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TÓPICOS INTRODUTÓRIOS:

atividade técnica no Corpo de


Bombeiros Militar de Santa Catarina

1o Edição
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS: ATIVIDADE TÉCNICA NO CBMSC

1ª edição

Florianópolis 2018
TÓPICOS INTRODUTÓRIOS: ATIVIDADE TÉCNICA NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE C822 Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina.
SANTA CATARINA Tópicos introdutórios: atividade técnica no corpo de bombeiros
militar de santa catarina / Corpo de Bombeiros Militar de Santa
COORDENADORIA DE ENSINO - Tenente Coronel BM Charles Alexandre Vieira Catarina. Organizado por Isabel Gamba Pioner -- Florianópolis, 2018.
38 p. : il. color.
ORGANIZADORA - Major BM Isabel Gamba Pioner
AUTORES COLABORADORES - Tenente Coronel BM Jailson Osni Godinho, Capitão BM Fábio
Inclui bibliografia
Fregapani Silva, Capitão Oscar Washington Barboza Junior, 1º Tenente BM Wagner Alberto de ISBN 978-85-94257-12-3
Moraes, 2º Tenente BM Suellen Lapa Duarte e Subtenente Gilson Marins de Andrade.
REVISÃO TÉCNICA - Major BM Luiz Felipe Lemos 1. Atividade técnica. 2. Regularização de edificações 3. Sistemas
preventivos. 4. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
AUXILIAR DE REVISÃO TÉCNICA - Soldado BM Gislene Sousa da Silva Quincor I. Pioner, Isabel Gamba. II. Título.
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
CDD 363-37
PROJETO GRÁFICO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes Catalogação na publicação por Marchelly Porto CRB 14/1177 e Natalí Vicente CRB 14/1105
DIAGRAMAÇÃO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes
REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL - Designer Instrucional DE Arice Cardoso Tavares
DESIGN INSTRUCIONAL - Designer Instrucional DE Arice Cardoso Tavares e Designer Gráfico DE
Dayane Alves Lopes
ILUSTRAÇÃO - Designer Gráfico DE Dayane Alves Lopes
FOTOGRAFIA - Centro de Comunicação Social CBMSC
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
GOVERNADOR
Eduardo Pinho Moreira
SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Alceu de Oliveira Pinto Júnior
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA
COMANDO-GERAL
Coronel BM João Valério Borges
SUBCOMANDO-GERAL
Coronel BM Vanderlei Vanderlino Vidal
CHEFE DE ESTADO MAIOR
Coronel BM Alexandre Corrêa Dutra
DIRETORIA DE ENSINO
DIRETOR INTERINO DE ENSINO
Tenente Coronel BM Charles Alexandre Vieira
DIVISÃO DE PUBLICAÇÕES TÉCNICAS
Major BM Luiz Felipe Lemos
Caro Aluno(a)

Preparamos este material com muito zelo e dedicação. Nosso objetivo é que todos os integrantes do CBMSC,
independente da área de atuação, nivelem e atualizem o conhecimento na seara da segurança contra incên-
dio e pânico. A elaboração dos conteúdos foi planejada para constituir uma base teórica para compreensão
das Instruções Normativa e dos processos envolvendo a Atividade Técnica.

Esperamos que este material contribua para sua atuação e desejamos uma ótima leitura!

Isabel Gamba Pioner


Organizadora
Este manual contém alguns recursos para que você possa facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimento.
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LISTA DE SIGLAS
ABRASCE - Associação Brasileira de Shopping Centers
AI - Auto de infração
ART - Anotação de Responsabilidade Técnica
CBMSC - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina
DAT - Diretoria de Atividade Técnica
GLP - Gás Liquefeito de Petróleo
GNV - Gás Natural Veicular
IN - Instrução normativa
MPSC - Ministério Público de Santa Catarina
NSCI - Normas de Segurança Contra Incêndio e Pânico
PAI - Processo administrativo infracional
PPCI - Projeto Preventivo Contra Incêndio e Pânico
PRE - Plano de Regularização de Edificação
RRT - Registro de Responsabilidade Técnica
SAT - Seção de Atividade Técnica
SCIP - Segurança Contra Incêndio e Pânico
SHP - Sistema Hidráulico Preventivo
Tópicos introdutórios: ciências do fogo

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................... 9
ATIVIDADE TÉCNICA NO CBMSC ........................................................ 9
SEÇÃO DE ATIVIDADE TÉCNICA (SAT).....................................................................12
DIRETORIA DE ATIVIDADE TÉCNICA (DAT)..............................................................15
REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES ................................................... 16
PECULIARIDADES DAS EDIFICAÇÕES E SEUS REFLEXOS NA REGULARIZAÇÃO......19
QUANTO À DATA DE CONSTRUÇÃO.......................................................................19
QUANTO À COMPLEXIDADE...................................................................................19
QUANTO AO RISCO................................................................................................21
CRITÉRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS PREVENTIVOS........ 23
TIPO DE OCUPAÇÃO............................................................................................. 23
ALTURA OU NÚMERO DE PAVIMENTOS.................................................................27
ÁREA CONSTRUÍDA................................................................................................27
CAPACIDADE DE LOTAÇÃO.................................................................................... 28
RISCO DE INCÊNDIO (CARGA DE INCÊNDIO)........................................................ 28
RISCOS ESPECIAIS................................................................................................ 28
SISTEMAS E MEDIDAS DE SEGURANÇA VITAIS E PLENOS.............................. 29
ANÁLISE DE PROJETOS PREVENTIVOS CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO (PPCI)....... 29
VISTORIAS..............................................................................................................31
VISTORIA PARA HABITE-SE.................................................................................... 32
VISTORIA PARA FUNCIONAMENTO....................................................................... 33
Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

Quando um cidadão deseja regularizar a sua edi-


INTRODUÇÃO ficação, o mesmo deve se reportar à seção de Ativi-
dades Técnicas da sua cidade ou do município mais
Este material, intitulado Tópicos Introdutórios: próximo. Todo o processo deve ocorrer na SAT, que
Atividade Técnica no Corpo de Bombeiros Militar deve cumprir as disposições legais baixadas pela DAT.
de Santa Catarina, tem por objetivo apresentar as Para a edificação ser considera regularizada,
legislações e o funcionamento da atividade técni- a SAT emite, prioritariamente, 3 (três) atestados:
ca de forma introdutória no CBMSC. Você irá en- Atestado de aprovação de projeto, Atestado para
contrar, ao longo da leitura desta obra, a organiza- fins de Habite-se e Atestado para fins de Funcio-
ção da Atividade Técnica no Estado, perpassando namento, além de Atestado de Edificação em Re-
pelas atribuições da Diretoria de Atividades Técni- gularização, nos casos previstos.
cas (DAT) e da Seção de Atividades Técnicas (SAT). Diversas variáveis influenciam no processo de
Abordaremos na obra aspectos importantes para regularização: a área e altura do imóvel; a classifica-
a regularização de edificações, passando pela aná- ção da ocupação (comercial, hospitalar, reunião de
lise de projetos e vistorias. público…), a complexidade da edificação, a carga
Em sua leitura irá perceber que Diretoria de de incêndio, entre outras. Todas essas situações se-
Atividades Técnicas (DAT) tem a atribuição de ela- rão abordadas e pormenorizadas a partir de agora.
borar as normativas de segurança estaduais e nor-
matizar e supervisionar o cumprimento das dispo- ATIVIDADE TÉCNICA NO CBMSC
sições legais relativas aos sistemas e medidas de
segurança contra incêndios e pânico. Você tam- Aqui você será apresentado à Atividade Téc-
bém será apresentado às SATs das Organizações nica dentro do Corpo de Bombeiros Militar de
Bombeiro Militar, as quais são responsáveis pela Santa Catarina. No CBMSC a atividade técnica
operacionalização da fiscalização da edificação, engloba todas as tarefas relacionadas a segu-
por meio de análise de projeto preventivo e visto- rança contra incêndio e pânico.
ria de edificações. As SATs são divididas em áreas, Vamos entender como isso ocorre?
cada qual com suas atribuições: 1) Chefia, 2) Pro- Os processos relacionados à regularização das
tocolo, 3) Análise, 4) Vistoria, 5) Cartório, as quais edificações perante as normativas de segurança
serão aprofundadas e detalhadas nesta obra. contra incêndio têm o objetivo de resguardar a

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

vida das pessoas e reduzir os danos ao meio am- rança contra incêndio em edificações, contra si-
biente e ao patrimônio. As atividades técnicas são nistros em áreas de risco e de armazenagem, de
desenvolvidas pela Seção de Atividade Técnica manipulação e transporte de produtos perigo-
(SAT), em uma Organização de Bombeiro Militar, e sos, acompanhar e fiscalizar sua execução, e im-
devem seguir a doutrina determinada pela Direto- por sanções administrativas estabelecidas em lei;
ria de Atividade Técnica (DAT). IV – realizar perícias de incêndio e de áreas si-
O CBMSC é responsável pela elaboração das nistradas no limite de sua competência;
normativas, que regulamentam normas e requisi- V – colaborar com órgãos de defesa civil;
tos mínimos para a prevenção e segurança contra VI – exercer a Polícia Judiciária Militar, nos ter-
incêndio e pânico em imóveis, e pela fiscalização mos da lei federal. (SANTA CATARINA, 1989)
de seu devido cumprimento. Para efetuar esta fis-
calização é necessário realizar duas grandes ações: Existem outras legislações estaduais que refor-
a análise de projeto preventivo contra incêndio e çam as atribuições do Corpo de Bombeiros Militar
pânico e vistorias nas edificações. Além de norma- de Santa Catarina relativas à atividade técnica,
tizar e fiscalizar, a atividade técnica busca instruir como por exemplo: Lei Estadual 16.157 de 7 de
a população sobre a importância dos sistemas e Novembro de 2013 e o Decreto 1.957 de 20 de
medidas de proteção exigidos. Dezembro de 2013.
A atividade técnica está respaldada pela Cons-
tituição Estadual de Santa Catarina de 1989 que Ressalta-se que tanto a Lei 16.157/13 quanto
destaca no artigo 108 as atribuições do Corpo de o Decreto 1.957/13 impõem ao cidadão e ao
Bombeiro Militar, dentre as quais destacamos: responsável técnico responsabilidade pela se-
I - realizar os serviços de prevenção de sinis- gurança do local pelo qual são encarregados
tros ou catástrofes, de combate a incêndio e de zelar, através da adoção e manutenção dos
de busca e salvamento de pessoas e bens e o dispositivo de segurança contra incêndio e pâ-
atendimento pré-hospitalar; nico exigidos (SANTA CATARINA, 2013a).
II – estabelecer normas relativas à segurança
das pessoas e de seus bens contra incêndio,
catástrofe ou produtos perigosos;
III – analisar, previamente, os projetos de segu-

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

Para nós, do CBMSC, a lei 16.157/13 foi um mar- Além disso, esta Lei determina os requisitos
co, pois concretizou o Poder de Polícia Administrati- mínimos para a prevenção e segurança contra in-
va. A partir desta legislação, o CBMSC pôde aplicar cêndio e pânico.
medidas coercitivas administrativas para regularizar Os primeiros passos relativos à legislação de pre-
as edificações e torná-las seguras, tais como: adver- venção contra incêndio e pânico no Brasil, no âmbito
tências, interdições, multas, cassação de atestados federal, foram realizados em 07 de março de 2017,
e embargos nas edificações. Assim, o CBMSC pode, ao ser aprovada pela Câmara dos Deputados a Lei
quando investido em sua função fiscalizadora e ob- nº 13.425/2017, que estabelece as diretrizes gerais
servadas as formalidades legais, vistoriar qualquer sobre medidas de prevenção e combate a incêndio
imóvel - com exceção das residências unifamiliares, e a desastres em estabelecimentos, edificações e
bem como solicitar documentos relacionados com áreas de reunião de público. Após sancionada pelo
a segurança contra incêndio e pânico. Presidente da República, no dia 30 de março de
O Art. 10 desta lei afirma 2017, ficou conhecida pela mídia de “Lei Kiss”.
I – ações de vistoria, de requisição e análise de Por não haver a intenção de aprofundar o méri-
documentos; to atribuído nesta lei à segurança contra incêndio
II – interdição preventiva, parcial ou total, de e pânico, será apresentado somente o primeiro ar-
imóvel; e tigo do texto que indica o objeto da lei e o âmbito
III – comunicação ao Município acerca das descon- de aplicação, conforme segue:
formidade constatadas e das infrações apuradas. Art. 1º Esta Lei:
[…] I - estabelece diretrizes gerais e ações comple-
§ 2o Compete ao CBMSC discriminar em ins- mentares sobre prevenção e combate a incên-
trução normativa: dio e a desastres em estabelecimentos, edifica-
I – os sistemas e as medidas referidos no § 2o ções e áreas de reunião de público, atendendo
do art. 4o e no art. 5o desta Lei; e ao disposto no inciso XX do art. 21, no inciso I,
II – os critérios que devem ser observados para o in fine, do art. 24, no § 5º, in fine, do art. 144 e
reconhecimento, em determinadas situações, da no caput do art. 182 da Constituição Federal;
inviabilidade técnica ou econômica de determina- II - altera as seguintes Leis:
do sistema ou medida. (SANTA CATARINA, 2013a) a) Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
que dispõe sobre a proteção do consumidor e

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

dá outras providências; e cia e o poder de polícia administrativa dos Corpos


b) Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - de Bombeiros Militares para planejar, analisar, avaliar,
Código Civil; vistoriar, aprovar e fiscalizar as medidas de preven-
III - define atos sujeitos à aplicação da Lei no ção e combate à incêndio e a desastres em estabele-
8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre cimentos, edificações e áreas de reunião de público.
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos Agora que você foi apresentado às disposi-
casos de enriquecimento ilícito no exercício de ções legais que regulamentam a Atividade Técni-
mandato, cargo, emprego ou função na admi- ca e conheceu também a seção responsável por
nistração pública direta, indireta ou fundacio- essa atividade no CBMSC vamos conhecer as fun-
nal e dá outras providências; ções da SAT e da DAT.
IV - caracteriza a prevenção de incêndios e
desastres como condição para a execução de SEÇÃO DE ATIVIDADE TÉCNICA (SAT)
projetos artísticos, culturais, esportivos, cien-
tíficos e outros que envolvam incentivos fiscais A SAT tem como função primordial supervisio-
da União; e nar se as normas provenientes da DAT e Comando
V - prevê responsabilidades para os órgãos de Geral são cumpridas pelas edificações instaladas
fiscalização do exercício das profissões das em suas jurisdições. Essa conferência é realizada,
áreas de engenharia e de arquitetura, na forma de modo geral, nas três etapas de regularização
que especifica. (BRASIL, 2017, p.01). de um imóvel: Análise do Projeto Preventivo Con-
tra Incêndio e Pânico (PPCI), vistoria de habite-se
Esta lei traz consequências para todos os Es- e vistoria de funcionamento. O artigo 7º da Instru-
tados brasileiros, que precisaram adequar-se às ção Normativa (IN) 01 indica as funções das SATs:
novas regras. O compartilhamento de responsabi- • supervisão do cumprimento das disposições
lidade também é algo positivo trazido pela norma, legais baixadas pela DAT;
que chama a responsabilidade pelas edificações • análise de Projeto Preventivo Contra Incêndio (PPCI);
às prefeituras municipais e responsáveis técnicos • vistoria de imóveis (edificações, estruturas,
das edificações, que passam a ter obrigações jun- áreas de risco e eventos transitórios);
tamente com o Corpo de Bombeiros Militar. • supervisão da rede pública de hidrantes;
Por fim, a referida norma fortalece a competên- • expedição de atestados de aprovação refe-

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

rentes à vistoria e análise do PPCI; Figura 1 - Organização da SAT no CBMSC


• aplicação de sanções previstas em lei pelo CHEFE DA SAT
Autoridade responsável pela seção.
descumprimento das Normas de Segurança Coordena a equipe, controla e planeja
as tomadas de decisão.
Contra Incêndio e Pânico.
PROTOCOLO
Responsável pelo controle de
Não existe uma estrutura obrigatória de divisões documentos, administração da
entrada de protocolos na seção e
dentro de uma SAT, cada quartel adapta essa es- contato direto com o público.

trutura a sua realidade dependendo do seu efetivo


ANÁLISE
e seu arranjo. Contudo, para que toda SAT tenha
SEÇÃO DE Responsável pela análise dos PPCIs,
inserção dos dados no “SAT Control”
um bom funcionamento, deve possuir áreas com in-
ATIVIDADE e atendimento aos projetistas.
cumbências específicas, nas quais as atribuições de
cada área podem ser realizadas por bombeiros ex-
TÉCNICA VISTORIA

clusivos e especializados em determinados temas. DO CBMSC Responsável pela realização


de vistorias e emissão de
Autos de infração.
De acordo com a IN 01 “nos municípios em que
não houver sede de Organização Bombeiro Militar
CARTÓRIO/PODER DE POLÍCIA
(OBM), as atividades de segurança contra incêndio
Responsável pelo controle de documentos
e pânico, de competência do CBMSC, são exerci- e prazos relativos ao poder de polícia,
controle dos PREs e demais documentos e
das pela OBM de abrangência no município”. Ou organização dos AIs e PAIs e seus
seja, esses locais são atendidos por SATs de cida- ARQUIVO respectivos prazos e recursos.
Responsável por manter o controle e
des próximas. Cada quartel tem em sua jurisdição, organização dos documentos da seção.
um conjunto de cidades, a ser atendido e fiscaliza-
da quanto à segurança contra incêndio e pânico. Fonte: CBMSC
Independente da estrutura adotada, toda SAT
possui pelo menos cinco áreas com atividades Observe de forma mais detalhada as atividades
bem definidas: Protocolo, Análise, Vistoria, Cartó- de cada uma das áreas:
rio e Chefia, responsáveis por tarefas específicas • Protocolo: é no protocolo que acontece
conforme apresentadas na imagem 1. todo o trâmite de conferência de documenta-
ção, agendamento de vistorias, recebimento de
requerimentos, organização do arquivo, entre

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

outros. Funciona como recepção, pois normal- d) atendimento aos profissionais e retorno
mente atendem ao público externo. às consultas técnicas das SAT, antes de enca-
• Análise: setor que realiza a análise dos PPCIs. minhar à DAT;
Essa atividade consiste em conferir se os pro- e) inspeção das SATs;
jetos apresentados atendem às Instruções Nor- f) análise dos relatórios de indeferimento
mativas (INs) correntes. A área precisa atender das análises e das vistorias (por amostragem);
e sanar as dúvidas dos cidadãos de documenta- g) planejamento das atividades técnicas (fé-
ção, entre outros. rias e outros afastamentos, produção indivi-
• Vistoria: esfera responsável por realizar visto- dual e geral de análise e vistorias, vistorias
rias, ou seja, conferir se tudo o que foi previsto em municípios onde não possui uma OBM/
em PPCI está executado no imóvel corretamen- GBM) no mês de dezembro de cada ano.
te, conhecer o procedimento de arquivamento Deve encaminhar uma cópia do planejamen-
de documentação, entre outros. to assinado pelo comandante da OBM, na
• Cartório: setor que auxilia no controle de primeira semana do mês de fevereiro a DAT;
prazos e preenchimento de documentos rela- h) fiscalização de cumprimento das metas
tivos ao poder de polícia administrativa. Cabe do planejamento;
aos operantes dessa área: controle de infrações, i) fiscalização de prazos para a realização de
produção de autos de infração, organização do análise de PPCI e vistorias;
arquivo de processos infracionais, entre outros. j) fiscalização das condições técnicas e opera-
• Chefia da SAT: responsável pela gestão da SAT cionais para a realização da atividade técnica;
e de seus recursos. A Diretriz Nr 26-17-CmdoG do k) atualização do registro das condições
CBMSC define como suas principais funções: operacionais da rede pública de hidrantes,
a) supervisão do cumprimento das disposi- para emprego pelas guarnições de serviço;
ções legais baixadas pela DAT; l) zelo pelo cumprimento das NSCIP.
b) análise, no mínimo uma vez por semana,
de projetos preventivos contra incêndio de Ao atuar na SAT você deve manter-se atuali-
alta complexidade; zado quanto as INs vigentes e estar atento a
c) vistoria, no mínimo uma vez por semana, todos os prazos estabelecidos (agendamentos,
imóveis de alta complexidade; vistorias etc.)

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

DIRETORIA DE ATIVIDADE TÉCNICA (DAT) g) determina outras medidas que julgar con-
venientes à segurança contra incêndio e pâ-
No Estado de Santa Catarina compete ao Co- nico, para edificações ou atividades diferen-
mando Geral do Corpo de Bombeiros Militar, por tes das especificadas na IN;
meio da DAT, normatizar e supervisionar o cum- h) aprova a utilização de normas estrangei-
primento das disposições legais relativas aos sis- ras para análise de projetos, caso não exista
temas e medidas de segurança contra incêndios norma nacional regulamentando a matéria.
e pânico. A DAT possui quatro divisões: Divisão
de Engenharia Contra Incêndio, Divisão Jurídica e • Divisão Jurídica e de Assuntos Institucionais:
Assuntos Institucionais, Divisão de Normatização e a) acompanha a interposição de recursos
Divisão de Perícia em Incêndio e Explosão. Vamos direcionados ao Comando Geral e ao Dire-
conhecer as atribuições de cada uma das divisões? tor de Atividades Técnicas, por meio do SGI,
• Divisão de Engenharia Contra Incêndio: assessorando-os na elaboração das informa-
a) supervisiona o cumprimento das disposi- ções necessárias às respostas;
ções legais relativas aos sistemas e medidas b) acompanha os procedimentos do Poder
de segurança contra incêndio e pânico; de Polícia Administrativa do Corpo de Bom-
b) responde a consultas técnicas internas ou beiros Militar do Estado de Santa Catarina.
sem relação a um caso real existente;
c) emite decisão técnica, de natureza coercitiva • Divisão de Normatização:
(obrigatória) em relação ao seu cumprimento; a) coordena a realização de ensaios e estu-
d) emite parecer técnico de natureza mera- dos de equipamentos, sistemas e/ou proce-
mente orientadora ou explicativa; dimentos relacionados à segurança contra
e) responde a recursos externos para recon- incêndio e pânico;
sideração acerca de uma decisão técnica to- b) integra comissões de estudo e elaboração
mada por ocasião da resposta desfavorável a de normas nacionais referentes à segurança
um requerimento formalizado a SAT; contra incêndio e pânico. Exemplo: Associa-
f) autoriza a instalação de outros sistemas e ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
medidas de segurança contra incêndio diver- Instituto Nacional de Metrologia (INMetro);
sos do previsto na NSCI; c) acompanha e orienta, quando solicitado,

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pesquisas relacionadas à segurança contra minimização de riscos humanos e ambientais;


incêndio no âmbito do CBMSC; g) propõe ao Diretor de Atividades Técnicas
d) elabora as Normas de Segurança Contra In- cursos de formação, especialização e capa-
cêndio, conforme a orientação do Diretor de citação continuada para o corpo técnico da
Atividades Técnicas, necessárias para a elabo- Divisão e demais militares da Corporação.
ração de PPCI e para a vistoria de imóveis;
e) revisa as Normas de Segurança Contra In- Agora que você já conhece como a atividade
cêndio, conforme a orientação do Diretor de técnica está organizada dentro do Corpo de Bom-
Atividades Técnicas, necessárias para a elabo- beiros Militar de Santa Catarina, vamos apresentar
ração de PPCI e para a vistoria de imóveis. os principais processos para a regularização das
edificações no Estado.
• Divisão de Perícia de Incêndio e Explosão:
a) estabelece diretrizes para a execução de REGULARIZAÇÃO DE EDIFICAÇÕES
investigação de incêndio e explosão;
b) realiza perícias de incêndio e explosão, de Antes de apresentarmos as etapas para a regu-
acordo com previsão da Diretriz POP específica; larização de edificações, vamos relembrar um con-
c) supervisiona a atividade de investigação de ceito importante. Como você já deve ter visto no
incêndio e explosão no âmbito dos Batalhões; material “Tópicos Introdutórios: segurança contra
d) providencia a emissão de relatório estatís- incêndio e pânico”, edificação é qualquer tipo de
tico da atividade de investigação de incêndio construção permanente ou provisória, de alvenaria,
e explosão, estabelecendo metas no âmbito madeira ou outro material construtivo, destinada à
de sua competência; moradia, atividade empresarial ou qualquer outra
e) realiza estudos técnicos dos fatos que ocupação. Pode ser constituída por teto, parede,
provocam os incêndios e explosão, alimen- piso e demais elementos funcionais ou um local ou
tando as demais fases do ciclo operacional ambiente externo que contenha armazenamento de
de bombeiro relacionado a incêndios; produtos explosivos, inflamáveis e/ou combustíveis,
f) realiza atividades de pesquisa e desenvol- instalações elétricas, gás e outros componentes em
vimento no intuito de aperfeiçoar procedi- que exista a possibilidade da ocorrência de um si-
mentos e produtos contribuindo assim para a nistro. (Decreto 1957/13 no inciso IX do artigo 3º)

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

A regularização de edificações pelo CBMSC Para a realização de construções, reformas ou


apresenta três etapas: Projeto Preventivo Contra ampliação de imóveis, o responsável pela edifica-
Incêndio (PPCI), vistoria de habite-se e vistoria de ção deve cientificar o Corpo de Bombeiros Militar
funcionamento. para, se necessário, reiniciar o processo de regula-
Podemos considerar que uma edificação está rização. No Quadro 1 você pode verificar quais do-
regular quando possui os três atestados corres- cumentos são necessários em cada uma das etapas.
pondentes: atestado de aprovação de projeto,
atestado de habite-se e atestado de vistoria para
alvará de funcionamento.

Quadro 1 - Etapas de regularização


Tipo de O que faz o responsável Parecer do
Etapas da solicitação O que faz o CBMSC Documento emitido
documento pela edificação CBMSC
Contrata um responsável técnico Atestado de Aprovação
Projeto Deferido
Antes de iniciar a obra/ para elaborar o PPCI no qual Analisa o PPCI e confere se os sistemas previstos de Projeto
Preventivo
reforma/ ampliação/ devem constar todos os sistemas estão de acordo com as exigências das normas
Contra Incêndio Relatório de
mudança de ocupação preventivos contra incêndio e pânico vigentes. Indeferido
Pânico (PPCI) indeferimento de projeto
necessários para a edificação
Atestado de habite-se
Obra concluída antes da Certifica-se de que os sistemas Com o PPCI aprovado em mãos, o vistoriador vai até Deferido +
ocupação (a edificação só estão todos instalados e foram a edificação. Atestado de Vistoria para
Atestado de Alvará de Funcionamento
pode ser ocupada após a executados conforme o PPCI Confere se tudo o que foi previsto e aprovado no
Habite-se
emissão do Atestado de aprovado. Depois disso, solicita a PPCI está executado no local, faz testes e solicita Relatório de
habite-se) vistoria de habite-se ao CBMSC documentos complementares exigidos pela IN 001. Indeferido indeferimento de
vistoria de habite-se
Atestado de Vistoria para
Com o PPCI aprovado em mãos, o vistoriador vai até Deferido
Alvará de Funcionamento
a edificação. Confere se tudo o que foi previsto no
Vistoria para Solicita ao CBMSC uma vistoria de PPCI, e checado na vistoria de habite-se, permanece
Anualmente Relatório de inde-
Funcionamento funcionamento executado e em funcionamento. Se necessário pode
solicitar documentos complementares conforme Indeferido ferimento de visto-
previsto em norma. ria de funcionamento

Fonte: CBMSC

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 17


Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

Aqui podemos entender como responsável téc- Contra Incêndio e Pânico. Conforme IN 01:
nico um engenheiro ou arquiteto legalmente habi- As licenças a serem expedidas por outros Atenção
litado e com registro no respectivo conselho de órgãos públicos, que se refiram à autoriza- Os documentos emitidos pelo CB-
classe regional - Conselho Regional de Engenharia ção para construção e/ou funcionamento de MSC são chamados atestados e não
(CREA). A este profissional cabe: elaborar o PPCI; qualquer imóvel, exceto ocupação residencial alvarás. De posse do atestado, o inte-
acompanhar a execução dos sistemas e medidas privativa unifamiliar, que importarem na ne- ressado deve apresentá-lo ao órgão
de segurança contra incêndio e pânico previstos cessidade de se observar as condições de se- competente para despachar o alvará
no PPCI aprovado; realizar laudos, ensaios, inspe- gurança contra incêndio e pânico das mesmas, correlato pelos Municípios.
ções e mensurações (acompanhados de Anotação devem ser condicionadas a prévia expedição,
de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de pelo CBMSC, dos respectivos documentos de
Responsabilidade Técnica (RRT). aprovação (IN 01/DAT/CBMSC). Glossário
Observe que os atestados emitidos pelo CB- Anotação de Responsabilidade Téc-
MSC são pré-requisitos para emissão de Alvarás, Considerando as informações supracitadas, a nica (ART) é o instrumento através
por exemplo, o Atestado de Aprovação de Projetos Diretriz Nr 26-17-CmdoG do CBMSC estabelece do qual o profissional registra as ati-
é pré-requisito para obter o alvará de construção, que as SATs devem priorizar as solicitações de vis- vidades técnicas solicitadas através
reforma ou ampliação de imóveis; o Atestado de toria para abertura de empresa, pois o atestado de contratos (escritos ou verbais)
Vistoria para Alvará de Funcionamento é pré-re- do CBMSC é anterior aos alvarás da prefeitura e para o qual o mesmo foi contratado.
quisito do Alvará de Funcionamento municipal. De demais órgãos. Como as novas empresas precisam Esse documento é constituído por
acordo com o artigo 6º da Lei 1657/13, legislação dos alvarás para darem seguimento ao processo formulário padrão a ser preenchido
que instituiu o poder de Polícia ao CBMSC, “a con- burocrático de abertura, a demora da vistoria do através do sistema Creanet Profis-
cessão de alvarás pelos Municípios fica condicio- CBMSC atrasaria esse andamento, por isso a salva- sional, cujo preenchimento é de res-
nada ao cumprimento desta lei e à expedição de guarda concedida. ponsabilidade do profissional
atestados pelo Corpo de Bombeiros”. Além disso, É preciso sempre lembrar que a regularização
antes de emitir alvarás, as prefeituras devem ob- de uma edificação perante o CBMSC é realizada
servar outros requisitos previstos nas legislações aplicando-se as INs vigentes na época de sua re-
municipais, estaduais ou federal. Portanto, todo gularização, contudo, eventualmente, é requerida
município somente pode liberar Alvará se a edifi- a regularização de uma edificação antiga que não
cação possuir o Atestado do Corpo de Bombeiros foi regularizada a seu tempo. Além disso, existem
Militar, ou seja, estiver regular quanto à Segurança outras peculiaridades nas edificações que interfe-

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

rem no processo de regularização. A seguir você Quanto à data de construção


será apresentado a algumas delas. Atenção
Quanto a data de construção, uma edifica- Lembre-se que independente se
PECULIARIDADES DAS EDIFICAÇÕES E SEUS ção pode ser classificada de três formas: nova, a obra iniciou antes ou depois de
REFLEXOS NA REGULARIZAÇÃO existente ou recente. Para cada uma dessas clas- 11/11/13, o fato desta obra ter sido
sificações, são adotados processos de regulari- concluída após a publicação da Lei nº
Cada imóvel pode ser tratado pelo Corpo de zação diferenciados. As medidas diferenciadas 16.157/13 automaticamente a clas-
Bombeiros Militar de forma diferente durante o serão apresentadas mais à frente. sifica como edificação nova. Quan-
processo de regularização, dependendo das ca- As edificações classificadas como novas são do uma edificação necessita de mo-
racterísticas e da complexidade da edificação. aquelas que não haviam sido concluídas até a data dificações nos sistemas preventivos,
Cabe ao CBMSC instituir Instruções Normativas de publicação da Lei nº 16.157/13. Para uma edifica- esta perde a prerrogativa de edifica-
que estabeleçam e padronizem, além dos procedi- ção ser classificada como existente, ela deve ter sido ção existente e passa a ser considera-
mentos administrativos do CBMSC, os critérios de edificada, ou seja, obra acabada e concluída, até a da uma edificação recente. Porém, se
exigência e dimensionamento para execução dos data de publicação da Lei nº 16.157/13 (11/11/2013). as alterações não alteram os sistemas
sistemas e medidas de segurança contra incêndio São classificadas como recentes as edificações fina- preventivos já existentes da edifica-
e pânico necessários para cada tipo de edificação. lizadas até 11/11/2013, mas que sofreram quaisquer ção, estas não devem ser reclassifi-
Para definir quais os sistemas e medidas de segu- alterações que provocaram alteração nos sistemas cadas, mantendo-se como existente.
rança contra incêndio e pânico que devem ser exigi- preventivos contra incêndio anteriormente previs-
dos, dos que pode ser dispensados, compensados, tos, como por exemplo: mudança de ocupação,
reduzidos ou substituídos, avalia-se principalmente: ampliação de área ou alteração de layout. Atenção
1 à data de construção, reforma ou ampliação O decreto nº1.437 de 27/12/2017 dis-
(existente, nova ou recente); Quanto à complexidade põe tratamento diferenciado para as
2 às múltiplas características (de alta complexi- edificações em municípios com bom-
dade ou de baixa complexidade); Para classificar as edificações com relação à beiros voluntários. Nesses municí-
Vejamos cada um dos casos isoladamente. complexidade, devemos levar em consideração o pios são edificações existentes aquelas
nível de dificuldade de execução dos sistemas e construídas até 27/09/2017. Acessar o
medidas de segurança contra incêndio e pânico decreto no link: https://goo.gl/5cq6dT
exigidos. Dependendo do nível de dificuldade, um

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

imóvel pode ser classificado como: baixa comple- GLP, a torna uma edificação de alta complexidade.
xidade ou alta complexidade. A classificação das edificações quanto à com- Atenção
São considerados imóveis de baixa complexi- plexidade afeta a decisão sobre os procedimentos O Atestado de habite-se nunca será
dade aqueles que atendam aos seguintes critérios: a serem adotados pela SAT. Por exemplo, edifica- emitido sem haver vistoria!
• possuir área total construída inferior a 750m² ções de baixa complexidade ficam dispensadas
(soma da área dos blocos não isolados); da apresentação de Projeto Preventivo Contra In-
• conter até três pavimentos; cêndio desde que o vistoriador consiga dimensio-
• possuir escada comum; nar os sistemas preventivos necessários. Por outro
• conter até 250 litros de líquido inflamável ou lado, edificações classificadas como de alta com-
combustível (para edificações de comércio ou plexidade devem sempre apresentar PPCI.
depósito desses produtos); A obrigatoriedade da realização de vistoria para
• conter até 90kg de GLP (se o local utilizar ou emissão do Atestado com fins de funcionamento
armazenar o produto); também depende da classificação de complexida-
• possuir a lotação máxima de até 100 pessoas de da edificação. As edificações de baixa comple-
(para locais com reunião de público); xidade possuem a prerrogativa de obterem esse
• nunca fabricar, comercializar ou depositar: Atestado sem a obrigatoriedade de realização
pólvora, explosivos, fogos de artifício, artigos de vistoria prévia do Corpo de Bombeiros Militar.
pirotécnicos, munições, detonantes ou mate- Cabe salientar que o CBMSC fará a qualquer tempo
riais radioativos. a vistoria após a emissão do Atestado para confe-
rir a regularidade da edificação. As edificações de
Sempre que uma edificação deixar de atender alta complexidade deverão sempre ser vistoriadas
um ou mais critérios de baixa complexidade, passa a antes da emissão do Atestado de Funcionamento.
ser considerado uma edificação de alta complexida- Quanto ao fornecimento do atestado de habi-
de. Por exemplo: uma pizzaria pequena (80m²), com te-se, todas as edificações serão vistoriadas pre-
um pavimento, sem escada, lotação de até 80 pes- viamente, independente de sua complexidade.
soas, utiliza 180kg de GLP. Mesmo essa edificação Além dos critérios que vimos existe uma defi-
atendendo a quase todos os requisitos para ser con- nição a qual é importante que os bombeiros com-
siderada uma edificação de baixa complexidade, o preendam, trata-se de “imóvel com grave risco”.
fato de ultrapassar o armazenamento de 90 kg de

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

Essa definição interfere nos procedimentos • Lotação de público acima da capacidade má-
adotados pelo vistoriador durante a fiscalização do xima permitida: a lotação máxima do imóvel é Atenção
imóvel. Podemos considerar que um imóvel COM definida como a quantidade total de pessoas De acordo com o Art. 65, c.c. o Art.
grave risco aquele que apresenta pelo menos uma presentes dentro do imóvel em determinado 39 da Lei 8.078/90, alterada pela
das seguintes situações: momento (funcionários e público). A lotação Lei 13.425/17 (Lei Kiss) é considera-
• Possibilidade iminente de explosão, incêndio máxima, no momento de vistoria, pode ser do criminoso o agente que “permi-
ou dano ambiental grave: entende-se por “imi- constatada pelo bombeiro por meio das se- tir o ingresso em estabelecimentos
nência de explosão” uma situação que está pres- guintes formas: próprio controle adotado, pela comerciais ou de serviços de um nú-
tes a acontecer relacionado ao vazamentos de organização, no local e averiguação do próprio mero maior de consumidores que o
líquidos ou gases inflamáveis. Por exemplo, uma vistoriador através de uma visualização geral do fixado pela autoridade administra-
central de gás em um subsolo caracteriza irregu- ambiente e alguns cálculos por amostragem. tiva”, suscetível de prisão. Para isso,
laridade mas não grave risco, já uma central de Essas formas de averiguação podem ser adota- você deve sempre solicitar apoio de
gás (mesmo de acordo com as Normas de Se- das individualmente ou em conjunto. guarnição da Policial Militar.
gurança contra Incêndio e Pânico) que tenha va- • Condição que gere insegurança com risco
zamento é considerado imóvel com grave risco. iminente à vida: são consideradas condições de
• Possibilidade iminente de colapso estrutural: risco iminente a vida situações como por exem- Atenção
são aqueles casos em que não há necessidade plo: falta de guarda-corpo ou espaçamento ex- Não confundir grave risco com alto
de avaliação estrutural para sua determinação cessivo entre os elementos do guarda-corpo risco, pois imóveis com alto risco são
pois é evidente e indiscutível que o colapso (guarda-corpo com apenas uma longarina) em os que possuem a possibilidade de
estrutural está prestes a acontecer, como por um local com grande desnível (pelo menos um altos danos às pessoas, aos bens ou
exemplo: queda de parte de estrutura e risco pé direito médio); fossos abertos (elevador, ilu- ao meio ambiente podendo atingir
de queda do restante da edificação; inclinação minação, ventilação etc.); paredes em pele de áreas adjacentes ao imóvel. Como
estrutural por colapso no solo; deformações vidro comum; locais de reunião de público com por exemplo: depósitos, manuseio,
excessivas a ponto de ser impossível abrir ou concentração sem sistema de iluminação de armazenamento, fabricação e ou co-
fechar portas/janelas entre outros defeitos es- emergência e/ou sinalização de abandono de mércio de substâncias radioativas,
truturais que possam indicar que o colapso es- local e instalações elétricas não isoladas, expos- inflamáveis, combustíveis etc. e ati-
trutural é iminente. tas e em situação de risco. Deficiências em sis- vidades em imóveis com carga de
temas preventivos considerados vitais: os siste- fogo acima de 120kg/m2.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

mas vitais variam de acordo com as edificações.


Quando esses sistemas estiverem ausentes ou Atenção
apresentarem quaisquer deficiência que afete Em relação a fiscalização da seguran-
de forma relevante a segurança das pessoas, o ça contra incêndio e pânico, a meta
imóvel poderá ser interditado. do CBMSC é que todos os imóveis
sejam regularizados nos prazos le-
gais estabelecidos. Se, dentro des-
É importante lembrar que os imóveis COM ses prazos, os sistemas vitais não
grave risco estão sujeitos a interdição pela au- forem instalados, a edificação pode
toridade bombeiro. Se você deparar-se com ser considerada imóvel com grave
esta situação, entre em contato imediatamente Risco e estar passível de interdição
com a SAT do município. pela Autoridade Bombeiro Militar.

Já sabemos que a regularização de um imóvel SAIBA MAIS


no CBMSC é composto de três etapas: Análise do Mais informações sobre a classi-
Projeto Preventivo Contra Incêndio (PPCI), vistoria ficação do imóvel quanto ao risco
de habite-se e vistoria de funcionamento, mais a pode ser encontrada mais detalha-
frente vamos ver cada uma delas mais detalhada- damente no Decreto 1957/13, no
mente. Agora passaremos a discussão sobre os inciso XVI do artigo 3º.
sistemas preventivos.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

CRITÉRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS TIPO DE OCUPAÇÃO


PREVENTIVOS
O tipo de ocupação é fundamental para determinar quais
Para o dimensionamento dos sistemas e medidas de se- sistemas preventivos serão exigidos naquele imóvel. A IN 01
gurança contra incêndio e pânico você deve considerar a prevê os sistemas obrigatórios para cada tipo de ocupação.
unidade territorial do imóvel (matrícula do terreno). Todos Quanto às classificações, o CBMSC prevê as seguintes:
os imóveis instalados no terreno formam, em conjunto, uma • Residencial privativa multifamiliar: é um projeto que
edificação, por vezes, composta de vários blocos. atenderá a moradia de diversas famílias. É exclusivamente
Algumas vezes, uma única grande empresa ocupa di- destinado à residência, podendo ser um prédio ou casas ge-
versos terrenos, nesse caso, para não considerar uma edi- minadas, por exemplo.
ficação por terreno já que todas fazem parte de uma única
empresa, a IN 01 determina que “o dimensionamento dos • Residencial coletiva: são aquelas nas quais as ativi-
sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico dades residenciais se desenvolvem em compartilhamento
pode ser realizado por empresa, com CNPJ único, que utili- de utilização. São exemplos: pensionatos, asilos, conven-
zar mais de uma matrícula territorial”. tos, internatos, orfanatos.
Além desse critério, outros fatores devem ser pondera-
dos para determinar quais sistemas e medidas de segurança • Residencial transitória: destinada a abrigar pessoas
contra incêndio e pânico uma edificação deve possuir. Inicial- por um curto espaço de tempo e de forma transitória, como
mente é preciso classificar a edificação, de acordo com suas hotéis, apart-hotéis, albergues, motéis.
características, dentro de cada um dos seguintes aspectos:
• tipo de ocupação; • Comercial: edificação destinada exclusivamente para
• altura ou número de pavimentos; atividades comerciais. Pode ser constituída de apenas uma
• área construída; loja (exemplos: farmácia, supermercado, papelaria, sapataria,
• capacidade de lotação; escritório) ou de diversas lojas e/salas comerciais (exemplos:
• risco de incêndio (carga de incêndio); e galeria comercial, centro empresarial).
• riscos especiais.
• Shopping center: a ABRASCE (Associação Brasileira de
A seguir ampliaremos cada um destes aspectos. Shopping Centers) considera Shopping Center:
Os empreendimentos com Área Bruta Locável, normalmente,

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

superior a 5 mil metros quadrados, formados por diversas uni- • Escolar diferenciada: escolas destinadas a finalidades es-
dades comerciais, com administração única e centralizada, que pecíficas, mais técnicas. Um exemplo para fácil entendimento
pratica aluguel fixo e percentual. Na maioria das vezes, dispõe são as escolas com cursos profissionalizantes. Além delas tam-
de lojas âncoras e vagas de estacionamento compatível com a bém são exemplos: escolas de artes, artesanatos, academias
legislação da região onde está instalado. (ABRASCE, 2018) de ginásticas, escolas de idiomas, escolas de músicas.

• Hospitalar com internação ou com restrição de mobili-


Atenção dade: edificações onde exista possibilidade de pacientes es-
Galeria comercial não é classificada como shopping center, é classificada como tarem totalmente incapazes de realizarem suas fugas sozinhos
edificação comercial. Grandes lojas de departamentos que agregam outras salas comer- em caso de ocorrência de um sinistro no qual todas as pes-
ciais e/ou praça de alimentação (exemplos: hipermercado BIG, Lojas Havan, supermerca- soas (inclusive pacientes) devam evacuar o prédio. Por exem-
do Angeloni, Supermercado Imperatriz) também não caracterizam shopping center. plo: anestesiado, em coma, em cirurgia, em pós-operatório
que impeçam sua mobilidade ou raciocínio etc. São exemplos
de edificações hospitalares com internação: hospital, labora-
• Industrial: Local onde se produz bens mediante a trans- tório, unidades de pronto atendimento, clínica médica.
formação de matérias-primas ou produtos intermediários
em bens de produção ou de consumo. São exemplos: ma- • Hospitalar sem internação e sem restrição de mobilida-
deireiras, malharia, fábricas em geral. de: edificações onde exista possibilidade das pessoas do local
(incluindo pacientes) tenham discernimento e capacidade físi-
• Pública: São imóveis construídos ou adaptados com re- ca de abandonarem a edificação sozinhas em caso de ocorrên-
cursos públicos para exercício de atividade administrativa cia de um sinistro no qual todos devam evacuar o prédio. São
ou para a prestação de serviços públicos, tais como quar- exemplos de edificações hospitalares sem internação: hospital,
téis, secretarias, tribunais, delegacias, consulados. laboratório, unidades de pronto atendimento, clínica médica.

• Escolar geral: escolas tradicionais de ensino como por


exemplo: escolas de ensino fundamental, médio ou supe-
rior, creches, jardins de infância, maternal, curso supletivo,
curso pré-vestibular, universidade.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

• Reunião de público sem concentração: edificações


Atenção que abrigam inúmeros usuários, porém com densidade
Farmácias não são classificadas como edificações hospitalares. Mesmo que exis- menor do que as supracitadas. São considerados sem con-
ta sala de procedimentos, sala de injetáveis ou similares, farmácias são, via de regra, centração: auditórios ou salas de reunião com até 100m²,
classificadas como edificações comerciais. restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios, cantinas,
templos religiosos com assentos (cadeiras, bancos ou pol-
• Garagem: construção projetada para que funcione como trona), museus, cartórios, piscinas cobertas sem arquiban-
estacionamento para automóveis, motocicletas, barcos, aero- cadas, galerias de arte, bibliotecas, rodoviárias, parques de
naves ou outros veículos. São exemplos: edificações destina- diversões, aeroportos, aeroclubes.
das a estacionamentos, garagens em geral, marinas, hangares.
• Postos para reabastecimento de combustíveis (líquidos
• Reunião de público com concentração: edificações inflamáveis e GNV): Postos de combustíveis em geral (por
com grandes densidades de usuários. Por exemplo, audi- exemplo: postos Shell, Ipiranga, Petrobras etc.). Além dessa clas-
tórios ou salas de reunião com mais de 100m², boates, clu- sificação, vale lembrar que postos de combustíveis são edifica-
bes noturnos em geral, salões de baile, restaurantes dan- ções comerciais com atividade de Alto Risco, ou seja, não podem
çantes, bares dançantes, clubes sociais, circos, teatros, receber o atestado, provisório, de edificação em regularização.
cinemas, óperas, templos religiosos sem assentos (cadeira,
banco ou poltrona), estádios, ginásios e piscinas cobertas • Postos de revenda de GLP (PRGLP): imóveis que comer-
com arquibancadas, arenas em geral. cializem e/ou armazenem os produtos.

Atenção
Atenção O CBMSC possui norma exclusiva, a IN029/DAT/CBMSC, para edificações com essa classifica-
O CBMSC cobra vistoria de cada evento transitório, ou seja, cada evento transitó- ção. Quanto às edificações utilizadas para armazenamento de botijões, a IN 29 se aplica aos lo-
rio recebe um atestado de funcionamento com vencimento no último dia que ocorrerá. Por cais destinados ao armazenamento de recipientes transportáveis com até 90Kg de GLP, desti-
exemplo: um show de virada de ano (reveillon). Imóveis que possuem como finalidade rea- nados ou não à comercialização. Quando o imóvel serve apenas como local de envasamento
lizar eventos de Reunião de Público com Concentração (por exemplo: boate, casa de show, para distribuição de GLP e de armazenamento para os recipientes transportáveis de GLP (no-
salão de baile) e estejam regularizados perante o CBMSC não devem ser vistoriados a cada vos e em pátios da indústria fabricante) não se aplica a IN 029. Para botijões em uso (instalados
evento, pois seu atestado anual garante seu funcionamento, desde que não altere layout. em edificações para consumo) as exigências da IN 29 também não são aplicáveis.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

• Depósitos: são edifícios destinados unicamente ao ar-


mazenamento de mercadorias e/ou produtos. São exem- Atenção
plos comuns de depósitos: galpões, centros de distribui- O CBMSC possui norma exclusiva, a IN 33, para tratar de edificações com essa classifi-
ção, centro atacadista. cação a qual estabelece e padroniza as medidas de segurança para as piscinas de todas
as edificações fiscalizadas pelo CBMSC. A mesma norma estabelece regras para pisci-
• Locais com restrição de liberdade: edificações desti- nas em geral (que não são exploradas economicamente, como, por exemplo, as priva-
nadas à restrição de liberdade das pessoas, tais como: es- tivas multifamiliares).
tabelecimentos prisionais (penitenciárias, presídios), centros
de internação de menor infrator, manicômios e outros. • Atividades agropastoris, silos e olarias: edificações e
instalações de caráter rudimentar ou provisório; edificações
• Matas nativas e reflorestamentos: consideram-se Matas que abrigam aviários, chiqueiros, pocilgas, estrebarias, es-
Nativas as áreas florestadas cobertas com a vegetação original, tábulos, bretes, canis, gatis, haras, criadouros diversos e ou-
floresta reconstituída, área de preservação ou qualquer tipo tros; estufas destinadas à produção de mudas ou hortifru-
de vegetação permanente; e consideram-se Reflorestamentos tigranjeiros; edificações para estocagem de forrageiras ou
as áreas florestadas temporariamente para fins comerciais. fardos; silos para estocagem de grãos, secadores de grãos
ou folhas, paióis; e outros.

Atenção
O CBMSC possui norma específica, a IN 26 para tratar de edificações com essa ocupação. Atenção
O CBMSC possui norma especial, a IN 34, para tratar de edificações com essa categori-
zação. São ocupações extremamente diferenciadas, com baixa carga de incêndio, sem
• Parques aquáticos: áreas recreativas com opção aquática permanência constante de pessoas, por isso a normativa ajusta os sistemas à realida-
de lazer (que além das piscinas abrange qualquer outro lo- de desses locais evitando que sejam classificados como comerciais ou industriais o que
cal como lagoas, açudes, rios destinados a natação, banho, ensejaria muitos sistemas preventivos inócuos para o cenário.
mergulho ou as atividades em meio aquático com a imersão
parcial ou total da pessoa) exploradas economicamente. • Túneis, galerias e minas: são passagens subterrâneas.
Túneis são, geralmente, construídos para facilitar o acesso a
determinado local, ligar estradas e podem ser destinados à
passagem de carros, trens e outros veículos. As galerias e mi-

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 26


Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

nas são, habitualmente, locais onde se pratica o garimpo para ALTURA OU NÚMERO DE PAVIMENTOS
extração de minérios, por onde transitam pessoas e veículos.
A altura da edificação afeta, por exemplo, a decisão pelo
• Riscos diferenciados: são os locais designados para: tipo de escada a ser adotada (comum, protegida, enclausura-
estação de rádio ou TV; centro de computação; subestação da, à prova de fumaça). Quanto maior a altura da edificação
elétrica; hidroelétrica, termoelétrica ou usina eólica; centrais maior a qualidade requerida para a escada de emergência.
telefônicas ou de telecomunicações; estações de serviço A altura de um imóvel é a medida em metros entre o ní-
(torre de transmissão de rádio, TV ou telefonia) e portos. vel do piso do pavimento de descarga e o nível do piso do
último pavimento útil superior. Quando o último pavimento
• Edificações especiais: são os locais onde se instalam: útil superior for apartamento duplex ou triplex, considera-se
oficinas de consertos de veículos automotores; depósito o nível do piso de entrada no duplex ou triplex.
de combustíveis e/ou inflamáveis; depósito de explosivos e
munições e caldeiras e vasos de pressão.
Atenção
• Mista: quando o imóvel tiver duas ou mais ocupações É importante lembrar que descarga é a parte final da saída de emergência de uma edi-
diferentes. Por exemplo um imóvel, cujo pavimento térreo ficação, que liga a escada, rampa ou corredor com a área externa da edificação ou ao lo-
possua uma sapataria (ocupação comercial), o 1º pavimento gradouro público.
seja um restaurante (ocupação reunião de público sem con-
centração) e os pavimentos superiores sejam destinados à
moradias (ocupação residencial privativa multifamiliar). ÁREA CONSTRUÍDA

É a área total coberta de uma edificação, o que inclui a


Atenção área de projeção do telhado da edificação. Com base na
Nos imóveis com ocupação mista, para efeito de definição dos sistemas e medidas de segu- área construída a IN 01 estabelece quais sistemas são obri-
rança contra incêndio e pânico, aplicam-se às exigências da ocupação de maior risco de incên- gatórios e quais são dispensados. Por exemplo, uma edifi-
dio para toda a edificação. No exemplo referenciado, a edificação deveria atender as premissas cação comercial com mais de 750m² precisará ter Sistema
da ocupação reunião de público sem concentração (restaurante) por ser a de maior risco. En- Hidráulico Preventivo.
tende-se por “maior risco” a ocupação para a qual são necessários mais sistemas preventivos.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA 27


Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

CAPACIDADE DE LOTAÇÃO RISCOS ESPECIAIS

A lotação, entendida como o limite máximo de pessoas São edificações que contenham riscos especiais de ins-
que podem estar dentro do imóvel ao mesmo tempo, é bas- talações, ocupações ou áreas de risco, como por exemplo:
tante importante para o dimensionamento de certos siste- instalações de gás combustível; caldeiras e vasos de pres-
mas ou medidas de prevenção. A brigada de incêndio é um são; subestação elétrica; hidroelétrica, termoelétrica e usina
exemplo clássico, para imóveis de reunião de público (com eólica; depósito, manuseio e armazenamento de explosi-
ou sem concentração) com base na lotação máxima defi- vos; dentre outras especificadas no Art. 121 da IN 01. Para
ne-se quantos brigadistas são necessários para a ocasião. edificações desse porte, a DAT costuma emitir Instruções
Além disso, a lotação influenciará na quantidade e largura Normativas Específicas. Como exemplos: A IN 22 que versa
de saídas de emergência. sobre Instalação para Reabastecimento de Combustíveis de
Uso Privativo, a IN 29 foca em Postos de Revenda de GLP
RISCO DE INCÊNDIO (CARGA DE INCÊNDIO) (PRGLP), a IN 33 especializada em Parques Aquáticos, Pisci-
nas e Congêneres.
Um imóvel pode ser classificado de três formas quanto
à sua carga de incêndio: risco leve (< 60kg/m²), risco médio
(60 < 120kg/m²) ou risco elevado (> 120kg/m²). Essa classifi-
cação exerce influência, por exemplo, no dimensionamento
do Sistema Hidráulico Preventivo. Uma edificação de risco
médio necessitará de uma Reserva Técnica de Incêndio (RTI)
bem maior do que uma edificação de risco leve.

Glossário
A Reserva técnica de incêndio (RTI) é o volume de água da edificação destinado
exclusivamente ao combate a incêndio.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

Após as relevantes observações sobre o dimen- verem executados em parte, cabe a concessão
sionamento dos sistemas e medidas de segurança de atestado. Para tanto se faz necessário firmar Atenção
contra incêndio e pânico, falaremos sobre os siste- acordo entre CBMSC e o responsável estabele- É importante lembrar que o atesta-
mas e medidas de segurança para que, finalmen- cendo prazo para completa instalação por meio do de edificação em regularização
te, você possa avançar ao estudo sobre análise de de Plano de Regularização de Edificação (PRE). equivale ao atestado de vistoria para
Projetos Preventivos Contra Incêndio e Pânico. O atestado concedido é válido apenas enquan- funcionamento, com caráter “provi-
to durar o prazo concedido para regularização. sório”. Ele pode ser emitido para as
Sistemas e medidas de segurança vitais e plenos edificações que estão sendo regula-
A IN 01 (aplicável a imóveis novos e recentes) rizadas e para os imóveis de baixa
Todos os sistemas e medidas de segurança e a IN 05 (cabível a imóveis existentes) listam em complexidade que não foram visto-
contra incêndio e pânico, de todas as ocupações seus anexos “M” e “E”, respectivamente, quais riados in loco pelo CBMSC. Este ates-
de imóveis, são classificados em dois tipos: vital ou são os sistemas vitais e plenos para cada um dos tado será detalhado na página 33.
pleno. Ambos devem ser previstos e executados tipos de ocupações.
conforme as NSCI em vigor. Para as duas catego- Como vimos anteriormente, a regularização
rias não cabe dispensa, redução, substituição ou de um imóvel no CBMSC é composto de três Saiba mais
compensação. É importante saber claramente o etapas: Análise do Projeto Preventivo Contra In- Para saber mais sobre Sistemas e
que são sistemas vitais e sistemas plenos, pois tal cêndio (PPCI), vistoria de habite-se e vistoria de medidas considerados vitais ou ple-
propriedade serve de fundamento para decidir se funcionamento. gora vamos ver cada uma delas nos leia a planilha Anexo M da IN
há possibilidade, ou não, da emissão de atestado mais detalhadamente. 01/DAT/CBMSC e Sistemas e medi-
de edificação em regularização. das considerados vitais, plenos ou
Veja a seguir a descrição das situações em que ANÁLISE DE PROJETOS PREVENTIVOS CONTRA exequíveis leia o Anexo E da IN 05/
caberá ou não a emissão do atestado de edifica- INCÊNDIO E PÂNICO (PPCI) DAT/CBMSC, disponíveis na página
ção em regularização: http://www.cbm.sc.gov.br
• Antes da total execução de sistemas e medi- Uma edificação somente deve ser construída,
das de segurança considerados Vitais não cabe ampliada, reformada ou ter a ocupação modi-
a concessão do atestado de edificação em re- ficada depois de aprovado seu PPCI perante o
gularização, independente do tipo do imóvel; CBMSC. Qualquer alteração no imóvel e/ou nos
• Quanto aos sistemas e medidas considera- sistemas e medidas de segurança contra incên-
dos Plenos, se não estiverem executados ou ti- dios e pânico depende de prévia análise do Cor-

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

po de Bombeiros Militar. Também são exigidos diversas em PPCI já aprovado;


o PPCI em casos de eventos transitórios ou da • ser imóvel de alta complexidade;
regularização de um imóvel existente em situa- • ser edificação nova ou recente com área su-
ção de irregularidade. perior a 200m², mesmo que se encaixe nos cri-
O Projeto preventivo é o documento elabora- térios de edificação de baixa complexidade.
do por responsável técnico indicando todos os
sistemas preventivos de uma edificação que de- Quando for necessário quaisquer alterações
vem estar de acordo com as INs vigentes. Esse de Projeto Preventivo Contra Incêndio e Pânico
projeto será analisado pelo CBMSC que irá veri- que já tenha sido aprovado, além da documen-
ficar se o imóvel apresentado atende as exigên- tação exigida para a análise de projeto, deve ser
cias da corporação no quesito segurança contra apresentado ainda um ofício (Anexo O da IN 01)
incêndio e pânico. descrevendo detalhadamente as alterações pre-
Sua elaboração e execução e a implantação tendidas em relação ao PPCI já aprovado, com as
dos sistemas e medidas de segurança contra respectivas Anotação de Responsabilidade Técni-
incêndio e pânico devem ser efetuadas por um ca (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica
profissional legalmente habilitado e com regis- (RRT). Esses documentos serão anexados à pasta
tro no respectivo conselho de classe regional, da edificação no arquivo da SAT.
observadas as Normas de Segurança Contra In- A respeito desse assunto, a IN 01 esclarece:
cêndio e Pânico expedidas pelo CBMSC. A exigência da ART ou RRT em caso de altera-
O PCCI deve ser protocolado e analisado na ção de PPCI é devida somente nas situações
SAT com circunscrição no município onde será de acréscimo de área construída, alteração do
edificado o imóvel, esse projeto sempre será layout, mudança dos sistemas e medidas de se-
exigido quando a edificação se encaixar num gurança contra incêndio e pânico ou mudança
dos seguintes critérios: de responsável técnico. O PPCI só pode ser al-
• ser destinada à promoção de evento (a SAT terado pelo profissional responsável pela sua
pode decidir se exigirá projeto ou croqui confor- elaboração.
me a complexidade da estrutura a ser utilizada);
• sofrer alterações (ampliação, mudança de Muitas vezes uma edificação tem um projeto
ocupação, modificação de layout, reforma etc.) antigo aprovado e o Responsável Técnico (RT) por

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

esse não é mais atuante. Consequentemente, con- VISTORIAS


trata-se novo RT para alterar um sistema preventi- Atenção
vo (instalações de GLP, por exemplo). Nesse caso, Vistoria é o ato de verificar, em inspeção no imó- Os sistemas e medidas de segu-
deve-se manter o projeto aprovado anteriormente vel, se os sistemas e medidas de segurança contra rança contra incêndio e pânico de-
para consultar os sistemas que permanecerão con- incêndio e pânico previstos nas NSCI e aprovados vem ser apresentados sem rasuras ou
forme este e receber um novo projeto (do novo no PPCI pelo Corpo de Bombeiros Militar, foram emendas para a análise do projeto,
RT) com o sistema, na íntegra, que pretende al- instalados de forma correta e estão em condições todavia, à critério da SAT, as eventuais
terar. Recolher ARTs/RRTs correspondentes para o normais de operação. A vistoria nos imóveis é fei- retificações podem ser efetuadas a
novo sistema/projeto. A partir de então será válido ta mediante requerimento da parte interessada ou caneta de cor vermelha, devidamen-
o sistema aprovado mais recentemente pelo últi- ex-ofício pelo CBMSC, conforme procedimentos te rubricadas e datadas pelo respon-
mo RT que o projetou. O novo sistema não pode previstos nas normativas. sável técnico por aquele PPCI.
interferir em sistemas que se pretende manter e As vistorias podem ser realizadas em imóveis
previamente aprovados por outro RT. já edificados (sejam eles com grave risco ou sem
Sempre que um novo RT desejar alterar siste- grave risco), em obras e em promoção de eventos. Atenção
ma aprovado anteriormente por outro RT, somen- Para algumas edificações, dependendo de suas Edificações já regularizadas (confor-
te será aceito se o novo responsável tomar para si características, fica dispensado apresentação de me NSCIs vigentes na época de sua
o compromisso pelo sistema por completo. Não PPCI, conforme previsto nas INs 001 e 005, bastan- regularização), independente do
será aceita alteração parcial de sistema por RT di- do que o responsável pela edificação apresente o tipo de ocupação, ficam isentas de
ferente. Cada sistema tem um RT. croqui para análise do Corpo de Bombeiros. atualização em relação as NSCI vi-
A partir da emissão do atestado de aprovação de Existem casos em que não são cobrados Proje- gentes, desde que mantenham, con-
projeto, o responsável deve iniciar a construção em to Preventivo Contra Incêndio nem croqui. Nesses forme consta no PPCI e no atestado
24 meses. Se a construção não for iniciada nesse pra- casos, o próprio bombeiro pode, no momento da para habite-se, sua ocupação origi-
zo, o PPCI deverá ser atualizado e submetido a nova vistoria, definir os sistemas e medidas de segu- nal; área total construída; e layout.
análise sempre que, nesse período de tempo, tenha rança contra incêndio e pânico necessários para
ocorrido atualização das Normas de Segurança Con- o imóvel sem que um responsável técnico (enge-
tra Incêndios em vigor. A mesma regra se aplica caso nheiro ou arquiteto) precise fazer isso.
haja interrupções na obra superiores a 24 meses. Posteriormente, cabe ao responsável pela edi-
ficação providenciar os sistemas faltantes e instala-
dos corretamente e solicitar ao CBMSC uma visto-

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ria de habite-se. O vistoriador deve ir até o local e De acordo com a Diretriz Nr 26-17-CmdoG do
conferir os sistemas, estando tudo conforme solici- CBMSC, para as empresas, classificadas como Download
tado, a edificação recebe três documentos: Ates- imóveis de baixa complexidade, que solicita- No link https://goo.gl/quPvVH você
tado de Habite-se, Atestado para Fins de Funcio- rem a vistoria de funcionamento para abertura pode fazer o download do modelo
namento (que tem validade de um ano) e Relatório no ato de sua abertura, podem receber auto- de Atestado de Aprovação de Projeto
Preventivo Contra Incêndio e Pânico (RPCI) que maticamente o Atestado de Funcionamento para as edificações que cumprirem a
substitui o PPCI. ou Atestado de Edificação em Regularização, apresentação e aprovação de PPCI.
As vistorias podem ser motivadas por diversas mas sua vistoria pode ocorrer em até 365 dias a
causas e devem ser realizadas por ordem de prio- contar da data da emissão do atestado. Quan-
ridade, conforme convencionado na Diretriz Nr do a empresa solicita vistoria prévia, o prazo
26-17-CmdoG do CBMSC: máximo para vistoria deve ser de 30 dias a con-
1º denúncias; tar da data da solicitação.
2º solicitação de vistoria de funcionamento para Glossário
abertura de empresas; Vistoria para habite-se O RPCI contém a descrição de todos
3º solicitação de vistoria para habite-se; os sistemas e medidas de segurança
4º solicitação de vistoria de funcionamento para A vistoria de habite-se é a vistoria realizada an- contra incêndio e pânico existentes
renovação anual de atestado de funcionamento tes da ocupação do imóvel, pois é o atestado de no imóvel, localização de instalação
(em imóveis que dependam de vistoria prévia); habite-se que habilita a ocupação do imóvel no dos sistemas e demais informações
5º solicitação de outros órgãos (MPSC, Poder tocante a segurança contra incêndios e pânico. A necessárias. Esse documento equi-
judiciário etc.); vistoria para habite-se deve ser realizada em todos vale ao PPCI podendo substituí-lo,
6º ex-officio (vistoria por iniciativa do próprio os imóveis (exceto em edificação residencial unifa- e deve ser arquivado na SAT, que o
CBMSC para fiscalização das condições de se- miliar) independentemente da sua complexidade utilizará como padrão nas futuras
gurança contra incêndio e pânico dos imóveis). ou área construída. conferências necessárias no imóvel.
O atestado de vistoria para habite-se está con- A substituição do PPCI pelo RPCI é
dicionado à execução do Projeto Preventivo Contra permitido apenas para edificações
Incêndio ou a emissão do Relatório Preventivo Con- de baixa complexidade existentes
tra Incêndio, conforme o caso. Ou seja, somente até 750m² e para edificações novas
após todos os sistemas preventivos estarem insta- ou recentes até 200m².
lados, é que a edificação está apta a ser ocupada.

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

A complexidade da edificação não interfere para habite-se. A vistoria de funcionamento deve


na fase de habite-se, pois o Atestado de Habite- ser solicitada ao CBMSC anualmente. Os locais Atenção
-se será sempre exigido tanto para edificações que não solicitarem vistoria podem, e devem, ser No momento da concessão do ates-
de alta complexidade quanto para edificações vistoriados de modo ex-officio, ficando a cargo da tado de vistoria para habite-se, o
de baixa complexidade. SAT local, definir os procedimentos e as priorida- atestado de vistoria para funciona-
Conforme previsto na IN 01, imóveis com preten- des a serem adotadas conforme sua demanda. mento deve ser emitido automati-
são de ocupações comerciais, industriais ou depósi- Nos casos de abertura de empresa, o res- camente, sem a cobrança de novas
tos, já devem estar com as empresas instaladas no ato ponsável deve solicitar a vistoria antes da ins- taxas. Portanto, realiza-se uma visto-
da vistoria para habite-se. No entanto, o atestado de talação da empresa no imóvel, pois é possível ria, cobra-se apenas uma taxa, mas
habite-se é o documento que autoriza a habitação que a edificação não comporte seu tipo de em- emite-se dois atestados.
do imóvel, as edificações habitadas sem esse atesta- preendimento, como por exemplo, a edificação
do serão consideradas irregulares, estando portanto, foi aprovada para ocupação diversa.
sujeitas às consequências do poder de polícia. O atestado de vistoria para alvará de funcio- Download
namento é o pressuposto básico para que de- No link você pode fazer o down-
Vistoria para funcionamento mais órgãos de fiscalização expeçam os respec- load de um modelo de Atestado de
tivos alvarás de funcionamento e deve ser fixado Habite-se: https://goo.gl/cMYvpP
Da vistoria de funcionamento resulta o Atestado na edificação em local visível.
de Vistoria para Alvará de Funcionamento, habili- Além do atestado de funcionamento, existem
tando o funcionamento do imóvel no tocante à se- outros documentos que podem ser emitidos pela
gurança contra incêndio e pânico. A validade desse SAT em casos específicos. Vamos conhecer um
documento é de, no máximo, um ano ou enquanto pouco mais sobre cada um deles?
as condições de segurança contra incêndio e pâni- • Atestado de Edificação em Regularização
co permanecerem inalteradas no imóvel. Nos locais (atestado provisório): quando um imóvel não
de promoção de eventos, o prazo de validade para possuir habite-se, mas, por algum motivo, pre-
o atestado de vistoria para funcionamento equivale cisar do atestado de funcionamento, o CBMSC
ao tempo de duração do evento no local. pode emitir um documento chamado “Atesta-
A Lei 1657/13 estabelece que fica vedada a do de Edificação em Regularização”, esse docu-
expedição de atestado de vistoria para funciona- mento é uma espécie de atestado de funciona-
mento pela SAT sem o prévio atestado de vistoria mento provisório, e pode ser solicitado desde

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

que haja Plano de Regularização de Edificação critério da demanda da SAT, para emissão do
firmado com o responsável, todos os Sistemas Atestado de Funcionamento. Atenção
Preventivos considerados Vitais estejam instala- • Atestado de funcionamento para imóvel É importante lembrar que para a clas-
dos e a edificação não exerça atividade de alto de alta complexidade: Nesses casos a emissão sificação do imóvel como “baixa com-
risco. Existem casos em que a edificação já pos- do atestado depende, via de regra, de vistoria plexidade” devemos levar em con-
sui habite-se, mas os sistemas preventivos não prévia, a qual deve ocorrer da seguinte forma: sideração edificação como um todo.
estão manutenidos de acordo com o habite-se para o imóvel que possui habite-se, é conce- Muitos comércios cometem esse erro
liberado. Então, provisoriamente, precisará de dido o atestado de vistoria para funcionamen- no momento da solicitação de Vis-
um atestado de edificação em regularização. to e para o imóvel que não possua habite-se, toria para Funcionamento, indican-
De acordo com o Decreto 1957/13, esse atesta- é concedido apenas o atestado de edificação do apenas a área de sua sala comer-
do pode ser emitido a todos os imóveis (exceto em regularização, mediante PRE firmado com o cial (60m², por exemplo), ignorando
aqueles com atividades de alto risco) e permite responsável. Devem ser vistoriados anualmente o fato de que a sala é apenas parte
a emissão de um alvará provisório de funcio- para emissão de atestado de funcionamento as de uma grande edificação (muitas ve-
namento pela prefeitura, válido até o limite de edificações com as seguintes ocupações: zes com mais de 750m²). Uma sala
prazo estipulado em Plano de Regularização de a) reunião de público com lotação acima de como essa não pode ter um atesta-
Edificação (PRE) assinado. 100 pessoas; do de edificação de baixa complexi-
• Atestado de funcionamento para imóvel b) transitórias; dade porque o imóvel onde está inse-
de baixa complexidade: a concessão do ates- c) coletivas; rida não é categorizado dessa forma.
tado para imóvel de baixa complexidade inde- d) hospitalares com internação; Sendo assim, essa sala não pode ter o
pende de prévia vistoria. Nesse caso, será emi- e) postos de revenda de combustíveis; atestado sem vistoria prévia.
tido o Atestado de Vistoria para Regularização f) postos com revenda de GLP;
até que o CBMSC realize a vistoria in loco no g) especial – depósito de combustíveis
imóvel. Para que o atestado de Vistoria para Re- inflamáveis; Download
gularização seja concedido, o responsável pelo h) especia – depósito de explosivos; Para acessar os formulários
imóvel deve preencher a declaração de regu- i) parques aquáticos. de declaração para firma não estabe-
laridade de imóvel e pagar a taxa devida (tudo lecida e Atestado para firma não es-
pode ser feito via site do CBMSC). É imprescin- • Atestado de funcionamento para firma tabelecida acesse os respectivos links
dível, no entanto, que mesmo após a concessão não estabelecida: são consideradas firmas não
do atestado, o CBMSC realize vistoria in loco, a estabelecidas os profissionais autônomos, cuja

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

atividade comercial dispense a existência de para o imóvel que possua habite-se, é conce-
sede própria, que apresentem como endereço dido o atestado de vistoria para funcionamen- Atenção
da empresa o seu endereço residencial desde to e para o imóvel que não possua habite-se, é O CBMSC pode comprovar a veraci-
que no imóvel não exista escritório, área para concedido apenas o atestado de edificação em dade das informações prestadas na
atendimento de clientes, funcionários contra- regularização, desde que, firmado PRE com o declaração de estação de serviço a
tados e nem depósito de materiais. É o caso responsável. qualquer momento, ficando o pro-
de pintores, técnicos de TV à cabo, vigilantes • Atestado de funcionamento para even- prietário da empresa sujeito a pena-
e outros. Nesses casos é concedido apenas o tos (ou eventos transitórios): A vistoria nes- lidades legais caso não forem confir-
atestado para firma não estabelecida, conforme ses casos é sempre prévia, devendo ser soli- madas as informações declaradas.
modelo do Anexo N da IN 01. Para a emissão citada pelo responsável do evento ou imóvel,
desse atestado, não é exigido vistoria prévia com antecedência mínima de 20 dias corridos.
nem o pagamento de taxas, porém, sua emis- O promotor do evento e/ou responsável pelo
são fica condicionada a entrega de declaração imóvel, deve atender às demais exigências
para firma não estabelecida (Anexo F) para a contidas em IN específica. Esse tipo de ates-
SAT. Cabe ao CBMSC comprovar a veracidade tado tem validade igual à duração do evento.
das informações presentes nesse documento, a Existem critérios específicos a serem seguidos
qualquer momento, ficando o proprietário da para a solicitação do atestado de funciona-
empresa sujeito a penalidades legais. mento para eventos dependendo do tipo de
• Atestado de funcionamento para estações instalação (permanente ou provisória).
de serviços: são consideradas estações de ser- a) Evento em instalação permanente: o imó-
viço, as edificações que não se constituam em vel deve estar regularizado junto ao CBMSC
locais de trabalho fixo, tais como torres ou con- e possuir atestado de vistoria para funciona-
têineres para transmissão e recepção de rede de mento em vigor. Caso o imóvel esteja irre-
rádio, televisão, telefonia e outros. A expedição gular o responsável pelo imóvel deve provi-
do atestado de vistoria para funcionamento ou denciar a sua regularização antes do evento,
do atestado de edificação em regularização de atendendo as exigências descritas na IN 24.
estações de serviço, fica condicionada a entre- Para instalação permanente que tenha como
ga de declaração de estação de serviço (Anexo finalidade principal a realização de eventos,
F da IN 01), observando os seguintes aspectos: como centro de eventos ou de convenções

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Tópicos introdutórios: atividade técnica no CBMSC

e que esteja regularizada junto ao CBMSC, A queima de fogos de artifício ou artefatos pi-
cabe dispensa de aprovação desde que não rotécnicos é sempre proibida em ambientes Download
mude o layout do imóvel deixando inaltera- fechados, por força da Lei 16.157/13. São consi- Nos links você pode fazer o down-
das as características e a eficiência dos siste- derados ambientes fechados aqueles com co- load de modelos:
mas e medidas de segurança contra incêndio bertura (inclusive por lonas e outros materiais). Atestados de funcionamento anual:
e pânico. Nos casos em que houver mudan- Para ambientes abertos devem ser atendidas https://goo.gl/Fnjy4m
ças no layout do imóvel será necessário um as especificações previstas na IN 27.
novo dimensionamento dos sistemas e medi-
das de segurança contra incêndio e pânico,
de acordo com as NSCI, sendo assim, é ne-
cessária a apresentação de PPCI/croqui que Esperamos que com a leitura deste material, Atestado de funcionamento para
conste as alterações. você tenha conhecido e/ou revisado conceitos, atri- funcionamento de evento provisó-
b) Evento em instalação provisória: a forma buições e orientações a respeito da Atividade Técni- rio: https://goo.gl/52Ci8v
de aprovação da promoção de evento com a ca no CBMSC. Lembre-se de explorar as Instruções
utilização de uma instalação provisória ou Normativas para a ampliação de seu conhecimento.
área aberta, dependerá da complexidade da
estrutura a ser utilizada e do risco para a po-
pulação. O responsável pela promoção do Atestado de edificação em regulari-
evento deve comparecer ao CBMSC, com a zação (provisório):https://goo.gl/on-
antecedência mínima de 20 dias corridos, WBmP
para a definição dos sistemas e medidas de
segurança contra incêndio e pânico necessá-
rios, que poderão ser implementadas por
meio de PPCI/croqui ou de vistoria, confor-
me previsto na IN 24. Se além das instala-
ções provisórias, forem utilizadas no evento
também instalações permanentes, estas de-
vem atender à subseção anterior.

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Tópicos introdutórios: ciências do fogo

SUMÁRIO
Zanella, Nicolas Paolo. Proposta de Introdução à SAT: Desenvolvimento _____. IN 004/ DAT/ CBMSC. Terminologias de Segurança Contra Incên-
de um Manual De Atividade Técnica. Florianópolis : CEBM, 2017. 119 p. dio. Florianópolis: 2015. Disponível em: <https://dat.cbm.sc.gov.br/images/
arquivo_pdf/IN/IN_29_06_2014/IN_004.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.
SANTA CATARINA (Estado). Constituição (1989). Constituição do Estado
de Santa Catarina, de 19 de outubro de 1989. Disponível em: <www.defen- _____. IN 005/ DAT/ CBMSC. Edificações Existentes. Florianópolis:
soria.sc.gov.br/index.../19-constituicao-do-estado-de-santa-catarina-1989>. 2015. Disponível em: https://dat.cbm.sc.gov.br/images/arquivo_pdf/IN/
Acesso em 30 jul. 2018 IN_29_06_2014/IN_005_30_04_2015.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

______. Lei nº 16.157, de 7 de Novembro de 2013a. Dispõe sobre as nor- ______. Diretriz de Procedimento Operacional Permanente nº 26 –
mas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra incên- Dispõe sobre a execução do serviço de vistoria e fiscalização em Segurança
dio e pânico e estabelece outras providências. Disponível em:<www.cbm. contra Incêndios e Pânico nos imóveis do Estado de Santa Catarina, com
sc.gov.br/dat/.../Leis/Lei_16157_2013_poder_de_%20Polcia_CBMSC.pdf >. base na Lei Estadual n° 16.157, de 7 de novembro de 2013 e Decreto Execu-
Acesso em: 31 jul. 2018. tivo Estadual n° 1.957 de 20 de dezembro de 2013, os quais dispõem sobre
as normas e os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra
______. Decreto nº 1957 , de 31 de Dezembro de 2013b. Regulamenta incêndio e pânico e estabelece outras providências . Florianópolis: 2017.
a Lei nº 16.157, de2013, que dispõe sobre as normas e os requisitos míni-
mos para a prevenção e segurançacontra incêndio e pânico e estabelece
outras providências. Disponível em:<https://www.legisweb.com.br/legisla-
cao/?id=264022>.Acesso em: 31 jul. 2018.

CBMSC. IN 001/ DAT/ CBMSC. Da Atividade Técnica. Florianópolis:


2015. Disponível em: <https://dat.cbm.sc.gov.br/images/arquivo_pdf/IN/
IN_01_17-04-2015.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.

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