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Reforma Fiscal Angolana

2014
Breve Resumo
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
IRT - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO ...................................................... 4
1 - Quais os rendimentos que serão alvo de IRT? ............................................................ 4
2 – Quem paga IRT?.......................................................................................................... 4
3 – Quem está isento de pagar IRT?................................................................................. 5
4 – Como se determina a matéria colectável para IRT? ................................................... 5
5 – Quem deve pagar o IRT? ............................................................................................ 7
6 – Quando se deve pagar o IRT? ..................................................................................... 7
7- Declaração anual de rendimentos ............................................................................... 7
8 – Quadro resumo........................................................................................................... 8
CII – CÓDIGO DO IMPOSTO INDUSTRIAL ...............................................................................9
Incidência ......................................................................................................................... 9
Isenções .......................................................................................................................... 10
Grupos de Tributação ..................................................................................................... 10
Matéria Colectável ......................................................................................................... 10
Outras Disposições ......................................................................................................... 12
Penalidades .................................................................................................................... 15
IAC – IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS ................................................................... 16
Incidência ....................................................................................................................... 16
Taxa Aplicável ................................................................................................................. 16
Outras Disposições ......................................................................................................... 16
IS – IMPOSTO DO SELO ............................................................................................................... 18
1 – Quem paga IS............................................................................................................ 18
2 – O que está isento de pagar IS? ................................................................................. 18
3 – Tabela do Imposto do Selo IS ................................................................................... 19
4– Quem e onde se paga IS? .......................................................................................... 20
CONTACTOS: ............................................................................................................................... 21

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INTRODUÇÃO

No âmbito da Reforma de Fiscal de Angola, foram publicadas em 22 de Outubro de 2014, Leis que revogam as leis
anteriores e aprovam os novos códigos ao nível de:

• Lei nº 18/14 – Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho


• Lei nº 19/14 – Código do Imposto Industrial
• Lei nº 20/14 – Código das Execuções Fiscais
• Lei nº 21/14 – Código Geral Tributário
• Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14 - Código do Imposto sobre a Aplicação de Capitais
• Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro - Código do Imposto do Selo

Este documento é da nossa inteira responsabilidade e foi elaborado com base na Legislação publicada
mencionada acima, tendo como principal objectivo, ajudar os clientes da ATA e da PROKONTAS no cumprimento
diário das novas regras tributárias.

Este documento tem a função de consulta simples, devendo em caso de dúvida remeter-se para a consulta do
texto integral das leis publicadas em Diário da Republica, 1 série, nº 192, ou consultar directamente os nossos
serviços.

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IRT - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO
(Lei nº 18/14 de 22 de Outubro)

1 - Quais os rendimentos que serão alvo de


IRT?
Estão abrangidos todos os rendimentos obtidos pelos
contribuintes à excepção de:

• Prestações sociais do INSG


• Gratificações de fim de carreira
• Abonos para falhas dos funcionários públicos que não ultrapassem os limites definidos
• Abono de família que não ultrapasse 5% do ordenado base mensal do trabalhador, à excepção dos funcionários
públicos
• Contribuições para a segurança social
• Subsídios de renda até ao limite de 50% do valor do contrato de arrendamento (mediante entrega de cópia do
contrato na Repartição de Finanças no prazo de 15 dias após sua celebração)
• Compensações por rescisão contratual
• Salários e remunerações pagos por pessoas singulares a trabalhadores agrícolas e domésticos
• Subsídios por deficiência
• Subsídios diários, de representação, de viagem e de deslocação atribuídos a funcionários públicos, que não
ultrapasse, os limites por lei
• Subsídios diários atribuídos a trabalhadores dependentes até Kz 30.000,00 /mês.
• Reembolso de despesas
• Gratificações de férias e subsídio de Natal até 100% do valor do salário base do trabalhador.

2 – Quem paga IRT?


A Leis define três grupos de tributação:

Grupo A – Trabalhadores por conta de outrem e Funcionários


Públicos

Grupo B – Trabalhadores por conta própria, Gerentes e


Titulares de órgãos sociais de sociedade

Grupo C- Actvidades industriais e comerciais constantes da tabela de rendimentos mínimos em vigor

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3 – Quem está isento de pagar IRT?
Estão Isentos de pagar IRT:

• Agentes de missões diplomáticas


• Pessoal de serviços de organizações internacionais
• Pessoal ao serviço de ONG`s
• Deficientes físicos e mutilados de guerra com invalidez igual ou superior a 50%
• Trabalhadores por conta de outra, nacionais com idades superior a 60 anos
• Rendimentos de categorias A e B auferidas por antigos combatentes de guerra, deficientes de guerra ou
familiares de combatentes perecidos e registados no Respetivo Departamento Ministerial
• Rendimentos de pessoas singulares que prestem serviço militar nos órgãos de defesa e ordem interna

4 – Como se determina a matéria colectável para IRT?


Determinação da matéria colectável

Grupo A

A matéria colectável dos trabalhadores abrangidos por este


Grupo é obtida por dedução aos rendimentos colectáveis das
contribuições obrigatórias para a Segurança Social e das
componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas, nos
termos do Código do IRT. Para o apuramento da matéria
colectável aplicam-se as taxas constantes na tabela anexa ao
código do IRT e reproduzida de seguida:

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Não é aceite a transferência do encargo fiscal do trabalhador para a esfera da entidade patronal, não podendo ser
atribuído ao trabalhador rendimento líquido disponível superior ao valor constante do seu contrato de trabalho a
título de remuneração, circunstância que a verificar-se, importa a pena de multa, nos termos do código geral
tributário, bem como a liquidação adicional do imposto devido.

Grupo B

No caso do sujeito passivo ter contabilidade organizada, a matéria colectável é 70% do valor pago.

Quando os sujeitos passivos não têm contabilidade organizada, a matéria colectável apura-se com base nos
registos contabilísticos do sujeito passivo documentos de compra e venda ou dados que a Administração Fiscal
disponha.

Os trabalhadores por conta própria sem contabilidade organizada podem deduzir nos rendimentos colectáveis,
até 30% do seu rendimento bruto:

• Renda de instalação
• Remuneração de pessoal permanente até três colaboradores
• Gastos de água e energia eléctrica
• Comunicações
• Seguros relativos ao exercício da actividade
• Trabalhos laboratoriais
• Despesas indispensáveis à formação do rendimento, incluídas as verbas para reintegração das instalações

Grupo C

O rendimento colectável é o constante da Tabela dos Lucros Mínimos.

Quando o volume de facturação for 4 vezes superior ao valor máximo correspondente à sua actividade na Tabela
dos Lucros Mínimos, a matéria colectável corresponde ao volume de vendas de bens e serviços não sujeitos à
retenção na fonte, no decorrer do exercício.

O valor colectável dos contribuintes sujeitos a retenção é igual ao valor dos serviços.

Havendo lugar à liquidação adicional, a responsabilidade pelo pagamento do imposto pertence às entidades
obrigadas a retenção na fonte, sem prejuízo do direito de regresso que possa caber-lhe e subsidiariamente, às
pessoas sujeitas ao imposto. Isto é válido para os contribuintes do grupo A e B.

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5 – Quem deve pagar o IRT?
Liquidação

Liquidação do imposto é feita pela entidade responsável pelo pagamento desse rendimento, seja a empresa
mediante retenção na fonte, seja o empresário em nome individual, através de preenchimento de Documento de
Liquidação de Imposto.

6 – Quando se deve pagar o IRT?


Pagamento do Imposto

O pagamento do imposto nos Grupos A e B deve ser entregue pela entidade empregadora até ao final do mês
seguinte ao da respectiva retenção ou pagamento.

Nos grupos C, deve ser entregue:

• pelo titular dos rendimentos até ao final do mês de Fevereiro relativa aos rendimentos do ano anterior
• pela entidade pagadora até ao final do mês seguinte, quando os serviços são prestados a empresas com
contabilidade organizada
• quando nas liquidações de impostos tiverem sido praticados erros de que possa resultar a entrega de imposto em
importância superior à devida, o Chefe da Repartição pode, a requerimento do interessado, autorizar a entidade
obrigada à retenção na fonte a proceder à respectiva compensação por dedução em futuras entregas, a efectuar
dentro do mesmo ano económico e do mesmo imposto.

7- Declaração anual de rendimentos


Obrigações Declarativas

Grupo A, B e C – entregar Modelo 2 – declaração anual relativa a informação sobre o exercício anterior, com
dados sobre os beneficiários e montantes globais anuais.

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8 – Quadro resumo
GRUPO A GRUPO B GRUPO C
Quem ? Trabalhadores por conta de Trabalhadores por conta Actvidades industriais e
outrem e Funcionários própria, Gerentes e Titulares comerciais constantes da
Públicos de órgãos sociais de tabela de rendimentos
sociedade mínimos em vigor

O quê Rendimento deduzido das 70% do valor pago. O rendimento colectável é o


contribuições obrigatórias Quando os sujeitos passivos constante da Tabela dos
para a Segurança Social e não têm contabilidade Lucros Mínimos.
das componentes organizada, a matériaQuando o volume de
remuneratórias não colectável apura-se com base facturação for 4 vezes
sujeitas ou isentas, nos nos registos contabilísticos do
superior ao valor máximo
termos do Código do IRT. sujeito passivo documentos correspondente à sua
de compra e venda ou dados actividade na Tabela dos
que a Administração Fiscal Lucros Mínimos, a matéria
disponha. colectável corresponde ao
Os trabalhadores por conta volume de vendas de bens e
própria sem contabilidade serviços não sujeitos à
organizada podem deduzir retenção na fonte, no
nos rendimentos colectáveis, decorrer do exercício.
até 30% do seu rendimento O valor colectável dos
bruto contribuintes sujeitos a
retenção é igual ao valor dos
serviços
Quem entrega Pela entidade responsável pelo pagamento desse rendimento, através de preenchimento de
Documento de Liquidação de Imposto
Quando paga pela entidade empregadora até ao final do mês seguinte ao pelo titular dos rendimentos
da respectiva retenção ou pagamento até ao final do mês de
Fevereiro relativa aos
rendimentos do ano anterior

pela entidade pagadora até


ao final do mês seguinte,
quando os serviços são
prestados a empresas com
contabilidade organizada

Declaração Anual Entrega de Modelo 2 – Obrigatória


de Rendimentos
Documentos Guardar durante 5 anos
comprovativos

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CII – CÓDIGO DO IMPOSTO INDUSTRIAL
(Lei nº 19/14 de 22 de Outubro)

Entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015 existindo para o exercício de


2014 um regime transitório com as seguintes directrizes:

• Taxa Imposto Industrial para exercício de 2014 – reduz para 30%


• Taxa efectiva de tributação – mantem-se
o 3,5% - empreitadas e sub-empreitadas
o 5,25% prestação de serviços
• Imposto de 30% sobre a matéria colectável apurada com base na Tabela de lucros Mínimos
• Contabilistas – os que estiverem inscritos no Dept Ministerial
• Contribuintes do Grupo B do II que não tenham contabilidade organizada são obrigados a partir do ano de 2017 a
apresentar declarações conforme o actual Código
• Mantêm-se para os contribuintes sem contabilidade organizada as regras anteriores, acrescido de um pagamento
de KZ 500.000,00 por cada ano que não apresentem as obrigações declarativas, sob pena de ficarem com número
de identificação fiscal suspenso.
• A partir de 01 de Janeiro de 2015 aplica-se a Lei 7 simplificada com a taxa de retenção na fonte ao pagamento de
serviços de 6,5% para todas as áreas excepto as isenções.

LIQUIDAÇÕES PROVISÓRIAS :

• VENDAS

As liquidações passam a ser devidas até ao final dos meses de Agosto (Grupo A) e Julho ( Grupo
B) com referência ao próprio exercício fiscal, correspondendo a 2% sobre o total de vendas do
contribuinte ( incluídas as matérias primas, peças ou materiais necessários á prestação de
serviços) efectuadas nos primeiros seis meses do exercício.

• PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS

O regime previsto na Lei 7/97 de 10 de Outubro é revogado, passando os contribuintes do


Grupo A e B que exerçam actividade de prestação de serviços de gestão ou administração a
estar sujeitos a imposto á taxa de 6,5%, devida por retenção na fonte a efectuar pela entidade
devedora do rendimento.

Incidência
O Imposto Industrial incide sobre os lucros tributáveis de qualquer actividade comercial ou industrial, com sede
no país, sejam nacionais ou estrangeiras.

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Incluem-se as cooperativas, fundações, associações, entidades desprovidas de personalidade jurídica cujos lucros
não sejam directamente tributáveis em Imposto Industrial e entidades colectivas sem sede no país mas com
rendimentos em Angola.

Incluem—se aqui heranças, associações e sociedades civis.

Os lucros das sociedades cuja actividade consista na mera gestão de uma carteira de imóveis deixam de beneficiar
de isenção deste imposto.

Por outro lado, é eliminado da base de incidência o lucro obtido por pessoas singulares no exercício de
actividades por conta própria (actual Grupo C), passando o mesmo a ser sujeito a Imposto sobre os Rendimentos
do Trabalho.

Isenções
Mantêm-se em vigor, nos termos da legislação ao abrigo da qual foram concedidos, as isenções e benefícios
fiscais resultantes de acordos com o Estado ou com outra entidade pública dotada desse poder nos termos da lei.

As Fundações, Associações e Cooperativas podem requerer isenção de pagamento de 2 até 5 anos se o Ministério
tutelar assim o considerar.

Grupos de Tributação
Passam a existir apenas dois grupos de tributação:

• Grupo A – lucros obtidos por contribuintes e determinados pela sua contabilidade


 Empresas Publicas e similares
 Sociedades com capital social => Kz 2.000.000,00
 Sociedades com proveitos totais anuais => Kz 500.000.000,00
 Associações, Fundações com proveitos superiores às dotações e subsídios recebidos
 Sucursais e sociedades não residentes no território Angolano

Os limites das entidades obrigatoriamente incluídas no Grupo A são actualizados para um capital social superior a
AKZ 1.100.000 ou proveitos totais superiores a AKZ 30.000.000,00

• Grupo B - lucros presumivelmente obtidos por contribuintes quando não directamente apuráveis pelos dados
contabilísticos disponibilizados pelo contribuinte.

Matéria Colectável
Grupo A

O valor sujeito a imposto é determinado com base na declaração fiscal e demonstrações financeiras do
contribuinte.

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Podem optar por este grupo os sujeitos passivos mediante informação até Fevereiro, mas depois só podem pedir
o reingresso no Grupo B, decorridos 3 anos.

Grupo B

Todos os contribuintes não incluídos no Grupo A incluindo os que exerçam acto isolado (uma actividade industrial
ou comercial com duração inferior a 180 dias / anos).

Implica sempre o registo de início de actividade junto da Direcção de Impostos.

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Outras Disposições

Proveitos ou Ganhos Passam a ser considerados como proveitos tributáveis, entre outros, os perdões de
dívida e variações patrimoniais positivas, com excepção das entradas de capital e
coberturas de prejuízos realizadas pelos titulares do capital.
Por outro lado, deixam de se encontrar excluídos de tributação os rendimentos
auferidos por entidades decorrentes de quaisquer títulos de dívida pública do
Estado angolano.
Note-se, porém, que, passando estes rendimentos a estar também sujeitos a
Imposto sobre a Aplicação de Capitais, o efeito concreto desta nova realidade
deverá ser devidamente ponderado conjugando a incidência de ambos os
impostos e as isenções eventualmente aplicáveis.
É eliminada a norma que previa o reconhecimento dos proveitos ou ganhos
relativos aos valores de construções, equipamentos ou outros bens de
investimento produzidos e utilizados na própria empresa na exacta medida em que
os respectivos encargos fossem considerados como custo do exercício.
Não se consideraram proveitos ou ganhos, as rendas recebidas pelo exercício de
qualquer actividade sujeita a imposto predial urbano

Custos ou perdas É alargado o elenco de custos ou perdas não dedutíveis para efeitos fiscais,
nomeadamente:
• encargos de conservação e reparação de imóveis relevados como custo
para efeitos de apuramento do Imposto Predial Urbano,
• as correcções da matéria colectável relativas a exercícios anteriores e as
correcções extraordinárias do exercício.
• juros de empréstimos - sob qualquer forma - dos detentores do capital ou
de suprimentos, presumindo-se dolosas e sancionadas com pena de multa, nos
termos do Código Geral Tributário, as práticas contabilísticas que não permitam o
correcto apuramento dos mesmos.
Importa, ainda, sublinhar a não inclusão de uma norma relativa à dedutibilidade
das variações patrimoniais negativas.
Finalmente, são introduzidas alterações ao elenco dos custos não aceites
fiscalmente, passando a ser considerados como tal, nomeadamente, as multas
pela prática de infracções de natureza económica ou administrativa e os seguros
de vida e saúde cujo benefício não seja atribuído à generalidade dos
trabalhadores.

Documentação dos São introduzidas três categorias de custos não aceites para efeitos fiscais e sujeitos
custos a tributação autónoma nos seguintes termos:
• custos indevidamente documentados – 2%;
• custos não documentados – 2%;
• custos incorridos com despesas confidenciais – 15%
ou 30% quando as mesmas originem um custo ou um proveito na esfera de um
sujeito passivo por qualquer forma isento ou não sujeito a tributação em sede de
Imposto Industrial.

Custos ou perdas com Apesar de se manter a dedutibilidade fiscal dos gastos suportados com assistência
assistência social médica, creches, cantinas, bibliotecas e escolas, a mesma passa a estar

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dependente da sua disponibilização à generalidade dos colaboradores e deixa de
se prever a possibilidade de os gastos suportados com a atribuição destes
benefícios aos familiares dos colaboradores relevarem para efeitos fiscais.
Por outro lado, prevê-se expressamente que os custos incorridos com as
contribuições para fundos de pensões consubstanciam custos fiscalmente
dedutíveis.

Amortizações e São introduzidas diversas regras que passam a regulamentar o regime fiscal das
depreciações amortizações e depreciações, sendo de destacar as seguintes:
(i) impossibilidade de aplicação de taxas iguais a metade das estabelecidas
nas tabelas das taxas anuais de reintegrações e amortizações;
(ii) não dedutibilidade das amortizações de viaturas ligeiras de passageiros
praticadas sobre a parte do valor de aquisição que exceda 60.000 Unidades
de Correcção Fiscal (“UCF”) ou 7 milhões de kwanzas.
(iii) deferimento dos pedidos de desvalorizações extraordinárias caso não
seja obtida resposta por parte da Repartição Fiscal num prazo de 45 dias.
O cálculo das amortizações do exercício deve fazer-se, pelo método das
quotas constantes.
Os contribuintes que considerem o mais apropriado calcular as
amortizações por períodos mensais podem fazê-lo dividindo o valor da
amortização anual por duodécimos, sendo aceites para efeitos fiscais as
amortizações calculadas a a partir do mês em que os bens e elementos do
activo amortizável entram em funcionamento e durante o seu período de
vida útil.
No caso de imóveis que integrem terrenos e edifícios ou outras
construções e que tenham sido adquiridos sem indicação expressa do valor
do custo do terreno, o valor a atribuir a este para efeitos fiscais é fixado
em 20% do valor global, a menos que o contribuinte estime outro valor,
com base em cálculos tecnicamente elaborados e fundamentados por
entidade independente e previamente aceites pela Direcção Nacional de
Impostos.

Regime intensivo de Prevê-se que a taxa de amortização dos bens do activo imobilizado corpóreo em
laboração regime de laboração em dois turnos possa ser majorada em 25% ou, em caso de
laboração contínua, em 50%.

Imóveis No que respeita aos imóveis que tenham sido adquiridos sem indicação expressa
do valor referente ao terreno, passa a ser atribuível a esta componente um valor
corresponde a 20% (actualmente 25%) do valor global do imóvel, excepto se o
sujeito passivo estimar outro valor com base em cálculos tecnicamente elaborados
e fundamentados por entidade independente e previamente aceites pela Direcção
Nacional de Impostos.

Imobilizações Os activos do imobilizado incorpóreo passam a ser amortizados durante o período


incorpóreas de utilidade esperada ou, caso este não seja determinável, durante um período de
5 anos, com excepção dos programas informáticos que serão amortizados por um
período de 3 anos.

Bens de reduzido valor Passam a poder ser totalmente amortizados no exercício em que entram em vigor
os activos amortizáveis cujo custo individualizado não exceda 300 UCF, excepto se

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os activos amortizáveis fizerem parte integrante de um conjunto de bens e
elementos que devam ser amortizados como um todo.

Pedidos de No regime dos pedidos de desvalorização excepcional dos activos amortizáveis é


desvalorização introduzido um período de 45 dias de resposta da Repartição Fiscal, após o qual o
excepcional pedido se presume tacitamente deferido. O pedido devidamente fundamentado
deverá ser submetido até ao fim do mês seguinte ao da ocorrência do facto que
determinou a desvalorização excepcional.

Documentação das Está prevista a aprovação e publicação, por Despacho do Ministro das Finanças, do
amortizações modelo oficial dos mapas de amortizações. Adicionalmente, é estabelecido que,
caso a Direcção Nacional de Impostos ou a Repartição Fiscal competente solicitem
os referidos mapas, estes deverão ser entregues em formato informático.

Prejuízos Fiscais Os prejuízos verificados no decorrer de períodos em que o contribuinte beneficiou


de insenção ou redução de taxa não podem ser deduzidos à matéria colectável,
havendo-o nos exercícios posteriores ao fim do período de insenção.

Investimentos e Os lucros levados a reservas de investimento que dentro dos 3 exercícios seguintes
Reservas voluntárias tenham sido reinvestidos, em instalações ou equipamentos novos, afetos à
actividade produtiva ou administrativa do contribuinte, podem ser deduzidos a
matéria colectável nos 3 anos imediatos ao da conclusão do investimento, até
metade do seu valor.

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Penalidades
Grupo A Grupo B Grupo C
Não apresentação da declaração fiscal Kz: 800.000,00 Kz: 200.000,00 Kz: 800.000,00
dentro do prazo, por cada ano de
incumprimento
Recusa de exibição ou entrega de livros Kz: 200.000,00 Kz: 100.000,00 N/A
de escrituração

Inicio de actividade sem inscrição no dobro dobro dobro


Registo Geral dos Impostos

Não apresentação de declarações dobro dobro dobro


Modelo 1 e 2

Declarações inexactas sobre a cessão do dobro dobro dobro


exercício da actividade

Omissões e inexactidões nas Kz: 100.000,00 Kz: 50.000,00 Kz: 100.000,00


declarações fiscais

Não pagamento do imposto no prazo Valor do imposto mais 35% com mínimo de Kz:
4.400,00

Não possuir contabilidade organizada Kz: 100.000,00 N/A N/A


quando devida

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IAC – IMPOSTO SOBRE A APLICAÇÃO DE CAPITAIS
(Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14 de 20 de Outubro)

Incidência
Passam a estar compreendidos na base de incidência do IAC:

• os lucros atribuídos aos sócios ou accionistas,


• o repatriamento de lucros imputáveis a estabelecimentos estáveis em Angola de entidades não
residentes.
• juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração das obrigações, títulos de
participações ou outros títulos análogos emitidos por qualquer sociedade,
• os prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração dos títulos de dívida pública
(ex., Bilhetes do Tesouro, das Obrigações do Tesouro e dos Títulos do Banco Central).
• os juros contáveis desde a data do último vencimento, ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se
ainda não tiver acontecido qualquer vencimento, até à data da transmissão dos títulos de dívida privada e
pública acima referidos, bem como os respectivos prémios de amortizações ou reembolso e as outras
formas de remuneração, na parte correspondente àqueles períodos
• o saldo positivo, apurado em cada ano, entre as mais-valias e menos-valias realizadas decorrentes da
alienação de participações sociais ou outros instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC
(anteriormente, apenas eram consideradas as mais-valias para efeitos da tributação em sede de IAC).

Taxa Aplicável
A taxa aplicável é de 10%.

Prevê-se a aplicação de uma taxa de 5% na atribuição de lucros quando as participações sociais a que digam
respeito os lucros se encontrem admitidas à negociação em mercado regulamentado (taxa reduzida aplicável
apenas durante cinco anos após a entrada em vigor do presente diploma).

Outras Disposições
Adicionalmente, as despesas de transacção inerentes à Anteriormente, o cálculo das mais-valias
aquisição e alienação dos títulos passam a ser deduzidas resultava da diferença positiva entre o preço de
para efeitos do apuramento das mais-valias e menos- alienação e o preço de aquisição dos títulos.
valias

As mais-valias ou menos-valias decorrentes da alienação de títulos de dívida privada e títulos de dívida pública,
com uma maturidade igual ou superior a três anos e realizadas em mercado regulamentado, apenas relevam para
efeitos do saldo positivo sujeito a IAC em 50% do seu valor. Este regime é extensível às mais-valias ou menos-
valias resultantes da alienação de participações sociais, quando realizadas em mercado regulamentado.

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Indemnizações pela suspensão Reduz-se para 5% a taxa de IAC incidente sobre as importâncias atribuídas
da actividade de empresas a empresas singulares ou colectivas a título de indemnização pela
singulares ou colectivas – suspensão da sua actividade (anteriormente sujeitas à taxa de 15%).
alteração de taxa

Isenções – Secção B A Associação Angolana de Bancos (ABANC) deixa de se pronunciar perante


a Direcção Nacional dos Impostos relativamente à aprovação de
instrumentos que se destinem a fomentar a poupança, cujos juros
beneficiam de uma isenção de IAC (sendo apenas ouvido o Banco Nacional
de Angola).

Liquidação de imposto A liquidação do IAC relativamente a rendimentos enquadráveis na secção


– Secção A A passa a ser uma responsabilidade dos devedores dos rendimentos
quando estes sejam pessoas colectivas ou singulares com contabilidade
organizada e o titular do rendimento seja uma pessoa singular.

Liquidação de imposto Liquidação do imposto por retenção na fonte


– Secção B Com excepção da emissão de acções com reserva de preferência na
subscrição, a liquidação do IAC é efectuada, através de retenção na fonte,
pelas entidades a quem incumbe o pagamento do rendimento.
Exceptuam-se os casos em que tais entidades não tenham em Angola
residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável a que os
pagamentos sejam imputáveis, situação em que cabe ao beneficiário do
rendimento a obrigação de liquidação do imposto.

Isenção de IAC nos rendimentos Tratando-se de títulos admitidos à negociação em mercado


decorrentes de títulos de dívida regulamentado de que sejam titulares entidades isentas de IAC, compete
– obrigações acessórias às instituições financeiras através das quais esses títulos sejam detidos
instruir os respectivos emitentes no sentido de não ser efectuada a
respectiva retenção na fonte.
Nestas situações, a instituição financeira deverá identificar perante os
respectivos emitentes a quantidade de títulos em questão, bem como
possuir e manter documentação que comprove a isenção subjectiva das
entidades que beneficiem de dispensa de retenção na fonte.
No caso do quantitativo dos juros contáveis até à data da transmissão dos
títulos de dívida privada e pública acima referidos, bem como os
respectivos prémios de amortizações ou reembolso e as outras formas de
remuneração, estabelece-se que as entidades isentas de IAC devem
manter uma conta corrente com o Estado para registar o imposto
correspondente às transacções efectuadas relativamente aos títulos
mencionados

Penalidades
A generalidade das infracções passa a ser punida nos termos do Código Geral Tributário.

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IS – IMPOSTO DO SELO
(Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro)

1 – Quem paga IS
Arrendamento e subarrendamento
Nos contratos de arrendamento e subarrendamento, o sujeito passivo do imposto passa a ser o locador
e o sublocador, respectivamente, recaindo sobre estes a responsabilidade pela liquidação e entrega do
imposto nos cofres do Estado. Esta responsabilidade pertencia anteriormente ao arrendatário e
subarrendatário.

2 – O que está isento de pagar IS?


Crédito à habitação Os juros, comissões e contraprestações devidas no âmbito de contratos de
financiamento destinados ao crédito à habitação passam a estar isentos de
Imposto do Selo.

Obrigações de tesouro Clarifica-se que os juros provenientes de obrigações de tesouro se encontram


isentos de Imposto do Selo.

Depósito-caução É alargado o âmbito de isenção no depósito-caução, sendo que passa a estar


isento de Imposto do Selo o depósito-caução constituído a favor do Estado e
outros organismos públicos, com excepção das empresas públicas.

Títulos negociáveis Os títulos negociáveis passam a estar isentos de Imposto do Selo, quando
vendidos em mercado regulamentado.

Transmissão de imóveis A transmissão de imóveis no âmbito de processos de fusão, cisão ou


incorporação, nos termos da Lei das Sociedades Comerciais, desde que
necessários e previamente autorizados pela Direcção Nacional dos Impostos,
beneficia de isenção em sede de Imposto do Selo.

Contratos de trabalho Os contratos de trabalho passam a estar isentos de Imposto do Selo.

Transmissões gratuitas de Passam a estar isentas de Imposto do Selo as transmissões gratuitas de


propriedade entre pais e direito de propriedade que se operem entre pais e filhos.
filhos

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3 – Tabela do Imposto do Selo IS

Rubrica Incidência Valor / Taxa

Arrendamento e sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de 0,1%;


subarrendamento: arrendamento e subarrendamento para fins habitacionais

sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de 0,4%;


arrendamento e subarrendamento destinados a estabelecimento
comercial, industrial, exercício de profissão em regime independente

Contratos contratos não especialmente previstos nesta tabela, incluindo os por cada um AKZ
efectuados perante entidades públicas 1.000;
garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma,
Garantias designadamente o aval, a caução, a garantia bancária autónoma, a fiança,
a hipoteca, o penhor e o seguro-caução, salvo quando materialmente
acessórias de contratos especialmente tributados na presente tabela,
considerando-se como tal as que sejam constituídas até 90 dias após a
celebração do contrato constitutivo da obrigação garantida ainda que em
instrumentos ou títulos deferentes, ou no caso de penhor de bens futuros
desde que o mesmo seja inscrito no contrato principal - sobre o respectivo
valor, em função do prazo, considerando-se sempre como nova operação
a prorrogação do prazo do contrato;

Operações − exportações de marfins e seus pêlos e desperdícios, etc.; de peles com


aduaneiras – sobre pêlo em bruto; peles de vision, etc.; peles com pêlo curtidas ou acabadas,
o valor aduaneiro etc.; vestuário e seus acessórios e outros artefactos de peles com pêlo;
das exportações peles com pêlos artificiais e suas obras – 0,5%;

Cartazes e cartazes ou anúncios afixados ou expostos em suportes fixos ou móveis AKZ 1.000;
anúncios na via pública ou destinados a serem vistos na via pública que façam
publicitários propaganda de produtos, serviços ou de qualquer indústria, comerciais ou
divertimentos com exclusão dos identificativos do próprio estabelecimento
comercial onde se encontrem afixados - por cada metro quadrado ou
fracção e em cada ano civil

Publicidade em publicidade feita em revista, jornais, catálogos, programas radiofónicos ou AKZ 25.000;
revistas, jornais televisivos, reclamos, etiquetas e outros impressos que se destinem à
distribuição pública (por cada edição de 1000 exemplares)
aeronaves AKZ 45.000;
Registos e
averbamentos em barcos AKZ 23.000;
conservatórias de
bens móveis:
motas de água AKZ 18.000

motociclos, veículos ligeiros e mistos de passageiros e veículos pesados, AKZ 5.000


excepto ambulâncias e carros funerários: novos e até 3 anos
motociclos, veículos ligeiros e mistos de passageiros e veículos pesados, AKZ 7.000
excepto ambulâncias e carros funerários: usados com mais de 3 anos –

Recibo de quitação recibo de quitação pelo efectivo recebimento de créditos resultantes do 1%;
exercício da actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espécie,
com excepção dos resultantes exclusivamente do arrendamento
habitacional feito por pessoas singulares

Abertura de crédito abertura de crédito, por escrito particular ou instrumento público 0,1%.

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4– Quem e onde se paga IS?

Valor representado em moeda estrangeira

Na determinação do valor tributável, sempre que os elementos necessários à determinação do valor tributável
não sejam expressos em moeda nacional, a sua equivalência é reajustada pela cotação média do trimestre
anterior ao da liquidação, ao invés da aplicação da taxa de câmbio diária do Banco Nacional de Angola.

Entidades não residentes

As entidades residentes em Angola que contratem com entidades não


residentes passam a ser responsáveis pela liquidação e entrega do imposto
devido nas situações em que tal obrigação recaia sobre as entidades não
residentes.

Estado e organismos públicos

Nos contratos em que o Estado ou os demais organismos públicos, com excepção das empresas públicas, sejam
parte, a liquidação do imposto deverá ser efectuada no momento do pagamento da prestação, devendo o
imposto liquidado ser transferido ou depositado na Conta Única do Tesouro, até ao dia 15 do mês seguinte ao da
arrecadação, através de Documento de Arrecadação de Receita.

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CONCLUSÕES

Lembre-se que o resumo enviado não dispensa a consulta da legislação fiscal em vigor.

A legislação fiscal vai ser actualizada constantemente ao longo de 2015 pelo que sugerimos que o seu
departamento financeiro fique alerta.

A responsabilidade fiscal é da inteira responsabilidade do contribuinte por isso sugerimos que periodicamente
tente rever a sua execução mediante os termos legais em vigor.

Para outras informações ou esclarecimento de dúvidas, continuamos com a nossa equipa disponível para o
atender e ajudar na resolução dos casos concretos da sua Empresa.

Não hesite em nos contactar!

Luanda 12 de Janeiro de 2015

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