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Índice

1) Despesa Pública III - Análise Estatística FGV CASP v2


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2) Despesa Pública III - Roteiro de Revisão 5

3) Despesa Pública III - Aposta Estratégica 14


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4) Despesa Pública III - Questões Estratégicas FGV 15


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5) Despesa Pública III - Questionário de Revisão 25

6) Despesa Pública III - Lista de Questões FGV 30


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7) Despesa Pública III - Gabarito FGV 36

8) Despesa Pública III - Referências Bibliográficas 37


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DESPESA PÚBLICA (RESTOS A PAGAR,
DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES E
SUPRIMENTO DE FUNDOS)
ANÁLISE ESTATÍSTICA

Tópico % de cobrança

Despesa Pública 25,16

MCASP: Procedimentos Contábeis Patrimoniais 24,62

Receita Pública. 16,01


Contabilidade Pública: - Noções Gerais: conceito, objeto, campo de
aplicação e abrangência 8,31

Introdução DCASP e Balanço Orçamentário 5,53

Balanço Patrimonial 4,30

Plano de Contas Aplicado ao Setor Público 4,00

DFC e DMPL 3,39

Sistemas de Custos 3,07

Balanço Financeiro 2,46

Demonstração das Variações Patrimoniais 1,84

SIAFI e Conta Única 0,61

Sistema de Contabilidade Federal 0,61


O que é mais cobrado dentro do assunto?

Tópico % de cobrança

Classificação 51,28

Estágios 30,77

Restos a Pagar 12,82

Suprimento de Fundos 3,85

Despesas de Exercícios Anteriores 1,28


ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE
MERECEM DESTAQUE

Restos a Pagar
Restos a Pagar são todas as despesas regularmente empenhadas, do exercício atual ou
anterior, mas não pagas até 31 de dezembro do exercício financeiro vigente.
Distingue-se em dois tipos:
• Restos a pagar processados - Despesas já liquidadas.
• Restos a não processados - despesas a liquidar ou em liquidação.

Portanto:

Restos a Pagar Processados Despesas


Despesas Pagas
Inscritos no Exercício Liquidadas

Restos a Pagar Não Despesas Despesas


Processados Inscritos no Empenhadas Liquidadas
Exercício

A continuidade dos estágios de execução dessas despesas ocorrerá no próximo exercício,


devendo ser controlados em contas de natureza de informação orçamentária específicas.

Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, constituem-se em modalidade de dívida


pública flutuante, sendo registradas por exercício e por credor.

A inscrição de restos a pagar deve observar as disponibilidades financeiras e condições da


legislação pertinente, de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o
equilíbrio das contas públicas.
A Lei de Responsabilidade Fiscal não determina o que pode ou não ser inscrito em restos a
pagar, mas veda contrair obrigação no último ano do mandato do governante sem que exista a
respectiva cobertura financeira, eliminando desta forma as heranças fiscais onerosas.

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa
para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício.

Quando o empenho da despesa inscrita em restos a pagar tiver sido por estimativa, temos as
seguintes hipóteses:
• Valor da despesa > Valor inscrito em RP: empenha-se a diferença na conta de despesas
de exercícios anteriores.
• Valor da despesa < Valor inscrito em RP: cancela a sobra de saldo inscrita como RP.

Como vimos em aula anterior, a Lei nº 4.320/1964 admite a possibilidade de que seja realizado
o empenho global de despesas sujeitas a parcelamento. Nesse caso, devemos ter atenção ao
seguinte:
• Os empenhos globais devem contemplar as parcelas previstas dentro do exercício
financeiro ao qual pertence a referida dotação orçamentária.
• Em atenção ao Princípio da Anualidade Orçamentária, recomenda-se que não seja
utilizada dotação orçamentária de um exercício financeiro para cumprir obrigações em
exercícios financeiros futuros.
• Ou seja, quando é uma despesa que perdura vários exercícios, deve-se realizar o
empenho do valor global para cada exercício, e não empenhar o valor global para todos
os anos e ir pagando restos a pagar nos exercícios seguintes.

Importante destacar que o pagamento dos restos a pagar é uma despesa extraorçamentária,
tendo em vista que já foi uma despesa orçamentária no ano em que foi empenhada. Os restos
a pagar inscritos no exercício, por sua vez, são considerados ingressos extraorçamentários, a
fim de compensar a sua inclusão como despesa orçamentária.
Para ficar mais claro, vamos supor uma despesa de R$ 100 em 2020 na qual R$ 30 foram
inscritos como restos a pagar e pagos em 2021.
Em 2020:

Despesa Orçamentária = R$ 100


Despesa Inscrita como Restos a pagar = R$ 30
Receita Extraorçamentária = R$ 30 (para compensar a despesa orçamentária não
paga)

Em 2021:

Despesa Extraorçamentária = R$ 30 (referente ao pagamento dos restos a pagar)

Restos a Pagar Não Processados (RPNP)


Serão inscritas em restos a pagar não processados as despesas não liquidadas, nas seguintes
condições:
• O serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue e que se encontre, em
31 de dezembro de cada exercício financeiro em fase de verificação do direito adquirido
pelo credor (despesa em liquidação); ou
• O prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor estiver vigente (despesa
a liquidar).

Despesa em liquidação – Houve a entrega do


bem ou serviço, mas esse ainda está em fase de
verificação do direito adquirido pelo credor.

Restos a Pagar Não


Processados

Despesa a liquidar – Ainda está vigente o prazo


para cumprimento da obrigação.
Portanto, as despesas empenhadas e ainda não liquidadas são divididas entre “a liquidar” e
“em liquidação”, o que depende da identificação da ocorrência do fato gerador da obrigação:
• Despesas empenhadas a liquidar - são aquelas cujo prazo para cumprimento da
obrigação encontra-se vigente.
o Ainda não ocorreu o fato gerador da obrigação patrimonial para o ente, estando
pendente de entrega do material ou do serviço adquirido.
• Despesas empenhadas em liquidação - são aquelas em que houve o adimplemento da
obrigação pelo credor (contratado), caracterizado pela entrega do material ou prestação
do serviço, estando na fase de verificação do direito adquirido.
o Já ocorreu o fato gerador da obrigação patrimonial, todavia, ainda não se deu a
devida liquidação.

Cabe reforçar que, como os Restos a Pagar Não Processados não foram liquidados, eles
deverão passar pelo estágio de liquidação para que sejam pagos.

Os Restos a Pagar Não Processados que permanecerem sem liquidação serão bloqueados em
30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, salvo algumas exceções, como
as relativas a despesas do Ministério da Saúde.
• Caso tenha havido o bloqueio, mas a execução tenha iniciado antes de 30/06, é possível
realizar o desbloqueio.
• Os saldos que permanecerem bloqueados serão cancelados até o final do exercício.
• Se o saldo desbloqueado continuar sem liquidação até 31/12 do exercício seguinte ao
do bloqueio, ele será cancelado.

Restos a Pagar Processados (RPP)


Serão inscritas em restos a pagar processados as despesas liquidadas e não pagas no exercício
financeiro, ou seja, aquelas em que o serviço, a obra ou o material contratado tenha sido
prestado ou entregue e aceito pelo contratante.
Nesse caso, já foram cumpridos os estágios de empenho e de liquidação, restando pendente
apenas o pagamento.
Como já foi reconhecido o direito de recebimento, em 31/12 a inscrição em restos a pagar será
automática.
Em geral, os Restos a Pagar Processados não podem ser cancelados, tendo em vista que o
fornecedor já cumpriu a obrigação e a Administração atestou a entrega. Portanto, não poderá
deixar de exercer a obrigação de pagar, salvo motivo previsto na legislação pertinente.

Despesas de Exercícios Anteriores


São despesas cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores àquele em que deva
ocorrer o pagamento.

De acordo com a Lei nº 4.320/64:

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento


respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

O primeiro ponto a destacar é que o orçamento deve conter uma dotação específica para as
despesas de exercícios anteriores.
Além disso, é essencial conhecer os casos que acarretam as despesas de exercícios anteriores,
os quais reforçamos a seguir:
• Despesas que não se tenham processado na época própria, como aquelas cujo
empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício
correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua
obrigação.
• Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a
pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor.
• Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de
pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante
após o encerramento do exercício correspondente.

Observe que, de forma diversa dos Restos a Pagar, as Despesas de Exercícios Anteriores são
empenhadas no exercício corrente.
O reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas com exercícios anteriores deve
ocorrer em procedimento administrativo específico, sendo necessário, no mínimo, os seguintes
elementos:
a. Identificação do credor/favorecido;
b. Descrição do bem, material ou serviço adquirido/contratado;
c. Data de vencimento do compromisso;
d. Importância exata a pagar;
e. Documentos fiscais comprobatórios;
f. Certificação do cumprimento da obrigação pelo credor/favorecido;
g. Motivação pelo qual a despesa não foi empenhada ou paga na época própria.

Suprimento de Fundos (Adiantamento)


O suprimento de fundos é um adiantamento de valores a um servidor para futura prestação de
contas.
Consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de
aplicação.
É uma despesa orçamentária e, portanto, deve percorrer os três estágios da execução da
despesa orçamentária: empenho, liquidação e pagamento.
Contudo, no momento de sua concessão, não representa uma despesa pelo enfoque
patrimonial, pois, no momento da concessão, não há lançamento de uma variação patrimonial
diminutiva (VPD) e, portanto, não ocorre redução no patrimônio líquido. A VPD é reconhecida
somente no momento da prestação de contas pelo responsável pelo adiantamento.
No momento da liquidação da despesa orçamentária:
• Ocorre o registro de um passivo em contrapartida à incorporação de um ativo, o qual
representa o direito de receber um bem ou serviço, objeto do gasto a ser efetuado pelo
suprido, ou a devolução do numerário adiantado.
Para ficar mais claro, nas naturezas de informação patrimonial e orçamentária, contabilmente
ocorrem os seguintes lançamentos:
a. Momento do empenho da despesa:
Natureza da informação: orçamentária
Débito - Crédito Disponível
Crédito - Crédito Empenhado a Liquidar

b. Momento da liquidação e reconhecimento do direito:


Natureza da informação: patrimonial
Débito – Ativo: Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros
Crédito – Passivo: Outras Obrigações de Curto Prazo – Suprimento de Fundos
Natureza da informação: orçamentária
Débito – Crédito Empenhado a Liquidar
Crédito – Crédito Empenhado Liquidado a Pagar

c. Momento do pagamento ao suprido:


Natureza da informação: patrimonial
Débito – Passivo: Outras Obrigações de Curto Prazo – Suprimento de Fundos
Crédito – Ativo: Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional
Natureza da informação: orçamentária
Débito – Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
Crédito – Crédito Empenhado Pago

d. Prestação de contas do saldo utilizado:


Natureza da informação: patrimonial
Débito – Variação Patrimonial Diminutiva
Crédito – Ativo: Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros
e. Devolução de valores não aplicados (mesmo exercício da concessão):
Natureza da informação: patrimonial
Débito – Ativo: Caixa e Equivalentes em Moeda Nacional
Crédito – Ativo: Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros
Natureza da informação: orçamentária (1º)
Débito - Crédito Empenhado Pago
Crédito - Crédito Empenhado Liquidado

Natureza da informação: orçamentária (2º)


Débito - Crédito Empenhado Liquidado
Crédito - Crédito Empenhado a Liquidar
Natureza da informação: orçamentária (3º)
Débito - Crédito Empenhado a Liquidar
Crédito - Crédito Disponível

f. Devolução de valores não aplicados (exercício seguinte ao da concessão):


Natureza da informação: patrimonial
Débito – Ativo: Caixa e Equivalentes de Caixa e Moeda Nacional (F)
Crédito – Ativo: Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros (P)
Natureza da informação: orçamentária
Débito – Receita a Realizar
Crédito – Receita Realizada

De acordo com a Lei nº 4.320/64:

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas


expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor,
sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar
despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por
dois adiantamentos.
O suprimento de fundos deve ser utilizado nos seguintes casos:
a. Para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento;
b. Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em
regulamento; e
c. Para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em
cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em ato normativo próprio.

Não se concederá suprimento de fundos:


a. A responsável por dois suprimentos;
b. A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo
quando não houver na repartição outro servidor;
c. a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado
contas de sua aplicação;
d. A servidor declarado em alcance, ou seja, aquele que não prestou contas no prazo
regulamentar ou o que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude de desvio,
desfalque, falta ou má aplicação de dinheiro, bens ou valores.

As restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida dos valores
adiantados a título de suprimento de fundos:
• Quando ocorrerem no mesmo exercício, constituem anulação de despesa.
• Quando ocorrerem após o encerramento do exercício, constituem receita
orçamentária.

No âmbito federal, a concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio de Cartão
de Pagamento do Governo Federal (CPGF), podendo se utilizar contas de suprimento de
fundos apenas em caráter excepcional.
Em regra, é vedada a utilização do CPGF na modalidade saque, salvo algumas exceções
específicas estabelecidas pelos Ministros de Estado e dirigentes máximos das autarquias.
Em regra, é vedada também a abertura de conta bancária destinada à movimentação de
suprimento de fundos, salvo para os órgãos dos Poderes Judiciário e Legislativo, do Ministério
Público da União e dos Comandos Militares.
APOSTA ESTRATÉGICA
Dentre os temas trabalhados nesta aula, entendo que os restos a pagar são os que têm a maior
possibilidade de cobrança.
É essencial saber a diferença entre os restos a pagar processados e os não processados.
Distingue-se em dois tipos:
• Restos a pagar processados - Despesas já liquidadas.
• Restos a não processados - Despesas ainda não liquidadas.

Restos a Pagar Processados Despesas


Despesas Pagas
Inscritos no Exercício Liquidadas

Restos a Pagar Não Despesas Despesas


Processados Inscritos no Empenhadas Liquidadas
Exercício

Se a banca quiser complicar um pouco, ela pode cobrar a diferença entre os restos a pagar não
processados em liquidação a liquidar, o que também não é muito difícil de entender:

Despesa em liquidação – Houve a entrega do


bem ou serviço, mas esse ainda está em fase de
verificação do direito adquirido pelo credor.

Restos a Pagar Não


Processados

Despesa a liquidar – Ainda está vigente o prazo


para cumprimento da obrigação.
QUESTÕES ESTRATÉGICAS

Restos a Pagar e Despesas de Exercícios Anteriores

1. (FGV/2021/TJ RO/Técnico Judiciário)


Na execução do orçamento público, as receitas e as despesas são processadas em
estágios. Suponha que em um dado exercício financeiro uma despesa tenha registrado
apenas o comprometimento do crédito orçamentário, sem cumprir os demais estágios.
Ao final do exercício, essa despesa:
a) deverá ser cancelada;
b) será inscrita em restos a pagar processados;
c) será classificada como despesa em liquidação;
d) será transferida para o próximo exercício financeiro;
e) poderá ser inscrita em restos a pagar não processados.
Comentários
Conforme vimos em nossa aula anterior, é na etapa de empenho que ocorre o
comprometimento do crédito orçamentário. Se esse foi o único estágio, é sinal que a despesa
foi empenhada, mas não foi liquidada nem paga, podendo ser inscrita em restos a pagar não
processados, conforme afirma a alternativa E, que é o gabarito da questão.
Gabarito: E

2. (FGV/2021/Câmara Municipal de Aracaju/Contador)


Para se apurar o valor total a ser inscrito em restos a pagar ao final de um exercício
financeiro, deve-se subtrair o valor do montante pago do total de despesas:
a) autorizadas;
b) empenhadas;
c) em liquidação;
d) liquidadas;
e) processadas.
Comentários
Os restos a pagar inscritos no exercício correspondem às despesas que foram empenhadas,
mas não foram pagas até 31 de dezembro. Portanto, para se apurar o valor total a ser inscrito
em restos a pagar ao final de um exercício financeiro, deve-se subtrair o valor do montante
pago do total de despesas empenhadas, o que nos leva à letra B como gabarito.
Gabarito: B

3. (FGV/2019/DPE-RJ/Técnico – Ciências Contábeis)


A distinção dos restos a pagar em processados e não processados baseia-se no
cumprimento dos estágios de execução da despesa pública e tem impactos no
reconhecimento patrimonial da obrigação correspondente.
Em geral, quando não se tratar de situações especiais, para que sejam reconhecidos
como obrigação patrimonial, os restos a pagar devem se referir a despesas classificadas
como:
a) empenhadas a liquidar, apenas;
b) empenhadas em liquidação, apenas;
c) liquidadas, apenas;
d) liquidadas ou empenhadas a liquidar;
e) liquidadas ou empenhadas em liquidação.
Comentários
Para resolver esta questão, precisamos relembrar o que vimos na aula anterior. A execução da
despesa passa pelas etapas de empenho, liquidação e pagamento, sendo que é na etapa de
liquidação que é reconhecida a prestação do serviço ou entrega do produto, reconhecendo-se
a variação patrimonial diminutiva relativa à despesa.
Contudo, há despesas em que a variação patrimonial diminutiva ocorre antes da etapa de
liquidação. Para esses casos, há um registro intermediário entre as etapas de empenho e de
liquidação chamado “em liquidação”.
Portanto, os restos a pagar que já tiveram a sua redução patrimonial reconhecida são os
liquidados e os empenhados em liquidação, de forma que a alternativa correta é a letra E.
Gabarito: E
4. (FGV/2021/IMBEL/Analista de Orçamento)
Assinale a opção que indica a existência de restos a pagar processados nas
demonstrações de uma entidade pública.
a) A despesa foi empenhada e cancelada.
b) A despesa foi liquidada, mas não paga.
c) A despesa foi paga, mas não realizada.
d) A despesa foi orçada, mas não empenhada.
e) A despesa foi empenhada, mas não liquidada.
Comentários
O que diferencia os restos a pagar processados dos não processados é o fato de terem
passado ou não pela etapa de liquidação. Portanto, os restos a pagar processados são as
despesas que foram empenhadas e liquidadas, mas não foram pagas, o que nos leva à letra B
como gabarito.
Gabarito: B

5. (FGV/2019/TJ CE/Técnico Judiciário)


Ao iniciar o exercício financeiro, o orçamento de um ente era de R$ 15 milhões, conforme
dados do quadro a seguir, em milhares de reais.

Dotação Inicial Créditos Adicionais


Despesas Correntes 11.000,00 800,00
Despesas de Capital 4.000,00 500,00

Sabe-se que 10% da dotação atualizada para despesa de capital foi contingenciada no
início do segundo semestre. Ao final do exercício financeiro, apurou-se que 90% das
despesas correntes e a dotação disponível de despesas de capital foram empenhadas;
além disso, 90% dos empenhos foram liquidados e 15% desses ficou pendente de
pagamento.
Considerando as informações fornecidas, o valor total, em milhares de reais, das despesas
a serem inscritas em restos a pagar não processados corresponde a:
a) 1.390,00;
b) 1.467,00;
c) 1.512,00;
d) 1.980,45;
e) 3.447,45.
Comentários
Vamos trabalhar com os valores em milhares de reais. A dotação inicial era de R$ 15.000 e os
créditos adicionais de R$ 1.300, portanto, a dotação atualizada era de R$ 16.300.
O enunciado nos informa que:
- 10% da dotação atualizada de capital foi contingenciada, portanto, a dotação disponível passa
de R$ 4.500 para R$ 4.050 (0,9 x 4.500 = 4.050).
- 90% das despesas correntes foram empenhadas -> 0,9 x 11.800 = 10.620
- Dotação disponível de capital foi empenhada -> 4.050
Total empenhado = 10.620 + 4.050 = 14.670.
- 90% dos empenhos foram liquidados -> 0,9 x 14.670 = 13.203
Total Empenhado = 14.670
Total Liquidado = 13.203
Restos a Pagar Não Processados = Despesas Empenhadas – Despesas Liquidadas
RPNP = 14.670 – 13.203
RPNP = 1.467
Gabarito: B

6. (FGV/2021/TJ RO/Analista Judiciário - Administrador)


No encerramento de um exercício financeiro, após apurar o cumprimento dos estágios de
execução da receita e da despesa, é correto afirmar, de acordo com as disposições da Lei
de Responsabilidade Fiscal, que a inscrição de despesas em restos a pagar:
a) é vedada no último ano de mandato;
b) é vedada quando se tratar de despesas decorrentes de créditos adicionais
extraordinários;
c) está limitada ao montante de despesas empenhadas;
d) está limitada ao montante de despesas liquidadas;
e) pode ser feita com recursos da contratação de novas operações de crédito.
Comentários
A – Errada. Não é vedada a inscrição no último ano de mandato, mas as despesas dos últimos
dois quadrimestres do mandato estão limitadas às disponibilidades de caixa, conforme orienta
a Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

B – Errada. Não há nenhuma vedação nesse sentido.


C – Certa. Os restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas no
exercício, portanto, não há como as despesas inscritas em restos a pagar serem superiores às
despesas empenhadas.
D – Errada. Podem ser inscritas em restos a pagar tanto as despesas liquidadas (restos a pagar
processados) com as despesas não liquidadas (restos a pagar não processados).
E – Errada. Os recursos das operações de crédito são comprometidos no momento que
ocorreu o empenho da despesa. Portanto, se os restos a pagar foram pagos com recursos de
operações de crédito, não se trata de uma “nova operação”, mas sim de uma operação já
contratada antes de a despesa ter sido empenhada.
Gabarito: C

7. (FGV/2022/TCU/Auditor Federal de Controle Externo)


Um estado cujo governador estava no último ano de seu mandato apresentava os
seguintes saldos no final do exercício financeiro:
Receita Corrente: R$ 2.600.000;
Receita de Capital: R$ 400.000;
Disponibilidade de caixa: R$ 2.000.000;
Despesas empenhadas a liquidar: R$ 1.700.000;
Despesas empenhadas e liquidadas a pagar: R$ 1.500.000.
Na data, o valor inscrito como Restos a Pagar era de:
a) R$ 1.500.000;
b) R$ 1.700.000;
c) R$ 2.000.000;
d) R$ 3.000.000;
e) R$ 3.200.000.
Comentários
Essa questão vai um pouco mais a fundo. As despesas empenhadas, mas não pagas, trazidas
pelo enunciado, são as seguintes:
Despesas empenhadas a liquidar: R$ 1.700.000;
Despesas empenhadas e liquidadas a pagar: R$ 1.500.000.
Ao todo temos R$ 3.200.000. Contudo, o enunciado nos informa que se trata de último ano de
mandato e, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados
os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

Considerando que as disponibilidades de caixa ao final do exercício foram de R$ 2.000.000, a


inscrição em restos a pagar está limitada a este valor, o que nos leva à letra C como gabarito.
Gabarito: C

8. (FGV/2022/CGU/Auditor Federal de Finanças e Controle)


Sob a ótica da dimensão política, o orçamento sedimenta disputas pelos recursos
públicos. Por conta desses conflitos, torna-se essencial a utilização dos instrumentos de
transparência durante a execução orçamentária, devendo-se conciliá-los com os
mecanismos retificadores do orçamento, a fim de evitar a desfiguração das previsões
orçamentárias aprovadas pelo Poder Legislativo.
A partir dessa perspectiva, é correto afirmar que:
a) o regime jurídico da execução das despesas orçamentárias, previsto na Lei nº
4.320/1964, está em consonância com o princípio contábil da competência, uma vez que
define a fase do empenho como o fato gerador da despesa orçamentária, ocasião em que
se dá o efetivo recebimento dos serviços, o consumo dos materiais ou o uso dos bens;
b) o pagamento dos Restos a Pagar não constitui um ato extraorçamentário porque,
independentemente de sua execução financeira ocorrer em um exercício posterior, a
efetiva inscrição dos Restos a Pagar ocorreu no exercício vigente;
c) o mecanismo da “rolagem orçamentária” contribui para a descaracterização do
orçamento previamente aprovado pelo Poder Legislativo, o que pode vir a comprometer
a capacidade de pagamento do ente federativo em exercícios futuros, caso haja a
inscrição excessiva em Restos a Pagar;
d) como o resultado primário é calculado com base nas despesas empenhadas no
exercício, a inscrição em Restos a Pagar acaba por se tornar um mecanismo inócuo para o
atingimento da meta de resultado fiscal prevista no Anexo de Metas Fiscais da LDO;
e) no que se refere à prática do cancelamento de Restos a Pagar, é indiferente que estes
sejam “processados” ou “não processados”, pois, em ambos os casos, o contratado já
cumpriu com a sua obrigação e tem, por conseguinte, direito subjetivo ao pagamento
Comentários
Questão um pouco mais abrangente, que aborda vários aspectos que estudamos até aqui.
Vejamos:
A – Errada. Realmente a Lei nº 4.320/64 orienta o reconhecimento da despesa no momento do
empenho. Contudo, o reconhecimento do efetivo recebimento dos serviços ou materiais se dá
na etapa da liquidação. Além disso, por mais que se aceite que o reconhecimento da despesa
pelo empenho esteja relacionado ao regime de competência, esse reconhecimento não
coincide com o regime contábil (patrimonial), pois, nesse caso, a variação patrimonial
diminutiva é reconhecida no momento da efetiva utilização do produto ou serviço.
B – Errada. O pagamento dos Restos a Pagar é um dispêndio extraorçamentário.
C – Certa. Se houver um grande volume de inscrição em restos a pagar, as disponibilidades
financeiras para o pagamento das despesas do exercício acabam ficando comprometidas, o
que prejudica a execução do orçamento vigente.
D – Errada. Independentemente de os restos a pagar serem pagos em exercício posterior, a
despesa foi reconhecida no exercício em que foi empenhada, impactando o resultado
orçamentário.
E – Errada. A situação é bastante diferente entre eles. Se os restos a pagar forem processados é
que o contratado já cumpriu com a sua obrigação e, por conseguinte, tem direito ao
pagamento, o que torna mais difícil o seu cancelamento. No caso dos restos a pagar não
liquidados, o cumprimento da obrigação pelo credor não foi atestado, portanto, há maiores
possibilidades de cancelamento.
Gabarito: C

9. (FGV/2018/Sefin RO/Contador)
Em dezembro de 2016, uma entidade pública incorreu em despesas gerais no valor de R$
20.000. No entanto, por um erro de digitação, as despesas não foram empenhadas.
Assinale a opção que indica a conta em que a despesa deve ser evidenciada em 2017.
a) Restos a pagar.
b) Despesas de exercícios anteriores.
c) Despesas gerais.
d) Ajustes patrimoniais.
e) Provisão para despesa incorrida.
Comentários
Vejamos a definição das despesas de exercícios anteriores trazida pela Lei nº 4.320/64:
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

O enunciado traz um típico caso em que havia crédito orçamentário, saldo suficiente, mas a
despesa não foi processada na época própria. Dessa forma, a despesa deve ser reconhecida
como despesas de exercícios anteriores, conforme afirmativa B.
Gabarito: B

Suprimento de Fundos

10. (FGV/2022/Sefaz ES/Consultor – Ciências Contábeis)


De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o suprimento de
fundos pode ser utilizado
a) para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento.
b) para atender a despesas administrativas de conhecimento público.
c) na compra de ativos imobilizados a serem utilizados por setores essenciais.
d) no fracionamento de despesas que, pelo elevado montante, não puderam ser
atendidas em uma parcela.
e) na compra de itens necessários para a continuidade de serviços.
Comentários
Como o enunciado trata do MCASP, vamos aproveitar a questão para ver a sua literalidade:

O suprimento de fundos deve ser utilizado nos seguintes casos:


a. Para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais,
que exijam pronto pagamento;
b. Quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em
regulamento; e
c. Para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor,
em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em ato normativo próprio.

A alternativa A traz uma das hipóteses de suprimento de fundos e, portanto, é o gabarito.


Gabarito: A
11. (FGV/2022/MPE GO/Analista Contábil)
O suprimento de fundos constitui uma despesa orçamentária. No momento da liquidação,
no enfoque patrimonial, observam-se os seguintes efeitos:
a) diminuição no ativo e diminuição no passivo.
b) diminuição no ativo e diminuição no patrimônio líquido.
c) aumento no ativo e aumento no passivo.
d) aumento no passivo e diminuição no patrimônio líquido.
e) diminuição no passivo e aumento no patrimônio líquido.
Comentários
Como vimos em nosso roteiro de revisão, no momento da liquidação o lançamento é o
seguinte:
Natureza da informação: patrimonial
Débito – Ativo: Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros
Crédito – Passivo: Outras Obrigações de Curto Prazo – Suprimento de Fundos
Natureza da informação: orçamentária
Débito – Crédito Empenhado a Liquidar
Crédito – Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
Como o ativo aumenta a débito e o passivo aumenta a crédito, no momento da liquidação,
temos um aumento no ativo e um aumento no passivo, sendo a letra C o gabarito.
Gabarito: C

12. (FGV/2018/Câmara Municipal de Salvador/Analista - Financeiro)


O suprimento de fundos é um adiantamento de valores a um servidor para futura
prestação de contas.
Uma das características do suprimento de fundos é:
a) atender a despesas de grande vulto, assim entendidas aquelas cujo valor possa
ultrapassar o limite estabelecido;
b) atender a despesas contínuas, inclusive em viagem e com serviços especiais;
c) ser concedido a responsável por, no máximo, três suprimentos;
d) atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento;
e) atender a despesa que não deva ser realizada em caráter sigiloso e, também, não se
enquadre como pronto pagamento.
Comentários
Corrigindo as alternativas:
a) atender a despesas de grande pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor
possa não ultrapassar o limite estabelecido;
b) atender a despesas contínuas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais;
c) ser concedido a responsável por, no máximo, três dois suprimentos;
d) atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento; Gabarito
e) atender a despesa que não deva ser realizada em caráter sigiloso e, também, não ou se
enquadre como pronto pagamento.
Gabarito: D
QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO
Perguntas
1) Quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar?

2) O que diferencia os restos a pagar processados dos não processados?

3) Como é possível calcular o valor dos restos a pagar processados inscritos no


exercício?

4) Como é possível calcular o valor dos restos a pagar não processados inscritos no
exercício?

5) Caso o empenho de uma despesa que tenha sido inscrita em restos a pagar tenha
sido feito por estimativa, como deverá se proceder caso o valor real da despesa seja
superior ao inscrito?

6) O pagamento dos restos a pagar é uma despesa orçamentária ou


extraorçamentária?

7) Suponha que tenham sido empenhados R$ 100 mil em uma despesa


orçamentária, mas R$ 20 mil foram inscritos em restos a pagar. No Balanço Financeiro,
isso poderá acarretar uma distorção, pois foram pagos R$ 80 mil e a despesa
orçamentária foi R$ 100 mil. Para compensar essa diferença, o que deverá ser feito em
relação aos restos a pagar inscritos no exercício?

8) Suponha que o material referente a uma compra tenha sido entregue no exercício
em que ocorreu o empenho, contudo, em 31/12 a despesa encontrava-se em fase de
verificação do direito adquirido pelo credor. Nesse caso, como serão classificados
esses restos a pagar não processados?
9) Suponha que no final do exercício houve o empenho relacionado à compra de um
bem, contudo, este foi entregue em fevereiro do ano seguinte. Nesse caso, como serão
classificados os restos a pagar não processados?

10) As despesas de exercícios anteriores são empenhadas no exercício corrente ou no


exercício em que ocorreu o fato gerador?

11) Quais os três casos que a legislação prevê que acarretam o reconhecimento de
despesas de exercícios anteriores?

12) O orçamento deve conter uma dotação específica para despesas de exercícios
anteriores?

13) No que consiste o suprimento de fundos?

14) No momento da concessão do suprimento, ele percorre quais etapas da despesa


orçamentária?

15) No momento da concessão do suprimento, é reconhecida uma despesa sob a ótica


patrimonial?

16) Quais os três casos previstos no Decreto nº 93.872/86 para suprimento de


fundos?

17) Por quantos suprimentos um mesmo servidor poderá ser responsável?

18) Em que caso se permite a concessão de suprimento para um servidor que tenha a
seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir?

19) Caso um responsável restitua o valor de um suprimento de fundos no mesmo


exercício em que o recebeu, como deverá ser reconhecida a entrada desse valor?
20) Caso um responsável restitua o valor de um suprimento de fundos no exercício
seguinte ao que o recebeu, como deverá ser reconhecida a entrada desse valor?

Perguntas com respostas


1) Quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar?
As que foram regularmente empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro do exercício
vigente.
2) O que diferencia os restos a pagar processados dos não processados?
A liquidação. Os restos a pagar processados já foram liquidados, ao passo que os não
processados ainda não.
3) Como é possível calcular o valor dos restos a pagar processados inscritos no
exercício?
Restos a Pagar Processados = Despesas Liquidadas – Despesas Pagas
4) Como é possível calcular o valor dos restos a pagar não processados inscritos no
exercício?
Restos a Pagar Não Processados = Despesas Empenhadas – Despesas Liquidadas
5) Caso o empenho de uma despesa que tenha sido inscrita em restos a pagar tenha
sido feito por estimativa, como deverá se proceder caso o valor real da despesa seja
superior ao inscrito?
A diferença deverá ser empenhada como despesas de exercícios anteriores.
6) O pagamento dos restos a pagar é uma despesa orçamentária ou
extraorçamentária?
Despesa extraorçamentária.
7) Suponha que tenham sido empenhados R$ 100 mil em uma despesa
orçamentária, mas R$ 20 mil foram inscritos em restos a pagar. No Balanço Financeiro,
isso poderá acarretar uma distorção, pois foram pagos R$ 80 mil e a despesa
orçamentária foi R$ 100 mil. Para compensar essa diferença, o que deverá ser feito em
relação aos restos a pagar inscritos no exercício?
Para compensar essa despesa orçamentária não paga, os restos a pagar inscritos no
exercício devem ser considerados ingressos extraorçamentários.
8) Suponha que o material referente a uma compra tenha sido entregue no exercício
em que ocorreu o empenho, contudo, em 31/12 a despesa encontrava-se em fase de
verificação do direito adquirido pelo credor. Nesse caso, como serão classificados
esses restos a pagar não processados?
Como restos a pagar não processados em liquidação.
9) Suponha que no final do exercício houve o empenho relacionado à compra de um
bem, contudo, este foi entregue em fevereiro do ano seguinte. Nesse caso, como serão
classificados os restos a pagar não processados?
Como restos a pagar não processados a liquidar.
10) As despesas de exercícios anteriores são empenhadas no exercício corrente ou no
exercício em que ocorreu o fato gerador?
São empenhadas no exercício corrente.
11) Quais os três casos que a legislação prevê que acarretam o reconhecimento de
despesas de exercícios anteriores?
Despesas que não tenham se processado em época própria, restos a pagar com prescrição
interrompida e compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício.
12) O orçamento deve conter uma dotação específica para despesas de exercícios
anteriores?
Sim.
13) No que consiste o suprimento de fundos?
Consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal
de aplicação.
14) No momento da concessão do suprimento, ele percorre quais etapas da despesa
orçamentária?
No momento da concessão, ele percorre as etapas de empenho, liquidação e pagamento.
15) No momento da concessão do suprimento, é reconhecida uma despesa sob a ótica
patrimonial?
Não. A variação patrimonial diminutiva ocorre somente no momento da prestação de contas
pelo suprido.
16) Quais os três casos previstos no Decreto nº 93.872/86 para suprimento de
fundos?
Despesas eventuais que exijam pronto pagamento, despesa que deva ser feita em caráter
sigiloso e despesas de pequeno vulto.
17) Por quantos suprimentos um mesmo servidor poderá ser responsável?
Até dois.
18) Em que caso se permite a concessão de suprimento para um servidor que tenha a
seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir?
Quando não houver outro servidor na repartição.
19) Caso um responsável restitua o valor de um suprimento de fundos no mesmo
exercício em que o recebeu, como deverá ser reconhecida a entrada desse valor?
Como anulação de despesa.
20) Caso um responsável restitua o valor de um suprimento de fundos no exercício
seguinte ao que o recebeu, como deverá ser reconhecida a entrada desse valor?
Como receita orçamentária.
LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS

Restos a Pagar e Despesas de Exercícios Anteriores

1. (FGV/2021/TJ RO/Técnico Judiciário)


Na execução do orçamento público, as receitas e as despesas são processadas em
estágios. Suponha que em um dado exercício financeiro uma despesa tenha registrado
apenas o comprometimento do crédito orçamentário, sem cumprir os demais estágios.
Ao final do exercício, essa despesa:
a) deverá ser cancelada;
b) será inscrita em restos a pagar processados;
c) será classificada como despesa em liquidação;
d) será transferida para o próximo exercício financeiro;
e) poderá ser inscrita em restos a pagar não processados.

2. (FGV/2021/Câmara Municipal de Aracaju/Contador)


Para se apurar o valor total a ser inscrito em restos a pagar ao final de um exercício
financeiro, deve-se subtrair o valor do montante pago do total de despesas:
a) autorizadas;
b) empenhadas;
c) em liquidação;
d) liquidadas;
e) processadas.

3. (FGV/2019/DPE-RJ/Técnico – Ciências Contábeis)


A distinção dos restos a pagar em processados e não processados baseia-se no
cumprimento dos estágios de execução da despesa pública e tem impactos no
reconhecimento patrimonial da obrigação correspondente.
Em geral, quando não se tratar de situações especiais, para que sejam reconhecidos
como obrigação patrimonial, os restos a pagar devem se referir a despesas classificadas
como:
a) empenhadas a liquidar, apenas;
b) empenhadas em liquidação, apenas;
c) liquidadas, apenas;
d) liquidadas ou empenhadas a liquidar;
e) liquidadas ou empenhadas em liquidação.

4. (FGV/2021/IMBEL/Analista de Orçamento)
Assinale a opção que indica a existência de restos a pagar processados nas
demonstrações de uma entidade pública.
a) A despesa foi empenhada e cancelada.
b) A despesa foi liquidada, mas não paga.
c) A despesa foi paga, mas não realizada.
d) A despesa foi orçada, mas não empenhada.
e) A despesa foi empenhada, mas não liquidada.

5. (FGV/2019/TJ CE/Técnico Judiciário)


Ao iniciar o exercício financeiro, o orçamento de um ente era de R$ 15 milhões, conforme
dados do quadro a seguir, em milhares de reais.

Dotação Inicial Créditos Adicionais


Despesas Correntes 11.000,00 800,00
Despesas de Capital 4.000,00 500,00

Sabe-se que 10% da dotação atualizada para despesa de capital foi contingenciada no
início do segundo semestre. Ao final do exercício financeiro, apurou-se que 90% das
despesas correntes e a dotação disponível de despesas de capital foram empenhadas;
além disso, 90% dos empenhos foram liquidados e 15% desses ficou pendente de
pagamento.
Considerando as informações fornecidas, o valor total, em milhares de reais, das despesas
a serem inscritas em restos a pagar não processados corresponde a:
a) 1.390,00;
b) 1.467,00;
c) 1.512,00;
d) 1.980,45;
e) 3.447,45.

6. (FGV/2021/TJ RO/Analista Judiciário - Administrador)


No encerramento de um exercício financeiro, após apurar o cumprimento dos estágios de
execução da receita e da despesa, é correto afirmar, de acordo com as disposições da Lei
de Responsabilidade Fiscal, que a inscrição de despesas em restos a pagar:
a) é vedada no último ano de mandato;
b) é vedada quando se tratar de despesas decorrentes de créditos adicionais
extraordinários;
c) está limitada ao montante de despesas empenhadas;
d) está limitada ao montante de despesas liquidadas;
e) pode ser feita com recursos da contratação de novas operações de crédito.

7. (FGV/2022/TCU/Auditor Federal de Controle Externo)


Um estado cujo governador estava no último ano de seu mandato apresentava os
seguintes saldos no final do exercício financeiro:
Receita Corrente: R$ 2.600.000;
Receita de Capital: R$ 400.000;
Disponibilidade de caixa: R$ 2.000.000;
Despesas empenhadas a liquidar: R$ 1.700.000;
Despesas empenhadas e liquidadas a pagar: R$ 1.500.000.
Na data, o valor inscrito como Restos a Pagar era de:
a) R$ 1.500.000;
b) R$ 1.700.000;
c) R$ 2.000.000;
d) R$ 3.000.000;
e) R$ 3.200.000.
8. (FGV/2022/CGU/Auditor Federal de Finanças e Controle)
Sob a ótica da dimensão política, o orçamento sedimenta disputas pelos recursos
públicos. Por conta desses conflitos, torna-se essencial a utilização dos instrumentos de
transparência durante a execução orçamentária, devendo-se conciliá-los com os
mecanismos retificadores do orçamento, a fim de evitar a desfiguração das previsões
orçamentárias aprovadas pelo Poder Legislativo.
A partir dessa perspectiva, é correto afirmar que:
a) o regime jurídico da execução das despesas orçamentárias, previsto na Lei nº
4.320/1964, está em consonância com o princípio contábil da competência, uma vez que
define a fase do empenho como o fato gerador da despesa orçamentária, ocasião em que
se dá o efetivo recebimento dos serviços, o consumo dos materiais ou o uso dos bens;
b) o pagamento dos Restos a Pagar não constitui um ato extraorçamentário porque,
independentemente de sua execução financeira ocorrer em um exercício posterior, a
efetiva inscrição dos Restos a Pagar ocorreu no exercício vigente;
c) o mecanismo da “rolagem orçamentária” contribui para a descaracterização do
orçamento previamente aprovado pelo Poder Legislativo, o que pode vir a comprometer
a capacidade de pagamento do ente federativo em exercícios futuros, caso haja a
inscrição excessiva em Restos a Pagar;
d) como o resultado primário é calculado com base nas despesas empenhadas no
exercício, a inscrição em Restos a Pagar acaba por se tornar um mecanismo inócuo para o
atingimento da meta de resultado fiscal prevista no Anexo de Metas Fiscais da LDO;
e) no que se refere à prática do cancelamento de Restos a Pagar, é indiferente que estes
sejam “processados” ou “não processados”, pois, em ambos os casos, o contratado já
cumpriu com a sua obrigação e tem, por conseguinte, direito subjetivo ao pagamento

9. (FGV/2018/Sefin RO/Contador)
Em dezembro de 2016, uma entidade pública incorreu em despesas gerais no valor de R$
20.000. No entanto, por um erro de digitação, as despesas não foram empenhadas.
Assinale a opção que indica a conta em que a despesa deve ser evidenciada em 2017.
a) Restos a pagar.
b) Despesas de exercícios anteriores.
c) Despesas gerais.
d) Ajustes patrimoniais.
e) Provisão para despesa incorrida.
Suprimento de Fundos

10. (FGV/2022/Sefaz ES/Consultor – Ciências Contábeis)


De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o suprimento de
fundos pode ser utilizado
a) para atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento.
b) para atender a despesas administrativas de conhecimento público.
c) na compra de ativos imobilizados a serem utilizados por setores essenciais.
d) no fracionamento de despesas que, pelo elevado montante, não puderam ser
atendidas em uma parcela.
e) na compra de itens necessários para a continuidade de serviços.

11. (FGV/2022/MPE GO/Analista Contábil)


O suprimento de fundos constitui uma despesa orçamentária. No momento da liquidação,
no enfoque patrimonial, observam-se os seguintes efeitos:
a) diminuição no ativo e diminuição no passivo.
b) diminuição no ativo e diminuição no patrimônio líquido.
c) aumento no ativo e aumento no passivo.
d) aumento no passivo e diminuição no patrimônio líquido.
e) diminuição no passivo e aumento no patrimônio líquido.

12. (FGV/2018/Câmara Municipal de Salvador/Analista - Financeiro)


O suprimento de fundos é um adiantamento de valores a um servidor para futura
prestação de contas.
Uma das características do suprimento de fundos é:
a) atender a despesas de grande vulto, assim entendidas aquelas cujo valor possa
ultrapassar o limite estabelecido;
b) atender a despesas contínuas, inclusive em viagem e com serviços especiais;
c) ser concedido a responsável por, no máximo, três suprimentos;
d) atender a despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento;
e) atender a despesa que não deva ser realizada em caráter sigiloso e, também, não se
enquadre como pronto pagamento.
GABARITO

7. C
1. E
8. C
2. B
9. B
3. E
10. A
4. B
11. C
5. B
12. D
6. C
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Possati, G. Contabilidade Pública. Estratégia Concursos.
Mendes, S. Administração Financeira e Orçamentária. Estratégia concursos.
STN (2021). Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público 9ª edição.
STN (2021). Manual Técnico do Orçamento 2022
Giacomoni, J. (2017). Orçamento Público

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