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Espacio y Desarrollo N° 19, 2007, pp.

153-160 (ISSN 1016-9148)

Planejamento básico para recuperação de área degradada em


ambiente urbano

Waldenize Manoelina do Nascimento

Resumo
Um dos principais problemas da ocupação do solo urbano são os impactos ambientais causados
pelo uso inadequado deste. Sua preocupação se da a partir do momento em que a escassez de
áreas preservadas nas cidades devido à ocupação e ao não planejamento adequado do uso urba-
no. Este artigo procura estabelecer de forma sistematizada uma referencia sobre planejamento
para recuperação de áreas degradadas em ambiente urbano ressaltando alguns aspectos básicos
para recuperação das mesmas.
Palavras-chave: solo urbano, planejamento, áreas degradadas, recuperação.

Resumen
Uno de los principales problemas de ocupación del suelo urbano son los impactos ambientales
causados por su uso inadecuado. Esta preocupación se inicia en el momento cuando se nota la
escasez de áreas reservadas en las ciudades debido al crecimiento urbano y a la falta de planifi-
cación. En este artículo se trata de establecer de manera sistematizada una referencia sobre el
planeamiento para la recuperación de áreas degradadas en ambiente urbano resaltando algunos
aspectos básicos para la recuperación de las mismas.
Palabras clave: suelo urbano, planeamiento, áreas degradadas, recuperación.

Abstract
One of the main problems of urban land use is the environmental impacts caused by inadequate
use of it. This worry comes from the moment that there is lack of preserved areas in cities
due to land occupation and inadequate planning for urban use. This paper tries to establish
in a systematized form a reference on planning for recuperation of degraded areas in urban
environments emphasizing some basic aspects to the recuperation of those.
Key words: urban land, planning, degraded areas, recuperation.


Mestranda do Programa de Pós-Graduação – Mestrado de Geografia do Departamento de Geografia,
ICHS/UFMT. Membro do Grupo de Estudos Estratégicos e de Planejamento Integrado – GEEPI.
E-mail: <walnascimento@ibest.com.br>.
Espacio y Desarrollo N° 19, 2007 / ISSN 1016-9148

Introducão
Segundo Lefer (1993),
[...] as aglomerações urbanas, junto com seus impactos ambientais negativos, são o resulta-
dos de um número de processos históricos e econômicos, incluindo a super concentração
de industrias devido aos dependentes modelos de desenvolvimento, combinado com uma
inadequada estrutura de posse de terra, técnicas não apropriadas de agricultura e crescimento
da população rural. Isso conduz ao aumento do fluxo de imigrante, para as metrópoles, na
busca de empregos e serviços, em taxas que as cidades não podem mais suportar. As forças
de concentração urbana já ultrapassaram as capacidades física e social de absorção das mega-
cidades. Este processo tem exteriorizado custos sociais e ecológicos na forma de saturação
dos níveis de poluição do ar, da água e sonora. Ultimamente, tem degradado os mecanismos
ecológicos básicos, que assegurem a produtividade sustentável dos recursos naturais e das
bases sociais para uma gestão democrática do processo produtivo pelas comunidades.
O processo de metropolização tem gerado um déficit de crescimento de serviços
públicos. Isso tem conduzido à degradação da qualidade de vida da população, à
pressão social, ao aumento do custo ecológico e aos elevados preços dos insumos do
desenvolvimento.
Oliveira (1964), já havia percebido a influência do saneamento no desenvolvimento
e, conseqüentemente, sua importância no planejamento territorial.
No ano seguinte, foi publicado no boletim de N° 297, da Série de Relatório Técnicos
da Organização Mundial de Saúde o seguinte:
As normas de planejamento físico mais válidas são as que se apóiam em normas sanitárias,
e que consideram, portanto os problemas de saneamento [...] no processo de planejamento,
os planejadores profissionais de saúde e da área ambiental devem trabalhar juntos [...] desde
que o uso do solo tem sido tradicionalmente a chave para o planejamento metropolitano,
deve ser considerada a sua interação com o sistema de abastecimento de água, coleta e
disposição de esgoto, drenagem, transporte, coleta e disposição do lixo, poluição do ar, do
solo e da água, etc.
O ideal de planejamento é que ele venha acompanhado de desenvolvimento sus-
tentável, onde a sustentabilidade de um meio urbano considere dois aspectos: que o
primeiro observe a proteção e restauração das características e processos biológicos
remanescentes dentro da própria comunidade urbana. O segundo, que se observe os
impactos ambientais urbanos, ou seja, os impactos da cidade nos recursos terrestre,
aquático e atmosférico da biosfera; em outras palavras, devem ser consideradas as
oportunidades e restrições a um determinado uso humano.
Atualmente, cada vez mais são implantados planos e programas, que busquem novas
soluções para melhorar o nível de vida das cidades, com reflexos no sistema político e
social ainda que esses planos não sejam nem implementados.
O planejamento/projetos, mesmo sendo considerado como elemento de controle
e disciplina são fundamentais, pois ao contrario, as sociedades seriam desordenadas,
anárquicas. O que deve ser considerado, é a forma de se elaborar, e executar um

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planejamento/projeto, considerando os impactos ambientais que este possa provocar.


A pesquisa, enquanto processo deve ter como meta o inter-relacionamento do sistema
local, regional, sendo que os planejamentos/projetos setoriais, devam completar-se
uns aos outros.
Por outro lado, a pesquisa, torna-se um processo de ações política, com objetivos
de natureza sócio-ambiental e de medidas econômicas, administrativas de implantação
física sistemática, e opções políticas próprias, variáveis especificas a manipular e ainda,
em um instrumental singular a utilizar.
Seja num micro ou macro impacto ambiental urbano, o ponto de partida sempre
será a visão unificada das condições existentes, para então montar um quadro de opções,
quanto às medidas, objetivos e sistema a adotar com os recursos disponíveis.
Dentro deste contexto, Miranda Neto (1981) considera que:
[...] o planejamento, é processo de decisão que objetiva uma ótima combinação de ativida-
des em uma área específica e através do qual a utilização dos instrumentos do sistema e as
limitações impostas pelos recursos disponíveis.
Para se fazer um planejamento/projeto objetivo e coerente, é necessário que se
estabeleçam os objetivos gerais e meta especifica, com fins de melhorar os níveis da
comunidade envolvida, bem como a qualidade de vida e isso implica em prever e evitar
impactos ambientais.
Nesse sentido, esse processo tem que considerar a realidade existente, fazendo um
inventário de recursos e potencialidades, elaborando objetivos que atendam às espe-
cificidades regionais ou setoriais, com rapidez e eficiência e, se possível, contar com a
participação da população em todos os níveis e em todas as etapas.
Neste caso, estaremos ressaltando os impactos ambientais decorrentes do uso do
solo com ou não planejamento, em uma região (parcialmente) consolidada e adensa-
da, este deverá ser feito em diversos graus de elaboração, abrangendo apenas as áreas
escolhidas, sendo dividido em planejamento global e regional.

Definição de impacto ambiental


O impacto ambiental é o «resultado da liberação de poluentes no ambiente, que pro-
voca poluição. Degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta
ou indiretamente prejudicam a saúde a segurança e o bem-estar da população; criem
condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do Meio Ambiente e lancem matérias ou
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.» (Lei n° 9.938, de 31 de
agosto de 1981). Em perímetro urbano os impactos decorrentes do uso inadequado do
solo caracterizadas, como «áreas de risco» não se limitam apenas nas áreas vulneráveis à
enchentes, mas aquelas que estão em áreas nas linhas de alta tensão, zona de escape de
rodovias e ferrovias, encostas e outros, provocando os impactos ambientais urbanos.

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Ocupação do solo urbano e formas de impactos ambientais


Um dos principais problemas relacionados a ocupação dos solos urbanos são os
impactos ambientais, quase sempre notados através das inundações, deslizamentos,
desmoronamentos, produção de lixo, erosões, entre outros.
Estes geralmente são conseqüências, sobretudo, da falta de planejamento urbano,
conseqüentemente levando a cidade em uma situação de caos ambiental e social, uma
vez que um é conseqüência do outro.
Dentre os impactos ambientais urbanos, as inundações são as mais visíveis e sentido,
sobretudo, pelas populações de baixo poder aquisitivo, e também por aquelas que se
encontram nas áreas de risco eminentes, (isto é abaixo da linha da pobreza), pois estes
são na verdade impactos decorrentes do uso inadequado do solo urbano.
Os estudos de impacto ambiental relacionam-se a um conhecimento insuficiente dos pro-
cessos ambientais, pautados numa noção defasada de equilíbrio, e na ausência de uma teoria
dos processos ambientais integradora das dimensões físicas, político-sociais, sócio-culturais
e especiais. Por outro lado, sendo a urbanização uma transformação da sociedade, os im-
pactos ambientais promovidos pelas aglomerações urbanas são, ao mesmo tempo produto
e processo de transformação dinâmica e recíproca da natureza e da sociedade estruturada
em classe sociais» (Guerra e Cunha 2001)
Geograficamente, o espaço social é antes de mais nada, o espaço natural que vai ser
modificado pela ação social, ação esta que acontece desde os primórdios, e a medida
que o homem se desenvolve modelando e dominando o espaço, ele altera o ambiente
«natural», primeiro de uma forma amena, considerando seu período caçador e coletor.
Mas, a partir do momento em que o homem, fixa-se em determinado local construin-
do o seu próprio espaço, o ambiente natural sofre uma modificação intensa, com a
introdução de pastagens, de áreas de cultivo, surgimento e crescimento de cidades, de
estradas, e de vias de acesso propiciando o deslocamento humano a todos os lugares
adequados ou não para sua permanência. Portanto, este espaço determinado por um
marco geográfico de uma determinada sociedade, vem sendo transformado no tempo e
na historia do homem até nossos dias, desde pequenas aldeias até grandes metrópoles,
que nada mais são do que a natureza profundamente modificada.
Considerando que as cidades estão sempre em movimento, o ambiente ou meio
ambiente sofre modificações constantes. Segundo Santos (1993), «um meio ambiente
construído, é o retrato da diversidade das classes, das diferenças de renda e dos modelos
culturais».
Então seria correto afirmar que os impactos ambientais são, na verdade, os processos
de mudanças sociais e ecológicas em um espaço urbano, no qual incorpora-se a ecologia
humana e a estruturação social deste espaço?
O impacto ambiental não é só um resultado da ação humana sobre o ambiente, mas
sim a relação entre as mudanças sociais e ecológicas em constante movimento, portanto
estudar um determinado impacto ambiental é estudar um movimento que continua.

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Conforme dados de Guerra e Cunha (2001), «a urbanização e a emergência dos


problemas ambientais urbanos obrigam os estudiosos dos impactos ambientais a con-
siderar os pesos variados da localização, distância, topografia, características geológicas,
morfológicas, distribuição de terras, crescimento populacional, estruturação social do
espaço urbano e processo de seletividade suburbana ou segregação espacial».
Os problemas ambientais não atingem igualmente todos os espaços urbanos, atin-
gem, principalmente, aqueles espaços ocupados pela população menos favorecida, e
geralmente são desvalorizados ou mesmo impróprios para moradia.
Foram esses os motivos que fizeram com que surgissem instrumentos novos de análise,
com o objetivo de prever e atuar sobre a realidade existente, para impedir, corrigir e/ou
minimizar os impactos ambientais urbanos, promovendo o desenvolvimento sócio-
cultural local à eficiência do sistema no estudo sobre impactos ambientais urbano.
Entre os assentamentos urbanos em áreas degradadas e de risco de uma cidade,
deve-se escolher trabalhar com aquelas que estão junto ou sobre áreas de mananciais
por um conjunto de razões:
– A primeira, e mais importante, é que este estudo permita combinar através de
projetos o benefício direto aos ocupantes destas áreas com o benefício geral de
recuperar áreas essenciais ao equilíbrio ambiental da cidade como um todo;
– A outra, é a característica da renda dos ocupantes destas áreas. E se estas são
de prioridade do Governo, se o desenvolvimento de políticas privilegia estas
camadas sociais, que exija intervenções com algum nível de subsídio, seja pelos
custos de obras da construção civil, seja pela natureza das obras necessárias,
geralmente em sua maioria de uso coletivo;
– Por fim, a necessidade de interromper o processo de agravamento da degradação
ambiental e as condições insalubres de moradia enquanto elas são passíveis de
solução. Ou seja, principalmente, antes que o super adensamento, impeça as
consolidações possíveis, e o vínculo histórico dado pelo tempo de ocupação
impeça as remoções necessárias destas, e os processos erosivos tornem as áreas
absolutamente impróprias, para o uso que já lhe foi dado.
A necessidade de profissionais nesta área, e o interesse por Planejamento de Projeto
Ambiental Urbano, vem aumentando notadamente, mas ainda é insuficiente e mostra
que a cidade é carente de outros profissionais preocupados em pensar e executar projetos
desta natureza, objetivando melhoria na qualidade de vida da população apontando
critérios ambientais urbanísticos locais e regionais adequados.

Algumas considerações gerais da dinâmica dos impactos ambientais urbano


Compreender a dinâmica dos impactos ambientais urbanos, aplicados aos fatores de
ocupação do solo da cidade (ou das áreas determinadas) a partir do seguinte enfoque:

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– Questionar como e a partir de quando se deu o processo de ocupação das áreas


examinando conceitos de espaço, ambiente urbano e impactos ambientais;
– Indagar sobre as orientações da administração publica, e privada (exploração
imobiliária) para o desenvolvimento das mesmas, investigando os impactos
ambientais decorridos deste processo;
– Relatar como a descoberta e a exploração investigadora das diversidades dos
impactos ambientes urbanos, podem contribuir para encontrar soluções cria-
doras e ou mitigadoras que fundamentarão uma gestão ambiental equilibrada
e integrada do uso do solo urbano.

Algumas considerações específicas da dinâmica dos impactos ambientais urbano


Especificar como trabalho será desenvolvido atendendo a uma ordem cronológica de
ocupação através de:
- Diagnósticos das condições gerais, observando a existência de programas de inves-
timentos públicos e privados, em setores estratégicos, provisão de infra-estrutura
e, também, programas com metas diversificadas para as áreas escolhidas;
- Plano urbano/ambiental com objetivos específicos, no âmbito regional das áreas
escolhidas, muitas vezes não estará inserido num esquema global da urbanização,
suas metas são especificas para uma região ou apenas para um aspecto da mesma;
- A partir de quando se deu o uso inadequado do solo; e,
- Discutir dentro dos limites propostos, a ideologia do progresso, analisando a
aquisição e o uso das terras, destacando as áreas e a ação do poder público, que
através das leis do uso do solo, atua como agente especulador, num processo
que determina um novo valor para a terra;
- Enfim questionar o impacto ambiental/urbano que consiste em apontar para
um desenvolvimento mais racional, considerando-se as características especificas
de cada área, neste sentido, se faz necessário a execução de um plano ambiental/
urbano e vice-versa.

Políticas publicas habitacional


A falta de políticas publicas adequadas voltadas para habitação provocam um déficit
habitacional grande de moradias populares, isto, considerando o ato de morar num
espaço social em condições dignas de habitabilidade onde se processam as relações
sociais e os loteamentos clandestinos e irregulares negociados em valores «baixos»,
colaboram para com essa falta.
Outra questionável dos assentamentos humanos em áreas urbanas degradadas, é
que estes assume o aspecto perverso de que na sua maioria está em áreas de proteção
ambiental ou nas proximidades dessas. Na medida em que a legislação ambiental
faz suas restrições de uso e de ocupação legais, elas terminam transformando-se,

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contraditoriamente, em áreas «disponíveis», não tendo que arcar com os custos do


acesso legal a terra.
Estes assentamentos, em sua forma atual, desprovidos de infra-estrutura sanitária mínima,
potencializam a degradação ambiental, ao mesmo tempo que colocam sua população em
situação de risco, quer seja o sanitário, ou o estrutural, erosões, deslizamentos, ocupações
irregulares de taludes, enchentes, acrescendo devido a problemática das enxurradas nessas
áreas que vem transformando num desafio para as administrações públicas:
Geralmente estas áreas, objetos de intervenção, estão situadas dentro da malha
urbanas das cidades. Caracterizam-se por serem ocupações espontâneas «de posse»,
regulares ou irregulares, desenvolvidas em zonas públicas e privadas, e consideradas «de
risco» por localizarem-se às margens de córregos, fundos de vale, áreas com topografia
acidentada, e, com incidências significativas de processos erosivos alem outros riscos,
como as que se encontram às margens das rodovias e ferrovias. Estas, em sua maioria,
têm rede de água e de energia elétrica, mas o esgotamento sanitário é inexistente; o
sistema viário é de difícil acesso e muitas habitações são frágeis. O acesso aos serviços
coletivos: como coleta de lixo, transporte e equipamentos sociais é deficiente tornando
as condições de vida nestas áreas, precárias e subumanas.
A população destas áreas, estão predominantemente engajadas no mercado de
economia informal, em profissões de baixa qualificação ou desempregada, e como
conseqüência apresentam baixíssimo poder aquisitivo.

Apontar solução para áreas em situação de risco urbano/ambiental


Propor, através das análises dos diagnósticos, estratégias para enfrentar os problemas da
cidade real, clandestina e insalubre, buscando dotá-la dos requisitos de habitabilidade
que constituem o «morar com dignidade».
Entre os assentamentos urbanos em áreas degradadas e de risco, escolheu-se trabalhar
com aqueles que estão junto as nascentes por um conjunto de razões:
– A primeira, e mais importante, é que este estudo permita combinar o benefí-
cio direto aos ocupantes destas áreas com o benefício geral de recuperar áreas
essenciais ao equilíbrio ambiental da cidade como um todo;
– A outra, é a característica de baixa renda dos ocupantes destas áreas. além do
desenvolvimento de políticas publicas para estas camadas sociais, o seu nível
de renda exige intervenções com algum nível de subsídio, seja pelos custos de
obras da construção civil, seja pela natureza das obras necessárias, a maioria de
uso coletivo incluindo educação ambiental e sanitária;
– Por fim, a necessidade de interromper o processo de agravamento da degrada-
ção ambiental e as condições insalubres de moradia enquanto elas são passíveis
de solução. Ou seja, principalmente, antes que o super adensamento impeça
as consolidações possíveis; o vínculo histórico dado pelo tempo de ocupação,

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impeça as remoções necessárias em áreas de risco; e os processos erosivos tornem


as áreas, absolutamente impróprias, para o uso que, já lhe foi dado.
A legislação municipal, documentos, publicações oficiais, mapas, aerofotografias
e outros, devem servir de referencia para o desenvolvimento do diagnóstico das áreas
escolhidas.

Considerações finais
As metas a serem atingidas pelo trabalho desta natureza são fundamentadas em teoria,
que dão a base para o mesmo, e que essas devam ser capazes de prevenir danos futuros,
considerando as intervenções setoriais. As decisões devem ser tomadas de baixo para
cima, ou seja, a partir de informações que possibilitarão uma constate reavaliação da
eficiência do sistema ambiental/urbano.
É imprescindível uma visão integrada da economia regional, global e das relações do
desenvolvimento sustentável com políticas publicas de habitação e desenvolvimento.

Referências bibliográficas
Guerra, Antonio Teixeira, Sandra Batista Cunha
2001 Impactos ambientais urbanos no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil.
Lefer, B.
1993 Planejamento no Brasil. São Paulo: Perspectiva.
Oliveira, E. de W.
1964 «Saneamento e Planificação». Tese para provimento de cargo de Professor Catedrático.
São Paulo: SP. Faculdade de Saúde Pública, São Paulo.
Miranda Neto, M. J.
1981 A crise do planejamento. Rio de Janeiro: Nordica.
Santos, M.
1993 A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec.

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