Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GALON, S. M.1
Resumo: Este relato de experiência expõe a visão de educadores musicais
que participaram da disciplina intitulada “Criação Musical” do curso de pós-
graduação (lato sensu) oferecida na modalidade à distância, de formação de
educadores na área de educação musical do Claretiano – Centro Universitário.
Durante a disciplina, buscou-se compreender as concepções desses educadores
sobre os processos criativos, as dificuldades que eles têm em desenvolver
atividades de criação musical em sala de aula com educandos na fase inicial do
aprendizado de música e o entendimento da importância dessas atividades na
formação musical dos seus educandos. Foi possível observar como a reflexão e o
olhar crítico sobre essas atividades contribuíram para a mudança da perspectiva
e da prática docente desses educadores.
1
Claretiano – Centro Universitário; UFSCar. E-mail: <marianagalon@gmail.com>.
1. INTRODUÇÃO
decidir, que têm voz e, com ela, devem pronunciar a sua palavra
(FREIRE, 2000).
As atividades de criação musical possibilitam que as crian-
ças, mesmo na fase inicial do aprendizado musical, desenvolvam a
autonomia, manifestem sua subjetividade por meio da música, pos-
sam escolher e tomar decisões, manipulando a linguagem musical.
Quando realizados coletivamente, os processos educativos humani-
zadores se tornam ainda mais latentes, pois são necessárias para a
sua realização a colaboração, a convivência, a partilha, o diálogo e
a aceitação do outro como legítimo (SILVA, 2015).
É possível observar que as crianças e os adultos em fase ini-
cial do aprendizado musical não criam porque são incapazes, mas
porque não têm oportunidade. Desse modo, a criação musical, tão
importante para a formação musical e humana dos educandos, não
é amplamente utilizada, em virtude de entraves dos educadores
musicais com essa prática. Pesquisas na área de Criação Musical,
mesmo quando não são destinadas a investigar o papel do educador
musical no oferecimento dessas atividades, as pesquisas na área
musical apontam para esse fato.
Segundo Koellreutter (1997), “[...] sem o espírito criador não
há arte, não há educação. É esta uma verdade que os educadores
tão facilmente esquecem” (KOELLREUTTER, 1997, p. 71). O
compositor ainda reflete que “[...] a música é, em primeiro lugar,
uma contribuição para o alargamento da consciência e para a mo-
dificação do homem e da sociedade” (KOELLREUTTER, 1997,
p. 72) e esse “alargamento da consciência” só é possível com o
desenvolvimento do “espírito criador” (KOELLREUTTER, 1997).
Desse modo, o autor considera que a criação musical tem um papel
importante na inter-relação fazer musical e corpo/mente, pois per-
mite conscientizar vários aspectos musicais. Sendo assim, assume
a criação musical, mais especificamente a improvisação, como uma
ferramenta pedagógica fundamental no ensino de música, mas que
muitas vezes é negligenciada pelos educadores musicais.
Brito (2007) aponta que muito dessa dificuldade de consi-
derar a criatividade no ensino musical vem de uma tradição ligada
ao modelo de ensino conservatorial que influenciou todos os tipos
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS