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Exclusão do ICMS do PIS/COFINS

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Olá, Caríssimo(a)!
Hoje eu quero trabalhar com você uma retrospectiva daquela
tese tributária que eu considero de maior importância para ter no
portfólio de serviços do seu escritório de advocacia: a exclusão
do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
da base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS).

A magnitude desta tese está nos altos valores, em regra,


envolvidos nas restituições. Por vezes, pode-se chegar a cifras
milionárias, que, certamente, servirão para trazer às empresas
um incremento importante de capital a ser investido. Além disso,
a tese possui alto grau de segurança, já que há repercussão geral
julgada a favor dos contribuintes.

A tese em comento é discutida em nosso Judiciário a mais de


vinte anos, desde 1998. De forma reiterada a matéria era levada
ao STJ, experimentando os contribuintes diversas derrotas nesta
Corte. Finalmente a matéria foi levada a julgamento pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), no RE 574.706. A seguir uma
breve linha do tempo deste Recurso Extraordinário:
2006
a
2008
01/12/2006
A IMCOPA - Importação, Exportação e
Indústria de Óleos S/A impetrou Mandado de
Segurança contra ato do Delegado da Receita 28/02/2007
Federal em Curitiba, para pleitear a exclusão
do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, Proferida sentença com resolução de mérito.
bem como a restituição dos valores pagos
indevidamente. “Diante do exposto, reconheço a prescrição
das parcelas recolhidas anteriormente a
Os autos foram distribuídos eletronicamente 01.12.2001 e, com fulcro no artigo 1º da Lei nº
para o Juízo da 6ª Vara Fazendária de Curitiba 1.533/51 e art. 269, I, do CPC, julgo procedente
o pedido, e concedo a segurança pleiteada,
para reconhecer o direito da impetrante de
excluir da base de cálculo da COFINS e do
PIS a parcela relativa ao ICMS destacado da
nota fiscal, bem como para declarar seu
direito de compensar os valores
indevidamente recolhidos a esse título,
observada a prescrição mencionada acima,
com tributos e contribuições sob

23/03/2007 administração da Secretaria da Receita


Federal, corrigidos pela SELIC, na forma da
fundamentação. Por conseguinte, não deve a
A Procuradoria da Fazenda Nacional
autoridade impetrada lançar e exigir da
apresentou seu recurso de Apelação /
impetrante os valores discutidos no presente
Reexame Necessário.
feito”.
17/07/2007
A 2ª Turma do TRF da 4ª Região deu
provimento ao apelo para firmar a seguinte
tese: “O ICMS integra a base de cálculo da
contribuição para o PIS e da COFINS”.

05/10/2007
A IMCOPA ajuizou seu Recurso
Extraordinário, que foi distribuído e autuado
sob o número 574.706.

25/04/2008
O STF reconheceu a existência de
repercussão geral no tema debatido.
2017

15/03
Em sede de repercussão geral o Supremo, ao
julgar o RE 574.706, de relatoria da Ministra
Cármen Lúcia, firmou a tese de que “O ICMS
não compõe a base de cálculo para a
incidência do PIS e da Cofins".

É importante destacar que o julgamento


feito pelo STF foi conceitual, definindo
uma tese de inconstitucionalidade,
qualquer que seja a lei envolvida.

31/03
A Receita Federal (RFB) publicou a Solução de
Consulta DISIT/SRRF06 nº 6.012, de 31 de
março de 2017, dizendo da continuidade da
cobrança indevida, até manifestação da
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) no sentido de que haja a paralisação
da exigência do tributo (PIS/COFINS) sobre o
valor bruto das arrecadações mensais das
empresas.
02/10
Publicação do acórdão do RE 574.706.

31/10
A PGFN opôs Embargos de Declaração ao
acórdão com repercussão geral julgada.
No acórdão a PGFN sustenta dois pedidos
principalmente: (1) definição de que o ICMS
abatido seja apenas aquele efetivamente
pago; e (2) modulação dos efeitos da decisão.

Em relação ao primeiro pedido, a discussão


envolvida é acerca de qual ICMS poderá ser
restituído: o destacado nas notas de compra
ou o efetivamente pago. A PGFN argumenta
que o ICMS a ser restituído é o efetivamente
pago pelo contribuinte. Todavia, o STF já se
manifestou no RE 574.706 que o ICMS a ser
considerado deve ser o destacado nas notas
fiscais.

Quanto ao segundo pedido, entendo que seu


prognóstico de acolhimento é baixo, o
considero como uma inovação de pedido em
sede de Embargos de Declaração, o que não é
permitido pelo nosso ordenamento jurídico.
2018
03/04
A 1ª Turma do STF analisou 25 (vinte e cinco)
processos e, por unanimidade, reafirmou o
entendimento de que o ICMS, por não compor
faturamento ou receita bruta das empresas,
deve ser excluído da base de cálculo do PIS e
da Cofins. Além disso, o STF aplicou multa aos
agravos da Fazenda Nacional, entendendo
serem atos protelatórios.

10/04
A 1ª Turma do Supremo voltou a multar a
Fazenda Pública por querer adiar o
cumprimento do que foi decidido pela corte
em sede de repercussão geral. Ao analisar os
novos agravos a 1ª Turma reafirmou o
entendimento de que o ICMS, por não compor
faturamento ou receita bruta das empresas,
deve ser excluído da base de cálculo do PIS e
da COFINS.

13/10
A Receita emitiu a Solução de Consulta Interna
COSIT n° 13. De acordo com a RFB, para o
cumprimento das decisões judiciais
transitadas em julgado que chegarem ao
órgão, será considerado para fins de
restituição os valores do ICMS efetivamente
pagos pelo contribuinte. Essa manifestação da
RFB vai de encontro com aquela pontuada pelo
STF no julgamento do RE 574.706.
2019

04/06
O MPF manifestou-se nos autos, pugnando
pelo deferimento parcial dos embargos de
declaração da PGFN.
Argumenta a PGR não ser caso de reforma do
julgado por inexistir obscuridade, inclusive no
que diz respeito à utilização do ICMS
destacado. Mas, em relação ao pedido de
modulação dos efeitos da decisão, a PGR
manifesta-se favorável ao seu deferimento,
sob a argumentação de que a adoção de
efeitos futuros é necessária para que não se
verifique um grande prejuízo às contas
públicas. Nesse sentido, assim se manifestou:
“(...) 5. Os embargos declaratórios podem e
devem ser acolhidos para que se proceda à 03/07
modulação dos efeitos do julgado. O acórdão
traz em si impacto e abrangência que A Ministra Relatora liberou o recurso para
impõem seja sua eficácia lançada pro futuro, inclusão na pauta de julgamento.
com efeitos ex nunc. 6. A tese fixada em
repercussão geral – com eficácia vinculante e
efeitos ultra partes – produz importante
modificação no sistema tributário brasileiro,
alcança um grande número de transações
fiscais e pode acarretar grave impacto nas 17/09
contas públicas. (...)”.
Publicada a inclusão dos Embargos de
Declaração do RE 574.706 na pauta de
julgamento do dia 05/12/2019.
28/11
Os embargos foram excluídos do calendário de julgamento pelo Presidente do Supremo.

Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da Presidência, “O RE 574706 ED


foi retirado do calendário de julgamento pelo presidente Dias Toffoli por razões de
administração da pauta do Plenário (...)”.
Bom, seguimos aguardando o julgamento dos embargos, que eu
acredito que deve acontecer no primeiro semestre de 2020. É um
prognóstico! Mas, o que temos de certeza, por ora, é que
ganhamos um novo fôlego. Muitos estavam descrentes de
conseguir fechar contratos dada a proximidade do julgamento
dos embargos; agora, ganhamos tempo para prospectar clientes
e ajuizar as ações!

E, veja bem: a modulação dos efeitos da decisão, que até então eu


não acreditava que pudesse vir no julgado, hoje possui parecer do
MPF favorável. Claro que não há uma obrigatoriedade de
acolhimento dessa manifestação ministerial pela Suprema Corte;
mas, decerto, é uma opinião que pode ser considerada e acolhida
pelos Ministros.

Nesse cenário a minha orientação continua sendo a mesma de


antes; mas agora eu quero ser ainda mais incisivo com você: esse
é o momento para o ajuizamento das ações do PIS/COFINS! É
preciso urgência, pois se acolhida a manifestação pela
modulação, após o trânsito em julgado da decisão, não será mais
possível que os nossos clientes restituam os valores pagos
indevidamente nos últimos 5 (cinco) anos.

E, entenda: com o adiamento do julgamento previsto inicialmente


para o dia 05/12/2019, ganhamos, ao menos, um horizonte de três
meses antes da realização do julgamento para trabalhar essa
fabulosa tese (lembre-se: estamos à porta do recesso forense!),
conquistar novos clientes e garantir a restituição dos
pagamentos indevidos. Você que se interessa pelo trabalho de
recuperação de créditos tributários não pode perder essa
excelente oportunidade!

Então, nobres colegas, sigamos juntos com o nosso trabalho


social em busca da justiça fiscal!

Um forte abraço,
Marcos Relvas
Referências:

BRASIL. Receita Federal. Solução de Consulta DISIT/SRRF06 nº 6012, de 31 de março de 2017. Disponível em: <

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81786&visao=anotado >.

Solução de Consulta Interna COSIT nº 13, de 18 de Outubro de 2018. Disponível em:

<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=95936 >.

Mandado de Segurança nº 2006.70.00.030559-9. Disponível em:

<https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=200670000305599&selOrigem=PR&chkMostrarBaixa

dos=&todasfases=S&selForma=NU&todaspartes=&hdnRefId=bfdaa2f38926b2305bea0618258b9f1c&txtPalavraGerada=Gnsu&txtChave= >.

Supremo Tribunal Federal. Caso que trata do ICMS na base do PIS/Cofins é retirado da pauta da próxima quinta-feira (05). Disponível em:

<https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=431209&ori=2 >.

Recurso Extraordinário nº 574.706. Disponível em: <

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2585258&numeroProcesso=574706&classeProcesso=RE&num

eroTema=69 >.

TRF-4, Apelação em Mandado de Segurança 2006.70.00.030559-9. Disponível em:

<https://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=2006.70.00.030559-9&selOrigem=TRF&chkMostrarBa

ixados=&selForma=NU&txtDataFase=01/01/1970&hdnRefId=bfdaa2f38926b2305bea0618258b9f1c&txtPalavraGerada=Gnsu >.

Fonte das fotos:

Imagem 17/07/2007 <https://www.trf4.jus.br/trf4/memorial/paginas/institucional/48ipredios.html>

Imagem 15/03/2017 <https://www.jota.info/?pagename=paywall&redirect_to=//www.jota.info/justica/ao-vivo-sessao-do-stf-14092017-14092017>

Imagem 31/06/2017 <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/06/arrecadacao-federal-mantem-ritmo-e-sobe-57-em-maio.shtml>

Imagem 02/10/2017 -

<https://sinpfetro.com.br/cspb-entra-com-acao-contra-postergacao-de-reajustes/stf-supremo-fachada-justica-foto-divulgacao-1-e1528505009554-2/>

Imagem 31/10/2017 <http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2016/11/9/procuradoria-geral-da-fazenda-nacional-abre-seleo-com-10-vagas-para-movimentao>

Imagem 03/04/2018 <https://www.conjur.com.br/2018-abr-03/supremo-reafirma-icms-nao-compoe-base-pis-cofins>

imagem 10/04/2018 <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=356966>

Imagem 13/10/2018

<https://g37.com.br/c/receita-federal-realiza-mudancas-no-atendimento-de-servicos-pessoa-juridica-em-minas-gerais-e-em-brasilia/receita-federal-realiza-mu

dancas-no-atendimento-de-servicos-pessoa-juridica-em-minas-gerais-e-em-brasilia>

Imagem 04/06/2019 <https://www.metropoles.com/brasil/politica-br/a-pgr-se-apequenou-diz-secretario-geral-do-planalto>

Imagem 28/11/2019 <https://br.depositphotos.com/238729142/stock-photo-brasilia-brasil-aug-2018-justice.html>

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