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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES


DEPARTAMENTO DE ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

Bárbara Sales de Holanda

Ensino e Aprendizagem de Violoncelo no Projeto Social Orquestra


Jovem SESC Pantanal – Polo do Instituto Ciranda no SESC Pantanal
(Poconé, MT): Um Autoestudo

Cuiabá
2022
Bárbara Sales de Holanda

Ensino e Aprendizagem de Violoncelo no Projeto Social Orquestra


Jovem SESC Pantanal – Polo do Instituto Ciranda no SESC Pantanal
(Poconé, MT): Um Autoestudo

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao curso


Licenciatura em Música do Departamento de Artes
da Universidade Federal de Mato Grosso.

Orientação: Profa. Dra. Luciana Fernandes Hamond

Cuiabá
2022
Sumário
Resumo..................................................................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................4
1.1 OBJETIVOS....................................................................................................................................6
1.1.1 Objetivo Geral........................................................................................................................6
1.1.2 Objetivo Específico................................................................................................................6
1.2 QUESTÕES BÁSICAS......................................................................................................................7
1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................................7
2 UMA BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................8
3 MINHA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA DE VIOLONCELO...............................................................8
4 ENSINO DE VIOLONCELO NO PROJETO SOCIAL INSTITUTO CIRANDA (MT).......................................13
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................................................15
6 DESENVOLVIMENTO..........................................................................................................................15
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................................16
8 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................16
9 ANEXOS.............................................................................................................................................17
Plano de Aula 1.................................................................................................................................17
Observações e Reflexões Referentes a Aula 1..................................................................................21
Plano de Aula 2.................................................................................................................................25
Observações e Reflexões referentes a aula 2...................................................................................29
Plano de Aula 3.................................................................................................................................33
Observações e Reflexões referentes a aula 3...................................................................................37
Plano de Aula 4 (com partituras)......................................................................................................42
Observações e Reflexões referentes a aula 4...................................................................................47
Resumo

A ser elaborado após a finalização do TCC. (até 500 páginas)

Palavras-chave (de 3 a 5 palavras):


1 INTRODUÇÃO
Trabalhar com música em projeto social é algo desafiador, e há vários artigos
feitos por profissionais da música relatando sobre suas vivências e trabalhos
desenvolvidos e experiências absorvidas nesse meio. Independente do lugar, observo o
quanto as ações de projetos sociais transformam e mudam pessoas. Aprender com os
relatos dessas experiências compartilhadas agrega conhecimento e isso me faz uma
profissional melhor na educação em música. Meu relato se alinha com a citação feita as
por Kater em relação a alguns cuidados que o professor precisa ter:

Torna-se então no mínimo uma demonstração de cuidado, por parte


do professor, dedicar-se a um trabalho de desenvolvimento pessoal (o que
significa dizer conhecer-se melhor, cultivar o equilíbrio interno centramento,
determinação, coerência, criatividade, auto-observação etc.), consciente da
situação de referência que representa. (KATER, 2004, p. 45)

Este trabalho tem como objetivo fazer uma pesquisa de autoconhecimento e


relatar minha experiência na área da docência lecionando aulas de violoncelo no projeto
social Orquestra Jovem Sesc Pantanal. Esse projeto social é uma parceria entre Sesc
Pantanal e Instituto Ciranda Música e Cidadania, tendo como proposta trabalhar música
com crianças e adolescentes da comunidade carente da cidade de Poconé (MT).

Desenvolver um trabalho com grupos de violoncelo sempre foi algo que me


chamou a atenção, instigar a curiosidade de como tocar o violoncelo através do som que
ele emite tanto sozinho quanto em grupo faz com que os alunos queiram conhecer mais
ainda sobre o violoncelo, e caminharem juntos na aprendizagem do instrumento. E
como diz Silva e Queiroz (2020) em sua pesquisa sobre aulas em grupo de cordas
ficcionadas:

Há um consenso entre muitos pesquisadores de que o ensino coletivo de


cordas friccionadas é um modelo de ensino e aprendizagem eficientes na
iniciação aos instrumentos e na alfabetização musical dos alunos (SILVA;
QUEIROZ, 2020, p.31)

Com relação a esta citação, que concordo plenamente, posso relatar que sempre
houve muito entusiasmo da minha parte em aplicar o melhor conteúdo nas aulas de
violoncelo. Então, busquei através da metodologia e filosofia Suzuki trabalhar o
desenvolvimento musical, motor e sensorial dos alunos, tanto em aulas individuais
quanto em grupo. Essa questão me trouxe novos horizontes de como desenvolver uma
boa iniciação ao violoncelo com os alunos, pois acredito que toda construção precisa ter
um bom alicerce. Portanto, ao desenvolver um bom alicerce na iniciação, os alunos
poderão entender o funcionamento do instrumento e fazer música de forma fluente.

Fonterrada (2008) escreveu em seu livro uma afirmação citação de Suzuki, a


qual me faz refletir sobre a iniciação musical infantojuvenil, em que mesmo com a falta
de iniciação musical nos primeiros anos do nascimento, toda criança e adolescente pode
aprender música.

Toda criança, potencialmente, tem capacidade para aprender música, do


mesmo modo que para aprender a falar a língua de seus pais – Sua língua
mãe. (FONTERRADA, 2008, p.166).

As aulas de violoncelo no projeto social Orquestra Jovem Sesc Pantanal


acontecem em grupo. No entanto, no atual momento cada grupo possui dois alunos. As
aulas são iniciadas a cada início de semestre com a inscrição de dois a cinco alunos.
Percebo que as aulas em grupo são muito importantes para o aprendizado e progresso
dos alunos. Noto que os alunos se sentem instigados a estudar para tocarem juntos nas
aulas, eles se apoiam uns nos outros, comentam sobre trechos musicais, com qual dedo
está fazendo alguma nota específica, ou até sobre a forma correta de segurar o arco.

Tudo isso acontece de forma positiva. Observo que não há comentários


pejorativos ou competitividade entre os alunos. Busco, como professora de violoncelo,
sempre instigar os alunos a estudarem de forma feliz, procurando melhorar seus estudos,
porém cada um no seu tempo, pois todos são importantes e estão aprendendo juntos.
Acredito que minha prática pedagógica se alinha com as palavras de Rolland e
Mutschler citadas no texto das autoras Yung e Queiroz:

Como professores devemos notar como nossos estudantes (particularmente os


iniciantes) usam seus corpos. Isto deve indicar o percurso do nosso
procedimento (método- nota da tradução). Se nós falharmos nesta tarefa,
permitiremos que dificuldades crescentes permeiem o aprendizado, ou talvez
até a falha total ocorram em um estágio posterior. 1(ROLLAND;
MUTSCHLER apud YING; QUEIROZ, 2016, p.4)

O respeito mútuo entre professor e aluno é algo que busco seguir em minhas
aulas, aplicando uma das intenções mais importantes da metodologia Suzuki:
1
Texto original: “As teachers we should note how our students (particularly the beginners) use their
bodies. This use should suggest our course of procedure. If we fail to do this, we invite increased
difficulty or, perhaps, total failure at a later stage.”
“Educação com Amor” (SUZUKI, 2008). Ver e ouvir os alunos tocando sozinhos ou se
reunindo para estudar quando não estou em sala de aula, é uma evidência de resultados
positivos das aulas realizadas. Com outras palavras, o que foi aprendido durante a aula
vai além da sala de aula. A repetição é o que fará o aluno aprimorar sua coordenação
motora e memorização musical no processo de aprendizagem ao violoncelo,
especialmente presente na metodologia de Shinichi Suzuki:

Habilidade não cresce sozinha, temos de educá-la. Cada homem precisa


instruir a si próprio; em vez de lamentar sobre a falta de talento, deveríamos
cria-lo em nós. (SUZUKI, 2008, p.59)

A seguir descrevo os objetivos gerais e específicos, as questões norteadoras e as


justificativas deste trabalho.

1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral

O foco deste trabalho de conclusão de curso é: Observar e relatar por meio de


uma metodologia sistemática minha experiência como educadora musical, uma
investigação de minha prática pedagógica e adaptações da proposta metodológica do
Suzuki e Fun Book para o contexto de projeto social nas aulas de violoncelo no projeto
Orquestra Jovem Sesc Pantanal, uma parceria entre Sesc Pantanal e Instituto Ciranda na
cidade de Poconé (MT).

1.1.2 Objetivo Específico

Elucidar as abordagens pedagógicas utilizadas por mim como professora de


violoncelo do projeto social Orquestra Jovem SESC Pantanal, polo do Instituto Ciranda
junto com o Sesc Pantanal em Poconé (MT).

Compreender como é a minha abordagem pedagógica no ensino de violoncelo


ao combinar o uso dos métodos Fun Book e Suzuki no contexto deste projeto social;

Observar e descrever os resultados deste autoestudo a nível de entendimento


motor e musical dos alunos iniciantes no violoncelo nas aulas em grupo do projeto
social Orquestra Jovem no SESC Pantanal, polo do Instituto Ciranda junto com o Sesc
Pantanal em Poconé (MT).
1.2 QUESTÕES BÁSICAS

As questões norteadoras de meu trabalho de conclusão de curso são:

1. Quais são as caraterísticas pedagógicas de minhas aulas de violoncelo em


grupo dentro do projeto social Orquestra Jovem Sesc Pantanal em Poconé
(MT)?

2. Como utilizo os métodos Suzuki Vol I e Fun Book e integro a minha


experiência docente realizando adaptações no ensino de violoncelo em grupo
no contexto de projeto social Orquestra Jovem Sesc Pantanal em Poconé
(MT)?

3. Quais os aspectos da metodologia Suzuki que estão presentes nas minhas


aulas de violoncelo dentro do projeto social Orquestra Jovem Sesc Pantanal
em Poconé (MT)?

1.3 JUSTIFICATIVA

O ensino de violoncelo na maioria dos projetos sociais pelo Brasil tem o método
Suzuki como um dos principais guias para iniciação do instrumento, porém não é
possível trabalhar sua metodologia puramente em alguns contextos de projeto social,
sendo necessárias adaptações dessa abordagem.

O meu relato de experiência mostrará, por meio de um autoestudo sistemático,


como é a minha prática pedagógica como educadora musical ao combinar e adaptar as
abordagens pedagógicas do Suzuki e o método Fun book, juntamente com as minhas
vivencias prévias de filosofia Suzuki, no ensino do violoncelo em grupo no projeto
social Orquestra Jovem SESC Pantanal, um polo do instituto Ciranda em parceirinho
com o Sesc Pantanal. A partir deste relato, espero tornar-me mais consciente de minha
prática pedagógica em relação ao ensino de violoncelo, de nível iniciante, que podem
proporcionar uma aprendizagem significativa para alunos dentro do contexto de projetos
sociais.

Além disso espero que este trabalho contribua para o conhecimento na área de
ensino e aprendizagem de violoncelo em grupo e que seja fonte de inspiração para
outros professores de violoncelo que trabalham em projetos sociais.
2 UMA BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Esta parte será desenvolvida para ser apresentada na defesa de TCC final

3 MINHA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA DE


VIOLONCELO
Comecei a dar aulas de violoncelo no ano de 2015, no projeto de extensão do
IFMT campus Várzea Grande, chamado Pauta Viva. Naquela época, eu não tinha muita
experiência em como dar aulas de violoncelo. Eu ensinava da mesma forma que eu
tinha aprendido violoncelo, ou seja, ensinando os alunos a pegar no arco corretamente,
ajustar o violoncelo ao corpo dos alunos (altura, postura e posição), localizaras notas na
partitura e tocar ao mesmo tempo em que liam a partitura. Minha experiência neste
projeto foi muito importante pois me indaguei se a forma como eu estava ensinando
violoncelo era realmente a forma mais adequada e eficiente para motivar cada vez mais
os alunos fazendo com que eles gostassem cada vez mais do instrumento, e se sentissem
mais confortáveis ao tocar violoncelo, sem sofrer lesões ou sentir dores durante esse
processo.

O método que eu adotei foi o Suzuki, o mesmo que me foi apresentado quando
iniciei meus estudos no Instituto Ciranda em 2012. No projeto Pauta Viva eu não
aplicava a metodologia Suzuki, nem à conhecia direito. Eu mostrava aos alunos as notas
no violoncelo antes deles olharem para a partitura e depois mostrava as notas na
partitura, o processo era bastante lento, mas gerou resultados positivos. No entanto,
durante a aula de violoncelo eu solfejava as notas das músicas do método Suzuki. Eu
sempre gostei de cantar as notas musicais para que os alunos pudessem referenciar o
som do violoncelo com a nota falada e cantada.

Em 2016 comecei a participar do projeto de extensão UFMT com a Corda Toda.


Esse projeto foi o que mais me influenciou na maneira como eu dou aula de violoncelo
até os dias de hoje. No projeto UFMT com a Corda Toda fui orientada pelos
coordenadores professores Oliver Yatsugafu e Rubia Naspolini tive contato com novas
formas de ensino de violoncelo para iniciante. Por exemplo, aprendi que durante os
primeiros meses de violoncelo no aprendizado do aluno que ele precisa entender como
ajustar o instrumento ao seu próprio corpo, entender como tocar as notas musicais por
imitação e entender como encontrar essas notas musicais nas cordas do violoncelo, para
só então aprender a ler essas mesmas notas na partitura. Os coordenadores inspiravam-
se na metodologia Suzuki, em que os alunos aprendem música através da imitação e da
repetição. Foi exatamente nessa época que ouvi falar pela primeira vez sobre a
metodologia Suzuki, ou seja, que tinha uma filosofia a ser seguida por trás do método.

As aulas do projeto de extensão UFMT com a Corda Toda aconteciam em


grupo, geralmente formado por três até dez pessoas. A maior parte dos alunos, cerca de
90% deles, não possuía violoncelo. Na ocasião eu usava meu próprio instrumento com
os alunos para eles sentirem o instrumento no corpo, ajustar o corpo do instrumento ao
corpo dos alunos, usava meu próprio arco para ensiná-los a como segurar o arco. O fato
de os alunos não possuírem instrumento fazia com que as aulas tivessem um andamento
bem lento por até dois meses. Esse era mais ou menos o prazo em que os alunos se
organizavam para conseguirem comprar um violoncelo. Durante esse tempo alguns
alunos iam desistindo, e uma turma que antes eram de dez pessoas passava a ser de
quatro a cinco pessoas.

Após os primeiros meses, eu os instigava a aprender as músicas iniciais do


método Suzuki através da imitação. Eu tocava algumas notas musicais no violoncelo e
solfejava junto, e logo depois pedia para os alunos reproduzirem essas mesmas notas
musicais no violoncelo. As turmas eram formadas quase que exclusivamente por adultos
e algumas vezes havia adolescentes.

As primeiras músicas ensinadas aos alunos usavam-se a primeira posição do


violoncelo somente nas cordas Ré e Lá, e há uma justificativa para isso, seguindo a
ideia da filosofia Suzuki, o aluno precisa desenvolver a musculatura dos dedos nas
cordas mais finas e que exigem menos força para apertarem. E ensinar a primeira
posição no violoncelo é fundamental pois é através dela que o aluno entenderá o
mapeamento de dedilhados no violoncelo quando no futuro ele precisar fazer escalas
musicais, extensões do primeiro dedo, mudanças de posição.

Os coordenadores da Corda Toda sempre ressaltaram o quão importante era o


aluno ter uma boa base desde a iniciação ao instrumento. Já nas primeiras aulas eu
precisava ficar atenta com a postura do instrumento no corpo do aluno, com a forma
correta de segurar o arco com a mão direita e com as fôrmas da mão esquerda. Hoje
considero essas questões mais importantes além de desenvolver a musicalidade desde a
iniciação ao instrumento.

Neste mesmo projeto fui introduzida ao Fun Book, um método Estadunidense


criado por Larry Newman que desenvolve a leitura de partitura por meio das figuras
musicais, começando com a semínima nas cordas mais agudas do violoncelo, cordas Ré
e Lá. O Fun Book tem uma abordagem muito semelhante à do método Suzuki no
sentido de desenvolver o dedilhado nas cordas mais agudas – nas cordas Ré e Lá. No
entanto, o Fun Book se diferencia do método Suzuki pois foca na leitura musical. A
escrita musical do método vem acompanhada do nome de cada nota em inglês, onde D é
o Ré e o A é o Lá, porém eu usava o nome das notas em português também. Então
quando o aluno lia a figura musical ele estava associando as alturas das notas musicais
com o nome das notas musicais na pauta.

Eu usava os dois métodos juntos, Suzuki e Fun Book. O Suzuki era mais usado
para memorização das notas dentro de uma determinada música, geralmente músicas
bem curtas, e o Fun Book era usado para ensinar passo a passo a leitura de partitura para
os alunos iniciantes de violoncelo que não sabiam ler partitura. Porém nunca procurei
me aprofundar neste novo método que me foi apresentado, mas gostei de sua proposta e
foi muito tranquilo adaptá-lo às minhas aulas dentro do projeto.

Em 2019 procurei conhecer cada vez mais sobre a metodologia Suzuki e


participei do encontro intensivo durante uma semana sobre a Filosofia Suzuki em São
José dos Campos, tendo a orientação da professora Patrícia Pasmanter. Neste encontro
compreendi que as ideias de Shinichi Suzuki que adaptou o ensino de música dentro do
contexto histórico pós-guerra no Japão. Compreendi que assim como as crianças
aprendem a falar por meio da repetição e imitação da fala materna antes mesmo de
aprenderem a ler e escrever, o aprendizado de música pode ser dar da mesma forma.
Além disso, entendi que numa aula de música, o aluno leva o aprendizado do
instrumento para outras áreas da sua vida, como ter disciplina e compromisso ao
estudar, perseverança a cada novo desafio e para aprender coisas novas no instrumento e
desenvolver a música com muito amor. Todos esses aprendizados foram importantes
para eu me tornar uma professora de música melhor.
Em 2018 fui designada para dar aulas no Instituto Ciranda, como professora de
violoncelo no Projeto Orquestra Jovem SESC Pantanal em Poconé (MT). Já em 2019
comecei a dar aulas na sede do Instituto (Cuiabá-MT), além das aulas em grupo com
adolescentes iniciantes lá havia duas crianças, uma de 9 e outra de 8 anos, que queiram
iniciar seus estudos de violoncelo.

Com essas crianças consegui desenvolver a metodologia Suzuki, ensinando o


violoncelo para as crianças por meio da imitação, com os pais em sala de aula
observando e anotando cada processo de seus filhos para ajudá-los com os estudos de
violoncelo em casa. Confesso que dessa forma as aulas progrediam muito mais rápido
devido ter o apoio dos pais, eu os orientava a como ajudar seus filhos em casa, então os
alunos se sentiam muito motivados. Experimentar a aplicação da metodologia Suzuki
deu muito certo, mas não era a realidade dos outros alunos dos outros lugares onde eu
dava aula.

Quando comecei a dar aulas no projeto Orquestra Jovem SESC Pantanal, em


Poconé, a proposta de aulas precisava ser diferente, pois o propósito desse projeto era de
formar sua própria orquestra, um trabalho que vem sendo desenvolvido de uma forma
muito positiva até os dias de hoje.

No Sesc há algumas salas para que possam ser usadas para as aulas de música,
há alunos pagantes e não pagantes e a instituição faz o empréstimo dos instrumentos de
forma totalmente gratuita.

No início das primeiras aulas em Poconé os instrumentos comprados pela


instituição ainda não haviam chegado, então dei aulas de violoncelo durante um mês e
meio com o meu violoncelo sendo emprestado nas aulas com os alunos. Todos os
alunos da turma de violoncelo eram adolescentes entre 12 e 14 anos de idade, e todos
eles nunca haviam assistido a um concerto de orquestra presencialmente, então eles
estarem tendo essa oportunidade de conhecer um instrumento tão diferente quanto o
violoncelo presencialmente era algo muito especial para suas vidas.

Quando os instrumentos chegaram foi muito mais fácil para todos, dessa forma
podíamos dar continuidade com as aulas, os alunos poderiam levar os instrumentos para
casa e aplicar o que foi aprendido em aula quando estivessem fazendo seus estudos
individuais.
Em Poconé não era possível eu aplicar fielmente a metodologia Suzuki com os
adolescentes de lá, havia um foco a ser seguido, ensinar os alunos a tocar, ler partitura o
mais rápido possível pois precisava haver uma orquestra tocando no final do ano. E por
este motivo pensei em unir Suzuki e Fun Book também nas minhas aulas do SESC
Pantanal, e dessa forma foi desenvolvida a musicalidade dos alunos, localização de
notas e sonoridade com o arco através das músicas do Suzuki por meio da repetição de
forma clara e objetiva, eu usei o Fun Book para desenvolver aos poucos a leitura de
partitura, onde os alunos estariam aprendendo de forma mais tranquila e lúdica a tocar o
violoncelo. Confesso que essa junção é a forma que mais gera resultados positivos
desde que iniciei minhas aulas em Poconé, resultado de uma influência positiva gerada
das aulas realizadas no projeto de extensão na UFMT.

Eu iniciei minhas aulas de violoncelo aprendendo a tocar violoncelo por meio do


método Suzuki, mas sem o uso da metodologia Suzuki. Eu aprendi violoncelo
rapidamente, eu tinha a musicalização desenvolvida através da participação do coral
infantojuvenil da UFMT e por meio de estudo de outros instrumentos musicais. Mas
somente ao dar aulas de violoncelo pela primeira vez no projeto Pauta Viva, projeto de
extensão do Instituto Federal de Mato Grosso na cidade de Várzea Grande, IFMT-VG,
tentei replicar nas minhas aulas de violoncelo a mesma forma que me foi ensinado.
Porém os alunos não tinham tido a mesma vivência que eu desde criança, o contato com
a música, o fazer musical. Então, os resultados da vivência desses alunos foram
diferentes dos resultados da minha vivência ao aprender a tocar violoncelo. Eu percebi
que os alunos precisavam ter referência sonora, e por isso eu tocava as notas no
violoncelo mostrando a eles onde fazer as notas, como fazer a música, desde sempre
pensei em instigar os alunos através da escuta musical.

Depois dessa experiência as aulas no projeto de Extensão da UFMT foi o lugar


que mais me influenciou positivamente, foi lá que aprendi a entender as dificuldades de
cada aluno e ajudá-los, e para isso e por isso procurei por novas ferramentas. Além da
faculdade de licenciatura em música, busquei conhecer a metodologia Suzuki, esse
acontecimento foi algo tão marcante e tão importante que sempre penso na professora
que eu era antes e na professora que me tornei depois de participar do Filosofia Suzuki,
quando voltei do encontro Suzuki percebi que possuía muitas ferramentas e precisava
usá-las.
Já no Instituto Ciranda e no projeto Orquestra Jovem SESC Pantanal, por mais
que o objetivo seja criar formação de orquestra o meu objetivo inicial sempre foi fazer
com que os alunos tivessem vivencias positivas com o instrumento. Sem ter aquela
pressão de aprender partitura rapidamente sem nem mesmo conhecer seu próprio
instrumento, sem entender como ele é tocado e como seu som pode ser emitido. Precisei
unir dois métodos diferentes pois os alunos além de entender como deveriam tocar
violoncelo, também precisavam aprender a ler partitura, de forma rápida e saudável.

Penso que o Suzuki e o Fun Book podem ser usados de forma que um
complemente o outro, pois há a possibilidade sim de desenvolver musicalidade através
da leitura de partitura com o Fun Book, porém acredito que o aluno de violoncelo
através das músicas do Suzuki, principalmente as primeiras cinco músicas, se tornam
mais cientes sobre os mecanismos do instrumento, sobre as notas, sobre a sonoridade ao
fazer a fricção do arco nas cordas. Essas são questões muito importantes antes de
aprender a ler uma partitura, mas depois que o aluno se torna ciente de tudo isso, a
leitura de partitura vai ser algo mais além do que só ler as notas enquanto ele toca
violoncelo. Se o professor usar as ferramentas corretas, como desenvolver a sonoridade
do aluno ao tocar lendo partitura, desenvolver musicalidade por meio da imitação,
instigando expressão corporal e afinação, juntando tudo isso será possível desenvolver a
musicalidade no aluno, e é dessa forma que desenvolvo os estudos de violoncelo com
meus alunos.

4 ENSINO DE VIOLONCELO NO PROJETO SOCIAL INSTITUTO


CIRANDA (MT)
O Instituto Ciranda não possui um livro ou metodologia própria específica para
trabalhar o estudo do violoncelo. Por este motivo, cada professor, independente do
instrumento, é livre para fazer a melhor escolha de métodos para trabalhar com seus
alunos, tanto no polo em Cuiabá quanto nos polos musicais em outras cidades.

Eu escolhi dois métodos para os estudos com meus alunos, o Suzuki vol. I
(SUZUKI, 1991) e o Fun Book (NEWMAN, 2011) pois são métodos de fácil
entendimento para desenvolver os primeiros passos musicais com o violoncelo. O
Suzuki foi o método que tive o primeiro contato ao iniciar meus estudos de violoncelo,
então me sentia familiarizada com ele para poder dar aulas de violoncelo. Por outro
lado, o Fun Book foi um método que tive oportunidade de conhecer quando participei
do projeto de extensão UFMT com a Corda Toda, dando aulas de violoncelo.

O Fun Book é um método Estadunidense criado por Larry Newman e


desenvolve a leitura de partitura por meio das figuras musicais, começando com a
semínima nas cordas mais agudas do violoncelo, cordas Ré e Lá. O Fun Book torna
simples e descontraído o entendimento ao ler partitura, mostrando as notas dentro das
figuras musicais no pentagrama, ele também usa muita repetição ao mostrar várias
vezes as mesmas notas nos exercícios desenvolvendo com facilidade a memorização da
localização de cada figura musical.

O Suzuki é um método muito utilizado no mundo inteiro, porém são poucas as


pessoas que utilizam a sua metodologia nas aulas junto com o método. Essa
metodologia é aplicada usando a junção de professor, mão/pai e aluno, onde o professor
ensina ao aluno por meio da imitação instigando a memorização e afinação do aluno,
juntamente com a mãe/pai para que o mesmo auxilie em cada passo do estudo do seu
filho sendo parte fundamental no aprendizado do seu filho com o instrumento musical.
As músicas no método Suzuki Vol.1 são em sua maioria canções folclóricas do Japão,
então as crianças já conhecem as melodias musicais e isso torna mais rápido o
aprendizado das notas musicais no instrumento através da escuta, e mesmo que alguém
não conheça as músicas consegue aprender de forma rápida e lúdica, pois as canções
são bastante curtas, repetitivas e muito confortáveis de tocar.

O Fun Book tem uma abordagem muito semelhante à do método Suzuki no


sentido de desenvolver o dedilhado nas cordas mais agudas – nas cordas Ré e Lá. No
entanto, o Fun Book se diferencia do método Suzuki pois foca na leitura musical. A
escrita musical do método vem acompanhada do nome de cada nota em inglês, onde D é
o Ré e o A é o Lá. , porém eu usava o nome das notas em português também. Então
quando o aluno lia a figura musical ele estava associando as alturas das notas musicais
com o nome das notas musicais na pauta.

Ambos os métodos Fun Book e Suzuki possuem ideias que tornam o


aprendizado do violoncelo mais lúdico e rápido de entender a localização das notas para
primeira posição nas cordas agudas (Corda Lá e corda Ré) pois são as cordas mais finas
e por este motivo não exige uma grande força dos dedos no momento de os alunos
aplicarem a primeira posição para o dedilhado da mão esquerda. Já na mão direita o
ângulo das cordas agudas também faz com que não seja necessário que os alunos
coloquem muita força ou uma pressão na corda para conseguir fazer as cordas vibrarem.
Essa atenção as questões técnicas pensando separadamente em cada uma das mãos é
algo que faz toda a diferença, pois além da técnica dos dedilhados e arco, é importante
trabalhar a musicalidade com os alunos, através de músicas com melodias simples.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O relato de experiência envolveu o planejamento sistemático de quatro (4) aulas
e da elaboração dos relatos das minhas reflexões e críticas de cada aula, analisando os
procedimentos metodológicos usados nas aulas de violoncelo do projeto social em
questão. Os dados coletados são os registros dos quatro planos de aula e das quatro
observações com reflexões e percepções de minhas abordagens pedagógicas ao
combinar e adaptar a filosofia Suzuki usando método Suzuki e Fun Book no ensino de
violoncelo em grupo no contexto de projeto social. A coleta de dados ocorreu no mês de
Maio , nos dias.03,10, 24 e 31, as terças feiras no horário da manhã de 9h40min as
10h40min. A análise dos planos de aula e das observações resultarão neste relato onde
compreendo (ou me torno mais consciente) dos procedimentos metodológicos adotados
e adaptados no ensino e aprendizagem de violoncelo no contexto de projeto social. As
reflexões das aulas foram escritas num caderno em 1ª pessoa e depois transcritas
digitalmente (Word) na 3ª pessoa, onde pude acrescentar outros fatos observados. Ao
transcrever os relatos em 3ª pessoa eu pude me distanciar dos dados e do meu papel de
professora para um papel de observadora da prática pedagógica aplicada.

6 DESENVOLVIMENTO
Nesta parte do trabalho, realizo a análise dos dados da pesquisa de autoestudo de
minha prática pedagógica no ensino de violoncelo em grupo projeto social Orquestra
Jovem Sesc Pantanal em Poconé (MT)

A estrutura dos planos de aula que apliquei nas aulas com as alunas no Sesc
Pantanal, é sempre iniciada por acolhimento, estudo de escala, estudo da música usando
o Suzuki por meio da imitação e leitura de partitura utilizando o Fun Book. Somente no
primeiro plano de aula que após o estudo da escala eu fiz a leitura de partitura com as
alunas e depois o estudo da música, porém nos outros planos eu mantive a estrutura de
aula citada acima.

Revisito os quatro planos de aula e os registros de minhas reflexões após cada


aula (vide ANEXO).

Para a primeira aula fiz um planejamento para revisitar alguns dos estudos
realizados no ano final de 2021, quando a modalidade de ensino era de forma
presencial. As alunas ficaram sem ter aulas de violoncelo de janeiro a abril de 2022.
Com o retorno das aulas no mês de maio de 2022 era possível que as alunas tivessem
esquecido alguns estudos e exercícios no violoncelo como por exemplo: ajustar o
instrumento ao seu próprio corpo, segurar o arco corretamente, tocar as notas no ângulo
de cada corda, e afinar as notas na primeira posição do violoncelo. Não seria sensato
chegar para o primeiro dia de aula e aplicar coisas novas sem saber das limitações ou
progressos das alunas durante o recesso do projeto entre dezembro de 2021 à abril de
2022, afinal foram quatro meses sem orientações. Então relembrar estudos já
desenvolvidos foi o melhor caminho que encontrei para observar as alunas com o
violoncelo.

Eu estava bastante positiva para a realização da aula 1 com as alunas, pois


mesmo que elas não tenham tido orientações durante esses meses, elas sempre
estudavam o conteúdo das aulas e demonstraram interesse nas aulas para aprender novas
técnicas ou músicas no violoncelo. Ao aplicar esta aula, puder perceber que as alunas
mantiveram os seus estudos. Isso mostra o quão importante é instigar os estudos dos
alunos com o instrumento para que eles possam ter a oportunidade de sempre progredir
a cada aula.

Relendo as minhas observações e reflexões em relação a aula 1, notei que as


alunas demonstraram saber ler as notas musicais (solfejar) quando utilizei o exercício 55
do Fun Book. Esse trabalho de leitura de partitura foi desenvolvido no final de 2021
com as notas localizadas nas cordas Ré e Lá, somente usando a primeira posição do
violoncelo. Essa é uma evidência que o aprendizado das alunas no período anterior ao
recesso foi adquirido.

Porém ao tocar o violoncelo enquanto liam a partitura, as alunas se perderam um


pouco durante a realização do exercício 55 do Fun Book. Essa situação me fez perceber
que seria preciso fazer um estudo do exercício compasso por compasso lentamente junto
com as alunas, lendo a partitura e tocando violoncelo. Depois de rever várias vezes cada
compasso, as alunas conseguiram juntar a coordenação motora com a leitura da
partitura. Quando isso acontece, as alunas criam mais independência na junção da
leitura de partitura e execução musical ao violoncelo.

Na prática da música Tia Rhody – do método Suzuki Vol. 1, toquei a música e as


alunas seguiam a mesma sequência de notas tocadas por mim, construindo a música aos
poucos. Essa atividade foi muito importante para instigar a memorização e
principalmente instigar a afinação por meio da imitação e repetição.

Observei também que as alunas desenvolveram a habilidade de cantar as notas


musicais na música Tia Rhody – do método Suzuki Vol. 1. Acredito que ao me
observarem a solfejar enquanto toco violoncelo, as alunas se sentem convidadas a fazer
o mesmo. Essa é uma de minhas estratégias pedagógicas que eu utilizo para auxiliar os
estudos do instrumento nas aulas que podem ser aplicadas no estudo em casa. Cantar as
notas enquanto se toca o violoncelo pode ajudar a lembrar do som de cada nota e por
sua vez melhorar a afinação.

Ao perceber que as alunas não tocavam sozinhas pois não se lembravam da


forma da música Tia Rhody – do método Suzuki Vol. 1, forma A B A, notei que ao
solfejar as notas iniciais de cada parte (A ou B) proporcionou o retorno da memória
musical das alunas quase que instantaneamente. Desta forma, as alunas começaram a
tocar e cantar as notas musicais da música Tia Rhody – do método Suzuki Vol. 1 com
mais desenvoltura.

Esta parte do TCC incluirá as análises dos planos de aula e das reflexões após as
aulas dos planos 2,3 e 4 (em curso).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta parte do TCC incluirá as respostas das questões norteadoras deste trabalho
(em curso).
8 REFERÊNCIAS
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios. 2a. edição
MEC/FuNARTE E Editora da UNESP. Coleção Arte e Educação. 2a. ed. São Paulo:
FUNARTE e Editora da UNESP, 2008. v. 1. 364p .
KATER, Carlos. O que podemos esperar da educação musical em projetos de ação
social. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 12, n.10, p.43-51, mar. 2004.
MATEIRO, Teresa; ILARI, Beatriz (Org.). Capítulo 6 Shinichi Suzuki. A educação do
talento. Curitiba: Intersaberes, 2012.
NEWMAN, Larry. The Cello Fun Book for Young Students. Pacific Palisades, CA:
Children’s Music Workshop. Createspace Independent Publishing Platform. 2011.
REYS, Maria Cristiane Deltregia. Métodos na Iniciação ao Violoncelo: Leituras e Usos
– Um Estudo na Região Sul do Brasil. Santa Maria, RS. 2011.
SILVA, A. V. S.; QUEIROZ, D. U. . Iniciação ao violoncelo nas turmas de ensino
coletivo do projeto de extensão Oficinas de Violoncelo da Universidade Federal do
Ceará. Anais da I Conferência do Encontro de Cordas Flausino Valle: ensino coletivo,
pedagogia e performance, 2020.
SUZUKI, Shinichi. Educação é Amor. O Método Clássico da Educação do Talento. 3ª
ed. Rio Grande do Sul. Gráfica Editora Pallotti. 2008.
SUZUKI, Shinichi. Suzuki Cello, Cello Part School Volume 1 Revised Edition. Miami,
FL: Warner Bros Publications.1991.
YING, L. M. ; QUEIROZ, D. U. . Implantação de Ensino Coletivo de Cordas
Friccionadas no curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Ceará. In:
XIII ENCONTRO REGIONAL NORDESTE DA ABEM, 2016, Teresina. ANAIS XIII
ENCONTRO REGIONAL NORDESTE DA ABEM, 2016
9 ANEXOS

Plano de Aula 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
ESCOLA: Orquestra Jovem Sesc Pantanal
ENDEREÇO/TELEFONE: Avenida Generoso Ponce, s/nº - Centro,
Poconé – MT
ANALISTA DE CULTURA DO SESC Josenira Cássia de Souza Rosa Fernandes
PANTANAL
COORDENADORA PEDAGOGICA DO Fábia Fusco
INSTITUTO CIRANDA
DISCIPLINA: Aula de Violoncelo
PROFESSORA: Bárbara Sales de Holanda
DIAS E HORÁRIOS DE AULAS DO Terça feira – 03/05/2022 das 9:40h às
ESTÁGIO: 10:40h
TURMA: Violoncelos II

TEMA: Relembrando Estudos do Violoncelo

OBJETIVO GERAL:

Desenvolver a percepção motora e musical

OBJETIVOS ESPECIFICOS:

Desenvolver percepção motora com o violoncelo no corpo humano

Desenvolver a percepção musical com a escalas na tonalidade de Ré Maior

Desenvolver a leitura de partitura

CONTEÚDO:

Postura do violoncelo no corpo humano

Estudo da escala de Ré Maior


Estudo da música Tia Rhody – Suzuki 1

Estudo de leitura do exercício 55 – Fun Book

METODOLOGIA:

A aula será iniciada com as boas-vindas da professora, ela dirá às alunas que
sentiu muita falta de lhes dar aula e que não esperava a hora de voltar as aulas no Sesc
Pantanal.

A professora perguntará às alunas como foram suas férias e o que elas fizeram
de legal, perguntará também sobre os estudos de violoncelo para saber se as alunas
conseguiram estudar alguma coisa. A professora aguardará as respostas das alunas e as
encorajará para tocarem uma música ou escala musical de livre escolha.

Durante a demonstração de prática das alunas, a professora verificará como está


a postura das alunas com o violoncelo no corpo, e se elas conseguem equilibrar o arco
corretamente em cima das cordas. É provável que as alunas tenham esquecido algumas
coisas, mas isso é totalmente normal pois elas ficaram muito tempo sem orientações de
violoncelo, então esta primeira aula é especificamente para ajudá-las a relembrar.

Em seguida, a professora recordará junto com as alunas a escala de Ré Maior.


Essa foi a escala mais estudada durante o ano de 2021 com as alunas, pois é uma escala
que trabalha a localização das notas nas cordas mais agudas do violoncelo (Lá e Ré) e
com essa escala, além das alunas trabalharem a memorização da localização das notas
musicais é um ótimo estudo para fortalecer a musculatura dos dedos nas cordas.

Após este momento a professora perguntará as alunas se elas conseguiram


estudar alguma atividade do método Fun Book. A professora aguardará as respostas das
alunas. Mesmo que as alunas não tenham conseguido estudar o Fun Book, a professora
recordará com elas o estudo de número 55 do método para relembrar a leitura da
partitura, cada nota musical está localizada em regiões diferentes na pauta, então a
professora poderá explicar novamente as referências da clave de Fá na pauta para que as
alunas possam lembrar as notas musicais. A professora pedirá que as alunas leiam o
exercício falando as notas musicais de acordo com o valor de cada figura musical e em
seguida toquem o exercício no violoncelo.
Neste momento a professora observará se as alunas conseguem fazer uma boa
leitura e ao mesmo tempo a postura no violoncelo, lhes ajudando quando estiverem com
dúvidas na leitura da partitura ou com dúvidas de como fazer alguma nota musical que
viu na partitura, no violoncelo.

Este exercício será como uma ponte para ajudar as alunas com a localização das
notas também para a próxima atividade que será proposta pela professora, a música Tia
Rhody – Suzuki 1.

Após este momento, a professora perguntará as alunas se elas lembram da


música (Tia Rhody – Suzuki 1). mesmo que as alunas não lembrem de toda a música, a
professora cantará as notas musicais enquanto toca no violoncelo enquanto as alunas à
observam fazendo com que elas consigam relembrar a música que cantavam e tocavam
ao final do ano de 2021.
Esta atividade será proposta para desenvolver a memorização das alunas por
meio da imitação.

A professora observará como está a memorização das alunas e a afinação das


notas na primeira posição, observará também se as alunas conseguem perceber se estão
fazendo alguma nota errada e se conseguem corrigir sozinhas na prática da música Tia
Rhody

A professora agradecerá as alunas por terem participado da aula, e lhes pedirá


que estudem a escala relembrada na aula pois estudar escalas é fundamental para a
localização das notas no violoncelo.

Encerramento da aula.

RECURSOS:

Violoncelo

Quadro Branco

Cadeira sem braços

REPERTÓRIO:
Tia Rhody – Suzuki 1

Exercício 55 - Fun Book

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada através da observação das alunas em relação a


participação na aula por meio de tocar, comunicar dúvidas e questões, e realizar as
tarefas propostas.

REFERÊNCIAS:

SUZUKI, Shinichi. Suzuki Cello, Cello Part School Volume 1 Revised Edition. Miami,
FL: Warner Bros Publications.1991.
NEWMAN, Larry. The Cello Fun Book for YoungStudents. Pacific Palisades, CA:
Children’s Music Workshop. Createspace Independent Publishing Platform. 2011.

Observações e Reflexões Referentes a Aula 1

Aula coletiva de violoncelo – SESC Pantanal


Aula 1 (03/05 /2022)
9:40h às 10:40h

A aula foi iniciada com as boas-vindas da professora, a aluna A estava muito


empolgada com o retorno das aulas, antes da professora começar a falar para iniciar a
aula essa aluna já estava com o instrumento montado e afinado.

A professora perguntou às alunas como haviam sido suas férias e se as alunas


conseguiram estudar o violoncelo.

A aluna B respondeu que no fim do ano de 2021 não conseguiu estudar o


violoncelo devido as festividades em família, mas no início do ano de 2022 pegou um
pouco no violoncelo, relembrou algumas músicas do Suzuki e relembrou a escala de Ré
maior.
A aluna A comentou que ela conseguiu estudar o violoncelo quase todos os dias,
imprimiu todo o método do Suzuki 1 para violoncelo, e tentou explorar algumas
músicas a partir do conhecimento de partitura que ela aprendeu em 2021.

A professora parabenizou às alunas por terem conseguido estudar o violoncelo,


cada uma das alunas da sua forma conseguiu contribuir para si mesmas com os estudos
para que não fosse esquecido o que aprenderam em 2021.

Após este momento a professora perguntou às alunas se elas gostariam de tocar


as músicas ou escalas que estudaram durante as férias. As duas alunas ficaram um
pouco envergonhadas de tocar o violoncelo sozinhas, então a professora perguntou se
elas lembravam das notas da escala de Ré Maior, as duas alunas afirmaram que sim,
então a professora perguntou se elas gostariam de tocar todas juntas. Neste momento a
aluna A começou a tocar bem baixinho as notas da escala, como se estivesse conferindo
se realmente lembrava as notas na ordem correta. A professora observou que a aluna
mostrava precisão na abertura dos dedos na primeira posição da mão esquerda ao fazer
as notas afinadas.

A professora fez a contagem de quatro tempos para que todas iniciassem a escala
de Ré Maior juntas, após a contagem todas tocaram a escala crescente e decrescente, a
professora tocou e cantou as notas juntas, a professora pediu que as alunas tocassem
novamente a escala, ela aproveitou essa segunda vez para observar a postura das alunas
e as fôrmas de mão no violoncelo e mão no arco. Ela percebeu que a aluna A estava
com a mão no com a fôrma incorreta, dedos achatando o arco, mas não lhe chamou a
atenção com relação a isso enquanto tocava. Já a aluna B estava um pouco confusa com
relação as notas da escala, e abertura da fôrma da mão esquerda estava com os dedos
muito próximos um do outro.

Após as alunas terminarem de tocar as escalas, a professora pediu que a aluna B


experimentasse fazer a fôrma da mão esquerda com o dedo indicador mais distante do
dedo médio, e os dois dedos do meio (dedo médio e anelar) mais unidos, enquanto o
dedo mínimo a professora recomendou que ele ficasse mais distante do dedo anelar. A
professora chamou essa fôrma de mão de “Rock’n Roll”, pois as distancias dos dedos
lembram muito o sinal que os roqueiros usam.
Quando a aluna B conseguiu fazer a fôrma de mão corretamente e de maneira
confortável, ela conseguiu tocar as notas mais afinadas.

Já a aluna A, a professora lhe recomendou colocar os dedos no arco de maneira


mais inclinada para a esquerda e usando as falanges de cada dedo para encostar na
madeira do arco, isso proporcionaria mais equilíbrio da mão direita quando a aluna
fosse tocar com o arco nas cordas.

Na época em que as alunas eram mais iniciantes, a professora teria ajudado às


alunas pegando na mão de cada uma e ajustando cada dedo nas localizações das notas
ou os dedos e punho no arco, porém as alunas atualmente conseguem compreender mais
facilmente as recomendações de ajustes técnicos das mãos no violoncelo quando a
professora lhes dá os comandos.

Após a realização da escala, a professora perguntou às alunas se elas lembravam


da localização das notas musicais na partitura. As alunas comentaram que sim, isso
deixou a professora bastante positiva pois ela acreditava que as alunas poderiam ter
esquecido de como localizar as notas na partitura durante as férias, isso mostra que todo
o trabalho de 2021 com a iniciação da leitura de partitura através do método Fun Book
foi muito válido.

A professora pediu que as alunas lessem o exercício 55 no Fun Book, a aluna A


começou a falar os nomes das notas antes mesmo da professora pedir que todas lessem
o exercício juntas, ela conseguiu identificar todas as notas no estudo, a aluna B fez o
mesmo após a aluna A terminar.

A professora comentou que as alunas estavam muito bem com a leitura de


partitura com as notas na corda Ré e Lá, então a professora sugeriu que juntas fizessem
a leitura com a marcação de pulso realizado por ela. A professora fez a contagem de
quatro tempos e começaram a ler as notas, o exercício possui duas linhas, ao final da
primeira linha havia um sinal de ritornelo, a professora perguntou às alunas se elas
lembravam o que significavam aqueles dois pontinhos dentro do pentagrama. A duas
alunas responderam que era um sinal de ritornelo, figura musical estudada também em
2021.
Após este momento de leitura, a professora pediu às alunas que tocassem no
violoncelo as notas que elas haviam acabado de ler na partitura. Já na primeira leitura
com a execução no violoncelo ambas as alunas se perderam um pouco na sequência das
notas, mas a professora explicou às alunas que era completamente normal isso
acontecer, pois ler partitura e tocar ao mesmo tempo é uma habilidade que precisa de
bastante prática. Na segunda tentativa a professora cantou junto com as alunas as notas
da partitura, dessa vez fazendo de compasso em compasso, depois a professora sugeriu
que as alunas fossem juntando dois, três compassos gradativamente. Neste momento a
professoras tocou o violoncelo junto para que as alunas tivessem referência sonora das
notas da partitura, isso contribuiu para a afinação das próprias alunas.

Para a última parte da aula a professora perguntou às alunas se elas lembravam


da música Tia Rhody – Suzuki 1, último estudo feito no ano de 2021. Esse estudo foi
feito por meio da repetição, a professora cantava e tocava as notas e as alunas repetiam
a mesma sequência de notas.

As alunas lembravam algumas partes da música, a professora preferiu relembrar


com elas parte por parte da música, assim como foi feito no processo de aprendizado da
música em 2021. A professora cantou e tocou ao mesmo tempo a parte A da música, e
isso foi o suficiente para refrescar a memória das alunas, elas tocaram em seguida
repetindo a mesma sequência de notas feitas pela professora. A professora tocou e
cantou a parte B da música e em seguida as alunas tocaram também.

Interessante ressaltar que enquanto a professora tocava e cantava as notas da


parte A e B da música as alunas cantaram junto. A professora percebeu que o processo
de memorização das alunas aconteceu de forma agradável, como quando alguém
aprende a letra e melodia de uma música, ela pode até não ser cantada constantemente,
mas quando é reouvida o cérebro lembra de tudo pois o processo de memorização
através da repetição funciona muito bem em vários casos, e para ensinar música através
da memorização dá muito certo.

Para encerrar a aula a professora agradeceu às alunas pela participação e as


instigou a fazer todas as atividades realizadas durante a aula daquele dia.
Essa aula foi muito importante para o retorno das aulas, as alunas precisavam ser
ajudadas a lembrar de algumas questões como fôrma de mão no arco, fôrma de mão no
violoncelo, postura do instrumento no corpo humano e afinação.
Plano de Aula 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA
ESCOLA: Orquestra Jovem Sesc Pantanal
ENDEREÇO/TELEFONE: Avenida Generoso Ponce, s/nº - Centro,
Poconé – MT
ANALISTA DE CULTURA DO SESC Josenira Cássia de Souza Fernandes
PANTANAL
COORDENADORA PEDAGOGICA Fábia Fusco
INSTITUTO CIRANDA
DISCIPLINA: Aula de Violoncelo
PROFESSORA: Bárbara Sales de Holanda
DIAS E HORÁRIOS DE AULAS DO Terça feira 10/05/2022das 9:40h às
ESTÁGIO: 10:40h
TURMA: Cellos II
DOCENTE ORIENTADORA: Luciana Fernandes Hamond
DISCIPLINA: TCC
SEMESTRE LETIVO:

TEMA: Notas na corda Ré e Lá 1ª Posição


OBJETIVO GERAL:
Desenvolver a coordenação motora e musical
OBJETIVOS ESPECIFICOS:
Trabalhar coordenação motora dos dedos na primeira posição no violoncelo nas cordas
Ré e Lá
Desenvolver afinação através da escala e harpejo em Ré Maior
Instigar memorização musical através da música Allegro – Suzuki 1
Trabalhar a leitura de partitura através dos exercícios 67 e 68 do Fun Book
CONTEÚDO:
Aquecimento corporal
Postura do violoncelo no corpo humano
Estudo da escala de Ré Maior
Estudo da primeira parte da música Allegro– Suzuki 1
Estudo de leitura na partitura exercícios 67 e 68 – Fun Book
METODOLOGIA:
A aula será iniciada com as boas-vindas da professora às alunas.

A professora perguntará às alunas como elas estão e como foi a semana de


estudos. Ela aguardará as respostas das alunas.

A professora observará como as alunas fazem suas montagens dos instrumentos,


observará se elas têm dúvidas com relação à altura do espigão e a forma de segurar o
arco.

Após este momento de boas-vindas, a professora fará um aquecimento corporal


com as alunas para acordar o corpo antes de tocar o violoncelo, este alongamento inclui
um pouco de aquecimento das mãos para que os dedes fiquem mais soltos,
impossibilitando alguma futura dor.

Depois do alongamento a professora pedirá que as alunas toquem a escala de Ré


Maior, ela cantará as notas na sequência da escala junto com as alunas enquanto tocam.
Além da escala a professora mostrará às alunas as notas que formam o harpejo na escala
de Ré Maior, mesmo que as alunas já conheçam a escala e o harpejo da escala, ela
observará o manuseio da mão no arco e a afinação enquanto as alunas tocam. A
professora acrescentará o uso do metrônomo enquanto as alunas tocam a escala e o
harpejo, começando com o 60bpms, depois 70bpms, 80bpms até a velocidade que as
alunas consigam fazer a escala o mais rápido possível mantendo afinação e
desenvolvendo agilidade motora.

Após este momento, a professora apresentará uma nova música que usará as
notas musicais na corda Lá com a primeira posição. A professora trabalhará bastante a
primeira posição das cordas mais agudas pois elas são as cordas mais finas e mais leves
de se apertar na fase inicial do aprendizado do violoncelo, sendo assim as alunas
trabalharão a musculatura dos dedos nas cordas mais agudas e posteriormente estarão
com a fôrma de mão mais forte para estudarem as cordas mais graves.

A professora introduzirá os primeiros quatro compassos da música Allegro às


alunas. Ela tocará essa primeira frase da música (os primeiros quatro compassos)
cantando junto as notas musicais, e por meio da repetição pedirá que as alunas toquem
as mesmas notas musicais no ritmo proposto pela professora compasso por compasso
com as alunas até que elas consigam tocar toda a frase por completo por meio da
memorização. Quando a professora perceber que as alunas entenderam a sequência de
notas e fizerem toda a primeira frase, ela gravará um vídeo delas tocando a primeira
parte da música aprendida, para enviar às alunas no final da aula, dessa forma elas
lembrarão de como estudar em casa.

A partitura não será mostrada às alunas, pois a proposta desta atividade é


desenvolver a memorização musical por meio da repetição.

Exemplo:
Professora: Ré Ré Lá Lá
Alunas: Ré Ré Lá Lá
Professora: Si Do# Ré Si Lá Lá
Alunas: Si Do# Ré Si Lá Lá
Professora: Sol Sol Fá# Fá#
Alunas: Sol Sol Fá# Fá#
Professora: Mi Ré Mi Fá# Ré
Alunas: Mi Ré Mi Fá# Ré
Todo o processo de ensino através da repetição deverá ser feito com muita calma
e alegria para que as alunas também se sintam confortável aos poucos com a nova
música.

Em seguida a professora mostrará às alunas as notas da primeira posição da


corda Lá e Ré feitas por elas na música Allegro nos exercícios 67 e 68 do Fun Book por
meio da leitura de partitura. Será um novo desafio para o desenvolvimento da
localização das notas que as alunas tocaram, porém neste momento será com o uso da
partitura enquanto elas tocam o violoncelo. A professora ajudará as alunas a se
localizarem com as mudanças de corda e as figuras musicais na partitura.

Para finalizar a aula a professora parabenizará as alunas pela participação e às


lembrará o quão importante é estudar com frequência em casa as atividades feitas na
aula.

Encerramento da aula.

RECURSOS:

Violoncelo
Celular (Câmera de vídeo)
Cadeira sem braços
REPERTÓRIO:

Allegro – Suzuki 1
Exercício 67 e 68 - Fun Book

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada através da observação das alunas em relação a


participação na aula por meio de tocar, comunicar dúvidas e questões, e realizar as
tarefas propostas.

REFERÊNCIAS:
SUZUKI, Shinichi. Suzuki Cello, Cello Part School Volume 1 Revised Edition. Miami,
FL: Warner Bros Publications.1991.
NEWMAN, Larry. The Cello Fun Book for YoungStudents. Pacific Palisades, CA:
Children’s Music Workshop. Createspace Independent Publishing Platform. 2011.

Observações e Reflexões referentes a aula 2


Aula coletiva de violoncelo – Sesc Pantanal
Aula 2 (10/05 /2022)
9:40h às 10:40h

Neste dia a professora precisou sair da sala que costuma dar aula para suas
alunas, pois ela precisou ser utilizada para as aulas de teoria musical com outro
professor também do projeto de música no Sesc de Poconé.

Por este motivo a professora junto com suas alunas precisaram se adaptar a uma
área coberta no pátio da escola do Sesc Pantanal. O espaço não tem paredes, é somente
um lugar com pilares e coberto com telhas, então era possível ver qualquer pessoa
próxima e isso poderia gerar possíveis distrações.

Após professora e alunas se acomodarem com violoncelos, cadeiras e estantes,


foi iniciada a aula. A professora começou a afinar os violoncelos enquanto perguntava
às alunas se elas estavam bem e como havia sido a semana delas.
A aluna A respondeu que foi bem, e que conseguiu estudar bem o Violoncelo, a
aluna B comentou que não conseguiu estudar muito violoncelo pois estava em semana
de provas na escola e por este motivo conseguiu pegar no violoncelo somente uma vez
para estudar a escala de Ré maior e o arpejo de Ré Maior.

A professora agradeceu às alunas por comentarem com sinceridade sobre como


haviam sido suas semanas como os estudos do Violoncelo.

Após este momento a professora pediu às alunas que relembrassem a escala de


Ré maior tocando as notas no Violoncelo, a professora tocou junto com as alunas
cantando as notas. A professora percebeu que em alguns momentos durante a escala as
alunas também cantavam as notas da escala enquanto tocavam o Violoncelo.

A aluna B estava com um pouco de dificuldades ao fazer a nota Sol na corda Ré,
pois essa nota é feita com o dedo mínimo e a aluna ainda não possui musculatura
suficiente para apertar a corda, a professora explicou a aluna que era normal no começo
não conseguir apertar a corda com os dedos até encostar na madeira, pois a musculatura
do dedo ainda estava sendo desenvolvida, e como a aluna havia ficado algum tempo
sem tocar Violoncelo nas férias era normal perder um pouco dessa musculatura.

As alunas tocaram a escala muito bem, mantendo a afinação e a sincronia


enquanto a professora marcava o pulso e aumentava a velocidade.

Após este momento, a professora pediu que as alunas à observassem tocando a


música Allegro, porém a professora mostrou sente a parte A da música, pois essa seria a
primeira frase da música que as alunas iriam aprender.

A professora começou explicando às alunas nota por nota, cantando cada nota
enquanto tocava o Violoncelo, e as alunas repetiam nota por nota imitando as mesmas
sequências de notas. A professora repetiu a sequência de notas mais três vezes com as
alunas repetindo em seguida.

Em seguida a professora pediu às alunas para tentarem tocar sozinhas, porém a


professora cantaria as notas enquanto elas tocassem. A professora fez a contagem de
quatro tempos em tempo lento e as alunas começaram a tocar, a aluna A conseguiu tocar
com facilidade toda a frase, porém a aluna B sentiu dificuldades para fazer as notas em
colcheia na última parte da frase (notas em colcheia: Mi Ré No Fá# Ré), a professora
então tocou com a aluna B somente este trecho algumas vezes, a professora cantava e a
aluna tocava, a professora tocava e cantava e a aluna repetia. Até que em um momento a
professora pediu que as alunas voltassem a tocar novamente a frase A da música sem a
professora. A professora fez a contagem e as alunas conseguiram tocar perfeitamente, a
professora pediu que as alunas tocassem mais três vezes para garantir que elas haviam
entendido.

Após este momento a professora pediu que as alunas pegassem o Fun Book para
fazerem os exercícios 67 e 68, e praticar a leitura na partitura com as notas que elas
estavam conhecendo na música Allegro.

A professora e as alunas leram compasso por compasso falando em voz alta as


notas na partitura. As notas estavam em sequência de semínimas então as alunas
precisariam fazer cada nota dentro de um pulso estabelecido.

A professora tocou em seu violoncelo o primeiro compasso e as alunas repetiram


em seguida o mesmo compasso, a professora tocou cada compasso e em sequência as
alunas tocavam juntas.

Após este momento a professora pediu às alunas que tocassem todas juntas um
compasso atrás do outro sem parar, a professora fez a contagem de quatro tempo e
começaram a tocar.

Como as alunas não erraram nenhuma vez, a professora percebeu que elas
conseguiriam tocar sozinhas sem a professora tocar junto o exercício praticado, então a
professora pediu que as alunas tentassem tocar sozinhas. A professora fez a contagem e
as alunas tocaram perfeitamente.

A professora parabenizou as alunas por estarem indo muito bem na questão da


afinação e na leitura de partitura nas cordas mais Agudas do violoncelo.

Após este momento a professora liberou as alunas. (Link YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=aVYPlNrTvko )

Neste dia, apesar da professora ter conseguido dar sua aula na área externa na
escola do Sesc Pantanal, houveram algumas interrupções durante a aula, algumas
crianças brincando próximo do local onde estava acontecendo a aula, ou crianças
andando de bicicleta e falando alto, isso dispersou a atenção das alunas algumas horas,
sem contar que a aluna B parecia estar bastante irritada neste dia por não estarem no
local de costume (sala de música) ela repetiu várias vezes que era ruim estar fora da sala
e que as crianças estavam fazendo muito barulho. Observar isso tudo ressalta que ter um
local apropriado para aulas de música faz com que os alunos consigam aproveitar mais a
aula sem distrações, num ambiente acolhedor e tranquilo, as alunas sempre tiveram duas
aulas na sala de música, e terem mudado para a área externa foi um pouco
desconfortável. Mas apesar de todos esses contratempos a aula fluiu e a professora
tentou ao máximo deixar a aula leve.
Plano de Aula 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

ESCOLA: Orquestra Jovem Sesc Pantanal


ENDEREÇO/TELEFONE: Avenida Generoso Ponce, s/nº - Centro,
Poconé – MT
ANALISTA DE CULTURA DO SESC Josenira Cássia de Souza Fernandes
PANTANAL
COORDENADORA PEDAGOGICA Fábia Fusco
INSTITUTO CIRANDA
DISCIPLINA: Aula de Violoncelo
PROFESSORA: Bárbara Sales de Holanda
DIAS E HORÁRIOS DE AULAS DO Terça feira 24/05/2022 das 9:40h às
ESTÁGIO: 10:40h
TURMA: Cellos II
DOCENTE ORIENTADORA: Luciana Fernandes Hamond
DISCIPLINA: TCC
SEMESTRE LETIVO:

TEMA: Golpes de Arco

OBJETIVO GERAL:

Conhecer diferentes golpes de arco para a realização da articulação Staccato con


Portato por imitação.

OBJETIVOS ESPECIFICOS:

Conscientizar sobre a coordenação motora dos dedos na primeira posição no


violoncelo nas cordas Ré e Lá

Desenvolver afinação através da escala e harpejo em Ré Maior

Instigar memorização musical através da música Allegro – Suzuki 1


Identificar e realizar a arcada Staccato con Portato na música Allegro por
imitação

Desenvolver a leitura de partitura através do exercício 69 do Fun Book

CONTEÚDO:

Aquecimento corporal

Estudo da escala de Ré Maior

Estudo da música Allegro– Suzuki 1

Estudo do golpe de arco Staccato con Portato em alguns trechos da música


Allegro– Suzuki 1

Estudo de leitura na partitura exercícios 69 – Fun Book

METODOLOGIA:

A aula será iniciada com as boas-vindas da professora às alunas, ela perguntará


se as alunas estão bem e como foi a semana de estudos delas. A professora ouvirá com
atenção as respostas das alunas.

Em seguida, a professora pedirá que as alunas façam junto com ela um


aquecimento corporal e alongamentos antes de tocarem o violoncelo. Este aquecimento
ajudará o corpo a acordar e fará com que principalmente as mãos fiquem mais relaxadas
para tocar o violoncelo.

Após este momento interativo, a professora fará a escala de Ré maior junto e


alternado com as alunas modelando por meio de tocar o violoncelo e cantar a escala.

Em seguida, a professora pedirá que as alunas intercalem as notas entre elas,


aluna 1 toca o Ré, aluna 2 toca o Mi, aluna 1 toca o Fá# e assim sucessivamente. O
objetivo desta atividade é desenvolver a articulação dos dedos da mão esquerda em cada
nota para que as alunas aprendam o mapeamento dos dedos na primeira posição no
braço do instrumento mantendo a afinação. Essa atividade de notas intercaladas foi
inspirada em uma atividade realizada pelo professor Oliver Yatsugafo no projeto de
Extensão de violinos da UFMT.A professora deixará as alunas experimentarem a
atividade sem colocar um tempo estabelecido, mas depois que as alunas tiverem
treinado bastante, a professora estipulará um andamento de 60bpms por semínima (nota
da escala) para que as alunas enquanto intercalam as notas possam tocar a escala dentro
do tempo estipulado. A professora poderá aumentar o andamento se as alunas
concordarem.

Logo depois desta atividade a professora perguntará as alunas se elas lembram


da primeira parte da música Allegro – Suzuki 1 estudada na aula anterior por imitação.
A professora aguardará a resposta das alunas na expectativa de que elas tenham
estudado. Será sugerido que as alunas toquem junto com a professora a primeira parte
da música Allegro de ouvido para relembrar toda a sequência das notas, se for preciso a
professora fará a sequência de notas e as alunas repetirão em seguida.

Para esta primeira parte da música Allegro, a professora explicará que há um


golpe de arco que difere a intenção de algumas notas, a professora mostrará o golpe de
arco Staccato com Portanto que ocorre em todas as semínimas da parte A da música,
em seu próprio instrumento para que as alunas possam ver a velocidade que o arco fará
para aplicar em seus próprios instrumentos.
A professora tocará a parte A da música Allegro aplicando os novos golpes de
arco e por meio da repetição e imitação as alunas tocarão juntas. A professora auxiliará
as alunas para que elas possam fazer o golpe de arco de maneira correta.

A professora mostrará a segunda frase da música às alunas para que possam


juntar com a primeira parte da música, por meio da imitação e repetição as alunas
desenvolverão a memorização de uma nova parte da música.

Após este momento a professora pedirá que as alunas peguem o Fun Book para
fazerem a atividade 69, um novo exercício de leitura onde as alunas continuarão
desenvolvendo sua leitura melódica e rítmica nas cordas Ré e Lá usando notas na
primeira posição do instrumento.

A professora pedirá que as alunas leiam as notas na partitura, a professora


deverá estar atenta caso algumas das aunas tenha dúvida com a localização de alguma
nota e as auxiliará nesta questão. Após a leitura será pedido que as alunas toquem o
exercício de dois em dois compassos juntando-os aos poucos até que a atividade seja
tocada por completo. Será verificado a afinação das alunas enquanto elas tocam. A
professora poderá fazer interrupções durante o estudo para ajudar as alunas com alguma
correção de nota.

A professora encerrará a aula com um agradecimento às alunas por terem


comparecido para mais um dia de aula, e pedirá que as alunas ouçam a música Allegro
através do link de Youtube que ela enviará (violoncelista tocando Allegro – Suzuki 1
https://www.youtube.com/watch?v=qnBKb3GoyiE ) para que as alunas continuem
tendo a referência da música em seus estudos diários em casa.
RECURSOS:

Violoncelo

Cadeira sem braços

Estante de Partitura

REPERTÓRIO:

Allegro – Suzuki 1

Exercício 69 - Fun Book

AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada através da observação das alunas em relação a


participação na aula por meio de tocar, comunicar dúvidas e questões, e realizar as
tarefas propostas.

REFERÊNCIAS:

SUZUKI, Shinichi. Suzuki Cello, Cello Part School Volume 1 Revised Edition.
Miami, FL: Warner Bros Publications.1991.

NEWMAN, Larry. The Cello Fun Book for YoungStudents. Pacific Palisades,
CA: Children’s Music Workshop. Createspace Independent Publishing Platform. 2011.

Observações e Reflexões referentes a aula 3


Aula coletiva de violoncelo – Sesc Pantanal
Aula 3 (24/05 /2022)
9:40h às 10:40h

A aula foi iniciada com as boas-vindas da professora, as alunas estavam


animadas para a aula. A professora perguntou como havia sido a semana delas, ambas
as alunas responderam que foi tudo bem. A professora perguntou à aluna B se ela estava
se sentindo melhor, pois na semana anterior ela não pôde ir à aula pois estava se
sentindo mal. A aluna B respondeu que estava se sentindo muito melhor e que manteve
os estudos durante a semana.
A professora sugeriu às alunas que fizessem alguns alongamentos e
aquecimentos antes de começarem a tocar, isso ajudaria o corpo a se soltar mais e
ajudaria a evitar que as mãos ficassem menos travadas na hora de tocar. A professora
fazia os movimentos e em seguida as alunas repetiam.

Após este momento a professora pediu que as alunas toassem a escala de Ré


Maior e arpejo em Ré Maior sem ela precisar mostrar a localização das notas em seu
violoncelo primeiro como sempre faz nas aulas. As alunas tocaram juntas a escala de Ré
Maior usando apenas as cordas Ré e Lá no Violoncelo. As alunas apresentaram
desenvoltura durante esta atividade e elas conseguiam perceber se algum som soava
estranho e ajustavam as notas durante o processo de transição de uma nota para a outra
dentro da escala.

Ao terminarem a escala, a aluna B pediu a professora que a ajudasse com a nota


Sol na corda Ré (Quarto dedo na corda Ré na primeira posição do violoncelo), a
professora observou que o dedo mínimo da aluna ainda não desenvolveu força
suficiente para apertar a corda de uma forma que soe sem falhar o som do Sol. Para
esclarecer a situação, a professora explicou à aluna que ela não precisa de preocupar em
fazer muita força para “apertar o Sol” pois o fortalecimento do dedo mínimo vem com o
tempo, assim como as pessoas vão na academia fortalecer seus músculos, ela precisaria
respeitar seu próprio tempo para desenvolver essa musculatura do dedo mínimo.

A professora também sugeriu um exercício de fortalecimento dos dedos em que


a aluna colocaria todos os seus dedos da mão esquerda na corda Ré na localização da
primeira posição, e sem ajustar o polegar da mão esquerda atras do braço do violoncelo
ela puxaria os dedos sentido à madeira do braço do instrumento várias vezes.

Logo depois dessas observações a professora sugeriu que as alunas fizessem a


escala novamente intercalando as notas, cada pessoa faria uma nota na sequência da
escala. Nesta atividade a professora participou intercalando as notas, e auxiliando na
pulsação constante da escala. A professora começou fazendo a nota Ré, depois a aluna
A fez a nota Mi, a aluna B fez a nota Fá# e assim sucessivamente. A professora pediu
que as alunas fizessem as notas logo em seguida da outra pessoa para não atrasar a
pulsação das notas durante a realização da escala, ela também pediu que as alunas
fizessem a escala intercalando as notas somente entre elas. Foi muito bom observar este
momento pois as alunas estavam bastante conectadas, elas mesmas se olharam, fizeram
a contagem de tempo pra iniciar a escala e tocaram a escala mantendo o pulso.

Após este momento a professora parabenizou às alunas pela união delas em


fazer a escala juntas, se olhando e se ouvindo fazendo com que o som da escala
parecesse sair de um violoncelo e não de dois de tão conectadas que elas estavam.

Em seguida a professora perguntou às alunas se elas lembravam da parte


primeira parte (Parte A) da música Allegro – Suzuki 1, a aluna A alegou lembrar e
começou a tocar, a aluna B começou a tocar junto, mas esquecendo-se de algumas
notas, porém mesmo errando ou se perdendo um pouco durante a música ela parava e
entrava no meio da frase da música com a nota certa. Ao terminarem de tocar a parte A
da música a professora ficou bastante impressionada com as alunas, mesmo contendo
alguns erros de notas as alunas conseguiram transmitir a ideia de que entenderam o que
precisavam estudar.

Dando continuidade, a professora explicou que naquela aula elas aprenderiam a


fazer a arcada Stacatto com Portatto na parte A da música, e que esse golpe de arco
traria um pouco de ação à música. A professora mostra o golpe de arco em seu próprio
violoncelo, o golpe de arco exige rapidez no movimento do arco, mas mantendo o som
curto, e em seguida ela pediu às alunas para fazerem o mesmo som em seus violoncelos.

A professora tocou a parte A da música aplicando o golpe de arco Stacatto com


Portatto e em seguida as alunas também o fizeram, a professora fez mais três repetições
junto com as alunas.

A professora também apresentou às alunas a segunda parte (Parte B) da música,


de quatro em quatro notas a professora tocava e cantava as notas na sequência e as
alunas repetiam, a professora fez isso várias vezes até as alunas entenderem toda a
sequência de notas e tocarem sem a professora precisar cantar as notas, elas tocaram a
frase lembrando da sequência de notas pois através da repetição elas já haviam
entendido.

A professora sugeriu às alunas que elas juntassem a parte A e B da música, ela


tocou junto com as alunas antando as notas, na primeira tentativa as alunas esqueceram
de algumas notas, então a professora mostrou as notas certas no violoncelo e às cantou
para que as alunas lembrassem do som dessas notas. Na segunda e terceira tentativa as
alunas conseguiram tocar sem se perder com as notas, mas foi na quarta tentativa que
elas conseguiram tocar sem se perder nas notas.

A professora parabenizou as alunas pelo desenvolvimento da música através da


escuta das notas, e ela percebeu que quando as alunas cantam elas conseguem
identificar mais facilmente quando desafinam ou não as notas no violoncelo, pois elas
cantam afinadas as notas da música.

A professora sugeriu que as alunas pegassem o Fun Book para verem a


localização das notas nas cordas Ré e Lá na partitura, elas veriam notas que estavam
presentes na música Allegro através da leitura do exercício 69.

Primeiro foi feito a leitura, a professora junto com as alunas leu compasso por
compasso falando o nome de cada nota e sua duração, as alunas entenderam com
facilidade e falavam junto. Após este momento a professora junto com as alunas tocou o
exercício, desta vez cantando as notas e instigou que as alunas também fizessem o
mesmo.

Após este momento a professora pediu que alunas tocassem o exercício


sozinhas, mas não precisavam cantar as notas, a professora fez uma contagem de quatro
tempo e as alunas iniciaram o exercício, no segundo compasso uma das alunas se
perdeu nas notas e pediu para iniciar novamente, a professora fez uma nova contagem
de quatro tempos para as alunas iniciarem o exercício.

Na segunda vez que as alunas tocaram o exercício 69 elas conseguiram tocar as


notas no tempo certo, porém a afinação não havia ficado muito boa, então a professora
cantou junto com as alunas novamente o exercício para que elas lembrassem da
afinação de cada nota novamente.

Após este momento a professora sugeriu que as alunas tocassem novamente o


exercício, as alunas tocaram no tempo certo e mais afinadas do que antes.

Logo depois a professora parabeniza às alunas mais uma vez e agradece a


presença e participação, ela lembra às alunas para assistirem ao vídeo que lhes foi
enviado no grupo do WhatsApp (Link de um violoncelista tocando a música Allegro –
Suzuki 1) sempre que sentirem dúvidas na melodia da música e ou nas arcadas.
A professora encerrou a aula.

A percepção auditiva das alunas nesta aula foi bem desenvolvida pois percebe-se
que para as notas nas cordas mais agudas do violoncelo, elas conseguem pensar mais
rápido em afinar quando alguma nota soa desafinada. A repetição através de abordagens
diferentes faz com que as alunas usem mais ferramentas diferentes para fazer a mesma
nota ou a mesma frase musical.
Plano de Aula 4 (com partituras)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

ESCOLA: Orquestra Jovem Sesc Pantanal


ENDEREÇO/TELEFONE: Avenida Generoso Ponce, s/nº - Centro,
Poconé – MT
ANALISTA DE CULTURA DO SESC Josenira Cássia de Souza Rosa Fernandes
PANTANAL
COORDENADORA PEDAGOGICA Fábia Fusco
INSTITUTO CIRANDA
DISCIPLINA: Aula de Violoncelo
PROFESSORA: Bárbara Sales de Holanda
DIAS E HORÁRIOS DE AULAS DO Terça feira 31/05/2022 das 9:40h às
ESTÁGIO: 10:40h
TURMA: Cellos II
DOCENTE ORIENTADORA: Luciana Fernandes Hamond
DISCIPLINA: TCC
SEMESTRE LETIVO:

TEMA:

Violoncelo à duas vozes

OBJETIVO GERAL:

Desenvolver a percepção auditiva ao som de duas vozes do violoncelo

OBJETIVOS ESPECIFICOS:

Conscientizar sobre a coordenação motora dos dedos na primeira posição no


violoncelo nas cordas Ré e Lá
Desenvolver afinação e percepção auditiva através da escala de Ré Maior em
terças

Desenvolver a leitura de partitura da música Allegro – Suzuki 1

Instigar a percepção auditiva ao som de duas vozes diferentes na música Allegro


– Suzuki 1

CONTEÚDO:

Aquecimento corporal

Estudo da escala de Ré Maior

Estudo da escala de Ré Maior em terças

Estudo de leitura de partitura com a música Allegro– Suzuki 1

Tocar a música Allegro – Suzuki 1 a duas vozes

METODOLOGIA:

A aula será iniciada com as boas-vindas da professora, a professora perguntará


às alunas se conseguiram estudar durante a semana e aguardará resposta das alunas.

A professora afinará os instrumentos das alunas caso estejam desafinados.

Após este momento a professora pedirá que as alunas toquem a escala de Ré


Maior usando a primeira posição nas cordas Ré e Lá, ela observará se as alunas
conseguem fazer a escala de forma afinada. Em a professora irá sugerir que uma das
alunas comece novamente a escala e a outra aluna fará a escala começando na terceira
nota da escala.

EX:
RÉ MI FÁ# SOL LÁ SI DÓ# RÉ
RÉ MI FÁ# SOL LÁ SI DÓ# RÉ

Este exercício ajudará a desenvolver a audição das alunas com relação a duas
vozes diferentes, enquanto uma delas faz a escala normalmente a outra fará o terceiro
grau de cada nota.

Após este momento a professora perguntará às alunas se elas lembram a


sequência das notas da música Allegro – Suzuki 1, a professora junto com as alunas
tocará a música Allegro com as alunas (música completa parte A e B), ela fará uma
contagem de quatro tempos para iniciar a música junto com as alunas. A professora
observará se as alunas conseguem lembrar a sequência das notas, ela observará também
se as alunas conseguem manter a afinação das notas tocadas.

Apesar da música ser tocada toda de forma memorizada a professora regerá as


alunas com a cabeça, marcando sempre o tempo forte de cada compasso, e cantando as
notas musicais enquanto as alunas tocam.

Em seguida a professora mostrará às alunas a partitura da música Allero –


Suzuki 1 (papel impresso para cada aluna), onde será possível mostrar às alunas as notas
musicais com tempos de semínima, colcheias e mínimas, assim como os símbolos de
marcação de arcada Sttacato com Portato em algumas notas musicais.
A professora explicará às alunas que assim como elas conseguiam localizar e ler
as notas no Fun Book elas poderiam tentar fazer o mesmo com a música Allegro.

A professora lerá junto com as alunas com passo por compasso da música, e em
seguida tocará cada compasso, juntando sucessivamente até que as alunas consigam
tocar juntas lendo a partitura.

É importante ressaltar que se as alunas não conseguirem ler a partitura da música


e sim continuar tocando a música de forma memorizada isso não será um problema.

Após este momento a professora pedirá que as alunas toquem novamente a


música enquanto ela fará a voz de acompanhamento da música Allegro no violoncelo. A
professora fará a contagem de quatro tempos, e enquanto as alunas tocam a primeira voz
da música a professora fará o acompanhamento de segunda voz junto com as alunas.
Aa professora explicará às alunas que essa atividade envolverá duas vozes
diferentes com notas diferentes sendo tocadas, porém mantendo a organização de notas
dentro da mesma tonalidade.

A professora agradecerá às alunas pela participação em mais uma aula e


agradecerá por todo empenho no desenvolvimento e estudo com a nova música.

RECURSOS:

Violoncelo

Cadeira sem braços

Estante de Partitura

REPERTÓRIO:

Allegro – Suzuki 1
AVALIAÇÃO

A avaliação será realizada através da observação das alunas em relação a


participação na aula por meio de tocar, comunicar dúvidas e questões, e realizar as
tarefas propostas.

REFERÊNCIAS:

SUZUKI, Shinichi. Suzuki Cello, Cello Part School Volume 1 Revised Edition. Miami,
FL: Warner Bros Publications.1991.

Observações e Reflexões referentes a aula 4


Aula coletiva de violoncelo – Sesc Pantanal
Aula 4 (31/05 /2022)
9:40h às 10:40h
Prelúdio

Neste dia as alunas A e B apareceram mais cedo para a aula da turma iniciante
que acontece antes da aula delas, as alunas A e B gostam de observar as aulas das alunas
iniciantes, ainda não perguntei a elas o por quê delas gostarem de assistirem a essas
aulas. E isso vem acontecendo de o primeiro dia de retorno das aulas deste ano.

Aula

Enquanto a professora despedia-se das alunas da aula do primeiro horário da


manhã, as alunas A e B começaram a tocar a música Allegro – Suzuki 1, elas fizeram
contagem de quatro tempo e tocaram juntas. A professora muito empolgada ficou
observando o quão independente elas já estavam ao tocar a música desenvolvida durante
todo o mês de Maio.

Após as alunas terminarem de tocar, a professora aplaudiu às alunas e às


parabenizou pela iniciativa. A aula com certeza já havia sido iniciada muito antes das
boas-vindas da professora.
A professora pediu para conferir a afinação dos violoncelos, mas não foi preciso
reafiná-los pois devido a mudança de temperatura deste dia (estava com o tempo muito
fresco em Poconé) os instrumentos não tiveram mudanças bruscas na afinação das
cordas.

As alunas aparentavam estar muito empolgadas para a aula deste dia, a


professora aproveitou essa empolgação para informar às alunas que elas tocariam a
música à duas vozes (voz 1 e voz 2), mas que antes ela, a professora, havia preparado
algo diferente para o estudo da escala de Ré maior. A professora pediu que as alunas
tocassem a escala de Ré maior crescente e decrescente como sempre fazem nas aulas, a
professora tocou e cantou junto com as alunas a escala. Após este momento a professora
pediu ás alunas que tocassem novamente a escala e que ela, a professora, faria também a
escala porem começando em um lugar diferente da escala, ela começaria a fazer a escala
de Ré quando as alunas estivessem fazendo a nota Fá#. A professora pediu que as
alunas iniciassem a escala e quando as alunas fizeram o Fá# a professora começou a
tocar a escala de Ré Maior, como um cânone. As alunas terminaram a escala na nota Ré,
porém a professora ainda não havia terminado sua escala, então pediu que as alunas
continuassem tocando a nota Ré até a professora terminar de tocar por completo a sua
escala.

Após este momento a professora pediu para inverter, agora ela começaria a
escala e as alunas entrariam fazendo a mesma escala na terceira nota da escala da
professora. A professora iniciou a escala e quando fez a nota Fá# fez um movimento
com a cabeça para as alunas iniciarem a escala de Ré Maior. Elas entraram corretamente
e seguiram a escala.

A professora pediu que dessa vez a aluna A iniciasse a escala e a aluna B fizesse
o mesmo procedimento realizado entre a professora e as alunas. A professora
recomendou que elas se olhassem e mantivessem a comunicação enquanto faziam a
escala, ela, a professora, deu a deixa com a mão para que a aluna B entrasse fazendo a
escala no lugar certo enquanto a aluna A tocava. Depois a professora inverteu
novamente, dessa vez a aluna B começou a escala e a aluna A entrou na terceira nota.

É importante ressaltar que a professora pediu que as alunas tocassem bem


devagar as notas e prestassem atenção na afinação, elas poderiam observar e sentir o
som desafinar quando alguma delas estivesse fazendo alguma das notas desafinadas
dentro da escala. Essa atividade foi muito enriquecedora, as alunas pareciam estar com
os ouvidos bem abertos e quando sentiam que desafinavam tentavam corrigir a nota,
mantiveram os arcos com andamento lento e se olharam para manter o contato visual
trabalhando juntas.

Após este momento a professora explicou às alunas que elas fariam algo
parecido com a escala à duas vozes na música Allegro, a professora pediu que as alunas
tocassem a música novamente enquanto ela, a professora, faria a segunda voz na
música. A professora fez a contagem de quatro tempo e começou a tocar com as alunas,
nesta primeira vez as alunas pareciam não entender muito bem a junção das notas delas
com as notas da professora, então enquanto tocavam a professora começou a cantar as
notas da voz 1 do violoncelo para que as alunas continuassem tocando. Ao final da
música as alunas comentaram que parecia ter muitos instrumentos tocando quando a
professora começou a música tocando a segunda voz, a professora comentou que as
notas da segunda voz dão uma preenchida na harmonia da música e por isso dá essa
sensação de que há muitos instrumentos tocando ao mesmo tempo.

A professora reparou que as alunas não estavam aplicando a arcada stacatto com
portato na música, algo que foi desenvolvido na aula da semana anterior, então a
professora relembrou com as alunas o movimento do braço do arco, em que ele faz
movimentos mais rápidos e curtos ao mesmo tempo. As alunas afirmaram que não
esqueceriam desse detalhe e pediram para tocar novamente. A professora tocou com as
alunas mais três vezes, elas estavam se familiarizando cada vez mais com a segunda voz
tocada pela professora e sentiam-se mais confortáveis ao tocar, diferente da primeira
vez em que tocaram.

Logo depois a professora mostrou às alunas a partitura da música Allegro, a


aluna B comentou que elas já sabiam as notas da música e não precisariam olhar a
partitura, porém a professora explicou que seria bom elas observarem a partitura para
ver alguns detalhes como a marcação do golpe de arco stacatto com portato, que está
localizado somente em algumas notas. Na parte B da música há uma palavra escrita
embaixo das notas (dolce) que significa tocar mais suave diferente da parte A da
música, as alunas acharam muito interessante poder observar essas marcações. A
professora pediu também que as alunas lessem as notas de cada compasso, porém de
trás para frente para ter certeza que elas entenderiam a localização das notas, o que não
seria surpresa para elas, pois eram as mesmas notas estudadas nos exercícios do Fun
Book.

Ao final da aula a professora agradeceu as alunas por terem participado das aulas
durante todo o mês de Maio, ela estava muito feliz e agradecida pelo empenho das
alunas em querer aprender mais uma música.

Reflexão Geral

Os resultados ao desenvolver a música Allegro – Suzuki 1 e atividades do Fun


Book de leitura de partitura usando as cordas Lá e Ré na primeira posição do violoncelo
foram muito positivas. As alunas mostraram grande empenho nos estudos e isso traz
progresso aos estudos, acredito que ao instigá-las e não as pressionar por resultados com
os estudos faz com que as alunas se sintam mais livres e felizes em querer estudar uma
música nova. Sempre é desafiador começar algo novo, e acredito que mostrando o passo
a passo de algo novo como uma música nova, ou uma partitura nova faz com que as
alunas respeitem seu próprio tempo de aprendizado e entendam que no tempo certo elas
vão conseguir fazer toda a música, ou tocar toda a partitura, e isso faz com que elas se
sintam capaz de querer aprender qualquer coisa nova no violoncelo, pois elas saberão
que no tempo certo conseguirão fazer o desafio proposto, e conseguirão ser
independentes com seus próprios estudos individuais no violoncelo.

Muitas coisas que desenvolvo ou penso durante as aulas com as alunas, são
ideias ou abordagens que gostaria muito que meus antigos professores tivessem tido
comigo para que eu pudesse entender um determinado conteúdo, ou que esses mesmos
professores pudessem ter respeitado meu processo de aprendizado que era diferente do
processo de outro colega. Isso é algo que tenho bastante cuidado durante as aulas,
respeitar o processo do aluno, e mesmo que ele não corresponda ou não compreenda no
momento eu como professora vou sempre buscar novas abordagens para que ele se sinta
confortável para aprender sem medo, e sem cobranças que gerem bloqueios.

Acredito que comentários construtivos fazem toda a diferença para os estudos


dos alunos, e é por isso que a todo progresso realizado pelos meus alunos eu sempre os
parabenizo, e dou coisas mais desafiadoras prestando atenção no limite de cada aluno,
eu só poderei cobrar algo deles tendo certeza de que eles conseguirão fazer, mesmo a
longo prazo. O cuidado que preciso ter é em não deixar que os alunos se frustrem por
não conseguirem fazer algo no violoncelo.

Com as alunas de Poconé sinto que as aulas sempre fluem de maneira leve e
agradável, as alunas gostam de ajudar umas às outras com a afinação das músicas,
cantando as notas da música estudada umas para as outras, tocando juntas para lembrar
as notas ou praticar a velocidade da música em conjunto, mas nunca presenciei
competitividade, pois eu como professora jamais instiguei isso entre elas, sempre
explico à elas que cada uma tem sua forma de aprender a tocar violoncelo. Isso gera
parceria e não rivalidade, e quando elas tocarem juntas na orquestra poderão confiar
umas nas outras.

O trabalho desenvolvido ao longo desse mês gera ainda mais positividade devido
às alunas manterem seus estudos em dia, eu sempre às lembro de estudar durante a
semana, compartilhando vídeos de algum violoncelista tocando no youtube, mostrando
a elas durante as aulas músicas diferentes que estou estudando no violoncelo, e acredito
que isso contribua positivamente para que elas queiram chegar a algum lugar com os
estudos de violoncelo, e mesmo que elas não se tornem violoncelistas quando forem
adultas, elas estão sendo violoncelistas em formação neste exato momento, e a
experiência musical será parte da vida delas para sempre.

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