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CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA

DIOGO JÚNIOR RAMOS SILVA RA: 1302301

THATIANA C. DA SILVA SEMINARA RA: 1800282

ALLAN FERNANDO MATIAS RA: 1302047

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL


Jundiaí
2020
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O crescimento populacional e a atividade econômica impulsionam a demanda


de novas edificações e infraestrutura. O setor da construção civil é um dos maiores
consumidores de recursos naturais, gerando um grande volume de resíduos, em
grande parte, proveniente de perdas. Os impactos gerados, em especial nos canteiros
de obras, têm causado problemas graves à gestão urbana e o profundo
desconhecimento dos volumes gerados de resíduos de construção e demolição
(RCD), dos impactos que eles causam, dos custos sociais envolvidos e possibilidades
de seu reaproveitamento.

O interesse por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da


construção civil tem se acirrado com a discussão de questões ambientais
(Souza et al., 2004). Dados levantados por Schneider (2004) sobre a
geração dos resíduos da construção civil mostram que essa questão é
mundialmente reconhecida. O setor tem o desafio de conciliar uma atividade
produtiva dessa magnitude com as condições que conduzam a um
desenvolvimento sustentável (Pinto, 2005). Nesse contexto, verifica-se a
necessidade de implantação de diretrizes para a efetiva redução dos
impactos ambientais gerados pelos resíduos de construção e demolição
(RCD). A implantação de um sistema de gestão de resíduos não só
contribuirá para o avanço técnico-gerencial dos municípios como também
para o uso racional dos recursos naturais (Revista Tèchne, pp.58, 2009).

A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas


cidades brasileiras demonstra a existência de um grande desperdício de material,
quando se analisa todo o ciclo de vida da atividade, desde a sua extração, passando
pelo seu transporte e chegando à sua utilização na construção.
O conceito de perdas é normalmente associado ao desperdício de materiais.
porém, deve-se entender como perda a ineficiência causada pelo uso de
equipamentos, materiais, mão-de-obra e capital em quantidades superiores aquelas
necessárias (BOGADO, 1998).
Resíduos da Construção Civil são os provenientes de construções, reformas,
reparos e demolições, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Os resíduos de construção de demolição RCD sem contaminação podem ser
divididos em três grupos:
- Grupo I: Materiais compostos de cimento, cal, areia e brita, tais como:
concreto, argamassa e blocos de concreto;
- Grupo II: Materiais cerâmicos, tais como: telhas, manilhas, tijolos, azulejos
etc.;
- Grupo III: Diversos, tais como: Gesso, solo, metal, madeira, papel, plástico,
matéria orgânica, vidro, isopor etc.

(Fonte: John, 2002 apud Piovezan, 2007).


Classificação dos Resíduos da construção civil

(Adaptada revista Téchne 142).

Existem diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da


construção civil estabelecendo um fluxo para esses resíduos, obtendo-se então um
programa de gerenciamento de resíduos da construção civil.
A massa de resíduos quando mal gerenciada, degrada a qualidade da vida
urbana, sobrecarrega os serviços municipais de limpeza pública e reforça no país a
desigualdade social uma vez que escassos recursos públicos são continuamente
drenados para pagar a conta da coleta, transporte e disposição de resíduos
depositados irregularmente em áreas públicas, conta essa que na realidade é de
responsabilidade dos geradores.
Mediana da geração dos RCD em algumas cidades no Brasil (% em massa)

Fonte: Morais, (2006)

De acordo com a Resolução CONAMA nº 307 (2002), os municípios devem


dispor de um programa de gerenciamento e de áreas cadastradas para Ponto de
Entrega do RCD provenientes de pequenos geradores. Já grandes geradores têm o
dever de criar projetos para o gerenciamento de resíduos e o compromisso de
armazenar, transportar e fazer a correta deposição do mesmo.
A gestão dos resíduos envolve controle da geração, armazenamento, coleta,
transferência e transporte, processamento e disposição de resíduos sólidos que vai
ao encontro dos melhores princípios de saúde pública, engenharia, economia,
conservação e estética (PINTO, Hélcio 2007). O sistema de gestão pode ser dividida
em gestão corretiva ou diferenciada.
A maioria das administrações municipais brasileiras, ainda atua de maneira
ineficaz no sistema de gestão dos RCD e, quando apresenta soluções, estas são
sempre emergenciais e inconvenientes. A esses procedimentos, PINTO (1999)
denominou de Gestão Corretiva. Caracteriza-se por englobar atividades não
preventivas, repetitivas e custosas das quais não surtem resultados adequados, por
isso são profundamente ineficientes.
A Gestão Corretiva se sustenta na “inevitabilidade” de áreas com deposições
irregulares degradando o ambiente urbano, e se sustenta enquanto houver a
disponibilidade de áreas de aterramento nas proximidades das regiões fortemente
geradoras de RCD.
Já na Gestão diferenciada, Pinto (1999) refere que os resíduos de construção e
demolição são constituídos por um conjunto de ações que corporificam um novo
serviço público, visando captação máxima de resíduos gerados, através da
constituição de redes de áreas de atração diferenciadas para pequenos e grandes
geradores/coletores; reciclagem dos resíduos captados; alteração de procedimentos e
culturas relacionados a intensidade da geração, à correção da coleta e disposição e
às possibilidades de utilização de resíduos reciclados .
Além disso, a gestão diferenciada dos resíduos da construção e demolição
prezam pela redução dos custos municipais com limpeza urbana e destinação dos
resíduos; preservação do sistema de aterros como condição para a sustentação do
desenvolvimento; preservação ambiental; redução do volume aterrado e incentivo às
parcerias de captação, reciclagem e reutilização dos RDC.

Eco ponto no Município de São Paulo, central de reciclagem.


Os principais fatores incentivadores para a deposição irregular do RCD são: o
baixo custo de deposição, facilidade de transporte por veículos inadequados e falta de
fiscalização.
Os gastos com a gestão corretiva pelo setor público poderiam ser direcionados a
educação, saúde, moradias entre outros, valores estes, que atualmente são
empregados para limpeza e manutenção de áreas irregulares de deposição de RCD.
As ações na gestão de RCD de forma correta e reciclagem propiciam a
multiplicação de parcerias entre órgãos públicos, privados e instituições da sociedade
civil que em conjunto de ações resultam em:
- preservação das matérias primas naturais;
- redução de consumo de energia e economia de água;
- proteção do meio ambiente;
- redução do desperdício de materiais;
- conscientização relacionada ao uso correto de materiais;
- redução da geração de resíduos e seu impacto sanitário, social, econômico e
ambiental;
- disposição legal, adequada e reciclagem dos RCDs;
- estimular a organização de instituições que realizem a coleta dos RCDs;
- conscientização da população para que haja de forma sustentável.
É importante que os setores da construção civil, poder público e sociedade
atuem em conjunto para a conscientização e disposição dos resíduos de construção
de forma a minimizar sua geração, evitando desperdícios e perdas na construção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOGADO, J. G. M. Aumento da produtividade e diminuição de


desperdícios na construa civil: um estudo de caso no Paraguai. Florianópolis,
1998. Dissertação (Mestrado) UFSC.
GONZÁLEZ J. L. R., PINTO T. P. Volume 1 - Manual de orientação : como
implantar um sistema de manejo e gestão nos municípios. Brasília, 196 p. 2005.
Parceria técnica entre o Ministério das Cidades, o Ministério do Meio Ambiente e a
Caixa Econômica Federal.
Ministério do Meio Ambiente – MMA. Resolução Nº. 307 de 05 de julho de
2002. Brasília. 2003. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
PINTO, H. Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos. Campinas,
2007/2008. Apresentação (aula) Pós-Graduação UNICAMP / USP.
PINTO, T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais.
São Carlos: Universidade Federal de São Carlos / Depto. de Engenharia Civil, 1989.
Revista TÉCHNE nº 142, pp.44, janeiro/2009.
Revista TÉCHNE nº 147, pp 58, junho/2009.

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