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LUCRO REAL

Lucro real é o lucro líquido do período (Lucro da DRE) de apuração antes da provisão para o
IRPJ, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação do IRPJ.

PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL


Todas as pessoas jurídicas podem optar, sendo que algumas delas são obrigadas a esse regime,
conforme pelo menos um dos itens abaixo:
- Cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior ao limite de R$
78.000.000,00; ou de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo
número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses;
- Atividades financeiras e equiparadas, empresas de seguros privados e de capitalização e
entidades de previdência privada aberta;
- Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
- Que autorizadas pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos a isenção ou
redução do IRPJ, calculados com base no lucro da exploração;
- Que no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do Imposto de Renda
pelo regime de estimativa;
- Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de créditos, seleção de riscos, administração de contas a pagar
e receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação
de serviços (factoring);
- Empresas que exploram atividade imobiliária que possuem em seus registros contábeis custo
do orçado do imóvel vendido para conclusão das obras ou dos melhoramentos a que
contratualmente ficaram obrigadas a realizar.
PERÍODO DE APURAÇÃO
TRIMESTRAL - (art. 1° da Lei n° 9.430/96). O período de apuração encerra-se em:

- 31 de março
- 30 de junho
- 30 de setembro e,
- 31 de dezembro.
● IRPJ trimestral real => 30/04, 30/07, 30/10 e 30/01 (DARF e DCTF) (art. 232 do
RIR/99)

ANUAL - O período de apuração encerra-se em 31 de dezembro. Nesse caso, a empresa deverá


antecipar o imposto devido em 31 de dezembro pelo pagamento, em cada mês, por estimativa.
OPÇÃO - efetuada no primeiro pagamento do imposto e irretratável para todo o ano calendário
(art. 17 da IN SRF n° 93/1997).

IMPOSTOS DO LUCRO REAL


PIS = 1,65%
COFINS = 7,6 %
IR = 15% + Adicional IR 10% da parcela que exceder R$ 20.000,00 mensal (R$ 60.000,00
trimestral ou R$ 240.000,00 anual)
CSLL = 9%

LUCRO REAL TRIMESTRAL


Cada trimestre é um período distinto de apuração e deverá ser elaborada a escrituração contábil
com base na lei comercial e fiscal, inclusive com preenchimentos dos livros:
LACOS – Livro de Apuração da Contribuição Social;
LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real parte A e parte B de ambos, no final de cada
trimestre de apuração.
No lucro real trimestral
a) o lucro de cada trimestre não compensa prejuízo de trimestres posteriores, sendo lucro
definitivo para fins de tributação.
b) Os prejuízos fiscais de cada trimestre podem ser compensados com lucros de trimestres
posteriores, respeitando-se o limite dos 30% estabelecidos na legislação fiscal.
Exemplo: EMPRESA VISÃO DO FUTURO - Lucro Real Trimestral – Situação A
Lucro Real - Período Trimestral
Dados 1 Trimestre 2 Trimestre 3 Trimestre 4 Trimestre Soma
Lucro - 80.000,00 - 50.000,00 90.000,00 30.000,00 - 10.000,00
Compensação - - - 27.000,00 - 9.000,00  
Base de Cálculo - 80.000,00 - 50.000,00 63.000,00 21.000,00  
IR 0 0 9.450,00 3.150,00 12.600,000
Adicional IR 300,00 0 300,00
Total IR 9.750,00 3.150,00 12.900,00

EMPRESA VISÃO DO FUTURO - Lucro Real Trimestral – Situação B


Lucro Real - Período Trimestral
Dados 1 Trimestre 2 3 Trimestre 4 Soma
Trimestre Trimestre
Lucro 80.000,00 50.000,00 - 100.000,00 - 40.000,00 - 10.000,00
Compensação 0 0 0 0
Base de Cálculo 80.000,00 50.000,00 - 100.000,00 - 40.000,00  
IR 12.000,00 7.500,00 - - 19.500,00
Adicional IR 2.000,00 0 - - 2.000,00
Total IR 14.000,00 7.500,00 - - 21.500,00
LUCRO REAL ANUAL
Nessa opção, é considerado o mês de forma independente para a obtenção e recolhimento do
imposto, sendo este(s) valor(s) considerado(s) antecipação (s) do devido.
Nota:
O IR mensal deverá/poderá ser pago sobre:
a) o lucro estimado mensal, ou
b) o lucro real mensal acumulado, levantado no balanço ou no balancete, que poderá
suspender ou reduzir o pagamento do IRPJ (art.221 a 231 do RIR/99)
Nota: A opção da escolha da forma de pagamento será irretratável para todo o ano calendário.
Data da opção: IRPJ mensal estimado
● 28/02 - DARF e DCTF (Dec. Débitos e Créditos Tributários Federais)

a) Apuração IR Mensal Estimado


Como apurar:
● Identificar a atividade operacional da empresa
● Aplicar o % específico sobre a atividade (utilizar tabela do Lucro Presumido)
Exemplo:
Vamos supor que no mês de janeiro a empresa tenha auferido as seguintes receitas:

Cálculo do IRPJ - Estimativa


  R$ % B.C.
Receita Bruta de Vendas de Mercadorias 310.000,00 8 24.800,00
3
Receita Bruta de Prestação de Serviços 250.000,00 2 80.000,00
Total da B.C. 104.800,00
(+) Receitas Financeiras 4.385,00
(+) Ganho de Capital 77.100,00
Total da B.C. 186.285,00
IR (15%) 27.942,75
Adicional (10%) 16.628,50
Total IR 44.571,25
 
Cálculo do CSLL - Estimativa
  R$ % B.C.
1
Receita Bruta de Vendas de Mercadorias 310.000,00 2 37.200,00
3
Receita Bruta de Prestação de Serviços 250.000,00 2 80.000,00
Total da B.C. 117.200,00
(+) Receitas Financeiras 4.385,00
(+) Ganho de Capital 77.100,00
Total da B.C. 198.685,00
CSLL (9%) 17.881,65

b) APURAÇÃO DO LUCRO REAL COM BASE EM BALANCETES DE


SUSPENSÃO OU REDUÇÃO DO IMPOSTO
A empresa poderá reduzir ou suspender o pagamento do IR e da CSLL, desde que demonstre,
através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do
imposto, inclusive adicional (art. 2º da Lei 9430/96) da seguinte forma:

Redução do Imposto
A redução ocorre quando a empresa, em um determinado mês, demonstra que o valor apurado
do imposto menos o valor já pago durante o período acumulado é inferior ao cálculo pela
estimativa como base na receita, como citado no item “a”.
Exemplo:
Valor do Imposto devido com base nos percentuais aplicado sobre a Receita no mês de junho =
R$ 30.000,00
Valor do Imposto apurado com base no balancete acumulado de jan a jun. = R$ 40.000,00
Valor do imposto pago, retido ou compensado de jan a jun. = R$ 25.000,00
Saldo a pagar no mês de junho (40.000,00- 25.000,00) = R$ 15.000,00
Se a optar pelo balancete de redução haverá um desembolso de apenas R$ 15.000,00, ao invés
de R$ 30.000,00.

Balancete de Suspensão (Prejuízo)


A suspensão do recolhimento do imposto ocorre quando a empresa demonstra através de
balancete que em um determinado mês, o resultado acumulado de janeiro até esse mês, resultou
em prejuízo fiscal, inexistindo imposto a pagar, como exemplo:
Prejuízo contábil de R$ 150.320,00, conforme balancete contábil levantado em 30/jun.
(resultado acumulado de janeiro a junho)
Adições ao lucro real ► R$ 30.150,00
Prejuízo fiscal ► 150.320,00 – 30.150,00 = 120.170,00
Como houve prejuízo fiscal no mês de junho (resultado acumulado de janeiro a junho), não há
IRPJ nem CSSL a recolher neste mês, sendo necessário apenas a transcrição do Prejuízo no
LALUR e manter balancete no Diário Contábil, comprovante o resultado.
A outra forma de suspensão do recolhimento do imposto e da contribuição social ocorre quando
a empresa demonstra através de balancete, com resultado acumulado, que os valores pagos nos
meses anteriores são superiores ao valor do imposto apurado nesse mês, como exemplo:
No Balancete do mês julho, que contempla o resultado acumulado de janeiro a julho, apurou-se
um imposto a pagar de R$ 35.000,00, porém nos meses de janeiro a junho a empresa já recolheu
imposto no valor de R$ 40.000,00, ou seja, R$ 5.000,00 a mais do que o devido, com isso
poderá suspender o pagamento em julho.
Observação:
- O mesmo critério adotado para o cálculo do IR a deverá ser adotado para a CSLL;
- O balancete utilizado para suspender ou reduzir deverá ser transcrito no Livro Diário (art. 12,
§ 5º, da IN SRF 93/97) e no Livro LALUR transcrever a apuração do resultado (art. 13 IN SRF
93/97).
- Base legal artigos 10 a 16 da IN SRF nº 93/97.

ADIÇÕES, EXCLUSÕES E COMPENSAÇÕES

O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração, obtido na
escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e demonstrado no Lalur,
observando-se que:
1) adições ao lucro líquido: custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e
quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam dedutíveis na
determinação do lucro real (exemplos: resultados negativos de equivalência patrimonial; custos
e despesas não dedutíveis); os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser
computados na determinação do lucro real (exemplos: ajustes decorrentes da aplicação dos
métodos dos preços de transferência; lucros auferidos por controladas e coligadas domiciliadas
no exterior);
2) exclusões do lucro líquido: valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e
que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração
(exemplo: depreciação acelerada incentivada); os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer
outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária,
não sejam computados na determinação do lucro real (exemplos: resultados positivos de
equivalência patrimonial; dividendos);
3) compensações (total ou parcialmente): prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores,
( limite máximo 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação
tributária. O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real de períodos
anteriores e registrado no Lalur (Parte B)

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