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Exclusão do ICMS-Difal da base do PIS e da Cofins

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) vem reforçando o entendimento majoritário


de que o ICMS-Difal (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – Diferencial de
Alíquota) deve ser excluído da base de cálculo do PIS (Programa de Integração Social) e da
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). De modo geral, esse
posicionamento tem despertado o interesse de diversos contribuintes que têm ajuizado ações
buscando a exclusão específica do ICMS-Difal.

Entendimento do TRF3: exclusão do ICMS-Difal da base do PIS e da Cofins

O ICMS-Difal refere-se ao diferencial de alíquota aplicado nas operações interestaduais


destinadas a consumidores finais não contribuintes do imposto. De forma sucinta, isso
compreende a diferença entre a alíquota interna do estado de destino, onde está localizado o
consumidor final, e a alíquota interestadual do estado remetente.

Contudo, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n° 87/2015 e o Convênio ICMS


93/2015, houve a alteração na distribuição do ICMS-Difal. Assim, fazendo com que o estado de
destino passasse a receber o valor correspondente à diferença de alíquotas.

Além disso, um aspecto relevante é que a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS-Difal é


do contribuinte localizado no estado de origem. No entanto, há divergências sobre a inclusão
desse imposto na base de cálculo do PIS e da Cofins.

De modo geral, o TRF3 tem se alinhado com a interpretação de que, assim como o ICMS
normal, o ICMS-Difal não deve compor a receita ou o faturamento. No entanto, a Receita
Federal defende que o ICMS-Difal deve integrar a base de cálculo das contribuições PIS e
Cofins. Assim, tanto na sistemática cumulativa quanto na sistemática não-cumulativa.

Em resumo, ao avaliar as solicitações de exclusão do ICMS-Difal, o TRF3 tem concedido


autorização para a exclusão de maneira coerente com a abordagem aplicada ao ICMS
calculado através do método de débito e crédito. Resumidamente, esse posicionamento foi
destacado em diferentes julgados:

Julgado 1: “DIREITO CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ICMS-DIFAL.


BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS.”

Nesse julgamento, o TRF3 enfatizou a importância do entendimento consolidado pelo Supremo


Tribunal Federal (STF) no RE 574.706 quanto à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e
da Cofins.

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Desse modo, o tribunal ressaltou que os contribuintes que já discutiam essa questão até
15/03/2017 têm direito à retroatividade da decisão do STF, enquanto aqueles que iniciaram a
discussão após essa data têm direito ao ressarcimento do indébito fiscal apenas para o período
posterior a ela.

Julgado 2: “AGRAVO. TRIBUTÁRIO. APRECIAÇÃO DOS ACLARATÓRIOS NO RE 574.706.”

Neste caso, o TRF3 reforçou que o ICMS-ST (Substituição Tributária) retido e recolhido pela
empresa substituta não deve integrar as bases de cálculo do PIS e da Cofins. Além disso, o
tribunal também enfatizou que o ICMS-Difal, assim como o ICMS-ST, não deve compor as
bases de cálculo das contribuições.
Contudo, em ambos os julgados, o TRF3 reconheceu a natureza do ICMS-Difal. Desse modo,
destacou como um valor a ser excluído da base de cálculo do PIS e da Cofins. Assim,
alinhando-se com o entendimento do STF.

Respaldo jurídico para ações que envolvam o ICMS-Difal

Certamente, o posicionamento do TRF3 sobre a exclusão do ICMS-Difal da base de cálculo do


PIS e da Cofins tem se mostrado alinhado com as decisões do STF.

Dessa forma, a compreensão de que esse imposto não deve compor as bases de cálculo das
contribuições é respaldada. Visto os diversos julgados que reforçam a necessidade de afastar
esse valor dos cálculos das contribuições, de acordo com a interpretação da matriz
constitucional.

Em suma, esse entendimento traz um importante respaldo jurídico aos contribuintes que
buscam a exclusão do ICMS-Difal da base de cálculo do PIS e da Cofins, oferecendo um norte
seguro para suas ações judiciais.

Fonte: Boa informação

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