade futura: Nada impede a
fazer doação para empresa a ser
4) Condicional: constituída. Se não constituir no prazo
• Art. 546: A doação feita em de dois anos, extingue a obrigação.
contemplação de casamento • Art. 554: A doação a entidade
futuro com certa e futura caducará se, em dois
determinada pessoa, quer anos, esta não estiver
pelos nubentes entre si, constituída regularmente.
quer por terceiro a um deles, 8) Onerosa ou com encargo: impõe ônus.
a ambos, ou aos filhos que, O encargo pode ser instituído em favor
de futuro, houverem um do de terceiro, em favor do doador e até em
outro, não pode ser favor do donatário. Pode ser também em
impugnada por falta de prol do interesse coletivo, inclusive, se
aceitação, e só ficará sem necessário, o MP pode intervir.
efeito se o casamento não  Exemplo: O doador morre,
se realizar. e o donatário não executa
a obra necessária para
 Exemplo de receber a doação, o MP
condição resolutiva: pode requerer a anulação.
Dôo se vocês Como não há prazo, o
continuarem doador deverá notificar o
casados, quando se donatário do encargo para
divorciarem cessa a constar que ele está em
doação, não mora. (artigo 562).
importando se • Art. 562: A doação onerosa pode
vocês estejam na ser revogada por inexecução do
miséria ou na encargo, se o donatário incorrer
riqueza. em mora. Não havendo prazo
para o cumprimento, o doador
5) Doação a termo: feita com prazo. poderá notificar judicialmente o
 Exemplo: Pode donatário, assinando-lhe prazo
utilizar esse bem razoável para que cumpra a
por 10 anos. obrigação assumida.
Passado o prazo se  O encargo não pode ferir
extingue. direito fundamental
Exemplo: Dôo um milhão
6) Conjuntiva: é aquela feita a mais de uma para você se manter
pessoa. Se o doador, não estipulou valor fechado por três anos em
para A ou B, presume-se valores iguais casa.
a todos os donatários.
• Art. 551: Salvo declaração em  Quando a doação tem
contrário, a doação em comum encargo pode o donatário
a mais de uma pessoa entende- reclamar dos defeitos
se distribuída entre elas por ocultos.
igual. Parágrafo Único: Se os
donatários, em tal caso, forem  Doação com usufruto é
marido e mulher, subsistirá na encargo? Não é encargo
totalidade a doação para o nenhum. Dôo a vocês um
cônjuge sobrevivo. apartamento. Tem alguma
 Doação conjuntiva feita a condição? Não! Tem
marido e mulher encargo? Não.
permanece intocável
para o cônjuge vivo, se  Os impostos que advirem
um deles morreu. O certo do apartamento cabe ao
era haver sucessão se donatário. Só não tem o
existisse filhos, mas a uso, poderá vender o
imóvel quando quiser, cometeu contra ele ofensa física; III –
ressalvado o direito de se o injuriou gravemente ou o
usufruto do doador. caluniou; IV – se, podendo ministrá-
los, recusou ao doador os alimentos
de que este necessitava. Em regra, a
NORMAS GERAIS SOBRE A DOAÇÃO revogação só cabe ao doador. Ele que
sabe se o donatário merece o perdão ou
JUROS: Não se tem que pagar juros da a revogação. Se este morreu porque foi
demora da entrega, nem se sujeita a evicção. Em assassinado, caberá aos herdeiros
regra o doador não responde por juros, correção revogar por ingratidão Só não tem o
monetário, nem evicção. É mera liberalidade. Salvo direito se o doador perdoar antes de
nas doações remuneratórias e com encargo ou se morrer. Art. 561: No caso de
agiu de má-fé ou se assumiu expressamente os homicídio doloso do doador, a ação
riscos da evicção ou se a doação era para caberá aos seus herdeiros, exceto se
casamento em prol da família, nesses casos o aquele houver perdoado. Exige o dolo
doador poderá responder. Na doação para do donatário para a revogação poder ser
casamento não se tem encargo, mas sim condição, concluída. Não há necessidade de ação
pois não há ônus, os nubentes desfrutarão do penal para tanto. A absolvição penal não
casamento. obstará a revogação. Tanto no caso de
• Art. 552: O doador não é obrigado a homicídio ou atentado contra a vida do
pagar juros moratórios, nem é sujeito as doador, como no de ofensa física é
conseqüências da evicção ou do vicio necessário a comprovação do dolo para
redibitório. Nas doações para se revogar por ingratidão. No caso de
casamento com certa e determinada não fornecimento de alimentos do inciso
pessoa, o doador ficara sujeito a IV do artigo 557, há 4 requisitos que
evicção, salvo convenção em contrário. devem ocorrer para que se concretize tal
situação e assim o doador possa
REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO revogar por ingratidão. São eles:
1) Estado de necessidade do
Hipóteses: doador;
1) Motivos comuns a todos os contratos: 2) Doador não ter parentes
erro, dolo, simulação, fraude, coação. próximos que o proporcione
Revoga-se a doação! alimentos. (Caso o donatário
2) Quando a doação é resolúvel. Doação seja filho, deve ele, mais do
com clausula de reversão. Ela se que um outro donatário
resolve, pois com essa cláusula o qualquer, prover os alimentos a
doador estabelece que o bem volte ao seu pai);
seu patrimônio se o donatário morrer 3) O donatário ter recursos para
antes que ele. Art. 547: O doador pode prover ao doador;
estipular que os bens doados voltem 4) A recusa de alimento do
ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário para o doador.
donatário. Parágrafo Único: Não Haverá ingratidão também, se
prevalece cláusula de reversão em a ofensa for contra o cônjuge,
favor de terceiro. ascendente, descendente,
mesmo sendo adotivo ou irmão
3) Descumprimento do encargo: O do doador. Art. 558: Pode
donatário não cumpriu. Pode o doador, ocorrer também a revogação
os herdeiros, e o MP pedir a revogação quando o ofendido, nos
da doação. Art. 555: A doação pode casos do artigo anterior, for o
ser revogada por ingratidão do cônjuge, ascendente,
donatário, ou por inexecução do descendente, ainda que
encargo. adotivo, ou irmão do doador.
Se o doador não propôs a ação
de revogação em vida, os
4) Ingratidão do donatário: Hipóteses Art. herdeiros não tem o direito de
557: Podem ser revogadas por propor-la após a sua morte,
ingratidão as doações: I – se o mas se o doador já a propôs,
donatário atentou contra a vida do poderão os herdeiros darem
doador ou cometeu crime de seguimento a ação.
homicídio doloso contra ele; II – se
O prazo para ação revogatória é decadencial • Art. 547: O doador pode estipular
e é de um ano a contar da ciência do fato pelo que os bens doados voltem ao seu
doador e não um ano desde o acontecimento do patrimônio, se sobreviver ao
fato. donatário. Parágrafo Único: Não
prevalece cláusula de reversão em
(CAI NA PROVA) Revogação por Ingratidão favor de terceiro.
é um direito irrenunciável.
• Art. 556: Não se pode renunciar 2) Cláusula de reserva de usufruto
antecipadamente o direito de revogar a (vitalício/temporário): Doa os bens, mas
liberalidade por ingratidão do donatário. reserva o usufruto por quantos anos
quiser ou vitaliciamente (até que morra).
O doador não pode renunciar o direito de O donatário é o proprietário mas não
revogar por ingratidão do donatário para evento pode usar do bem e se um terceiro
futuro. Para evento passado, cabe o perdão, a compra o imóvel terá que respeitar o
vontade de doar do doador e a aceitação por parte usufruto do doador.
do donatário. A renúncia ao direito de revogar por
ingratidão por um ato já praticado pelo donatário 3) Cláusula de Incomunicabilidade: Os
pode ser verbal ou escrita (PERDÃO). bens doados não se confundem com os
do casal ou o do outro cônjuge, tendo
Caso o donatário já tenha vendido o imóvel que, caso morra o donatário, o bem ou
doado anteriormente, e após isso ofenda o doador e volta para o doador se houver reversão
este peça a revogação, mesmo com a ou vai para os filhos, ascendentes ou
concretização da revogação não se poderá ter o irmãos.
imóvel de volta, pois não atinge o bem de terceiro
de boa fé. Mas terá o direito de receber o
equivalente do donatário. 4) Cláusula de Impenhorabilidade: O
doador estipula que os bens doados por
Nem toda doação é revogável por ingratidão. ele, mesmo o donatário estando em
Há restrições: dívida, não poderão ser penhorados.
• Art. 564: Não se revogam por ingratidão:
I – as doações puramente 5) Inalienabilidade: Por esta cláusula o
remuneratórias; II – as oneradas com donatário não poderá doar, transferir,
encargo já cumprido; III – as que se vender, os bens recebidos em doação.
fizerem em cumprimento de obrigação Exemplo: Cláusula de inalienabilidade
natural (doação feita para quitar dívida de até os filhos completarem X anos. Não é
jogo); IV – as feitas para determinadas perpétua.
casamento.  Exemplo: Morre o doador e o
 Se só um nubente atenta contra o donatário não pode alienar a
doador não se revoga a doação fazenda que recebeu no valor de
para o casamento, mas se os dois três milhões. Com o tempo, o
atentam conjuntamente, poderá donatário fica doente, precisa
haver revogação se estes não gastar para pagar um tratamento
tiverem filhos, pois se tiverem não caríssimo e não tem dinheiro,
há como ocorrer revogação. poderá vender a propriedade pois
a cláusula de inalienabilidade
CLÁUSULAS ESPECIAIS DA DOAÇÃO serve para proteger o donatário e
em casos extremos se poderá
1) Cláusula de reversão: O doador fazer o melhor para o donatário,
estabelece que o bem voltará para o seu pois se o doador estivesse vivo,
patrimônio só, se o donatário morrer certamente, permitiria a venda e
antes. Se o donatário morre antes do além do mais, a cláusula não é
doador, o bem volta para este e não vai perpétua.
para o cônjuge ou herdeiros. Volta
mesmo se vendido para terceiro, pois
não há como o terceiro não saber desta
condição, porque esta na escritura do
imóvel a cláusula de reversão, o terceiro
só poderá requerer o equivalente do
espólio do donatário.

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