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CAPÍTULO III

DA ESTRATÉGIA PARA MELHORIA DA MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

Seção I
Dos Conceitos Básicos e Dos Objetivos

Art. 16Entende-se por mobilidade o conjunto estruturado e coordenado de modos,


serviços e infraestrutura que garantem os deslocamentos de pessoas e bens na cidade,
contribuindo para o acesso amplo e democrático à mesma, por meio do planejamento e
organização do sistema e a regulação dos serviços de transportes urbanos.

Art. 17 Entende-se por acessibilidade a possibilidade e condição de alcance para


utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transportes e dos dispositivos,
sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou
mobilidade reduzida.

A estratégia para melhoria da mobilidade e acessibilidade no Município de


Art. 18
Jaraguá do Sul tem como objetivo geral qualificar a circulação e a acessibilidade da
população de modo a atender às suas necessidades.

Parágrafo único. São objetivos específicos da estratégia referida no caput deste artigo:
I - melhoria da circulação e do transporte urbano, facilitando a interconexão entre
bairros e proporcionando deslocamentos intra e interurbanos que atendam as
necessidades da população;

II - garantia da acessibilidade a todos os equipamentos urbanos, transportes e demais


serviços da cidade;

III - redução dos acidentes e mortes de trânsito e maior conscientização da população


sobre a necessidade de obediência às regras envolvendo a mobilidade e a
acessibilidade;

IV - ampliação e aperfeiçoamento da participação comunitária na gestão, fiscalização e


controle do sistema de transporte;

V - vinculação do planejamento e da implantação da infraestrutura física de circulação e


de transporte público às diretrizes de planejamento contidas neste PDO.

Seção II
Das Diretrizes
Art. 19 A estratégia para melhoria da mobilidade e acessibilidade observará as seguintes
diretrizes:
I - condicionamento das intervenções públicas e privadas à garantia da ampla
mobilidade e acessibilidade;

II - tratamento urbanístico adequado do sistema viário, em especial o cicloviário e o de


pedestrianização, de modo a garantir a segurança dos cidadãos, da preservação do
patrimônio natural e cultural e da própria cidade;

III - adequação da oferta de transportes à demanda, compatibilizando seus efeitos


indutores com os objetivos e diretrizes de uso e ocupação do solo, contribuindo, em
especial, para a requalificação dos espaços urbanos, a criação e o fortalecimento dos
centros de bairros;

IV - priorização da circulação do transporte coletivo e do tráfego de passagem nas vias


arteriais, estruturais e coletoras, restringindo-o em vias locais;

V - ordenamento e manutenção permanente da malha viária e da rede de estradas


vicinais, equacionando o abastecimento e a distribuição de bens dentro do Município,
de modo a reduzir seus impactos na circulação viária e no meio ambiente;

VI - priorização ao transporte coletivo, ao transporte não-motorizado e à


pedestrianização;

VII - desvio do tráfego de passagem e do transporte ferroviário de cargas da área


central da cidade, gestionando a implantação do anel viário perimetral;

VIII - promoção da acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com


mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e obstáculos das vias, edifícios
e meios de transporte e de comunicação, atendendo os princípios do desenho
universal, a normatização técnica da ABNT e a legislação específica.

Seção III
Das Propostas

A estratégia para melhoria da mobilidade e acessibilidade será implementada


Art. 20
mediante os seguintes planos, programas, projetos, obras, ações, medidas e/ou
procedimentos:

I - gestionar:

a) a implantação do contorno viário da BR-280 ao norte e a interligação desta com a


SC-110 a oeste;
b) a implantação do contorno ferroviário ao norte;
c) a pavimentação da JGS-493, na localidade de Ribeirão Aurora, ao sul, que interliga a
SC-110 à localidade de Itoupava, em Blumenau;
d) melhoramentos nos trechos urbanos das rodovias sob jurisdição estadual e federal;

II - aperfeiçoar o sistema de transporte público coletivo, considerando a integração e a


intermobilidade, e estimulando o seu uso pela população, em consonância com o Plano
Municipal de Mobilidade Urbana (PlanMob) e o Plano Municipal de Transporte Público
Coletivo (PlanTransp);

III - priorizar, demarcar e executar as vias, ligações e obras de arte projetadas para o
sistema viário;

IV - avaliar, rever periodicamente e alterar, quando necessário, a hierarquia e as


larguras das vias componentes da malha viária, incluindo as estradas rurais,
estabelecendo uma rotina permanente de manutenção, recuperação e melhoria destas
últimas;

V - determinar o índice de mobilidade para a cidade e rever o sistema de circulação


viária, modernizando e corrigindo, se necessário, a sinalização semafórica, horizontal,
vertical, indicativa e turística;

VI - dar tratamento preferencial às vias estruturais, eixos prioritários, corredores de


transporte coletivo e anéis viários, otimizando fluxos, privilegiando a segurança,
minimizando a demanda à área central, evitando incomodidades, adensando setores e
locando determinadas atividades em vias adequadas à sua função;

VII - instituir um programa de construção e recuperação de calçadas, considerando a


acessibilidade, o índice de caminhabilidade, a padronização e a priorização das vias
que dão acesso a equipamentos comunitários, bem como o alargamento das existentes,
quando possível;

VIII - criar e implantar um plano cicloviário, considerando o Manual de Planejamento


Cicloviário do Ministério dos Transportes e o Plano Municipal de Mobilidade Urbana
(PlanMob);

IX - instituir um programa de pavimentação viária que contemple o emprego de asfalto


nas vias arteriais, estruturais e coletoras e pavimentos ecologicamente corretos nas vias
locais, bem como das estradas rurais;

X - avaliar, revisar e atualizar a legislação que disciplina a movimentação de cargas na


área central da cidade;

XI - estabelecer uma política de estacionamento, implantando ou ampliando o


estacionamento rotativo controlado mediante pesquisa de rotatividade, prioritariamente
em vias ou áreas comerciais e de prestação de serviços, e considerando a adoção de
medidas de incentivo à construção e instalação de estacionamentos públicos ou
privados, no interior dos imóveis;
XII - elaborar e editar legislação de polos geradores de tráfego;

XIII - criar e implantar um plano de gestão integrada de iluminação pública, que


contemple a iluminação funcional nas vias e logradouros públicos e a iluminação
decorativa e artística nas praças, bens, espaços públicos e edificações do patrimônio
histórico e arquitetônico:

XIV - monitorar o tráfego de cargas perigosas nas vias da cidade;

XV - elaborar e editar legislação de redes de infraestrutura;

XVI - avaliar, rever e atualizar a legislação de táxis e de transporte especial;

XVII - estudar e discutir alternativas de reaproveitamento e inserção urbana do leito


remanescente da linha férrea;

XVIII - instituir um programa de educação continuada no trânsito.

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