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II) REVISÃO DE LIETERATURA

2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL

“construção civil” todo tipo de construção que interaja com uma comunidade,
cidade ou população. A Construção Civil envolve todas as atividades de construção de
edifícios, estradas, aeroportos, canais de navegação, túneis e obras de saneamento, por
exemplo. Portanto, ela tem papel fundamental na civilização.
A Construção Civil é um dos fenômenos de maior representatividade no Brasil, e
um importante indicador de crescimento da economia e até de movimentação da
população pelo País. Isso acontece porque, cada vez mais, as grandes cidades estão
recebendo novos moradores das cidades menores vizinhas – e a construção de novas
estruturas urbanas é uma realidade pela qual observamos o crescimento constante dos
principais municípios do Brasil. O papel da Construção Civil está diretamente ligado
com o bem-estar da população, abrangendo também princípios de cidadania, como
inclusão social e divisão entre espaços particulares e públicos.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010),
os resíduos da construção civil são “aqueles gerados nas construções, reformas, reparos
e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis”. São resíduos difíceis de se degradar ou não
degradáveis, o que os tornam diferenciados dos RSU no quesito de disposição em solo,
pois tendem a não ter volume diminuído com o decurso do tempo, esgotando o espaço
de disposição com maior rapidez e privando outros usos após o encerramento das
atividades.
Pela predominância do padrão construtivo no Brasil, o maior percentual de
material encontrado nos RCC é de argamassa (63%), em especial argamassa de concreto
utilizada na composição de estruturas, motivo pelo qual o material reciclável gerado em
maior quantidade nas unidades de reciclagem de RCC é a bica ou brita corrida
reciclada. A seguir temos: concreto e blocos (29%), orgânicos (1%) e outros (7%).
https://sinir.gov.br/informacoes/tipos-de-residuos/residuos-solidos-da-
construcao-civil/
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=305
2.2 CANTEIRO DE OBRAS

Os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos


RCC, obrigando ainda os gestores municipais e construtores a adaptar seus processos de
gestão, de modo a garantir a destinação ambientalmente correta desses resíduos. Isso
envolve a qualificação e a documentação de procedimentos de triagem,
acondicionamento e disposição final dos resíduos no canteiro. Segundo essa resolução,
os geradores devem ter como objetivo maior a não geração de resíduos e,
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. Além
disso, a Resolução exige dos grandes geradores a elaboração e a implantação do Projeto
de Gerenciamento de Resíduos da Construção.
sendo o principal gerador de resíduos sólidos da sociedade é caracterizada pela
geração de grande volume de resíduos de construção civil, pelo esgotamento das áreas
para recepção dos resíduos gerados pela atividade construtiva e pela inexistência de
áreas de transbordo, de triagem e de usinas para reciclagem.
Este trabalho mostra o potencial da reciclagem em canteiros de obras como uma
alternativa para a destinação dos resíduos de construção civil, indicando ações que
facilitem a adoção dessa prática, de forma a contribuir para a redução dos impactos
ambientais causados pelo descarte inadequado dos resíduos de construção.
Atualmente, existem cinco normas brasileiras relacionadas ao tema Gestão de
Resíduos de Construção:
NBR 15112 - Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – Áreas de
Transbordo e Triagem – Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação (ABNT,
2004d).
NBR 15113 - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Inertes – Aterros
– Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação (ABNT, 2004e).
NBR 15114 - Resíduos Sólidos da Construção Civil – Áreas de Reciclagem –
Diretrizes para Projeto, Implantação e Operação (ABNT, 2004f);
NBR 15115 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil –
Execução de Camadas de Pavimentação – Procedimentos (ABNT, 2004g)
NBR 15116 - Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil –
Utilização em Pavimentação e Preparo de Concreto sem Função Estrutural – Requisitos
(ABNT, 2004h)
O Brasil só reciclou 4% dos quase 82 milhões de toneladas de resíduos geradas
em 2022. Todo o resto foi parar em aterros controlados, lixões a céu aberto ou nas ruas
e praças do país.
Os serviços que são executados: alvenaria, chapisco, emboço, reboco,
contrapiso, concretagem de pisos, lajes, pilares e vigas.
São obras executadas por: mestre de obras, apontador de obras, pedreiro,
armador, servente ou ajudante de obra, carpinteiro, pintor, gesseiro.
Os tipos de construção: alvenaria convencional e a construção civil, alvenaria
estrutural, container na construção civil e concreto.

https://sinir.gov.br/informacoes/tipos-de-residuos/residuos-solidos-da-
construcao-civil/
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=305

O canteiro de obras é definido pela NR-18 (Fundacentro,1996), como:” área de


trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma
obra”.
É o local destinado ao início da obra, das instalações como dormitório,
maquinários, serviços de apoio e principalmente o local para a armazenagem dos
materiais de construção que serão utilizados.
Os canteiros de obras são divididos em três partes: restrito, amplo e linear.
Canteiro restrito é o mais comum, no qual a obra é cercada por tapumes com no
mínimo 2,20m. de altura e o acesso é através de um portão. É bem comum nos centros
urbanos.
No canteiro amplo, é usado uma pequena parte do terreno. É bastante utilizado
em obras de infraestrutura como pontes, viadutos, hidrelétricas etc.
Os canteiros lineares geralmente são estreitos e com poucas opções de acesso.
Um exemplo disso pode ser uma manutenção em uma rede de gás ou em um túnel em
uma rodovia que não pode ser totalmente bloqueado o fluxo.
Os canteiros de obras devem ter instalações sanitárias, refeitórios e vestiários,
segundo a norma NR-18.
É importante dizer que o canteiro de obras sofre mudanças ao longo da
construção conforme a evolução da obra.
Áreas operacionais:
São áreas onde ficam as partes principais para o andamento da obra. Nessa área
ficam os materiais e as estruturas que serão utilizadas. Também ficam os ambientes
administrativos como: almoxarifado, escritório, portaria, depósito de diversos materiais
como ferragens, argamassas, cimentos, formas, madeiras e demais materiais.

Área de vivência:
São as áreas onde ficam as pessoas, como gestores, engenheiros, mestre de obras
e a equipe de trabalho. Ela geralmente possui área de lazer, cozinha, refeitórios,
instalações sanitárias, vestiário, ambulatório (em obra de porte grande com mais de
cinquenta operários), entre outras.
Planejar um canteiro de obras é fundamental para o melhor aproveitamento do
espaço disponível. Sendo bem feito esse planejamento, ele pode garantir agilidade na
obra, diminuindo o tempo de deslocamento de um lugar para o outro, tanto de pessoas,
quanto de materiais e maquinários.
Obviamente o canteiro de obras deve ser um lugar seguro necessitando de um
Técnico de Segurança do Trabalho.

Bibliografia:
FUNDACENTRO Condições e meio ambiente do trabalho na industria da
construção – NR 18. São Paulo, 1996.
2.3 PROTEÇÃO AMBIENTAL

A construção civil é um setor em franco crescimento que requer a adoção de


projetos e ações sustentáveis que visem garantir tanto o crescimento e reorganização das
áreas urbanizadas ou em urbanização quanto a redução de impactos ambientais gerados
durante e após as construções, de modo que se potencialize a viabilidade econômica e
proporcionem uma boa qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
Conforme o desenvolvimento da sociedade no Brasil avançou, fez-se necessário
a criação e adequação das normas que abordassem a proteção à natureza e seus recursos.
O crescimento desenfreado das cidades, o grande aumento de indústrias, os altos fluxos
de veículos e várias outras fontes que de alguma forma afetam o meio ambiente,
impulsionaram a criação de órgãos que debatessem tais questões de cunho ambiental, de
modo que se adotasse ações para prevenção e reparação de danos.
O meio ambiente possui amparo na legislação Brasileira, sendo tido como um
direito fundamental pela Constituição Federal Brasileira. Neste sentido, deve ser
protegido e preservado, livre de ameaças que ponham em risco a subsistência das
futuras gerações, adotando assim normas nacionais e internacionais que tutelam a sua
devida proteção.
O art. 225 da CF/88 inaugurou norma expressa de proteção ambiental e ao
mesmo tempo vinculou essa proteção à efetiva participação popular:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações” (BRASIL, 1988).

O direito ambiental que garante a proteção ambiental surgiu a partir da relação


do homem com o meio ambiente, onde houve a compreensão da inviabilidade da
manutenção do ritmo de crescimento das atividades antrópicas no que se refere ao uso
dos recursos naturais, sob pena de esgotamento desses recursos nas décadas que se
seguissem, passando a adotar medidas voltadas à revisão da sua postura para com
relação ao meio ambiente.
A consolidação da proteção ambiental se dá por meio da aplicação de um
arcabouço de normas jurídicas, composto principalmente por normas coercitivas
reguladoras, às atividades humanas, com a finalidade de que seja alcançada a
preservação do meio ambiente, bem como seja garantido à presente e futuras gerações o
usufruto de um meio ambiente equilibrado, que se trata de um direito imprescindível à
existência digna do ser humano (ANTUNES, 2021).
O meio ambiente ecologicamente sadio e equilibrado é um dos direitos
ambientais fundamentados pelo princípio da dignidade da pessoa humana por ser
indissociável e agregado em todas as formas de vida, devendo ser preservado pelo Poder
Público e também pela coletividade, sendo um dever de todos e o direito a participação
na tomada de decisões que deve ser considerado no que tange um bem comum
(CESAR, 2015).
Quando se fala em proteção e conservação do meio ambiente equilibrado à sadia
qualidade de vida a proteção do meio ambiente depende dos esforços do Poder Público
e também de toda a coletividade que tem o direito-dever de ampla participação nas
tomadas de decisões, sendo um dispositivo constitucional elencado no art. 225 da
CF/88, referindo esse direito-dever da participação comunitária.
O princípio da natureza pública da proteção ambiental é exposto no artigo 225
da constituição federal, que atribui às entidades públicas e à sociedade o dever de
garantir um meio ambiente saudável para as futuras gerações (BRASIL, 1888), estando
em correlação com o princípio do direito administrativo da indisponibilidade do
interesse público, em razão dos aspectos a ele aplicado.
À coletividade foi atribuído o dever de preservar e de proteger o meio ambiente
além do direito da participação democrática para a promoção da defesa do meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Conforme preceitua a doutrina, “A área
ambiental, conforme se tem entendido, foi pioneira na incorporação da participação
popular como elemento indissociável das estratégias a serem adotadas para a proteção
do meio ambiente” (MIRRA, 2011, p. 52).
A norma constitucional determina um direito-dever de participação do cidadão
na tomada de decisões, havendo inúmeros mecanismos para proteção do meio ambiente
que possibilitam a efetiva aplicação do princípio democrático, não se restringindo da
participação eventualmente em conjunto com a comunidade (THOMÉ; RIBEIRO, 2016,
p. 73).

Segundo disposto no Princípio 10 da Declaração do Rio no ano de 1992:

A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a


participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos
interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso
adequado às informações relativas ao meio ambiente de que
disponham as autoridades públicas, inclusive informações
acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades,
bem como a oportunidade de participar dos processos
decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a
conscientização e a participação popular, colocando as
informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso
efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no
que se refere à compensação e reparação de danos
(CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992).

Ao Estado foi incumbido o dever de cumprir a legislação vigente, de modo que


algumas das suas funções é a de definir as unidades territoriais especialmente
protegidas, controlar todas as atividades que podem afetar a qualidade de vida e o meio
ambiente, confiando as três esferas, executiva, judiciária e legislativa, cada qual com
suas atribuições e prerrogativas o dever indispensável de garantir a mantença do meio
ambiente sadio e equilibrado. Restando ainda em caso de danos causados ao mesmo o
dever de promover sua recuperação e reparação. (CESAR, 2015; MELO, 2017).
É importante destacar que as competências inseridas no ordenamento jurídico da
Constituição Federal Brasileira fundamentam-se no princípio da predominância do
interesse. Se o interesse se fizer de forma nacional a competência será conferida a
União; se for interesse regional será do Estado e; se ele for de interesse local a
competência designada caberá aos Municípios (FIORILLO, 2013).
O incentivo a educação ambiental é previsto e citado no artigo 225 da
Constituição Federal, ao descrever que cabe ao Poder Público “promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente”. (BRASIL, 1988). sendo este um instrumento imprescindível na
conscientização da comunidade e preservação do meio ambiente saudável.
A proteção ambiental não fica restrita apenas no artigo 225 da Constituição
Federal. É possível encontrar ao longo do texto constitucional diversas referências ao
meio ambiente em artigos dispersos, restando evidenciada a intenção do legislador
constituinte de dar a referida proteção ao bem jurídico tutelado. Exemplo se tem o artigo
5º, inciso LXXIII, permitindo que “qualquer cidadão ingresse com ação popular com o
intuito de anular ato lesivo ao meio ambiente” (BRASIL, 1988).
É dever de todos zelar e garantir a proteção do meio ambiente e seus recursos
naturais de forma que tanto a geração atual quanto as futuras gerações possam desfrutar
de uma boa qualidade de vida, não cabendo somente ao Estado garantir a sua proteção,
mas também à sociedade em assumir atitudes em seu dia-dia que objetive corresponder
ao esperado pelo legislador constituinte (SIRVINSKAS, 2018).
Quanto ao desenvolvimento socioeconômico, em especial da construção civil em
harmonia com o meio ambiente, algumas medidas podem ser adotadas minimizando os
impactos negativos gerados em todo ciclo do processo de construção, seja na exploração
desenfreada e insustentável de recursos naturais para matéria prima, na geração de gases
de efeito estufa pelos métodos de produção e transporte, no desmatamento e evacuação
de áreas para a implementação de atividades relacionadas ao setor.
Em harmonia com a preservação ambiental, o conceito de desenvolvimento
sustentável emergiu da Conferência de Estocolmo, em 1972, um marco histórico na
discussão dos problemas ambientais. Sendo denominado na época como "abordagem do
eco desenvolvimento" e posteriormente renomeado "desenvolvimento sustentável”. A
concepção está em equilibrar estes fatores. O direito deve se desenvolver e ainda
continuar a manter a preservação ambiental (THOMÈ, 2015, p. 58).
Cabe aos entes federados a busca em alcançar o objetivo comum de manter um
meio ambiente preservação aliado ao desenvolvimento sustentável, agindo de forma
local, mas pensando globalmente (FERNANDES; MENEZES JUNIOR, 2015),
enfatizando a necessidade da adoção de práticas de consumo no processo da construção
civil, sem o comprometimento da biodiversidade natural e comprometimento dos
serviços ecossistêmicos.
REFERENCIAS

ANTUNES, Paulo de. Direito Ambiental. 22ª. ed. São Paulo: Atlas, 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Diário Oficial da


União, Brasília, 05 out. 1988.

CESAR, Mateus. Direito Ambiental a luz da Constituição, Jus Brasil 2015.

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E


DESENVOLVIMENTO – ECO 92. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento.

FERNANDES, Keller. MENEZES JUNIOR, Eumar Evangelista de. O Papel dos


Municípios na gestão Ambiental. Jus.com.br,2015.

FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 14. São
Paulo: Saraiva, 2013.

MELO, Fabiano. Direito Ambiental. Edição: 2. São Paulo. Editora Método. 2017

MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Participação, processo civil e defesa do meio ambiente.
São Paulo: Letras Jurídicas, 2011.

SIRVINSKAS, Paulo. Manual Direito Ambiental. Edição: 16. São Paulo: Saraiva, 2018

THOMÉ, Romeu. Manual de direito ambiental. 5 edições. Editora Jus podiv, 2015.

THOMÉ, Romeu; RIBEIRO, José Cláudio Junqueira. Community participation in the


analysis of the environmental impact assessment as a democratic mechanism to insure
social-environmental rights, 2016.

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