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1o Edição
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS: ATIVIDADE TÉCNICA NO CBMSC
1ª edição
Florianópolis 2018
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS: ATIVIDADE TÉCNICA NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE C822 Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina.
SANTA CATARINA Tópicos introdutórios: atividade técnica no corpo de bombeiros
militar de santa catarina / Corpo de Bombeiros Militar de Santa
COORDENADORIA DE ENSINO - Tenente Coronel BM Charles Alexandre Vieira Catarina. Organizado por Isabel Gamba Pioner -- Florianópolis, 2018.
38 p. : il. color.
ORGANIZADORA - Major BM Isabel Gamba Pioner
AUTORES COLABORADORES - Tenente Coronel BM Jailson Osni Godinho, Capitão BM Fábio
Inclui bibliografia
Fregapani Silva, Capitão Oscar Washington Barboza Junior, 1º Tenente BM Wagner Alberto de ISBN 978-85-94257-12-3
Moraes, 2º Tenente BM Suellen Lapa Duarte e Subtenente Gilson Marins de Andrade.
REVISÃO TÉCNICA - Major BM Luiz Felipe Lemos 1. Atividade técnica. 2. Regularização de edificações 3. Sistemas
preventivos. 4. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
AUXILIAR DE REVISÃO TÉCNICA - Soldado BM Gislene Sousa da Silva Quincor I. Pioner, Isabel Gamba. II. Título.
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
CDD 363-37
PROJETO GRÁFICO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes Catalogação na publicação por Marchelly Porto CRB 14/1177 e Natalí Vicente CRB 14/1105
DIAGRAMAÇÃO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes
REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL - Designer Instrucional DE Arice Cardoso Tavares
DESIGN INSTRUCIONAL - Designer Instrucional DE Arice Cardoso Tavares e Designer Gráfico DE
Dayane Alves Lopes
ILUSTRAÇÃO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes
FOTOGRAFIA - Centro de Comunicação Social CBMSC
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
GOVERNADOR
Eduardo Pinho Moreira
SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Alceu de Oliveira Pinto Júnior
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA
COMANDO-GERAL
Coronel BM João Valério Borges
SUBCOMANDO-GERAL
Coronel BM Vanderlei Vanderlino Vidal
CHEFE DE ESTADO MAIOR
Coronel BM Alexandre Corrêa Dutra
DIRETORIA DE ENSINO
DIRETOR INTERINO DE ENSINO
Tenente Coronel BM Charles Alexandre Vieira
DIVISÃO DE PUBLICAÇÕES TÉCNICAS
Major BM Luiz Felipe Lemos
Caro Aluno(a)
Preparamos este material com muito zelo e dedicação. Nosso objetivo é que todos os integrantes do CBMSC,
independente da área de atuação, nivelem e atualizem o conhecimento na seara da segurança contra incên-
dio e pânico. A elaboração dos conteúdos foi planejada para constituir uma base teórica para compreensão
das Instruções Normativa e dos processos envolvendo a Atividade Técnica.
Esperamos que este material contribua para sua atuação e desejamos uma ótima leitura!
www Este manual é interativo, para acessar os links basta clicar Glossário: explicação de um termo de conhecimento pou-
nos mesmos. co comum.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................... 9
ATIVIDADE TÉCNICA NO CBMSC ........................................................ 9
SEÇÃO DE ATIVIDADE TÉCNICA (SAT).....................................................................12
DIRETORIA DE ATIVIDADE TÉCNICA (DAT)..............................................................15
REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES ................................................... 16
PECULIARIDADES DAS EDIFICAÇÕES E SEUS REFLEXOS NA REGULARIZAÇÃO......19
QUANTO À DATA DE CONSTRUÇÃO.......................................................................19
QUANTO À COMPLEXIDADE...................................................................................19
QUANTO AO RISCO................................................................................................21
CRITÉRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS PREVENTIVOS........ 23
TIPO DE OCUPAÇÃO............................................................................................. 23
ALTURA OU NÚMERO DE PAVIMENTOS.................................................................27
ÁREA CONSTRUÍDA................................................................................................27
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO.................................................................................... 28
RISCO DE INCÊNDIO (CARGA DE INCÊNDIO)........................................................ 28
RISCOS ESPECIAIS................................................................................................ 28
SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA VITAIS E PLENOS.............................. 29
ANÁLISE DE PROJETOS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO (PPCI)....... 29
VISTORIAS..............................................................................................................31
VISTORIA PARA HABITE-SE.................................................................................... 32
VISTORIA PARA FUNCIONAMENTO....................................................................... 33
Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC
vida das pessoas e reduzir os danos ao meio am- rança contra incêndio em edificações, contra si-
biente e ao patrimônio. As atividades técnicas são nistros em áreas de risco e de armazenagem, de
desenvolvidas pela Seção de Atividade Técnica manipulação e transporte de produtos perigo-
(SAT), em uma Organização de Bombeiro Militar, e sos, acompanhar e fiscalizar sua execução, e im-
devem seguir a doutrina determinada pela Direto- por sanções administrativas estabelecidas em lei;
ria de Atividade Técnica (DAT). IV – realizar perícias de incêndio e de áreas si-
O CBMSC é responsável pela elaboração das nistradas no limite de sua competência;
normativas, que regulamentam normas e requisi- V – colaborar com órgãos de defesa civil;
tos mínimos para a prevenção e segurança contra VI – exercer a Polícia Judiciária Militar, nos ter-
incêndio e pânico em imóveis, e pela fiscalização mos da lei federal. (SANTA CATARINA, 1989)
de seu devido cumprimento. Para efetuar esta fis-
calização é necessário realizar duas grandes ações: Existem outras legislações estaduais que refor-
a análise de projeto preventivo contra incêndio e çam as atribuições do Corpo de Bombeiros Militar
pânico e vistorias nas edificações. Além de norma- de Santa Catarina relativas à atividade técnica,
tizar e fiscalizar, a atividade técnica busca instruir como por exemplo: Lei Estadual 16.157 de 7 de
a população sobre a importância dos sistemas e Novembro de 2013 e o Decreto 1.957 de 20 de
medidas de proteção exigidos. Dezembro de 2013.
A atividade técnica está respaldada pela Cons-
tituição Estadual de Santa Catarina de 1989 que Ressalta-se que tanto a Lei 16.157/13 quanto
destaca no artigo 108 as atribuições do Corpo de o Decreto 1.957/13 impõem ao cidadão e ao
Bombeiro Militar, dentre as quais destacamos: responsável técnico responsabilidade pela se-
I - realizar os serviços de prevenção de sinis- gurança do local pelo qual são encarregados
tros ou catástrofes, de combate a incêndio e de zelar, através da adoção e manutenção dos
de busca e salvamento de pessoas e bens e o dispositivo de segurança contra incêndio e pâ-
atendimento pré-hospitalar; nico exigidos (SANTA CATARINA, 2013a).
II – estabelecer normas relativas à segurança
das pessoas e de seus bens contra incêndio,
catástrofe ou produtos perigosos;
III – analisar, previamente, os projetos de segu-
Para nós, do CBMSC, a lei 16.157/13 foi um mar- Além disso, esta Lei determina os requisitos
co, pois concretizou o Poder de Polícia Administrati- mínimos para a prevenção e segurança contra in-
va. A partir desta legislação, o CBMSC pôde aplicar cêndio e pânico.
medidas coercitivas administrativas para regularizar Os primeiros passos relativos à legislação de pre-
as edificações e torná-las seguras, tais como: adver- venção contra incêndio e pânico no Brasil, no âmbito
tências, interdições, multas, cassação de atestados federal, foram realizados em 07 de março de 2017,
e embargos nas edificações. Assim, o CBMSC pode, ao ser aprovada pela Câmara dos Deputados a Lei
quando investido em sua função fiscalizadora e ob- nº 13.425/2017, que estabelece as diretrizes gerais
servadas as formalidades legais, vistoriar qualquer sobre medidas de prevenção e combate a incêndio
imóvel - com exceção das residências unifamiliares, e a desastres em estabelecimentos, edificações e
bem como solicitar documentos relacionados com áreas de reunião de público. Após sancionada pelo
a segurança contra incêndio e pânico. Presidente da República, no dia 30 de março de
O Art. 10 desta lei afirma 2017, ficou conhecida pela mídia de “Lei Kiss”.
I – ações de vistoria, de requisição e análise de Por não haver a intenção de aprofundar o méri-
documentos; to atribuído nesta lei à segurança contra incêndio
II – interdição preventiva, parcial ou total, de e pânico, será apresentado somente o primeiro ar-
imóvel; e tigo do texto que indica o objeto da lei e o âmbito
III – comunicação ao Município acerca das descon- de aplicação, conforme segue:
formidade constatadas e das infrações apuradas. Art. 1º Esta Lei:
[…] I - estabelece diretrizes gerais e ações comple-
§ 2o Compete ao CBMSC discriminar em ins- mentares sobre prevenção e combate a incên-
trução normativa: dio e a desastres em estabelecimentos, edifica-
I – os sistemas e as medidas referidos no § 2o ções e áreas de reunião de público, atendendo
do art. 4o e no art. 5o desta Lei; e ao disposto no inciso XX do art. 21, no inciso I,
II – os critérios que devem ser observados para o in fine, do art. 24, no § 5º, in fine, do art. 144 e
reconhecimento, em determinadas situações, da no caput do art. 182 da Constituição Federal;
inviabilidade técnica ou econômica de determina- II - altera as seguintes Leis:
do sistema ou medida. (SANTA CATARINA, 2013a) a) Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
que dispõe sobre a proteção do consumidor e
outros. Funciona como recepção, pois normal- d) atendimento aos profissionais e retorno
mente atendem ao público externo. às consultas técnicas das SAT, antes de enca-
• Análise: setor que realiza a análise dos PPCIs. minhar à DAT;
Essa atividade consiste em conferir se os pro- e) inspeção das SATs;
jetos apresentados atendem às Instruções Nor- f) análise dos relatórios de indeferimento
mativas (INs) correntes. A área precisa atender das análises e das vistorias (por amostragem);
e sanar as dúvidas dos cidadãos de documenta- g) planejamento das atividades técnicas (fé-
ção, entre outros. rias e outros afastamentos, produção indivi-
• Vistoria: esfera responsável por realizar visto- dual e geral de análise e vistorias, vistorias
rias, ou seja, conferir se tudo o que foi previsto em municípios onde não possui uma OBM/
em PPCI está executado no imóvel corretamen- GBM) no mês de dezembro de cada ano.
te, conhecer o procedimento de arquivamento Deve encaminhar uma cópia do planejamen-
de documentação, entre outros. to assinado pelo comandante da OBM, na
• Cartório: setor que auxilia no controle de primeira semana do mês de fevereiro a DAT;
prazos e preenchimento de documentos rela- h) fiscalização de cumprimento das metas
tivos ao poder de polícia administrativa. Cabe do planejamento;
aos operantes dessa área: controle de infrações, i) fiscalização de prazos para a realização de
produção de autos de infração, organização do análise de PPCI e vistorias;
arquivo de processos infracionais, entre outros. j) fiscalização das condições técnicas e opera-
• Chefia da SAT: responsável pela gestão da SAT cionais para a realização da atividade técnica;
e de seus recursos. A Diretriz Nr 26-17-CmdoG do k) atualização do registro das condições
CBMSC define como suas principais funções: operacionais da rede pública de hidrantes,
a) supervisão do cumprimento das disposi- para emprego pelas guarnições de serviço;
ções legais baixadas pela DAT; l) zelo pelo cumprimento das NSCIP.
b) análise, no mínimo uma vez por semana,
de projetos preventivos contra incêndio de Ao atuar na SAT você deve manter-se atuali-
alta complexidade; zado quanto as INs vigentes e estar atento a
c) vistoria, no mínimo uma vez por semana, todos os prazos estabelecidos (agendamentos,
imóveis de alta complexidade; vistorias etc.)
DIRETORIA DE ATIVIDADE TÉCNICA (DAT) g) determina outras medidas que julgar con-
venientes à segurança contra incêndio e pâ-
No Estado de Santa Catarina compete ao Co- nico, para edificações ou atividades diferen-
mando Geral do Corpo de Bombeiros Militar, por tes das especificadas na IN;
meio da DAT, normatizar e supervisionar o cum- h) aprova a utilização de normas estrangei-
primento das disposições legais relativas aos sis- ras para análise de projetos, caso não exista
temas e medidas de segurança contra incêndios norma nacional regulamentando a matéria.
e pânico. A DAT possui quatro divisões: Divisão
de Engenharia Contra Incêndio, Divisão Jurídica e • Divisão Jurídica e de Assuntos Institucionais:
Assuntos Institucionais, Divisão de Normatização e a) acompanha a interposição de recursos
Divisão de Perícia em Incêndio e Explosão. Vamos direcionados ao Comando Geral e ao Dire-
conhecer as atribuições de cada uma das divisões? tor de Atividades Técnicas, por meio do SGI,
• Divisão de Engenharia Contra Incêndio: assessorando-os na elaboração das informa-
a) supervisiona o cumprimento das disposi- ções necessárias às respostas;
ções legais relativas aos sistemas e medidas b) acompanha os procedimentos do Poder
de segurança contra incêndio e pânico; de Polícia Administrativa do Corpo de Bom-
b) responde a consultas técnicas internas ou beiros Militar do Estado de Santa Catarina.
sem relação a um caso real existente;
c) emite decisão técnica, de natureza coercitiva • Divisão de Normatização:
(obrigatória) em relação ao seu cumprimento; a) coordena a realização de ensaios e estu-
d) emite parecer técnico de natureza mera- dos de equipamentos, sistemas e/ou proce-
mente orientadora ou explicativa; dimentos relacionados à segurança contra
e) responde a recursos externos para recon- incêndio e pânico;
sideração acerca de uma decisão técnica to- b) integra comissões de estudo e elaboração
mada por ocasião da resposta desfavorável a de normas nacionais referentes à segurança
um requerimento formalizado a SAT; contra incêndio e pânico. Exemplo: Associa-
f) autoriza a instalação de outros sistemas e ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
medidas de segurança contra incêndio diver- Instituto Nacional de Metrologia (INMetro);
sos do previsto na NSCI; c) acompanha e orienta, quando solicitado,
Fonte: CBMSC
Aqui podemos entender como responsável téc- Contra Incêndio e Pânico. Conforme IN 01:
nico um engenheiro ou arquiteto legalmente habi- As licenças a serem expedidas por outros Atenção
litado e com registro no respectivo conselho de órgãos públicos, que se refiram à autoriza- Os documentos emitidos pelo CB-
classe regional - Conselho Regional de Engenharia ção para construção e/ou funcionamento de MSC são chamados atestados e não
(CREA). A este profissional cabe: elaborar o PPCI; qualquer imóvel, exceto ocupação residencial alvarás. De posse do atestado, o inte-
acompanhar a execução dos sistemas e medidas privativa unifamiliar, que importarem na ne- ressado deve apresentá-lo ao órgão
de segurança contra incêndio e pânico previstos cessidade de se observar as condições de se- competente para despachar o alvará
no PPCI aprovado; realizar laudos, ensaios, inspe- gurança contra incêndio e pânico das mesmas, correlato pelos Municípios.
ções e mensurações (acompanhados de Anotação devem ser condicionadas a prévia expedição,
de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de pelo CBMSC, dos respectivos documentos de
Responsabilidade Técnica (RRT). aprovação (IN 01/DAT/CBMSC). Glossário
Observe que os atestados emitidos pelo CB- Anotação de Responsabilidade Téc-
MSC são pré-requisitos para emissão de Alvarás, Considerando as informações supracitadas, a nica (ART) é o instrumento através
por exemplo, o Atestado de Aprovação de Projetos Diretriz Nr 26-17-CmdoG do CBMSC estabelece do qual o profissional registra as ati-
é pré-requisito para obter o alvará de construção, que as SATs devem priorizar as solicitações de vis- vidades técnicas solicitadas através
reforma ou ampliação de imóveis; o Atestado de toria para abertura de empresa, pois o atestado de contratos (escritos ou verbais)
Vistoria para Alvará de Funcionamento é pré-re- do CBMSC é anterior aos alvarás da prefeitura e para o qual o mesmo foi contratado.
quisito do Alvará de Funcionamento municipal. De demais órgãos. Como as novas empresas precisam Esse documento é constituído por
acordo com o artigo 6º da Lei 1657/13, legislação dos alvarás para darem seguimento ao processo formulário padrão a ser preenchido
que instituiu o poder de Polícia ao CBMSC, “a con- burocrático de abertura, a demora da vistoria do através do sistema Creanet Profis-
cessão de alvarás pelos Municípios fica condicio- CBMSC atrasaria esse andamento, por isso a salva- sional, cujo preenchimento é de res-
nada ao cumprimento desta lei e à expedição de guarda concedida. ponsabilidade do profissional
atestados pelo Corpo de Bombeiros”. Além disso, É preciso sempre lembrar que a regularização
antes de emitir alvarás, as prefeituras devem ob- de uma edificação perante o CBMSC é realizada
servar outros requisitos previstos nas legislações aplicando-se as INs vigentes na época de sua re-
municipais, estaduais ou federal. Portanto, todo gularização, contudo, eventualmente, é requerida
município somente pode liberar Alvará se a edifi- a regularização de uma edificação antiga que não
cação possuir o Atestado do Corpo de Bombeiros foi regularizada a seu tempo. Além disso, existem
Militar, ou seja, estiver regular quanto à Segurança outras peculiaridades nas edificações que interfe-
imóvel pode ser classificado como: baixa comple- GLP, a torna uma edificação de alta complexidade.
xidade ou alta complexidade. A classificação das edificações quanto à com- Atenção
São considerados imóveis de baixa complexi- plexidade afeta a decisão sobre os procedimentos O Atestado de habite-se nunca será
dade aqueles que atendam aos seguintes critérios: a serem adotados pela SAT. Por exemplo, edifica- emitido sem haver vistoria!
• possuir área total construída inferior a 750m² ções de baixa complexidade ficam dispensadas
(soma da área dos blocos não isolados); da apresentação de Projeto Preventivo Contra In-
• conter até três pavimentos; cêndio desde que o vistoriador consiga dimensio-
• possuir escada comum; nar os sistemas preventivos necessários. Por outro
• conter até 250 litros de líquido inflamável ou lado, edificações classificadas como de alta com-
combustível (para edificações de comércio ou plexidade devem sempre apresentar PPCI.
depósito desses produtos); A obrigatoriedade da realização de vistoria para
• conter até 90kg de GLP (se o local utilizar ou emissão do Atestado com fins de funcionamento
armazenar o produto); também depende da classificação de complexida-
• possuir a lotação máxima de até 100 pessoas de da edificação. As edificações de baixa comple-
(para locais com reunião de público); xidade possuem a prerrogativa de obterem esse
• nunca fabricar, comercializar ou depositar: Atestado sem a obrigatoriedade de realização
pólvora, explosivos, fogos de artifício, artigos de vistoria prévia do Corpo de Bombeiros Militar.
pirotécnicos, munições, detonantes ou mate- Cabe salientar que o CBMSC fará a qualquer tempo
riais radioativos. a vistoria após a emissão do Atestado para confe-
rir a regularidade da edificação. As edificações de
Sempre que uma edificação deixar de atender alta complexidade deverão sempre ser vistoriadas
um ou mais critérios de baixa complexidade, passa a antes da emissão do Atestado de Funcionamento.
ser considerado uma edificação de alta complexida- Quanto ao fornecimento do atestado de habi-
de. Por exemplo: uma pizzaria pequena (80m²), com te-se, todas as edificações serão vistoriadas pre-
um pavimento, sem escada, lotação de até 80 pes- viamente, independente de sua complexidade.
soas, utiliza 180kg de GLP. Mesmo essa edificação Além dos critérios que vimos existe uma defi-
atendendo a quase todos os requisitos para ser con- nição a qual é importante que os bombeiros com-
siderada uma edificação de baixa complexidade, o preendam, trata-se de “imóvel com grave risco”.
fato de ultrapassar o armazenamento de 90 kg de
Essa definição interfere nos procedimentos • Lotação de público acima da capacidade má-
adotados pelo vistoriador durante a fiscalização do xima permitida: a lotação máxima do imóvel é Atenção
imóvel. Podemos considerar que um imóvel COM definida como a quantidade total de pessoas De acordo com o Art. 65, c.c. o Art.
grave risco aquele que apresenta pelo menos uma presentes dentro do imóvel em determinado 39 da Lei 8.078/90, alterada pela
das seguintes situações: momento (funcionários e público). A lotação Lei 13.425/17 (Lei Kiss) é considera-
• Possibilidade iminente de explosão, incêndio máxima, no momento de vistoria, pode ser do criminoso o agente que “permi-
ou dano ambiental grave: entende-se por “imi- constatada pelo bombeiro por meio das se- tir o ingresso em estabelecimentos
nência de explosão” uma situação que está pres- guintes formas: próprio controle adotado, pela comerciais ou de serviços de um nú-
tes a acontecer relacionado ao vazamentos de organização, no local e averiguação do próprio mero maior de consumidores que o
líquidos ou gases inflamáveis. Por exemplo, uma vistoriador através de uma visualização geral do fixado pela autoridade administra-
central de gás em um subsolo caracteriza irregu- ambiente e alguns cálculos por amostragem. tiva”, suscetível de prisão. Para isso,
laridade mas não grave risco, já uma central de Essas formas de averiguação podem ser adota- você deve sempre solicitar apoio de
gás (mesmo de acordo com as Normas de Se- das individualmente ou em conjunto. guarnição da Policial Militar.
gurança contra Incêndio e Pânico) que tenha va- • Condição que gere insegurança com risco
zamento é considerado imóvel com grave risco. iminente à vida: são consideradas condições de
• Possibilidade iminente de colapso estrutural: risco iminente a vida situações como por exem- Atenção
são aqueles casos em que não há necessidade plo: falta de guarda-corpo ou espaçamento ex- Não confundir grave risco com alto
de avaliação estrutural para sua determinação cessivo entre os elementos do guarda-corpo risco, pois imóveis com alto risco são
pois é evidente e indiscutível que o colapso (guarda-corpo com apenas uma longarina) em os que possuem a possibilidade de
estrutural está prestes a acontecer, como por um local com grande desnível (pelo menos um altos danos às pessoas, aos bens ou
exemplo: queda de parte de estrutura e risco pé direito médio); fossos abertos (elevador, ilu- ao meio ambiente podendo atingir
de queda do restante da edificação; inclinação minação, ventilação etc.); paredes em pele de áreas adjacentes ao imóvel. Como
estrutural por colapso no solo; deformações vidro comum; locais de reunião de público com por exemplo: depósitos, manuseio,
excessivas a ponto de ser impossível abrir ou concentração sem sistema de iluminação de armazenamento, fabricação e ou co-
fechar portas/janelas entre outros defeitos es- emergência e/ou sinalização de abandono de mércio de substâncias radioativas,
truturais que possam indicar que o colapso es- local e instalações elétricas não isoladas, expos- inflamáveis, combustíveis etc. e ati-
trutural é iminente. tas e em situação de risco. Deficiências em sis- vidades em imóveis com carga de
temas preventivos considerados vitais: os siste- fogo acima de 120kg/m2.
superior a 5 mil metros quadrados, formados por diversas uni- • Escolar diferenciada: escolas destinadas a finalidades es-
dades comerciais, com administração única e centralizada, que pecíficas, mais técnicas. Um exemplo para fácil entendimento
pratica aluguel fixo e percentual. Na maioria das vezes, dispõe são as escolas com cursos profissionalizantes. Além delas tam-
de lojas âncoras e vagas de estacionamento compatível com a bém são exemplos: escolas de artes, artesanatos, academias
legislação da região onde está instalado. (ABRASCE, 2018) de ginásticas, escolas de idiomas, escolas de músicas.
Atenção
Atenção O CBMSC possui norma exclusiva, a IN029/DAT/CBMSC, para edificações com essa classifica-
O CBMSC cobra vistoria de cada evento transitório, ou seja, cada evento transitó- ção. Quanto às edificações utilizadas para armazenamento de botijões, a IN 29 se aplica aos lo-
rio recebe um atestado de funcionamento com vencimento no último dia que ocorrerá. Por cais destinados ao armazenamento de recipientes transportáveis com até 90Kg de GLP, desti-
exemplo: um show de virada de ano (reveillon). Imóveis que possuem como finalidade rea- nados ou não à comercialização. Quando o imóvel serve apenas como local de envasamento
lizar eventos de Reunião de Público com Concentração (por exemplo: boate, casa de show, para distribuição de GLP e de armazenamento para os recipientes transportáveis de GLP (no-
salão de baile) e estejam regularizados perante o CBMSC não devem ser vistoriados a cada vos e em pátios da indústria fabricante) não se aplica a IN 029. Para botijões em uso (instalados
evento, pois seu atestado anual garante seu funcionamento, desde que não altere layout. em edificações para consumo) as exigências da IN 29 também não são aplicáveis.
Atenção
O CBMSC possui norma específica, a IN 26 para tratar de edificações com essa ocupação. Atenção
O CBMSC possui norma especial, a IN 34, para tratar de edificações com essa categori-
zação. São ocupações extremamente diferenciadas, com baixa carga de incêndio, sem
• Parques aquáticos: áreas recreativas com opção aquática permanência constante de pessoas, por isso a normativa ajusta os sistemas à realida-
de lazer (que além das piscinas abrange qualquer outro lo- de desses locais evitando que sejam classificados como comerciais ou industriais o que
cal como lagoas, açudes, rios destinados a natação, banho, ensejaria muitos sistemas preventivos inócuos para o cenário.
mergulho ou as atividades em meio aquático com a imersão
parcial ou total da pessoa) exploradas economicamente. • Túneis, galerias e minas: são passagens subterrâneas.
Túneis são, geralmente, construídos para facilitar o acesso a
determinado local, ligar estradas e podem ser destinados à
passagem de carros, trens e outros veículos. As galerias e mi-
nas são, habitualmente, locais onde se pratica o garimpo para ALTURA OU NÚMERO DE PAVIMENTOS
extração de minérios, por onde transitam pessoas e veículos.
A altura da edificação afeta, por exemplo, a decisão pelo
• Riscos diferenciados: são os locais designados para: tipo de escada a ser adotada (comum, protegida, enclausura-
estação de rádio ou TV; centro de computação; subestação da, à prova de fumaça). Quanto maior a altura da edificação
elétrica; hidroelétrica, termoelétrica ou usina eólica; centrais maior a qualidade requerida para a escada de emergência.
telefônicas ou de telecomunicações; estações de serviço A altura de um imóvel é a medida em metros entre o ní-
(torre de transmissão de rádio, TV ou telefonia) e portos. vel do piso do pavimento de descarga e o nível do piso do
último pavimento útil superior. Quando o último pavimento
• Edificações especiais: são os locais onde se instalam: útil superior for apartamento duplex ou triplex, considera-se
oficinas de consertos de veículos automotores; depósito o nível do piso de entrada no duplex ou triplex.
de combustíveis e/ou inflamáveis; depósito de explosivos e
munições e caldeiras e vasos de pressão.
Atenção
• Mista: quando o imóvel tiver duas ou mais ocupações É importante lembrar que descarga é a parte final da saída de emergência de uma edi-
diferentes. Por exemplo um imóvel, cujo pavimento térreo ficação, que liga a escada, rampa ou corredor com a área externa da edificação ou ao lo-
possua uma sapataria (ocupação comercial), o 1º pavimento gradouro público.
seja um restaurante (ocupação reunião de público sem con-
centração) e os pavimentos superiores sejam destinados à
moradias (ocupação residencial privativa multifamiliar). ÁREA CONSTRUÍDA
A lotação, entendida como o limite máximo de pessoas São edificações que contenham riscos especiais de ins-
que podem estar dentro do imóvel ao mesmo tempo, é bas- talações, ocupações ou áreas de risco, como por exemplo:
tante importante para o dimensionamento de certos siste- instalações de gás combustível; caldeiras e vasos de pres-
mas ou medidas de prevenção. A brigada de incêndio é um são; subestação elétrica; hidroelétrica, termoelétrica e usina
exemplo clássico, para imóveis de reunião de público (com eólica; depósito, manuseio e armazenamento de explosi-
ou sem concentração) com base na lotação máxima defi- vos; dentre outras especificadas no Art. 121 da IN 01. Para
ne-se quantos brigadistas são necessários para a ocasião. edificações desse porte, a DAT costuma emitir Instruções
Além disso, a lotação influenciará na quantidade e largura Normativas Específicas. Como exemplos: A IN 22 que versa
de saídas de emergência. sobre Instalação para Reabastecimento de Combustíveis de
Uso Privativo, a IN 29 foca em Postos de Revenda de GLP
RISCO DE INCÊNDIO (CARGA DE INCÊNDIO) (PRGLP), a IN 33 especializada em Parques Aquáticos, Pisci-
nas e Congêneres.
Um imóvel pode ser classificado de três formas quanto
à sua carga de incêndio: risco leve (< 60kg/m²), risco médio
(60 < 120kg/m²) ou risco elevado (> 120kg/m²). Essa classifi-
cação exerce influência, por exemplo, no dimensionamento
do Sistema Hidráulico Preventivo. Uma edificação de risco
médio necessitará de uma Reserva Técnica de Incêndio (RTI)
bem maior do que uma edificação de risco leve.
Glossário
A Reserva técnica de incêndio (RTI) é o volume de água da edificação destinado
exclusivamente ao combate a incêndio.
Após as relevantes observações sobre o dimen- verem executados em parte, cabe a concessão
sionamento dos sistemas e medidas de segurança de atestado. Para tanto se faz necessário firmar Atenção
contra incêndio e pânico, falaremos sobre os siste- acordo entre CBMSC e o responsável estabele- É importante lembrar que o atesta-
mas e medidas de segurança para que, finalmen- cendo prazo para completa instalação por meio do de edificação em regularização
te, você possa avançar ao estudo sobre análise de de Plano de Regularização de Edificação (PRE). equivale ao atestado de vistoria para
Projetos Preventivos Contra Incêndio e Pânico. O atestado concedido é válido apenas enquan- funcionamento, com caráter “provi-
to durar o prazo concedido para regularização. sório”. Ele pode ser emitido para as
Sistemas e medidas de segurança vitais e plenos edificações que estão sendo regula-
A IN 01 (aplicável a imóveis novos e recentes) rizadas e para os imóveis de baixa
Todos os sistemas e medidas de segurança e a IN 05 (cabível a imóveis existentes) listam em complexidade que não foram visto-
contra incêndio e pânico, de todas as ocupações seus anexos “M” e “E”, respectivamente, quais riados in loco pelo CBMSC. Este ates-
de imóveis, são classificados em dois tipos: vital ou são os sistemas vitais e plenos para cada um dos tado será detalhado na página 33.
pleno. Ambos devem ser previstos e executados tipos de ocupações.
conforme as NSCI em vigor. Para as duas catego- Como vimos anteriormente, a regularização
rias não cabe dispensa, redução, substituição ou de um imóvel no CBMSC é composto de três Saiba mais
compensação. É importante saber claramente o etapas: Análise do Projeto Preventivo Contra In- Para saber mais sobre Sistemas e
que são sistemas vitais e sistemas plenos, pois tal cêndio (PPCI), vistoria de habite-se e vistoria de medidas considerados vitais ou ple-
propriedade serve de fundamento para decidir se funcionamento. gora vamos ver cada uma delas nos leia a planilha Anexo M da IN
há possibilidade, ou não, da emissão de atestado mais detalhadamente. 01/DAT/CBMSC e Sistemas e medi-
de edificação em regularização. das considerados vitais, plenos ou
Veja a seguir a descrição das situações em que ANÁLISE DE PROJETOS PREVENTIVOS CONTRA exequíveis leia o Anexo E da IN 05/
caberá ou não a emissão do atestado de edifica- INCÊNDIO E PÂNICO (PPCI) DAT/CBMSC, disponíveis na página
ção em regularização: http://www.cbm.sc.gov.br
• Antes da total execução de sistemas e medi- Uma edificação somente deve ser construída,
das de segurança considerados Vitais não cabe ampliada, reformada ou ter a ocupação modi-
a concessão do atestado de edificação em re- ficada depois de aprovado seu PPCI perante o
gularização, independente do tipo do imóvel; CBMSC. Qualquer alteração no imóvel e/ou nos
• Quanto aos sistemas e medidas considera- sistemas e medidas de segurança contra incên-
dos Plenos, se não estiverem executados ou ti- dios e pânico depende de prévia análise do Cor-
ria de habite-se. O vistoriador deve ir até o local e De acordo com a Diretriz Nr 26-17-CmdoG do
conferir os sistemas, estando tudo conforme solici- CBMSC, para as empresas, classificadas como Download
tado, a edificação recebe três documentos: Ates- imóveis de baixa complexidade, que solicita- No link https://goo.gl/quPvVH você
tado de Habite-se, Atestado para Fins de Funcio- rem a vistoria de funcionamento para abertura pode fazer o download do modelo
namento (que tem validade de um ano) e Relatório no ato de sua abertura, podem receber auto- de Atestado de Aprovação de Projeto
Preventivo Contra Incêndio e Pânico (RPCI) que maticamente o Atestado de Funcionamento para as edificações que cumprirem a
substitui o PPCI. ou Atestado de Edificação em Regularização, apresentação e aprovação de PPCI.
As vistorias podem ser motivadas por diversas mas sua vistoria pode ocorrer em até 365 dias a
causas e devem ser realizadas por ordem de prio- contar da data da emissão do atestado. Quan-
ridade, conforme convencionado na Diretriz Nr do a empresa solicita vistoria prévia, o prazo
26-17-CmdoG do CBMSC: máximo para vistoria deve ser de 30 dias a con-
1º denúncias; tar da data da solicitação.
2º solicitação de vistoria de funcionamento para Glossário
abertura de empresas; Vistoria para habite-se O RPCI contém a descrição de todos
3º solicitação de vistoria para habite-se; os sistemas e medidas de segurança
4º solicitação de vistoria de funcionamento para A vistoria de habite-se é a vistoria realizada an- contra incêndio e pânico existentes
renovação anual de atestado de funcionamento tes da ocupação do imóvel, pois é o atestado de no imóvel, localização de instalação
(em imóveis que dependam de vistoria prévia); habite-se que habilita a ocupação do imóvel no dos sistemas e demais informações
5º solicitação de outros órgãos (MPSC, Poder tocante a segurança contra incêndios e pânico. A necessárias. Esse documento equi-
judiciário etc.); vistoria para habite-se deve ser realizada em todos vale ao PPCI podendo substituí-lo,
6º ex-officio (vistoria por iniciativa do próprio os imóveis (exceto em edificação residencial unifa- e deve ser arquivado na SAT, que o
CBMSC para fiscalização das condições de se- miliar) independentemente da sua complexidade utilizará como padrão nas futuras
gurança contra incêndio e pânico dos imóveis). ou área construída. conferências necessárias no imóvel.
O atestado de vistoria para habite-se está con- A substituição do PPCI pelo RPCI é
dicionado à execução do Projeto Preventivo Contra permitido apenas para edificações
Incêndio ou a emissão do Relatório Preventivo Con- de baixa complexidade existentes
tra Incêndio, conforme o caso. Ou seja, somente até 750m² e para edificações novas
após todos os sistemas preventivos estarem insta- ou recentes até 200m².
lados, é que a edificação está apta a ser ocupada.
que haja Plano de Regularização de Edificação critério da demanda da SAT, para emissão do
firmado com o responsável, todos os Sistemas Atestado de Funcionamento. Atenção
Preventivos considerados Vitais estejam instala- • Atestado de funcionamento para imóvel É importante lembrar que para a clas-
dos e a edificação não exerça atividade de alto de alta complexidade: Nesses casos a emissão sificação do imóvel como “baixa com-
risco. Existem casos em que a edificação já pos- do atestado depende, via de regra, de vistoria plexidade” devemos levar em con-
sui habite-se, mas os sistemas preventivos não prévia, a qual deve ocorrer da seguinte forma: sideração edificação como um todo.
estão manutenidos de acordo com o habite-se para o imóvel que possui habite-se, é conce- Muitos comércios cometem esse erro
liberado. Então, provisoriamente, precisará de dido o atestado de vistoria para funcionamen- no momento da solicitação de Vis-
um atestado de edificação em regularização. to e para o imóvel que não possua habite-se, toria para Funcionamento, indican-
De acordo com o Decreto 1957/13, esse atesta- é concedido apenas o atestado de edificação do apenas a área de sua sala comer-
do pode ser emitido a todos os imóveis (exceto em regularização, mediante PRE firmado com o cial (60m², por exemplo), ignorando
aqueles com atividades de alto risco) e permite responsável. Devem ser vistoriados anualmente o fato de que a sala é apenas parte
a emissão de um alvará provisório de funcio- para emissão de atestado de funcionamento as de uma grande edificação (muitas ve-
namento pela prefeitura, válido até o limite de edificações com as seguintes ocupações: zes com mais de 750m²). Uma sala
prazo estipulado em Plano de Regularização de a) reunião de público com lotação acima de como essa não pode ter um atesta-
Edificação (PRE) assinado. 100 pessoas; do de edificação de baixa complexi-
• Atestado de funcionamento para imóvel b) transitórias; dade porque o imóvel onde está inse-
de baixa complexidade: a concessão do ates- c) coletivas; rida não é categorizado dessa forma.
tado para imóvel de baixa complexidade inde- d) hospitalares com internação; Sendo assim, essa sala não pode ter o
pende de prévia vistoria. Nesse caso, será emi- e) postos de revenda de combustíveis; atestado sem vistoria prévia.
tido o Atestado de Vistoria para Regularização f) postos com revenda de GLP;
até que o CBMSC realize a vistoria in loco no g) especial – depósito de combustíveis
imóvel. Para que o atestado de Vistoria para Re- inflamáveis; Download
gularização seja concedido, o responsável pelo h) especia – depósito de explosivos; Para acessar os formulários
imóvel deve preencher a declaração de regu- i) parques aquáticos. de declaração para firma não estabe-
laridade de imóvel e pagar a taxa devida (tudo lecida e Atestado para firma não es-
pode ser feito via site do CBMSC). É imprescin- • Atestado de funcionamento para firma tabelecida acesse os respectivos links
dível, no entanto, que mesmo após a concessão não estabelecida: são consideradas firmas não
do atestado, o CBMSC realize vistoria in loco, a estabelecidas os profissionais autônomos, cuja
atividade comercial dispense a existência de para o imóvel que possua habite-se, é conce-
sede própria, que apresentem como endereço dido o atestado de vistoria para funcionamen- Atenção
da empresa o seu endereço residencial desde to e para o imóvel que não possua habite-se, é O CBMSC pode comprovar a veraci-
que no imóvel não exista escritório, área para concedido apenas o atestado de edificação em dade das informações prestadas na
atendimento de clientes, funcionários contra- regularização, desde que, firmado PRE com o declaração de estação de serviço a
tados e nem depósito de materiais. É o caso responsável. qualquer momento, ficando o pro-
de pintores, técnicos de TV à cabo, vigilantes • Atestado de funcionamento para even- prietário da empresa sujeito a pena-
e outros. Nesses casos é concedido apenas o tos (ou eventos transitórios): A vistoria nes- lidades legais caso não forem confir-
atestado para firma não estabelecida, conforme ses casos é sempre prévia, devendo ser soli- madas as informações declaradas.
modelo do Anexo N da IN 01. Para a emissão citada pelo responsável do evento ou imóvel,
desse atestado, não é exigido vistoria prévia com antecedência mínima de 20 dias corridos.
nem o pagamento de taxas, porém, sua emis- O promotor do evento e/ou responsável pelo
são fica condicionada a entrega de declaração imóvel, deve atender às demais exigências
para firma não estabelecida (Anexo F) para a contidas em IN específica. Esse tipo de ates-
SAT. Cabe ao CBMSC comprovar a veracidade tado tem validade igual à duração do evento.
das informações presentes nesse documento, a Existem critérios específicos a serem seguidos
qualquer momento, ficando o proprietário da para a solicitação do atestado de funciona-
empresa sujeito a penalidades legais. mento para eventos dependendo do tipo de
• Atestado de funcionamento para estações instalação (permanente ou provisória).
de serviços: são consideradas estações de ser- a) Evento em instalação permanente: o imó-
viço, as edificações que não se constituam em vel deve estar regularizado junto ao CBMSC
locais de trabalho fixo, tais como torres ou con- e possuir atestado de vistoria para funciona-
têineres para transmissão e recepção de rede de mento em vigor. Caso o imóvel esteja irre-
rádio, televisão, telefonia e outros. A expedição gular o responsável pelo imóvel deve provi-
do atestado de vistoria para funcionamento ou denciar a sua regularização antes do evento,
do atestado de edificação em regularização de atendendo as exigências descritas na IN 24.
estações de serviço, fica condicionada a entre- Para instalação permanente que tenha como
ga de declaração de estação de serviço (Anexo finalidade principal a realização de eventos,
F da IN 01), observando os seguintes aspectos: como centro de eventos ou de convenções
e que esteja regularizada junto ao CBMSC, A queima de fogos de artifício ou artefatos pi-
cabe dispensa de aprovação desde que não rotécnicos é sempre proibida em ambientes Download
mude o layout do imóvel deixando inaltera- fechados, por força da Lei 16.157/13. São consi- Nos links você pode fazer o down-
das as características e a eficiência dos siste- derados ambientes fechados aqueles com co- load de modelos:
mas e medidas de segurança contra incêndio bertura (inclusive por lonas e outros materiais). Atestados de funcionamento anual:
e pânico. Nos casos em que houver mudan- Para ambientes abertos devem ser atendidas https://goo.gl/Fnjy4m
ças no layout do imóvel será necessário um as especificações previstas na IN 27.
novo dimensionamento dos sistemas e medi-
das de segurança contra incêndio e pânico,
de acordo com as NSCI, sendo assim, é ne-
cessária a apresentação de PPCI/croqui que Esperamos que com a leitura deste material, Atestado de funcionamento para
conste as alterações. você tenha conhecido e/ou revisado conceitos, atri- funcionamento de evento provisó-
b) Evento em instalação provisória: a forma buições e orientações a respeito da Atividade Técni- rio: https://goo.gl/52Ci8v
de aprovação da promoção de evento com a ca no CBMSC. Lembre-se de explorar as Instruções
utilização de uma instalação provisória ou Normativas para a ampliação de seu conhecimento.
área aberta, dependerá da complexidade da
estrutura a ser utilizada e do risco para a po-
pulação. O responsável pela promoção do Atestado de edificação em regulari-
evento deve comparecer ao CBMSC, com a zação (provisório):https://goo.gl/on-
antecedência mínima de 20 dias corridos, WBmP
para a definição dos sistemas e medidas de
segurança contra incêndio e pânico necessá-
rios, que poderão ser implementadas por
meio de PPCI/croqui ou de vistoria, confor-
me previsto na IN 24. Se além das instala-
ções provisórias, forem utilizadas no evento
também instalações permanentes, estas de-
vem atender à subseção anterior.
SUMÁRIO
Zanella, Nicolas Paolo. Proposta de Introdução à SAT: Desenvolvimento _____. IN 004/ DAT/ CBMSC. Terminologias de Segurança Contra Incên-
de um Manual De Atividade Técnica. Florianópolis : CEBM, 2017. 119 p. dio. Florianópolis: 2015. Disponível em: <https://dat.cbm.sc.gov.br/images/
arquivo_pdf/IN/IN_29_06_2014/IN_004.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.
SANTA CATARINA (Estado). Constituição (1989). Constituição do Estado
de Santa Catarina, de 19 de outubro de 1989. Disponível em: <www.defen- _____. IN 005/ DAT/ CBMSC. Edificações Existentes. Florianópolis:
soria.sc.gov.br/index.../19-constituicao-do-estado-de-santa-catarina-1989>. 2015. Disponível em: https://dat.cbm.sc.gov.br/images/arquivo_pdf/IN/
Acesso em 30 jul. 2018 IN_29_06_2014/IN_005_30_04_2015.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.
______. Lei nº 16.157, de 7 de Novembro de 2013a. Dispõe sobre as nor- ______. Diretriz de Procedimento Operacional Permanente nº 26 –
mas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra incên- Dispõe sobre a execução do serviço de vistoria e fiscalização em Segurança
dio e pânico e estabelece outras providências. Disponível em:<www.cbm. contra Incêndios e Pânico nos imóveis do Estado de Santa Catarina, com
sc.gov.br/dat/.../Leis/Lei_16157_2013_poder_de_%20Polcia_CBMSC.pdf >. base na Lei Estadual n° 16.157, de 7 de novembro de 2013 e Decreto Execu-
Acesso em: 31 jul. 2018. tivo Estadual n° 1.957 de 20 de dezembro de 2013, os quais dispõem sobre
as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra
______. Decreto nº 1957 , de 31 de Dezembro de 2013b. Regulamenta incêndio e pânico e estabelece outras providências . Florianópolis: 2017.
a Lei nº 16.157, de2013, que dispõe sobre as normas e os requisitos míni-
mos para a prevenção e segurançacontra incêndio e pânico e estabelece
outras providências. Disponível em:<https://www.legisweb.com.br/legisla-
cao/?id=264022>.Acesso em: 31 jul. 2018.